Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

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terça-feira, 2 de novembro de 2010

Por João Nicodemos

semi breve

o tempo voa

Recebido por e-mail

Minha Colher no Angu II

Não vi até agora nenhum empresário dizer qualquer coisa de ruim do governo Lula. Não vi nenhum empresário derramar-se pela mídia apregoando que Dilma representa uma ameaça para o Brasil, muito pelo contrário... Paulo Scaf, presidente da Fiesp e candidato a governador de São Paulo pelo PSB, logo após a apuração do primeiro turno, não vacilou em declarar seu apoio ao projeto da continuidade do governo Lula. Porque é isto que a Dilma representa: a continuidade do processo de inclusão social que este país viu acontecer a despeito de, no passado, Mário Amato, sair de cutelo em punho, nos ameaçando com o caos, caso Lula vencesse a eleição.
Não vi os Ermínios de Morais, os Setúbals, os Odebrechts... não vi nem ouvi nenhum usineiro por aí declarando o voto no adversário, no antibrasil que insiste em esconder-se por trás de das mentiras e calúnias, propagadas a soldo por terceiros, posando de “bom moço”, defensor da moral e dos bons costumes, um adversário que teve o desplante de, quando governador nomear um engenheiro para a Dersa, a mais de 20 anos amigo pessoal do eleito senador por São Paulo, Aloyso Nunes, seu braço direito, para depois chegar em público e dizer que nunca ouviu falar na pessoa. Cadê a coerência? Coerência é o que vemos com o projeto iniciado com o governo Lula. A revolução que vemos acontecer está beneficiando a todos, viu, a todos, afinal um jogo só é bom quando todos saem ganhando. E todos saem ganhando quando há espetáculo, quando o jogo é limpo, quando os craques jogam o que sabem, jogam bonito e a galera vai ao delírio.
Quem está descontente com a atual política economica e social? Descontentes estão aqueles que, no passado, perseguiram, torturaram, assassinaram e hoje tremem nas bases ao verem que uma ex-guerrilheira comandará o país; decontentes estão aqueles que se locupletaram com os 20 anos de ditatura neste país e agora posam de democratas, na maior cara de pau; descontentes estão aqueles que sabem que a Polícia Federal está fortalecida, que foram mais de 1200 processos contra corruptos, sanguessugas e parasitas; descontestes estão os aiotolás, mulás e talebans do nosso lado cultural mesquinho, eunuco e trevoso; descontentes estão aqueles acostumados as carteiradas, ao “sabe com quem está falando”, aos que nas filas do aeroportos torcem os seus narizes plastificados para o povão que estão perdendo o medo de avião; descontentes estão aqueles acostumados a apostarem no desequilibrio economico que nos fazia desvalorizar nossa moeda a cada 30 dias, tudo para encher as burras do capital especulativo e do velhos defensores da tese de que o bolo precisa crescer para depois dividir.
Aqui pra eles! Este tempo acabou, meus caros. E não haverá revanche, sabiam? Porque sobretudo ninguém, ninguém amiguinhos, sairá pisoteando as leis como vocês fizeram em 64, cambada de mequetrefes, abutres do fígado alheio!
O país chegou a um consenso a respeito do fortalecimento do mercado interno. E como se faz isto? Com a inclusão daqueles que a 500 anos estiveram alijados do processo. Foi um passo gigante, um passo que foi dado e tornou-se vitorioso, porque todo mundo viu que é possível sair do atraso e alavancar o futuro com uma nação unida, com uma democracia fortalecida, com uma perspectiva de futuro.
Acusam o PT de ter aparelhado o Estado Brasileiro! Balela, conversa pra boi dormir. Pergunto: e antes, o estado estava estava aparelhado por quem e para quem? Não havia aparelhamento, é? Ou vocês acham que o governo Lula devia nomear os mesmos cupinchas vossos? A massa de homens e mulheres que foram forjados na luta pela liberdade e pela justiça neste país deveria ficar fora do governo? A troco, cambada de sacripantas? Mentes que aprenderam que governo bom é governo para todos, deveriam estar fora do poder? Só porque vocês querem!
Os caras são tão desarvergonhados, que usando de táticas conhecidissímas cooptaram pela mídia o voto verde. Marina agora está pintada de azul. Só porque eles querem! Pensam que a acreana vai deixar barato. Não conhecem a história do Acre, nunca ouviram falar de Plácido de Castro, subestimam a alma seringueira.
Mas a vida continua, vai continuar meus amigos. E vai continuar com o terceiro ato da peça que esperamos 500 anos para começar a escrever e agora está no palco e em longa temporada. É Dilma, para o Brasil seguir mudando, avançando, rumo ao país dos nossos sonhos e não dos nossos pesadelos.
Àqueles que não concordam, não apoiam estas teses, respeito e peço encarecidamente que respeitem a minha dignidade, a dignidade da minha mãe que mesmo preferindo o Serra (algumas mulheres ainda não confiam umas nas outras, corroborando o que um velho amigo dizia: “mulheres são incapazes de amizade, no máximo que conseguem entre si é cumplicidade, será?), ficou estarrecida com a quantidade de e-mail's que recebi propagando que a candidata Dilma é isto, aquilo, aquilo outro e muito mais, uma enxurrada de infâmias só comparável a uma execração e apredejamento público.
Olhem, se vocês são tão coerentes assim, sigam de fato o vosso líder que, canhestramente, apregoa: cabeça erguida e CORAÇÃO LEVE! Lembrem-se, não se faz política com rancor, afinal política é a arte das possibilidades e não dos dogmas. Porque dogmas todos nós já vimos o que produziram ao longo da história e ainda hoje devasta metade do mundo, mantendo dividida a nossa humanidade.
Portanto, viva a Vida! Viva a Mulher! Viva a Sensibilidade Poética! O Sonho não acabou, não acaba e não acabará jamais enquanto houver uma indignidade sobre a face da nossa querida, única e amável Terra.

