Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

ENVIE SUA FOTO E COLABORE COM O CARIRICATURAS



... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

Para participar, envie suas fotos para o e-mail:. e.
.....................
claude_bloc@hotmail.com

domingo, 1 de agosto de 2010

Amizade

Já prestei atenção que o meu filho
tem uma rixa pessoal, uma espécie
de queixume, antipatia, atrito diário
com o simples tubo de pasta dental.

Logo ao acordar atinge o objeto no estômago.
Deixa uma marca profunda,
uma cratera no meio.

De noite (enraivecido por ter que ir pra cama)
pega de jeito o miserável tubo de pasta dental

pelo pescoço e espreme até que eu ouça os gemidos
do ser inanimado, da coisa simplória que nos acompanha

(meu deus) quanto tempo desde
os primeiros dentes à superfície.

Ao dormirem todos (meu filho sonha)
dirijo-me ao banheiro e peço desculpas ao amigo
pela truculência do meu anjinho um tanto zombeteiro.

Ajeito, engomo, estico
aperto bem a tampinha branca.

O tubo de pasta dental lança-me de volta
aquele sorriso resignado de que "tudo ok,
é só uma criança"

Luiz Gonzaga

13/12/1912, Exu (PE)
02/08/1989, Recife (PE)

Luiz Gonzaga trouxe os ritmos do sertão nordestino para os meios de comunicação de massa
Luiz Gonzaga do Nascimento era filho de Januário José Santos, lavrador e sanfoneiro, e de Ana Batista de Jesus, agricultora e dona de casa. Desde criança se interessou pela sanfona de oito baixos do pai, a quem ajudava tocando zabumba e cantando em festas religiosas, feiras e forrós.

Saiu de casa em 1930 para servir o exército como voluntário, mas já era conhecido como sanfoneiro. Viajou pelo Brasil como corneteiro e, de vez em quando se apresentava em festas, tocando sanfona. Deu baixa em 1939 e foi morar no Rio de Janeiro, levando sua primeira sanfona nova.

Passou a tocar nos mangues, no cais, em bares, nos cabarés da Lapa, além de se apresentar nas ruas, passando o chapéu para recolher dinheiro. Começou a participar de programas de calouros, inicialmente sem êxitos, até que, no programa de Ary Barroso, na Rádio Nacional, solou uma música sua, "Vira e mexe", e ficou em primeiro lugar. A partir de então, começou a participar de vários programas radiofônicos, inclusive gravando discos, como sanfoneiro, para outros artistas, até ser convidado para gravar como solista, em 1941.

Prosseguiu fazendo programas de rádios, que estavam no auge e tinham artistas contratados. Trabalhou na Rádio Clube do Brasil e na Rádio Tamoio, e prosseguia gravando seus mais de 50 solos de sanfona. Em 1943, já na Rádio Nacional, passou a se vestir como vaqueiro nordestino e começou a parceria com Miguel Lima, que colocou letra em "Vira e mexe", transformando-a em "Chamego", com bastante sucesso. Nessa época, recebeu de Paulo Gracindo o apelido de Lua.

Sua parceria com Miguel Lima decolou e várias músicas fizeram sucesso: "Dança, Mariquinha" e "Cortando Pano", "Penerô Xerém" e "Dezessete e Setecentos", agora gravadas pelo sanfoneiro e, também cantor, Luiz Lua Gonzaga. No mesmo ano, tornou-se parceiro do cearense Humberto Teixeira, com quem sedimentou o ritmo do baião, com músicas que tematizavam a cultura e os costumes nordestinos. Seus sucessos eram quase anuais: "Baião" e "Meu Pé de Serra" (1946), "Asa Branca" (1947), "Juazeiro" e "Mangaratiba" (1948) e "Paraíba" e "Baião de Dois" (1950).

Em 1945, assumiu a paternidade de Gonzaguinha, seu filho com a cantora e dançarina Odaléia. E, em 1948, casou-se com Helena das Neves. Dois anos depois, conheceu Zé Dantas, seu novo parceiro, pois Teixeira cumpria mandato de deputado estadual, afastando-se da música. Já em 1950, fizeram sucesso com "Cintura Fina" e "A Volta da Asa Branca". Nessa década, a música nordestina viveu sua fase áurea e Luiz Gonzaga virou o Rei do Baião.

Outros ritmos, como a bossa-nova, subiram ao palco, e o Rei do Baião voltou a fazer shows pelo interior, sem perder a popularidade. Zé Dantas faleceu em 1962 e o rei fez parcerias com Hervê Cordovil, João Silva e outros. "Triste Partida" (1964), de Patativa do Assaré, foi também um grande sucesso. Suas músicas começaram a ser regravadas pelos jovens cantores: Geraldo Vandré, Gilberto Gil, Caetano Veloso, que o citavam como uma das influências. Durante os anos 70, fez shows no Teatro Municipal, de São Paulo e no Tereza Raquel, do Rio de Janeiro.

Nos anos 80, sua carreira tomou novo impulso. Gravou com Raimundo Fagner, Dominguinhos, Elba Ramalho, Milton Nascimento etc. Sua dupla com Gonzaguinha deu certo. Fizeram shows por todo o país com "A Vida de Viajante", passando a ser chamado de Gonzagão. Em 84, recebeu o primeiro disco de ouro com "Danado de Bom". Por esta época apresentou-se duas vezes na Europa; e começaram a surgir os livros sobre o homem simples e, por vezes, até ingênuo, que gravou 56 discos e compôs mais de 500 canções.

 UOL EDUCAÇÃO
Agende-se para ir ao Cinema Mês de Agosto em Crato e Juazeiro


Cinemarana

Filmes de Krzysztof Kieslowski

Dia 02/08 às 19h no Teatro Adalberto Vamosi na Estação de trem em Crato - Ce

Dis 09, 16, 23, 30/08 às 19h SESC Crato- Ce


Mostra de Cinema Francês contemporâneo todas as quarta-feiras no SESC Juazeiro a partir das 19h


Poesia da Luz

Para Karimai ...

Paulinho Nogueira-foi um músico compositor, cantor, violonista e inventor da Craviola.



Paulinho Nogueira

Foto: Mário Luiz Thompson

 
Paulo Artur Mendes Pupo Nogueira nasceu em Campinas SP em 08 de Outubro de 1929. Autor de um dos mais procurados métodos de violão existentes no Brasil, aprendeu a tocar com o pai, aos 11 anos. Na mesma época integrou o Grupo Cacique, conjunto vocal dirigido por seu irmão Celso Mendes. Mudou-se para São Paulo SP em 1952, estreando na boate ltapoã e tocando nas rádios Bandeirantes e Gazeta. Oito anos depois gravou seu primeiro LP, na Columbia, a convite de Roberto Corte Real.

A primeira composição sua a aparecer em disco foi Menino, desce daí, em 1962, pela RGE, interpretada por ele mesmo. Na época da bossa nova, destacou-se como solista e acompanhante em shows e programas de televisão. Começou a dar aulas de violão em 1964, ano em que também recebeu como melhor solista o troféu Pinheiro de Ouro, do governo do Paraná, o mesmo ocorrendo em 1965. Nesse ano foi contratado pela TV Record para atuar em O Fino da Bossa, programa de maior sucesso na época.