Postado por Paulo Laurindo
Postado por Arcoiris No Horizonte

Café - Por Everardo Norões

Everardo, Sônia e Joaquim Pinheiro - foto: Claude Bloc



CAF�

Desencarno ar�bias
de uma x�cara morna
de caf�.
E um fio negro
me assedia a boca.

(Atrav�s da janela
o galho de pitanga
ostenta seu adorno
encarnado).

Viajo
pelo negror do p�:
Dar-El-Salam,
Bombaim,
�den
(sem Nizan, sem Rimbaud):
as colinas ocres,
a poeira dos dias.

De onde vem o gr�o
dessa saudade?

Desentranho ar�bias
dessa x�cara fria.
Enquanto aguardo o dia
que n�o chega.

Desacordo e sorvo
a sombra morna
do que sou
na borra
do caf�.


Recado Musical




Quando Você Não Está Aqui
Maria Bethânia
Composição: Herbert Viana / P. C. Valle

Prá quê dizer que a vida é mesmo assim?
Prá quê negar que estou longe de mim ?
Sonhando com você, sonhando em te rever, prá quê?

Prá quê buscar palavras na razão?
Me diz, prá quê?
Se gente é coração, se insisto em te querer e não sei
te esquecer, prá quê?

Quando você não está aqui, é sempre noite sem luar e sem fim
Quando você não está aqui, nem as estrelas vão brilhar pra mim

Prá quê dizer que o sonho é uma ilusão?
Prá quê buscar pra tudo explicação?
Quem ama é sonhador, eu só tenho um amor, você

Quando você não está aqui, é sempre noite sem luar,e sem fim
Quando você não está aqui, nem as estrelas vão brilhar pra mim

Prá quê dizer que a vida é mesmo assim?
Prá quê negar que estou longe de mim?
Sonhando com você, sonhando em te rever...prá quê?

SAUDADES DE NOSSA ESCRITORA MIRIM : ISABELLA PINHEIRO

Dia de Finados - por NORMA HAUER

As pessoas que partiram e deixaram saudade, podem ser lembradas em qualquer dia do ano. Assim parece não haver necessidade de um data especial
Mas por que foi criada uma data? E ela é exatamente 2 de novembro? Criada pela Igreja Católica,o objetivo foi que todos os mortos, principalmente os que não eram referendados, tivessem um dia em que se fizessem orações para eles, independente de serem amigos ou parentes.
Foi escolhido o dia 2, porque no anterior (1° de novembro) eram ( e ainda são) comemorados todos os santos, uma vez que há muitos considerados santos, que não têm um dia especial.
Não é essa data que dizemos ser o “Dia de São Nunca”?

No século XIII, foi escolhida a data seguinte (2 de novembro) para que todos os mortos sejam referendados.

E nós, atravessando séculos, estamos aqui seguindo a tradição de relembrar nossos entes queridos, como se eles precisassem de uma data para serem relembrados.

Tradição é tradição e, queiramos ou não, essa data nos traz grandes recordações quando vêm-nos à memória amigos e parentes que já partiram.
Pais, irmãos, primos, tios... amigos... nossa memória traz-nos suas presenças e assim, embora não precisemos de uma data especial para referendá-los, a verdade é que essa data faz o passado retornar.E com o passado retornando, lembranças felizes também retornam.
Só as felizes porque, “plagiando” Álvaro Moreyra, dizemos “As amargas não”. 

NORMA

João Só


João Só ou João Evangelista de Melo Fortes (Teresina, 3 de novembro de 1943 — Salvador, 20 de junho de 1992) foi um cantor e compositor brasileiro.

Caçula entre os 12 filhos de Tito Fortes e de Irene Couto de Mello, aprendeu a tocar os primeiros acordes de cavaquinho quando ainda era criança, tendo começado a estudar vários instrumentos aos 15 anos, na época em que veio com a família de Teresina para Salvador.

Em 1971 defendeu seu primeiro sucesso, Canção para Janaína, no sexto Festival Internacional da Canção. Em seguida gravou aquele que seria seu maior sucesso, Menina da Ladeira.

Ainda do começo da década de 1970 datam seus outros êxitos: Ando na Velocidade e Copacabana.

A partir de 1978 passou a se dedicar somente a shows.

Faleceu em decorrência de um infarto, aos 48 anos, quando já se encontrava esquecido pelo grande público.

Pérola nos bastidores - de Stella Siebra para Aloísio


Tu falas do cheiro da terra molhada...
A terra recebe a água da chuva,
é um abraço de amor, de entrega, de fertilidade.
Te sou muito grata por compartilhar esse sentimento
e me trazer, agora, o cheiro da terra molhada...
fecho os olhos e toco o orvalho nas folhas, sinto a brisa da manhã.
Que benção me traz a natureza.

Stella

Pérola dos bastidores - por Stella Siebra


Zé do Vale:

que bom que minhas memórias suscitam teu poetar,

salpicado de ternura
da água fria da cacimba
das águas barrentas das enchentes
hoje tudo espelho
que reflete nossa estrada de caminhantes
buscadores
da mais cristalina Água.

abraços poéticos
stela

Parabéns , grande Edilma ! - Por Heládio Teles Duarte

Viva a situação e a oposição - José do Vale Pinheiro Feitosa

Passadas as eleições não é tempo de se acomodar. Se fosse isso deixaríamos de justificar aquilo que motivou a disputa de projetos e visões de mundo. Quando tinha quatorze anos de idade vi a ruptura institucional com o Golpe de 64. Ainda não tinha consciência de tudo que representava aquilo, mas foi evidente que um grande evento na história do meu futuro acontecera.

Depois na universidade estive na geração que pela esquerda política tentou enfrentar o trágico momento do AI5 e no campo da universidade o Decreto 477. Anos depois me tornei grande amigo de Wilson Fadul que fora Ministro da Saúde de Jango e seu articulador no Congresso Nacional. Ele me contou detalhes da intimidade da articulação de Jango, JK e Lacerda na Frente Ampla. Interpretou o quanto a minha geração acirrara o processo com a luta armada.

Mas quem estava no meio do sufoco não via desta maneira, embora o equívoco político seja claro, mas não havia equívoco na qualidade dos quadros e na razão da luta. Enfim a maior parte daqueles anos fomos derrotados. Todos os dias e uma derrota perigosa, pois muitos amigos morreram, fugiram e uma grande maioria se acabrunhava de medo, vivia com a cruz da justa análise e nada por fazer.

Mesmo quando o processo eleitoral aconteceu os vitoriosos não nos convinham e era difícil vencer máquinas eleitorais e a repressão política. Aos que perdem eleições apenas tomem consciência que uma geração inteira foi derrotada anos após anos. A esquerda brasileira de qual matiz tenha foi derrotada a cada eleição e a cada dia da tentativa de se organizar.

A vida não foi fácil, mas a sobrevivência política aconteceu a ponto de elegermos Brizola no Rio e depois um conjunto de políticos banidos pela Ditadura. Termos feito as manifestações pelas Diretas Já e termos perdido na ora fatal. Quando veio a eleição do primeiro presidente civil, foi indireta e a primeira direta fomos derrotados.