Recebeu em 1966 o prêmio Guarani, conferido por jornalistas e críticos de radio e televisão. Em 1969 inventou a craviola, instrumento de 12 cordas que produz um som misto de cravo e viola, e recebeu o prêmio de melhor músico do ano, conferido pelo jornal O Estado de São Paulo. Uma de suas composições, Menina, gravada por ele na RGE, foi grande sucesso em 1970. Dois anos depois transferiu-se para a etiqueta Continental, onde gravou quatro LPs ate 1975.

Em 1986 gravou o LP solo Tons e semitons, com novas composições suas para violão, lançado juntamente com um álbum contendo as partituras das musicas incluídas no disco. Desde 1990 tem lançado vários videocassetes didáticos para solos de violão. Lançou pela Movieplay dois CDs o instrumental Late Night’ Guitar (1992), com musicas brasileiras e internacionais, e Coração violão (1995), no qual intercala solos de violão com musicas inéditas cantadas e regravações de suas composições mais conhecidas.

Biografia: Enciclopédia da Música Brasileira
Art Editora e PubliFolha

Enrico Caruso

Enrico Caruso (Nápoles, 25 de fevereiro de 1873 — Nápoles, 2 de agosto de 1921) foi um tenor italiano, considerado, inclusive pelo ilustre Luciano Pavarotti, o maior intérprete da música erudita de todos os tempos.

Começou a carreira em 1894, aos 21 anos de idade, na cidade natal. Recebeu as primeiras aulas de canto de Guglielmo Vergine. Atuou, entre outras óperas, na estréia de Fedora e La Fanciulla del West, do compositor italiano Giacomo Puccini. As mais famosas interpretações foram como Canio na ópera I Pagliacci, de Leoncavallo e como Radamés, em Aida, de Giuseppe Verdi. Na metade da década de 1910 já era conhecido internacionalmente. Era constantemente contratado pelo Metropolitan de Nova Iorque, relação que persistiu até 1920. Caruso foi eternizado pelo agudo mais potente já conhecido, e por muitos considerado o melhor cantor de ópera de todos os tempos.

O compositor lírico Giacomo Puccini e o compositor de canções populares Paolo Tosti foram seus amigos e compuseram obras especialmente para ele.

Caruso apostou na nova tecnologia de gravação de som em discos de cera e fez as primeiras 20 gravações em Milão, em 1895. Em 1903, foi para Nova Iorque e, no mesmo ano, deu início a gravações fonográficas pela Victor Talking Machine Company, antecessora da RCA-Victor. Caruso foi um dos primeiros cantores a gravar discos em grande escala. A indústria fonográfica e o cantor tiveram uma estreita relação, que ajudou a promover comercialmente a ambos, nas duas primeiras décadas do século XX. Suas gravações foram recuperadas e, remasterizadas, encontraram o meio moderno e duradouro de divulgação de sua arte no disco compacto, CD.

O repertório de Caruso incluía cerca de sessenta óperas, a maioria delas em italiano, embora ele tenha cantado também em francês, inglês, espanhol e latim, além do dialeto napolitano, das canções populares de sua terra natal. Cantou perto de 500 canções, que variaram das tradicionais italianas até as canções populares do momento.

Sua vida foi tema de um filme norte-americano, permeado de ficção, intitulado O Grande Caruso (The Great Caruso), de 1951, com o cantor lírico Mario Lanza interpretando Caruso. Devido ao seu conteúdo altamente ficcional, o filme foi proibido na Itália.

No filme Fitzcarraldo de Werner Herzog, com Klaus Kinski no papel de Fitzcarraldo, aparece no início da projeção uma entrada de Caruso na Ópera de Manaus, no Brasil, onde Caruso de fato nunca se apresentou.

Obtida de "http://pt.wikipedia.org/wiki/Enrico_Caruso"

Aldir Blanc



Origem: Wikipédia,


Aldir Blanc Mendes (Rio de Janeiro, 2 de setembro de 1946) é um compositor e escritor brasileiro.

Notabilizou-se como letrista a partir de suas parcerias com João Bosco, criando músicas como Bala com Bala (sucesso na voz de Elis Regina), O Mestre-Sala dos Mares, De Frente Pro Crime e Caça à Raposa.

Uma de suas canções mais conhecidas, em parceria com João Bosco, é O Bêbado e a Equilibrista, que se tornou um hino contra a ditadura militar, também tendo sido gravada por Elis Regina. Em um de seus versos, "sonha com a volta do irmão do Henfil", faz-se referência ao sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, que na época estava em exílio político no exterior.

Em 1968, compôs com Sílvio da Silva Júnior "A noite, a maré e o amor", música classificada no "III Festival Internacional da Canção" (TV Globo).

No ano seguinte, classificou mais três músicas no "II Festival Universitário da Música Popular Brasileira": "De esquina em esquina" (c/ César Costa Filho), interpretada por Clara Nunes; "Nada sei de eterno" (c/ Sílvio da Silva Júnior), defendida por Taiguara; e "Mirante" (c/ César Costa Filho), interpretada por Maria Creuza.

Em 1970, no "V Festival Internacional da Canção" classificou-se com a composição "Diva" (com César Costa Filho). Neste mesmo ano, despontou seu primeiro grande sucesso, "Amigo é pra essas coisas" em parceria com Sílvio da Silva Júnior, interpretado pelo grupo MPB-4, com o qual participou do "III Festival Universitário de Música Popular Brasileira".

Sua canção "Nação" (c/ João Bosco e Paulo Emílio), gravada em 1982 no disco de mesmo nome. foi grande sucesso na voz de Clara Nunes.

Em 1996 foi gravado o disco comemorativo Aldir Blanc - 50 Anos, com a participação de Betinho ao lado do MPB-4 em O Bêbado e a Equilibrista no disco comemorativo. Esse disco apresenta diversas outras participações especiais, como Edu Lobo, Paulinho da Viola, Danilo Caymmi e Nana Caymmi. O álbum demonstra, também, a variedade de parceiros nas composições de Aldir, ao unir suas letras às melodias de Guinga, Moacyr Luz, Cristóvão Bastos, Ivan Lins e outros.

Outro parceiro notável é o compositor Guinga, com quem fez, dentre muitas outras, "Catavento e Girassol", "Nítido e Obscuro" e "Baião de Lacan".

Também em 1996, Leila Pinheiro lançou o disco Catavento e Girassol, exclusivamente com canções da parceria de Aldir Blanc com Guinga. No disco há uma homenagem a Hermeto Pascoal, com a música Chá de Panela, que diz que "foi Hermeto Pascoal que, magistral, me deu o dom de entender que, do riso ao avião, em tudo há som".

Em 2000, participou como convidado especial do disco do compositor Casquinha da Portela, interpretando a faixa "Tantos recados" (Casquinha e Candeia).

Publicou, em 2006 o livro "Rua dos Artistas e transversais" (Editora Agir), que reúne seus livros de crônicas "Rua dos Artistas e arredores" (1978) e "Porta de tinturaria" (1981), e ainda traz outras 14 crônicas escritas para a revista "Bundas" e para o "Jornal do Brasil".

Naná Vasconcelos


Juvenal de Holanda Vasconcelos, conhecido como Naná Vasconcelos, (Recife, 2 de setembro de 1944) é um músico brasileiro.

Desde jovem se envolveu os tambores nos movimentos de maracatu locais. Começou a tocar aos 12 anos com seu pai numa banda marcial no Recife.