Paro aqui. A derrota das esquerdas não impediu que ela formulasse. Que contribuísse para este momento do país, inclusive com a Constituição de 88. O motivo principal é que uma vez havendo base social, em algum momento a influência aparece. Nenhuma força desaparece num processo eleitoral, ao contrário, cresce.

Se fizermos uma reforma política e eleitoral que preserve as forças minoritárias, o Brasil tem muito a lucrar. Muito mais do que aquele bipartidarismo excludente e sufocante que pode estreitar muito a margem de transformação como parece acontecer nos EUA.

Em resumo: eleições não é jogo, embora usem o termo com alguma frequência. Não tem vitoriosos e perdedores no sentido dos jogos. Eleições têm projetos em disputa que por serem votados transformam-se um em face do outro. O jogo situação e oposição continua sendo o mais rico da história. Mesmo quando forças políticas se tornam hegemônicas por muitos anos, elas se modificam dialeticamente pelo exercício do poder e pela ação da oposição.

Convite !


Fortaleza(CE), 20 de outubro de 2010


Ilmo Sr.(a)



A Comissão Organizadora do 1º Encontro dos Filhos e Amigos do Cariri convida V.Sa e família para uma festa dançante que se realizará no dia 6 de novembro de 2010, a partir das 22 horas, nos salões do Náutico Atlético Cearense, situado na AV. Beira Mar, em Fortaleza-Ce.

O ingresso individual no valor de R$ 10,00 (dez reais) poderá ser adquirido preferencialmente com antecedência, junto aos membros da Comissão Organizadora representante da sua cidade, evitando demora em filas ou ainda na portaria do clube no dia da festa.

Sua presença será muito importante para o êxito dessa grande festa de confraternização.

Atenciosamente,


A Comissão Organizadora

Uma observação pertinente !- por Roberto Jamacaru



Não obstante a beleza da sua poesia e a magnitude artistica das fotos,e sem querer destoar de tudo isso, lamento informar que o cemitério de Crato, para mim o maior patrimônio da cidade,onde descansam os nossos entes queridos e os que fizeram nossa história, é um atentado ao sentimento do povo cratense.
Já presenciei acidentes com quedas dos caixões quando das suas conduções pelos labirintos sem calçamento.O dessespero dos familiares foi muito forte e comovente.
O mínimo, e de custo barato, que poderia ser feito, seria a abertura de acessos (com pisos de cimento) para conduções dos carrinhos transportadores da urnas.
Já fiz três crônicas a respeito do assunto, mas, diante de tanta indiferença à nossa dor, sempre que posso volto à tona para reclamar dessa insensibilidade e descaso para com os cratenses.



Roberto Jamacaru

Explode coração - Festa da vitória de Dilma e Agnelo

Levanta-te desta tempestade - José do Vale Pinheiro Feitosa

Este sentimento de despedida que o dia de finados trás, é, também, o divino relembrar que uma vez tendo existido, para sempre existirá. Como pessoa não me sinto bem com o pesado preto das roupas das viúvas, minha duas avós eram e meu pai também o foi. De algum modo o ritual latino pelos finados oprime a luz e o ar que se respira.

Despedidas que parecem convocar a todos para lhe seguirem. Como uma necessidade de vitimar o próprio desfecho. Como a dizer que se me for sozinho um dia também do mundo serás levado. Este chororô, o carpimento das almas atormentadas pelo inseguro de um mundo que em absoluto existe para a glória de ninguém.

Mas, paradoxalmente, a modernidade nos deu um valor de alegria pelo finados. Esta coisa que marca o tempo entre lazer e trabalho. Obrigações e a vertente colorida do nada por fazer. De caniço e samburá, como dizia uma marchinha de feriado. No grosso da aproximação das provas de finais de ano, vinham o “todos os santo” e o “finados” para soltar o alunado em merecidos dias com gostinho de férias.

Mas não quero falar desse efeito manada dos que se vão. Nem daqueles que ficam, pois quando ficam é que há espaço e tempo para justificar a permanência. As próprias eleições recentes, com seus resultados de alegrias e mágoas, justificam certos sentimentos e atitudes, mas não justificam a razão de cada um, a não ser o efeito manada.