Durante toda sua carreira sempre teve preferência por instrumentos de percussão e nos anos 60 se notabilizou por seu talento com o berimbau.

Em 1967 mudou-se para o Rio de Janeiro onde gravou dois LPs com Milton Nascimento. No ano seguinte, junto com Geraldo Azevedo, viajou para São Paulo para participar do Quarteto Livre, que acompanhou Geraldo Vandré no III Festival Internacional da Canção.

Além disso, Naná tem uma extensa carreira no exterior. A partir de 1967 ele atua como percussionista ao lado de diversos nomes de peso: Jon Hassel, Egberto Gismonti, Pat Metheny, Evelyn Glennie e Jan Garbarek. Formou entre os anos de 1978 e 1982, ao lado de Don Cherry e Collin Walcott o grupo de jazz Codona, com o qual lançou 3 álbuns.

wikipédia

Peter O'Toole

Peter Seamus O’Toole (Connemara, 2 de agosto de 1932 -) é um ator irlandês. É pai da também atriz Annette O'Toole.

Ler também é arte - por Marcos Leonel

Ler também é arte

Em 1990 Umberto Eco foi convidado pela Cambrige University Press a participar do Seminário Tanner. Ele escolheu como tema: interpretação e superinterpretação. E esse é o título do livro, relançado pela Martins Fontes, que contém o registro de todas as conferências feitas naquele evento. Para antagonizar o discurso do convidado também participaram Richard Rorty, Jonathan Culler, Crhistine Brook Rose e Stepthan Collini. Esse é um livro instigante, embora as aparências possam criar uma imagem de futilidade teórica à primeira vista.

O tema central do livro é o que verdadeiramente é válido na interpretação crítica de um texto. Diante das inúmeras teorias existentes a respeito do tema, Umberto Eco defende a idéia de que existem limitações para o ato da interpretação, se posicionando contrariamente a muitos seguidores e diluidores do desconstrucionismo e do neopragmatismo, correntes filosóficas que viraram moda, mas que poucos sabem verdadeiramente do que se trata e entende adequadamente suas funções. Da mesma forma que virou moda encontrar navios negreiros navegando em postes da Avenida Paulista, também virou moda malhar Derrida como se ele fosse o Judas da vez. Será que ele realmente balança moedas sorrateiras em seu bolso fantasmagórico?

Umberto defende a tese de que o próprio texto contém todas as linhas de interpretações possíveis através de marcadores textuais próprios, internos, sendo ele mesmo o indicador das posturas impossíveis. A partir da idéia da linguagem escrita ser um sistema prévio de escolhas e articulações, formando por si camadas estruturais, Eco entende que o texto pode abrigar inúmeros significados, tornando a obra opaca, suscetível a várias possibilidades de leitura. Essa mesma tese ele defendeu em outro livro, “A obra aberta”, em que ele alude também ao poder de leitura do indivíduo, a partir do seu conhecimento prévio sobre um determinado universo de significações.

Os outros autores que participaram das conferências fizeram várias considerações, algumas concordando com a posição de Umberto Eco e outras discordando completamente. Entre essas conferências uma chama a atenção pelo radicalismo inerente, a do neopragmatista Rorty, que defende a idéia de que qualquer um faz o que quer com qualquer texto, uma vez que não existe necessariamente uma realidade a se desvendar, ou uma essência significativa em texto nenhum. Para Rorty o que existe são usos que o leitor faz do texto e que cada um tem a capacidade de fazer interpretações mais ou menos pertinentes daquilo que está escrito, uma vez que o texto é autônomo, independente, livre, sem ligações com o autor ou o tempo histórico em que está inserido.

Independente de qualquer corrente que você siga sobre o tema, ou se não tem nenhuma, tanto faz, vale ressaltar aqui, o quanto que Umberto Eco é ágil em seu arcabouço de conhecimentos. Sem parecer pedante ou radical; sem dar carteiradas científicas canhestras; sem buscar na ciência um poder duvidoso de determinar o que é verdadeiro ou não; o leitor tem aqui um autor em plena forma intelectual, transbordando erudição e perspicácia, exalando inteligência plena em cada formulação, em cada sentença proferida. Esse mesmo é um livro capaz de provar que aquilo que se escreve acumula camadas estruturais que fornecem os elementos interpretativos para o leitor e que essas interpretações são orbitais, de acordo com a capacidade de aprofundamento de cada um.

Também vale ressaltar que na estrutura profunda dessas conferências reside a certeza de que ainda falta muito para se debater sobre a desconstrução e que os imediatistas conservadores podem ter que engolir suas palavras transformadas em críticas vaporosas sobre as teses de Derrida e Lyotard, só que agora providos de próteses, uma vez que seus dentes vampirescos foram quebrados pelas pulsões da pós-modernidade. Seria, pois, mais do que oportuno, após a leitura hiper recomendável de “Interpretação e Superinterpretação”, o leitor mergulhar nos ensaios de Jacques Derrida contidos no livro “A Escritura e Diferença”, caro, porém fundamental.
 por Marcos Vinícius Leonel

De Arlindo Marques Júnior

BUCY MOREIRA - por Norma Hauer


Foi no dia 1 de agosto de 1909 que ele nasceu, aqui no Rio de Janeiro, recebendo o nome de BUCY MOREIRA
Como seu pai tocava violão, desde pequeno demonstrou sua vocação para ritmista, daí, que, em 1930, foi descoberto por Francisco Alves que gravou, de Buci Moreira, o samba “Palhaço”, além de, nesse mesma época gravar como ritmista da Odeon.
Entre 1936 e 1940 foi diretor de harmonia da extinta Escola de Samba “Vê Se Pode”, do morro de São Carlos. Trabalhou também como cineasta, com Moacyr Fenelon.
Não foi um compositor de muitas músicas, , mas marcou nosso cancioneiro com os sambas “Anda, Vem Cá”; “Em Uma Linda Tarde”; “Não põe a Mão” e “Quem pode, pode”.
É de sua autoria, em dupla com Arnô Canegal,.um samba de nome “Adoro o Samba”, gravado por Carlos Galhardo em 1942, no qual o conhecido “Rei da Valsa” deu uma interpretação de verdadeiro sambista

BUCY MOREIRA faleceu em 28 de março de 1982, sem completar 73 anos.

Norma

Arlindo Marques Júnior- Por Norma Hauer


No dia 1 de agosto de 1913 ele nasceu aqui no Rio de Janeiro, recebendo o nome de ARLINDO MARQUES JÚNIOR.
Estudou no Colégio Pedro II, ingressou no Curso de Direito, desistiu e passou a trabalhar no jornalismo.
Como jornalista, trabalhou em vários jornais da imprensa carioca, entre eles, "Última Hora", "Radical" e "A Gazeta". Escreveu várias "revistas" para Derci Gonçalves, Alda Garrido e Walter Pinto. Foi um dos fundadores da Sbacem, cuja primeira diretoria integrou e da qual se desligou anos depois para ingressar na UBC.

Estreou como compositor com a valsa "Nossa padroeira", parceria com Zequinha de Abreu gravada na Columbia por Zezé Lara. Em 1932, Murilo Caldas gravou na Columbia sua marcha "Sobe no bonde". No mesmo ano, fez a letra para a valsa "Amando sobre o mar", de Zequinha de Abre.

Formou com Roberto Roberti uma das mais famosas parcerias de sambas e marchas carnavalescas. Em 1935, lançou com Roberti a marcha "Foi numa noite assim" e o samba "Queixas de colombina" gravados por Carmen Miranda em sua estréia na Odeon.
No ano seguinte, teve mais duas de suas parcerias com Roberto Roberti gravadas: as marchas "Colombina moderna", por Almirante e "Você é crente", por Mário Reis, ambas na Odeon. Ainda em 1936, mais quatro composições com o mesmo parceiro foram gravadas por Carmen Miranda na Odeon: as marchas "Nova descoberta" e "Não fui eu" e os sambas "Deixa esse povo falar" e "Capelinha do coração".

Mas seu primeiro grande sucesso, deu-se na voz de Orlando Silva: o samba “Abre a Janela”.

Em 1938 a marcha "Ali Babá", gravada por Odete Amaral na Victor também fez sucesso e, no ano seguinte, novo êxito com "O homem sem mulher não vale nada", também gravado por Orlando Silva na Victor
No mesmo ano, compôs com Gadé a valsa "Estrada do passado", gravada por Dircinha Batista e Castro Barbosa na Columbia e, com Roberto Roberti, o samba "Música maestro", gravado por Dircinha Batista na Odeon.

"Encontrei minha amada”, gravada por Orlando Silva no mesmo ano, foi uma resposta a “O Homem Sem Mulher Não Vale Nada”.

Com "Se a Orgia se Acabar", também da dupla,ocorreu algo referente ao antigo DIP.
Orlando gravou esse samba exatamente com esse nome, onde aparece a palavra "orgia".
Pois bem, após essa gravação, que marcou sucesso, o famigerado DIP resolveu que a palavra "orgia" era imoral, por representar vadiagem. Tal palavra foi proibida. Que fizeram os compositores: mudaram o nome para "Fui Traído" e Carlos Galhardo a gravou, no qual a frase final da 1ª estrofe foi transformada de:

"mas eu choro se a orgia se acabar" para
"mas vou chorar se o samba se acabar."

"Grande" DIP, importar-se com mesquinharias. Mas naquele tempo era assim.

Arlindo Marques Júnior faleceu em 4 de junho de 1968, sem completar 55 anos, enquanto seu parceiro Roberto Roberti viveu 89 anos.

Norma

Por Norma Hauer

Seu nome :MIRABEAU PINHEIRO.

Quase nada se encontra a respeito dele, mas posso informar que grandes sucessos de Carmen Costa foram de sua autoria , que com ela viveu durante algum tempo. Uma que marcou muito a carreira de ambos foi "Tem Nêgo "Bebo" Aí". ..

"Foi numa casca de banana que pisei, pisei,
Escorreguei, quase caí. A turma lá de trás gritou:
"Tem nego bebo aí, oi tem nego bebo aí".

A mais famosa foi "Cachaça":

"Você pensa que cachaça é água:
Cachaça não é água não
Cachaça nasce no alambique
E água vem do Ribeirão".

O caso de Mirabeau com Carmen Costa não era bem visto em sua época. Ele era casado, tinha dois filhos, viveu com ela algum tempo (sem se separar da esposa) e tiveram uma filha.
Sem Carmen Costa, em 1956, Mirabeau alcançou um grande sucesso carnavalesco com os “Vocalistas Tropicais : “A Turma do Funil”.

Devido às fofocas, Carmen, que já vivera nos Estados Unidos regressou àquele país, mas em 1959 retornou definitivamente ao Brasil.
Antes, por causa de seu caso com Mirabeau, gravou um samba de Ricardo Galeno de nome:"Eu sou a Outra".

"Ele é casado e eu sou a outra na vida dele...",
o que deixou sua esposa furiosa.

Mirabeau nunca se separou de sua esposa e faleceu em 7 de outubro de 1991, com 67 anos

Enquanto Carmen viveu, em todos seus "shows" cantava as músicas de Mirabeau, que foram os seus maiores sucessos, só ultrapassado por "Está Chegando a Hora", de Henricão.

Como morrem os amores- enviado por Altina Siebra

COMO MORREM OS AMORES...(Jorge Linhaça)

Os amores morrem de inanição.Se não há alimento.Os amores morrem de decepção.Se não há sobriedade.

Os amores morrem de ciúmes.Se lhes falta alento.Os amores morrem de quietude.Se não há cumplicidade.Os amores morrem de tédio.Se lhes faltam motivação.Os amores morrem de egoísmo.Quando se ama em solidão.Os amores morrem cedo.Quando falta compreensão.Os amores morrem queimados.No calor de uma discussão.Os amores morrem sufocados pela mágoa acumulada.Os amores morrem afogados.No mar das mentiras criadas.Os amores morrem doentes quando somos intransigentes.Os amores morrem dormindo se a paixão vai se diluindo.Os amores morrem! Porque nós o matamos.Os amores morrem se os sentimentos ocultamos.Os amores morrem. Porque não os vivemos.Os amores morrem. E, morrendo o amor.Nós é que morremos.

Vislumbres
- Claude Bloc -




Fecho os olhos
vislumbro tempestades
salgadas e meteóricas
Diante de mim um tempo incerto
dissolvido em lágrimas
sentimentos completos
e complementares
silêncios suspendidos em miragens
fundindo-se em segredos desencontrados
apenas imaginários.

Alinhar ao centro

Karimai - por Socorro Moreira

Em 1981 , trabalhei por uns tempos, na Ag. do Banco do Brasil de Juazeiro do Norte, e morei no Juazeiro.
Foi nesse tempo que conheci Luiz  Karimai, e o seu impressionante talento , como artista plástico. 
Caio Marcelo, meu filho mais velho, tinha então 10 anos, e já mostrava jeito  para a pintura e desenhos. 
Foi seu aluno por um breve período, mas valeu-lhe grandes lições. 
Nos meus sempre retornos, visitava o Centro Espírita  por ele dirigido e, quando precisei de uma palavra iluminada , dele recebi apoio. Era uma figura simples , delicada , sábia, e nas suas telas , toda sua alma  ficava registrada. Alma de ufólogo. Um ET, com missão especial entre os homens. Um anjo, talvez !
Lembro que , no Natal de 2001, aconteceu uma exposição de Karimai , no Shopping Cariri . Naquele ano, não entrei em nenhuma loja para comprar os tradicionais  presentes natalinos para  os nossos, mais íntimos. 
Comprei flores em quadros, desenhados e pintados por Karimai, 
Naquele ainda Natal, também ganhei  quadros de Karimay que, até hoje , e para sempre, enfeitaram de luz, um canto da minha casa.
Foi uma grande perda, no sentido presença física. Mas  a sua luz norteará os nossos caminhos... Ele continua presença plena. Um dia  isso acontece ... Todos mudamos de residência  .
Karimai , dos altos, nos abençoará ! .

Por Stela Siebra Brito

Para o toque das mãos que se encantam e se entregam não há palavras;
talvez imagens; música há com certeza. E silêncio.

Parâmetros

O infortúnio do sonho
abala o sonhador
que não entende:

nuances e cheiros
somente haverá encanto
se ferver a pele.

O devaneio (bom que se diga)
é alimento do que temos
de mais concreto:
os sentidos.