Há uma sutileza nestas coisas radicais. Que não esperamos as tenha. Mas há. Hoje o Pachelly Jamacaru faz isso com a fotografia. Com uma explosão expressiva de uma linguagem dual de luz e escuro, ele simboliza todo o momento deste dia. Ora no estandarte que o crente leva aos túmulos da morte e o fotógrafo capta a alma da luminosidade sobre o pano. Noutra a luz se filtrando através do escuro e explodindo em forma de estrela. Seja o céu iluminado por trás ou no muro.

O Pachelly é quase um indu na concepção do espírito. Ele não é a mera repetição da persona física de quem o foi. O espírito da luminosidade destas fotografias se encontra em vários lugares, seja nas pessoas, amplamente no céu ou na parede inanimada. Uma bela exposição de um artista.

Por último um olhar para ela. Tão calada, por fatos, atos e artefatos. Não existe corte de liberdade com ela e nem por ela. A tempestade do dia é como todas são, acontecem e cessam. Sem dúvida deixam barreiras caídas, mas vicejam o solo de vida. Levanta-te e vem para o pleno da vida em nenhuma das tuas mãos há manchas de ignomínia.

BISAFLOR CONTA HISTÓRIAS

Significado da plena atenção

Um buscador, querendo iluminar-se, vendeu tudo que tinha e empreendeu uma longa jornada até um notável sábio, que morava num suntuoso palácio. Lá chegando, após árdua travessia de um deserto, ansiosamente pergunta ao mestre sobre como realizar plenamente seu potencial adormecido.
Respondeu o velho sábio: “É simples, meu filho. Tome esta colher com duas gotas de óleo dentro. Caminhe pelo palácio com todo o cuidado para não perder sequer uma mínima fração deste precioso óleo”.
Satisfeito pela simples tarefa, foi-se o aprendiz, com os olhos cravados na colher, a percorrer toda a extensão da imensa residência. Muitas horas depois, retorna feliz: “Tarefa cumprida, mestre. Aqui está a colher com todo o óleo intacto!”.
Então, escutou a indagação: “O que você me diz do meu palácio, jovem? Gostou do lago, do jardim, dos pássaros, dos quadros e tapeçarias raras?”.
“Eu nada vi além da colher com o óleo, senhor...”, respondeu aflito o aprendiz. “Como você ousa visitar um sábio, fechando os olhos à sua morada? Volte, pois, e aprecie as inspiradoras paisagens à nossa volta”, sentenciou o sábio.
Muitas horas depois, deslumbrado pela beleza do lugar sagrado, o aprendiz retorna ao mestre: “Tarefa cumprida, senhor. Que palácio maravilhoso; quantas relíquias, quanta exuberância, quantos tesouros!”, suspirou enlevado.
“E onde estão as duas gotas de óleo, seu descuidado?”, interrogou o ancião, severamente.
“Eu estava admirando o palácio, meu senhor, e esqueci da colher!”
Então, com bondade, o sábio desvelou:
“Aprenda uma única lição, meu filho. Se você pretende iluminar-se, saia pelo jardim do mundo, atento, ao mesmo tempo para as suas paisagens e para as duas gotas de óleo de sua colher”.