Suores, contrações,
batimento cardíaco,
o simples tremor
das sobrancelhas

é o refúgio da razão
que se abriga
para não ser iludida
ou desmascarada.

É como tentar diálogo
com um bêbado:
a verdade dele
é mais densa.

Resta-nos fugir
senão espancá-lo
até a morte.

Do baú de Stela Siebra Brito

MÃOS


Mãos crianças brincando de ciranda e de amarelinha,
desenhando a luz da manhã, inquietas, atuantes.
Mãos brincantes:
colhendo frutos,
aparando a chuva,
cortando a cana,
cortando o vento,
cortando a água.

Silêncio.
Música e silêncio.
Som de suave flauta invade a alma.
As mãos vão se abrindo dançantes,
contando muitas histórias,
histórias cicatrizadas em bordado de linhas coloridas.
Cores vibrantes,
cores marcantes.

Mãos de mulher:
amorosas,
suaves,
cálidas,
receptivas.
ao toque, ao encontro
de outras mãos,
de tuas mãos que invadem as minhas
e aí se completam, se entregam,
encantadas,
mergulhadas
no som da Nona Sinfonia que ecoa por todo Universo.

(10/05/06)

ATENÇÃO, ATENÇÃO! Vem aí o segundo concurso Zoomcariri de Fotografias!

Com a temática: “MÃOS”

Vá preparando o seu material... Inscrições a partir de 19 de Agosto, dia da fotografia, à 30 de novembro, com divulgação do resultado em: 25 dezembro 2010.

Aguardem regulamento.

Este é o tema do segundo concurso de fotografia do Blog ZOOMCARIRI.

Mãos... Constroem, mãos acariciam, mãos se expressam, apontam caminhos, faz e desfaz, tocam um instrumento, prendem e libertam. Mãos aos céus, mãos plantam, mãos seguram, mãos mágicas, mãos bobas, unem-se, acenam, despedem-se, despem, em fim, as mãos impunham uma máquina fotógrafa e faz história!

Faça você história! Inscreva-se neste que é um concurso aberto aos fotógrafos do Cariri e bem nosso! Vão preparando o material, que breve divulgaremos a premiação e o regulamento! De certo as inscrições estarão abertas, de: 19 de agosto, dia da fotografia, até o dia 30 de Novembro!

Até lá.
Pachelly J & Dihelson Mendonça

Karimay forever! - Por Carlos Rafael

Ele caminhou firme na linha tênue

Equilibrando-se com a sua espada de luz de samurai zen

O que é para um mestre atravessar para o outro lado?

Uma travessia, decerto, pisando o solo sagrado com sapatilhas de bailarino
Já o seu tamanco de carvalho, este já estar bem gasto
Também pudera, sua caminhada, longa e árdua, venceu os terrenos derrapantes
Com breves e estratégicas paradas para cultivar, por exemplo, um bonsai de umbuzeiro
Da minha parte, sei que o mestre nunca parte
Ele adianta os passos para mostrar as veredas que dão em algum lugar


 
Por Carlos Rafael

brigadeirão de nutella -para a amiga Stela

Brigadeirao de nutella


5 ovos

02 latas de leite condensado

01 xic de leite

06 colheres de chocolate do frade

01 colher de sopa de margarina

01 pote de nutella

Bata no liquidificador os ovos ( bater bem) ,o leite condensado e demais ingredientes, coloca em forma untada polvilhada com açúcar .

coloca para assar em banho Maria.

Deliciosa!

São João em Aldeia - Por Marcos Barreto de Melo






ESSE TEXTO É DEDICADO A TERESA E ALEXANDRE PERETTI, ANFITRIÕES DA FESTA.










NUMA SALA DE REBOCO



Pouco tempo antes de perder o seu grande parceiro musical, o poeta e compositor Pernambucano Zé Dantas, prematuramente desaparecido em março de 1962, Luiz Gonzaga excursionava pelo nordeste quando, de passagem pela Paraíba, foi procurado por um cidadão que se dizia seu fã e admirador. Era o poeta José Marcolino, paraibano da cidade de Sumé, que logo tratou de mostrar suas poesias ao Rei do Baião. Luiz Gonzaga, entusiasmado, não exitou em demonstrar o seu interesse pelo trabalho deste poeta e prometeu-lhe gravar estas músicas no seu próximo LP, o que ocorreu em 1962 quando lançou o LP Ô VEIO MACHO, no qual seis das doze músicas gravadas são composições deste seu mais novo parceiro.
Mais tarde, já no ano de 1964, Luiz Gonzaga gravou o LP A TRISTE PARTIDA. Neste disco de doze faixas, mais quatro músicas do poeta de Sumé foram interpretadas pelo Rei do Baião, dentre elas o xote NUMA SALA DE REBOCO (Luiz Gonzaga - José Marcolino), a que mais se destacou pela brejeirice dos seus versos e pelo ritmo convidativo à dança.
Descreve este xote o sentimento de um caboclo sertanejo pela sua doce amada, numa daquelas raras oportunidades em que lhes é permitido um encontro. Numa casa com chão de barro batido e paredes de taipa, com o reboco feito à mão, e sob a luz mortiça de um fumacente candeeiro, o fungado de uma sanfoninha de oito baixos determina o clima e comanda a alegria. É nesse ambiente mágico que o matuto esquece da sua rudeza nativa e, aproveitando-se do gemido da concertina, confessa em surdina a sua dor e o seu amor por aquela menina, certo de que ninguém está notando a sua conversa. Ainda que acuado pelos olhares reprovadores do pai da moça, tudo agora é festa e alegria no seu coração. Tristeza, só ao nascer do dia, quando o samba se acabar. Mesmo assim, ele se despede da amada e vai para casa, levando na lembrança o tom daquele vestido encarnado, e na mente, ainda, o toque da sanfona e a batida cadenciada da zabumba. No ar, o seu perfume. Para ele, é como se a festa ainda continuasse.
Dançar NUMA SALA DE REBOCO é mesmo diferente.Tem o seu encanto, tem a sua magia.Tudo parece ser sinônimo de festa e de alegria. Enfim, um privilégio do matuto sertanejo. Pensando nisto e com o intuito de para cá transportar este clima, foi que Tetê e Alex deram a este ambiente o nome de SALA DE REBOCO. Além de resgatarem a lembrança de Luiz Gonzaga e de José Marcolino, autores deste tão delicioso e legítimo xote pé de serra, também criaram um espaço bonito, aconchegante e, agora, amplo o suficiente para acomodar toda a alegria e hospitalidade deste casal.
Pois bem. Você agora está NUMA SALA DE REBOCO. Entre neste clima. Libere suas energias, dance e divirta-se. Aqui só há lugar para a alegria. Tristeza, só lá fora. Ou, quem sabe, amanhã, quando o sol raiar e a sanfona se calar.


Marcos Barreto de Melo
Recomeço
- Claude Bloc -

Quando a gente precisa recomeçar, quando a gente precisa vislumbrar alguma luz no horizonte e que as coisas parecem emperrar, é necessário buscar coragem no fundo de um baú - que nem se sabe qual - buscando lá reservas de força para conseguir enfrentar esses reveses.

Claro, estou me acostumando a esses recomeços, a essas buscas incessantes, mas isso não significa que eu, em algum momento, não me sinta frágil, desesperançada e insegura. Tem vez que dá vontade de jogar tudo para o alto, de apenas deitar numa cama emprestada e chorar. Emprestada sim e aí reside um dos meus desalentos. Lá, nesse espaço macio, eu poderia chorar toda essa angústia acumulada que vem se delineando há algum tempo e que agora empaca mais aguda e persistente.