Esquerda, volver !!! – José Nilton Mariano Saraiva

Zé do Vale, sem favor nenhum uma figura que honra e dignifica o Crato, reside e exerce sua atividade profissional no Rio de Janeiro. Mesmo a milhares de quilômetros da terra amada, é, paradoxalmente, uma das pessoas mais “antenadas” com o que lá corre e ocorre. E o melhor: quando chamado a se pronunciar a respeito da cidade e do que lá acontece, não se faz de rogado e exercita a extremada competência de sempre.
Meses atrás, após visitar a terrinha, prestou um depoimento histórico, repleto de emoção e sensibilidade, onde mostrou, cruamente, seu progressivo desencanto e profunda decepção com o estado de “abandono” da nossa urbi; falou sobre suas ruas mal iluminadas, sobre o não ter pra onde ir à noite, sobre a visão dantesca do calçadão no centro da cidade e, enfim, do marasmo que lá encontrou. Zé do Vale é uma pessoa realista, comedida e sincera.
Agora, após as eleições, quando os candidatos votados e indicados pelo prefeito da cidade dançaram solenemente (Presidência, Governador e Senado), eis que o nosso Zé do Vale se reporta, com uma sinceridade a toda prova, sobre a administração cratense: (ipsis litteris) “...a prefeitura do Crato tem uma imensa semelhança com o candidato derrotado: ambos se acham herdeiro natural do latifúndio. Pensam no mundo como apenas a propriedade natural deles próprio. Quanto ao presente do Crato, pelo que me contaram, é limpar o lixo deixado pela festa. Alguém escreveu num dos blogs da região do Cariri que o Crato estava parado neste dia. Não havia nada vibrante pelo menos no curso da votação. Uma boa explicação é a presença de Samuel Araripe, prefeito do Crato e do PSDB”.
Mais à frente, ele se reporta sobre a festa ofertada pela administração da cidade ao então candidato José Serra, e sombriamente nos fala sobre as “...fotos que contarão a história deste momento tumular, Ela parece acabrunhada, nada muda, tudo é igual, é o lento sonambulismo histórico”.
Profundamente preocupado (como todo bom cratense que ama sua terra), ele, ao tempo em que, num primeiro momento, questiona o marasmo reinante, categoricamente nos adverte, a seguir: “...Alguém acordará o Crato deste sonho que não cessa? Parece que na cidade, em termos políticos, não há nada que não venha da década de 50 do século passado. A PREFEITURA É O ALTAR DESTA GRANDE DORMÊNCIA”.
Ao incursionar sobre qual a solução para o Crato, Zé Do Vale se vale (sem trocadilho) da manifestação de uma outra figura de realce da cidade – Zé Flávio Vieira – que houvera sugerido, lá atrás, que a mudança tão necessária só se concretizaria quando “...os partidos populares realmente se organizarem e aprenderam a lição do novo tempo”.
Alfim, Zé do Vale desfere o petardo definitivo: “...É lavada besteira imaginar que ferir a liberdade de idéia e expressão é se contrapor a quem as tens. Aí mesmo é que se encontra a tal liberdade. O Crato só vive esta pasmaceira por que ninguém pode criticar nada que um ódio contra qualquer um se levantará uma vez se diga que exista um simples buraco de rua. Isso quem vive lendo aqui sente o tempo todo. Na minha opinião o Crato mudará muito nas próximas eleições. O Ceará já mudou muito nestas. Agora o espaço político está arejado e aquela preguiça que a pessoa identificou no dia de hoje é apenas o silêncio que anuncia que daqui para frente tudo vai ser diferente. E não apenas pela vitória da candidata, mas principalmente pela derrota daqueles que controlavam o passado”. (tomara que o Zé esteja certo).
De nossa parte, sentimo-nos recompensados e felizes com o que o Zé do Vale externou, já que não é de hoje que alertamos os cratenses, aqui mesmo (e contundentemente), sobre tudo isso. E, realmente, não dá mais pra esperar. É necessário que as pessoas de bem da cidade, aquelas que teimam em manter acesa a chama, que ainda vislumbram uma luz ao final do túnel, que ainda sonham com um Crato pujante e desenvolvido, tomem uma posição corajosa e definitiva. Já. E a solução, tudo está a indicar, poderá ser uma guinada à esquerda. Por que não experimentar um candidato oriundo das hostes progressistas, radicado no Crato, mas capaz de construir pontes que levem à terra prometida ??? Um candidato que lance uma visão social sobre a administração do município, ao invés de demitir, demitir e demitir pais de família ??? Um candidato capaz de estabelecer frutíferas e necessárias parcerias em Brasília ??? Por que não ousar, experimentar o novo, soltar as amarras que nos imobiliza já há décadas ??? Por que continuar nesse marasmo, nessa dormência, nesse massacrante sonambulismo, feito um zumbi ??? Já não perdemos muito tempo com figuras que vivem em redomas inexpugnáveis, isoladas do mundo e das pessoas ???
O momento é agora ( já, pra ontem ), quando os candidatos progressistas do Ceará, nos mais diversos níveis (parlamentos estadual, federal e o senado), estarão próximos da primeira mulher a governar o país, Dilma Rousseff.
Para tanto, necessário que as cabeças pensantes do Crato e sua própria população atentem desde já ao simplório chamamento: Atenção, Crato: ESQUERDA, VOLVER !!!

Post Scriptum:
Para que não haja nenhum juízo de valor equivocado, o autor das mal traçadas acima ("cratense da gema") informa que não conhece pessoalmente nenhuma das personalidades enfocadas (espera um dia ter o prazer).