Minha aparente calma talvez não permita, a quem me vê, ler a agitação de minha alma. Acostumei-me a camuflar minhas dores. A deixá-las guardadinhas para tentar resolvê-las com o decorrer do tempo. Por isso para algumas pessoas talvez eu pareça uma tonta ou sem as habilidades necessárias para fazer as coisas acontecerem. Vejo, porém, que isso, toda essa repressão que faço por cima de mim para esconder meus dissabores reflete no meu organismo. Toda a carga de tensão pela qual estou passando me fez calar-me em uma afonia quase total, através da qual apenas me restou o sussurro e um cansaço desanimador. Estou sem voz há uns dois dias Sem ânimo. Lutando, porém.

Vejo também com tristeza, muitos traços de incompreensão por aí em muita gente, jogos de palavras, de cismas, de respostas evasivas. O mundo tornou as pessoas insensíveis? A gente entra de alma limpa em busca de respostas e sai sempre com uma interrogação cruciante, nada definido, nada concreto. Somente latitudes. E, no entanto, eu sou do sim ou do não. Da sinceridade!

Figurante - por Rejane Gonçalves


Comecei a rejeitar Emanuel ao perceber que ele se dava bem com a solidão. Dividi a casa ao meio e cada um tomou um pedaço. A mim coube o menor, quis ser justa, erguer a parede fora uma idéia minha. Ele não reclamou, ficava parado, vendo a casa pouco a pouco transformar-se em duas.
Aos oito anos, para que eu me curasse do hábito de comer terra, obrigaram-me a mascar folhas de fumo. Desde sempre, fumo cachimbo e como barro; minha língua acostumou-se ao roçar dos grãos arenosos e, quando o barro é colhido depois de uma breve chuva, um sumo marrom me escorre pelos cantos da boca, igual me escapa dos lábios o sumo transparente da pêra aguacenta. Sou dessas pessoas de quem dificilmente se consegue tirar alguma coisa, antes acrescentam outras. Engordei muito, talvez devesse mesmo ter dividido a casa. Desse lado eu só, do outro, ela e Emanuel.
Sobre mim o vidro embaçado, o avesso da roupa, a camada de tinta, apenas a lembrança turva dessas coisas que acabo de contar, se bem que falei mais para dentro do que para fora, como se fosse um treinamento, um jogo de desesquecer. Desabituei-me das pessoas, só lhe atendi pela curiosidade de saber se, num corpo, continua tudo igual. Agora você pode ir, a casa de Emanuel é a outra, colada em mim. Não, é impossível que você tenha vindo à minha procura, queira me entrevistar, sim, você tem razão quando afirma que a escritora sou eu, era, faz tempo que houve uma inversão. O que posso lhe adiantar é que depois das muitas histórias, do fazer e refazer criaturas, das incontáveis camadas de tinta a encobrir o mundo real, a atenção tem que ser redobrada, um pequeno descuido e os papéis se invertem. Eu achei que estava no comando, até o dia em que me percebi capturada no início de uma história, presa num espaço exíguo, poucas linhas, todas retas, nenhuma possibilidade de curvas, de tropeções em uma pedra qualquer, parágrafos previamente estabelecidos, hora certa de acabar, justificativa frágil para o corte do argumento, a mesquinhez do ponto, ponto final; até que senti o pincel cobrir-me com uma tinta amarela, bem pálida; até que mal enxerguei Emanuel que se preparava para outra demão e desistiu, como se temesse me avivar as cores. Não teve o amor, a consideração que eu sempre dispensei a ele, nem passou dias e noites a escolher os tons certos, a morrer engasgado com a bolha de ar que, dependendo da posição do pincel, tende a formar-se na textura da tinta. Fez-me um personagem esmaecido, aqueles que nas histórias não têm importância alguma. Bata à porta de Emanuel, ele é quem me inventa, quem sabe tudo sobre mim, quem coloca as palavras na minha boca, quem tem medo de trocar a cor da tinta. Que eu me lembre, ele nunca chegou aos pés do que eu fui. Ele é cauteloso, ciente dos perigos, protetor feito um cão de guarda, não é que não nos deixe sair à rua, deixa, mas se debruça na janela e mantém a porta escancarada, para que possa sair rápido e alcançar num tempo bem curto a criatura que, em busca de um distanciamento, tome um gole maior de fôlego.
Se eu me arrependo? Não, não. Por quê? Ora, por quê? Escreva aí, Emanuel, embora seja capaz, não enxerga claridade na sombra, não teria, pois, a coragem de se permitir criar um Emanuel.


(obs. Enviei este conto para o 5º Prêmio Maximiano Campos de Literatura- em 28 de julho de 2009 – Postei no site às 2l.57. (pseudônimo: pão-ázimo)


Casa Armazém Musical Bar


Kaika convidou você para Abertura da casa Armazém Musical Bar.

Abertura da casa Armazém Musical Bar
sexta, 13 de agosto às 21:00
Local: Rua Ratisbona, 85 - Centro - Crato - Ceará

Pérolas da MPB

Ponto Final / Meu Sonho é Você
Zezé Gonzaga
Composição: José Maria de Abreu / Jair Amorim / Altamiro Carrilho / Átila Nunes

Não me pergunte a razão
Não me atormente demais
Falo por meu coração
Tudo acabou
Nada mais
Sinto muito, mulher, mas é tarde
Esta chama de amor já não arde
Faça de conta que eu sou
Como alguém que morreu
Como a fumaça que passa
E se esgarça no ar, no ar
Uma história incolor foi aquela
Um capítulo a mais de novela
Nossa comédia acabou
Sem aplausos sequer
Quando o pano baixou
Uma cena banal
Põe-se um ponto final

Quando eu passo pela rua onde mora
Aquela que eu perdi
Numa noite de verão
Ainda hoje eu sei que ela chora
Relembrando com saudade
Aquela amizade que o tempo levou, levou
Meu desejo era ser bem feliz
Mas o destino não quis
Vivo sofrendo afinal
Meu sonho é você
Que é todo o meu mal
Tudo terminou de um modo banal

Numa cena banal
Põe-se um ponto final

Na casa de Lidúina !

Foi assim que a encontramos, num dia especial e feliz . A mesa posta , o jardim revelando o mistério da flor. 
Clima ameno , vento balançando as palmeiras. Escutei o papo entre ela e Victor : pessoas que sabem da vida , e compreendem a alma humana.
Encontro feliz. De lá voltamos revigorados  pelo carinho da amizade.

Obrigada, Lidú !

Mamãe Edilma, eu estive dó-dói !

...Mas o doutor, vendo meus olhos espertos, logo disse : nada grave. Basta um soro para hidratar, e já pode curtir o seu passeio.
Acho que as comidinhas gostosas do sertão estranharam-se no meu estômago , acostumado com as delicadas comidas de mãe. 
Foi uma delícia conversar com Fafá (Fátima Cassandra), filha única de Edilma Rocha. Edilma  é seu ídolo!
"Em tudo que a minha mãe bota a mão, dá certo! 
 Ela é fantástica !"

Fafá é uma mocinha  meiga, linda, estudante de Arquitetura, e pretende  fazer arte, a exemplo dos cobras da família : mãe, avós, tio, ...!
Beijo, menina, e que  o final de noite tenha sido só de alegrias !

Crônicas de uma geração: o baile Rock à Fantasia

Samuka, que não foi ao baile, e Blandino, o "promoteur"
Em 1986, quando o Bar de Abidoral cerrou suas portas, depois de um curto, mas intenso período de noites sequiosas e do mais puro(?) hedonismo juvenil, Blandino Lobo abriu aquele que seria o espaço sucessor enquanto novo point da rapaziada: o Lagoinha Bar, localizada no caminho entre Crato e Ponta da Serra.

No Lagoinha Bar havia uma novidade: um dancing, onde a galera rodopiava, pulava e suava aos cântaros ao som de velhos sucessos e hits da época, dentre eles Nos Barracos da Cidade, um embalado reggae de Gilberto Gil. A onda do momento era dançar solto, fazendo as folgadas roupas, os longos cabelos e as indefectíveis miçangas balançarem num espetáculo à parte.

O lugar era distante , cerca de cinco quilômetro do centro do Crato, agravado ainda pela inexistência de transporte coletivo, nem convencional nem alternativo. O jeito era se valer da providencial carona, o que tornava a clientela do bar mais do que selecionada.

A especialidade do Lagoinha Bar era um baião-de-dois com carne assada ou galinha caipira. Blandino sempre foi muito generoso no tamanho das porções e do preço. E o baião-de-dois era feito com arroz integral.

Em outubro de 1986, depois do bar estar consolidado como o mais frequentado espaço da moçada, Blandino resolveu fazer uma festa. Na verdade, um baile à fantasia. Estava-se vivendo o apogeu do rock brasileiro, com várias e interessantes bandas ocupando as paradas de sucesso e as mais altas posições do rancking dos maiores vendedores de discos da música brasileira. Titãs, Blitz, Paralamas, Barão Vermelho, Capital Inicial, Ira, Legião Urbana, Camisa de Vênus, Os Inocentes, Engenheiros, Espírito da Coisa, Magazine, Inimigos do Rei, Biquini Cavadão, Lobão e os Ronaldos, Kid Abelha e outras dezenas ou centenas de banda faziam a trilha sonora daqueles alegres anos oitenta. Portanto, no embalo do “roque tupiniquim”, Blandino decidiu fazer o baile Rock à Fantasia, o primeiro de uma série de três.

Fui convidado para dividir com Blandino a produção executiva da festa. Chamamos Marcos Leonel e Júnior Balu para selecionar e gravar a trilha sonora. O artista plástico e decorador Edelson Diniz fez a ambientação, de inspiração trash. Salatiel gravou a propaganda que foi veiculada nas emissoras de rádio da região. O lema da festa era “neste baile o limite não tem artrite”, por sugestão de Marcos Leonel.

Foi um mês de trabalho pesado, incluindo a confecção artesanal de uma máscara que fazia a vez do bilhete de ingresso. Fizemos mais de mil máscaras-ingressos.

Em 26 de novembro daquele ano bom de 1986, um sábado de lua cheia, precisamente às vinte e duas horas, Salatiel, na função de mestre de cerimônia, deu por aberto o baile, sob o som de... ópera.

Por intermináveis trinta minutos, a música que rolava era somente a erudita, com o público que chegava se impacientando quase às raias da exasperação.

Completado o tempo preliminar previsto de ópera, Marcos Leonel e Júnior Balu detonaram o rock de abertura: Let’s Dance, sucesso de David Bowie, ainda fresquinho na época.

Foi o início de uma longa noite de muita curtição. A festa só acabou quando os primeiros raios do sol acalmaram os renitentes foliões.

Conversa puxa conversa (5) - Por Sônia Lessa


Conversa puxa Conversa (5)


Ele me comunicou, bem satisfeito,
que havia ingressado por concurso na administração pública.
Parabenizei-o e perguntei-lhe
quem iria continuar seu trabalho de limpador de telhados, podador de árvores, lavador de caixas d’água,
serviços de homem sem medo de altura.
Ele me pediu que ficasse tranquilo,
pois tudo já estava acertado com o chefe da Repartição.
Eram conhecidos desde o tempo de escola,
perderam-se de vista quando o colega foi para o ginásio
e ele para o corte da cana, ajudante da mãe.
Depois foi servente de pedreiro, serviu o Exército,
freqüentou curso noturno, tinha muitas habilidades profissionais e vasta carteira de clientes.
Ainda era pobre,
mas a mulher e os filhos já desfrutavam do conforto da cidade. Há tempos sonhava com o serviço público.
Preparou-se com esforço para o difícil concurso
e alcançara aprovação. Nos primeiros dias de nomeado
deu expediente na casa do chefe: coisa rápida,
era a antena da televisão. Nesta ocasião acordaram
uma melhor forma de viver. O chefe lhe assegurava
o cargo público, ele recompensava o chefe
com pequeno pagamento mensal e obrigatório
e os clientes que ficassem tranquilos.
_______________________________________________________________
Portinari, Candido
Homem Subindo em Escada de Corda
s.d. nanquim, guache, grafite, sépia e crayon colorido sobre papel 26,3 x 14 cm
Coleção Particular
Reprodução Fotográfica autoria desconhecida
 por Sônia Lessa

Bolo Liso

Somos de fase. Acho que a intenção, no fundo, é aperriar nossa mãe. Se ela oferece bolo fofo, queremos bolo liso, e vice-versa.
Hoje lembrei  uma das opções lá de casa. Bolo fofo? A gente prefere bolo liso !
Copiem a receita de uma teimosa exigência.

BOLO LISO

Ingredientes
3 copos de leite
1 copo de farinha de trigo ( sem fermento)
1 colher de manteiga
3ovos
1 lata de leite condensado
150gr de queijo ralado
1/2 xícara de açúcar.


Modo de preparo
Bata tudo no
liquidificador, forma untada e polvilhada, e leve pra
assar por 50minutos.

Correspondência de Bruno Pedrosa para o Cariricaturas




Obrigado pela mensagem comunicando o lançamento do livro "Cariricaturas...". Fiquei feliz com a oportunidade de participar desta publicação junto com vocês. Fico esperando ansioso a chegada do exemplar que vocês me prometeram e agradeço desde já a gentileza. Não tinha respondido antes suas  mensagens porque estava em ferias na minha temporada anual em Saint Tropez - o sul da França é o meu "xodò" na Europa. Aproveito também para trabalhar, alem de me divertir, nesta temporada que faço por lá . Desta vez fiz uma serie de desenhos que vou expor em Paris no próximo mês de Novembro.
Em Outubro, se tudo andar bem, volto ao Crato pelo menos por uma semana e quem sabe nos encontraremos ao vivo. Enquanto isto, vamos continuar o papo aqui pela Internet. 
Abraço grande,
Bruno

Correio Musical

Vivo aos 102 anos - Por Norma Hauer

Quem conhece um compositor que hoje está completando "apenas" 102 anos? E lúcido !
Quem hoje conhece FRANCISCO MALFITANO ?

Ele é um compositor de sambas, que fez muita parceria com Erastótenes Frazão e deu muitas músicas para que Déo as gravasse.

Ele nasceu em 31 de julho de 1908 e completa hoje 102 anos, morando em São Paulo, como sempre o fez, na cidade de Santos, onde nasceu.