Estou me desligando do blog Cariricaturas em Solidariedade ao amigo Dihelson Mendonça


Comunico a todos os participantes desse Blog Cariricaturas que eu, Antonio Morais estou me desligando desse local, em solidariedade ao meu amigo Dihelson Mendonça por ele haver sido covardemente expulso daqui sem qualquer motivo plausível, sem que o mesmo tivesse feito qualquer coisa que merecesse tal ato, apenas postado um texto cujo teor contraria o pensamento político reinante. Isso não é motivo para fazerem o que fizeram, ainda mais permitindo agora que ele seja atacado por outros que se aproveitam do momento para expor o ódio em comentários maldosos, tentando denegrir a imagem de um dos maiores benfeitores da internet no cariri, especialmente quando o mesmo nao pode mais se defender como deveria.

É lamentável que esse tipo de absurdo ainda exista num país que se diz democrático.
Em total solidariedade ao amigo Dihelson Mendonça e seguindo o exemplo do Prof. Armando Rafael que também acaba de se desligar deste blog em sua solidariedade também, me despeço.

Antonio Alves de Morais
Administrador do Blog do Sanharol

Silêncio. Liduina Belchior.


"Toda recusa duma linguagem é uma morte"(Roland Bartles).

Para que morrermos calados,
se a vida está ai para a expansão
e expressão?
Existência, risos, palavras, beijos,
observemos tudo isso e vejamos
quão importante é a nossa palavra
no planeta.
Cale um único dia e veja a diferença.
Cada um é único em seus sentimentos,
ações, trabalho e boa vontade.
Resta-nos VIVER!!!!

A emoção da arte - Emerson Monteiro

Visitei o Salão de Outubro do Crato em sua sexta edição, ora sob a coordenação da artista plástica Edilma Rocha, que lidera equipe de pessoas identificadas com a iniciativa, gerando resultados de sucesso.
Numa grata surpresa em termos da qualidade das obras expostas de autores inclusive de outros estados brasileiros, vivi de perto a emoção da boa arte que toca o sentimento e transcende as coisas só físicas e materiais. Nos trabalhos oferecidos aos olhos dos visitantes, pinturas a óleo, aquarelas, técnicas mistas, esculturas, há um passeio pelo mundo da eloquência visual, nestes tempos de tanta tecnologia e indústria, grafismo e mercado de produtos e consumo, velocidades, rumores, vídeos. O clima ocasionado pela arte clássica de telas e objetos trazidos à mostra propicia viagem aos campos das galerias e dos museus que consolidaram o vigor da história da Arte.
Na galeria da RFFSA, em espaço organizado com esmero, senti a força que tem Edilma e seus sonhos das artes plásticas, frutos do talento e da herança familiar que, no Crato, garantiu lugar de destaque na pintura e na fotografia, legenda reconhecida noutras terras, legado de algumas gerações iniciado com o avô Júlio Saraiva, e prosseguiu através dos seus genitores, Edílson Rocha e Telma Saraiva.
Cabe a mim isto de reconhecer aqui o carinho e a dedicação ao VI Salão de Outubro demonstrados por quem este ano o conduziu. Em duas edições da mesma mostra, nos anos de 1977 e 1978, participei de sua organização, juntamente com Luiz Karimai e outros artistas, com exposições situadas no então Parque Municipal, hoje Praça Alexandre Arraes.
O Salão de Outubro deste ano corresponde, pois, em tudo por tudo, ao bom nível das mostras anteriores, reforçando, nesta fase de revitalização depois de algumas décadas, o ímpeto artístico da comunidade cratense dentro do universo rico de criatividade e das produções culturais da Região caririense.

FINADOS. Pachelly Jamacaru

Para ver mais deste ENSAIO, visite o www.zoomcariri.com.





Fotos: Pachelly Jamacaru
"Proibido publicar"
Direitos reservados.

Prescrição Médica

Pérola dos bastidores- por José do Vale


A Stela do zênite do céu,
seria pouco dizê-la d´alva.
Ilumina a noite de uma vida vivida,
ainda lá como a água fria da cacimba,
de quando existiam aqueles avós,
sua trilhas de ladeira abaixo,
o desmedido do aparente cotidiano,
as enchentes que nos inundam as lembranças de tudo o que vivemos,
nunca vivemos e ainda viveremos.