Braguinha chegou aos 99 anos mas Francisco Malfitano, ao contrário de Braguinha, está lúcido (Braguinha estava "vegetando" há alguns anos) .

Algumas de suas músicas, que marcaram nosso repertório:

" Eu passei na Ponte", gravado por Linda Batista

"Eu passei na ponte, a ponte estremeceu.
Água tem veneno,oh nega. quem bebeu morreu"...

"Sinto Lágrimas" e Vai-te Cansar", com Aracy de Almeida; "Plac,Plac", com Dircinha Batista; “Mente ao Meu Coração”, com Sílvio Caldas...

"Mente ao meu coração...
Que tu és a mentira mais gostosa,
De todas as mentiras que tu dizes."

" Ponto Final", com Linda Batista; "Vasco x Flamengo", com Murilo Caldas (irmão de Sílvio); "Você é das Tais", com Francisco Alves ; "Ela Não Voltou", com Aluísio Silva Araújo, um dos primeiros humoristas da televisão...

E algumas outras.

Malfitano nunca morou no Rio de Janeiro e afastou-se cedo do meio musical, não chegando a "brilhar" como outros de seu tempo.
Mas enriqueceu nosso cancioneiro.
Hoje recebeu as merecidas homenagens de seus familiares e provavelmente receberá de Luiz Vieira( na segunda-feira) visto que este nunca se esquece daqueles que marcaram nossa música.


Norma

Yves Saint Laurent


Yves Henri Donat Mathieu-Saint Laurent (Oran, 1 de Agosto de 1936 — Paris, 1 de Junho de 2008), foi um estilista francês e um dos nomes mais importantes da alta-costura do século XX.

Nascido na Argélia, então possessão francesa, St. Laurent era filho do presidente de uma companhia de seguros e seu gosto pela moda lhe foi despertado pela mãe. Aos 17 anos, deixou a casa dos pais para trabalhar com o estilista Christian Dior, de quem herdou o controle criativo da casa Dior após a morte de seu mentor em 1957, com apenas 21 anos de idade, e assumiu o desafio de salvar o negócio da ruína financeira.

Pouco depois de conseguir sucesso no objetivo, St. Laurent foi convocado para o exército francês, durante a Guerra de Independência da Argélia. Após 20 dias, o estresse de ser maltratado e ridicularizado pelos colegas soldados levaram-no a ser internado num hospital mental francês,onde ele foi submetido a tratamento psiquiátrico, incluindo terapia por eletrochoques, devido a um esgotamento nervoso

wikipédia

Ney Matogrosso





Poema
Ney Matogrosso
Composição: Cazuza / Frejat

Eu hoje tive um pesadelo e levantei atento, a tempo
Eu acordei com medo e procurei no escuro
Alguém com seu carinho e lembrei de um tempo
Porque o passado me traz uma lembrança
Do tempo que eu era criança
E o medo era motivo de choro
Desculpa pra um abraço ou um consolo
Hoje eu acordei com medo mas não chorei
Nem reclamei abrigo
Do escuro eu via um infinito sem presente
Passado ou futuro
Senti um abraço forte, já não era medo
Era uma coisa sua que ficou em mim, que não tem fim
De repente a gente vê que perdeu
Ou está perdendo alguma coisa
Morna e ingênua
Que vai ficando no caminho
Que é escuro e frio mas também bonito
Porque é iluminado
Pela beleza do que aconteceu
Há minutos atrás

Bruna poetisa !

Uma mulher

(Bruna Lombardi)

Uma mulher

(Bruna Lombardi)

Uma mulher caminha nua pelo quarto

é lenta como a luz daquela estrela

é tão secreta uma mulher que ao vê-la

nua no quarto pouco se sabe dela


a cor da pele, dos pêlos, o cabelo

o modo de pisar, algumas marcas

a curva arredondada de suas ancas

a parte onde a carne é mais branca


uma mulher é feita de mistérios

tudo se esconde: os sonhos, as axilas,

a vagina

ela envelhece e esconde uma menina

que permanece onde ela está agora


o homem que descobre uma mulher

será sempre o primeiro a ver a aurora.

A poesia de Bruna Lombardi

Bruna Lombardi



Bruna Patrizia Maria Teresa Romilda Lombardi (São Paulo, 1 de agosto de 1952), mais conhecida como Bruna Lombardi, é uma atriz, modelo e escritora brasileira.

É filha de Ugo Lombardi e está casada com o ator Carlos Alberto Riccelli com quem tem um filho, Kim, nascido em 1981. A família vive nos Estados Unidos da América.

Cariricaturas de luto : Karimai , lembrança luz !

Para Karimai - por Ulisses Germano


karimai - vida latente

Nós somos merecedores
De tudo o que acontece com a gente
Karimai sabia disso
Por isso vivia calmo
Persuadido com a compreensão
De que tudo perece
Já que a gente merece
Tudo que acontece com a gente

Ulisses Germano
Último sábado de julho de 2010
Crato-CE.

Socorro, Karimai se transformou!

Cansaço
- Claude Bloc -

O que há em mim
é sobretudo cansaço
Não sei se disto ou daquilo,
se de tudo ou de nada...
Creio ser cansaço,
ele mesmo,
cansaço.
Talvez essas coisas todas
essas...
e tudo o que falta nelas, eternamente
tudo o que produz em mim cansaço,
Este cansaço que é meu
Meu cansaço.

E entre um cansaço e outro
amo infinitamente o finito,
e desejo impossivelmente o possível,
porque sinceramente quero tudo,
tudo ou um pouco mais.
E
Entre o sonho e a vida sonhada
Entre o tudo e o nada,
Entre isto ou aquilo
vem a suprema felicidade...
Depois,
o tempo se escoa por entre os sonhos
e resta apenas o cansaço.
.

Merecemos notícias boas - Por José de Arimatéa dos Santos

Já tem um bom tempo e parece que a coisa aumentou agora. Ao ligar a televisão e o que se vê é notícia ruim e de preferência violência. Longe de mim colocar uma venda nos olhos e simplesmente ignorar toda notícia ruim e de violência. Mas o que critico é o sensacionalismo e a insistência num mesmo assunto. É importante, claro que sim. Mas para quê a insistência em noticiar casos escabrosos nos mínimos detalhes? É um sadismo só de muita emissora de tv. Tem canal que se o telespectador apertar o controle remoto sai sangue.
O que defendo é que ao lado da notícia ruim se noticie também fatos bons que engrandecem o ser humano. Que tal noticiar cidadãos que cuidam dos animais, da natureza ou vive da solidariedade para com os demais semelhantes? Passar a mensagem que ao lado de notícia ruim tem também ótimas atitudes de belos seres humanos. No mundo em que os fatos ocorrem tão rapidamente se faz necessária uma reflexão sobre tudo que está a acontecer. Assim, poderemos ver tudo isso de uma forma crítica e encontrar as saídas para a resolução dos problemas que afligem o planeta e seus habitantes.
Em tempo: Vi na Globo uma notícia boa, na Inglaterra, em que um cidadão conserta equipamentos da cidade em que mora de forma voluntária. Anda com martelo e prego arrumando os bancos das praças. Com isso, vê-se que é possível noticiar atitudes boas e ótimas.
Foto: José de Arimatéa dos Santos