Criadores & Criaturas
"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata."
(Carlos Drummond de Andrade)
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domingo, 25 de outubro de 2009
"Arquivo Submerso" - a poesia de Ana Cecília S.Bastos
Respostas ao desafio- Foto : Heládio Teles Duarte
Socorro Moreira disse...
Sou uma palmeira do Crato ,
Avisto o Crato dos meus altos
e ele não espera que eu me afaste
Minha alma viaja...
Foge e volta,
lembrando do Crato.
Um dia ficarei por aí...
Sem lebrar que existi
Serei apenas uma palmeira cortada ,
que o vento desistiu de balançar,
ou de tanto balançar, ruiu.
Corujinha Baiana disse...
Nenhum mar é mais belo
que O Mar Que Banha a Minha Terra.
Porque nenhum mar tem a espuma
mais branca
que A Espuma do Mar da Minha Terra.
Nenhum mar é mais temido
que O Mar da Minha Terra.
Porque nenhum mar tem as ondas
mais fortes
que As Ondas do Mar da Minha Terra.
Nenhum mar é mais cantado
que O Mar da Minha Terra.
Porque nenhum mar
tem a magia
Das Lendas do Mar da Minha Terra.
Nenhum mar tem a cor
mais bonita
que A Cor do Mar da Minha Terra.
Porque nenhum mar tem um azul
Como O Azul
do Mar da Minha Terra.
Nenhum mar
tem mais peixe
que O Mar da Minha Terra.
Porque nenhum mar tem a água
mais morna
Que A Água do Mar da Minha Terra.
E se Esse Mar é da Minha Terra ...
Me desculpem a vaidade,
Mas Esse Mar é Todo Meu.
Inspirado no poema “O Tejo é mais belo que o rio que corre na minha aldeia” de Alberto Caeiro ( Fernando Pessoa )
"Anúncios" - Célia Dias - Por : Cariricaturas
Outro dia , Pachelly Jamacaru , noticiou o CD de Célia Dias , aguçando a nossa curiosidade em conhecer tal trabalho, tão bem apresentado e referenciado . Descobrimos que ele encontra-se à venda , em Hamilton Som ( Crato).
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E o poder? Onde está o poder? - José do Vale Pinheiro Feitosa
A primeira filigrana da frase é que se pensam nas pessoas como meros atores num ato previamente ensaiado; ou seja, peças inanimadas do enredo, compreenda-se que na representação sempre haverá o toque pessoal. O improviso, a recriação, uma fala do contexto social daquele momento da representação.
A tragédia grega e o teatro quinhentista de Shakespeare chegam entre nós com uma Medéia e uma Família Tudor que falam deste tempo e do espaço de agora. Imediatamente haverá uma ponte animada com o cotidiano da platéia. Ninguém manipula seres animados, pois é de sua natureza animar-se em afirmativas e negativas e ambas sujeitam o ato manipulador.
Feiticeiros são como chamas de vela. Se consumem rapidamente. O resultado do feitiço transforma a própria prática da feitiçaria. Um feitiço realizado é uma realidade que já contextualiza o feitiço à luz do tempo e do domínio público.
Não existe um detentor permanente do poder de manipular, já que este poder é induzido pelo objeto supostamente a ser manipulado. E nesta inversão, ocorre uma troca de anterioridade e posterioridade, a manipulação passa a suceder o objeto manipulável. Ou seja, este objeto é quem determina a natureza da manipulação.
Quando o Papa faz sua oração “Urbi et Orbe” não mais do que levanta o manifesto de Roma e do Mundo. O conteúdo desta oração não se encontra meramente nas escrituras, nos discursos de toda santidade ou nas doutrinas que pretendem aprisionar períodos de milhares de pessoas. O conteúdo só pode ser o sopro da humanidade diante deste presente que conclui, do passado revisto e do futuro diferente.
O certo é que não há possibilidade de se transformar em texto esta dinâmica do contexto. Digo texto como aquele formato definitivo e realizado. E falo no contexto como aquele movimento fractal das nuvens que podem obedecer a geometria euclidiana, as formas aleatórias ou uma forma de mensuração complexa. Toda possibilidade de que ninguém, nenhum ser exista que agindo no contexto do mundo o tenha em qualquer natureza a partícula “omni- ou oni-“. Seja como antepositivo à potência, presença ou ciência.
E fico imaginando o nosso Pai nordestino. A serviço das nossas angústias, dos nossos males, da nossa miséria. A serviço de nossas necessidades. Um pai prestador de assistência aos seus filhos no irregular da superfície do mundo. E que poder é este? Apenas o despacho dos desejos variados do povo. O seu poder é realizá-lo, portanto dependente de um poder anterior e maior: as necessidades humanas.
Ainda Vivo
tampouco dinheiro nos bolsos.
Aproveita tua ressaca debaixo do chuveiro
lembra dos moinhos de Quixote -
quanta ventania...
Agora vai:
põe teu cafezinho quente
com bastante açúcar
e nunca prometas
o último suspiro.
Logo, logo (não saibas quando)
outro mar pegando fogo
outra nuvem espinhosa
e verás que o suspiro
também não é o mesmo.
Milton Nascimento
Autor de músicas como "Maria Maria" e "Coração de Estudante" e intéroprete que tornou canções músicas como "Caçador de mim", de Luiz Carlos Sá e Sergio Magrão, Milton construiu uma carreira sempre marcada por clássicos.
Quem sabe isso quer dizer amor
Milton Nascimento
Composição: Márcio Borges e Lô Borges
Cheguei a tempo de te ver acordar
Eu vim correndo à frente do sol
Abri a porta e antes de entrar
Revi a vida inteira
Pensei em tudo que é possível falar
Que sirva apenas para nós dois
Sinais de bem, desejos vitais
Pequenos fragmentos de luz
Falar da cor dos temporais
Do céu azul, das flores de abril
Pensar além do bem e do mal
Lembrar de coisas que ninguém viu
O mundo lá sempre a rodar
E em cima dele tudo vale
Quem sabe isso quer dizer amor,
Estrada de fazer o sonho acontecer
Pensei no tempo e era tempo demais
Você olhou sorrindo pra mim
Me acenou um beijo de paz
Virou minha cabeça
Eu simplesmente não consigo parar
Lá fora o dia já clareou
Mas se você quiser transformar
O ribeirão em braço de mar
Você vai ter que encontrar
Aonde nasce a fonte do ser
E perceber meu coração
Bater mais forte só por você
O mundo lá sempre a rodar,
E em cima dele tudo vale
Quem sabe isso quer dizer amor,
Estrada de fazer o sonho acontecer
Danton, o processo da revolução (Filme)
Durante a fase popular da Revolução Francesa, instala-se o período do "terror", quando a radicalização revolucionária dos jacobinos encabeçada por Robespierre inicia um violento processo político com expurgos, manipulação de julgamentos e uma rotina de execuções pela guilhotina.
Danton, líder revolucionário, critica os rumos do movimento, tornando-se mais uma vítima do terror instalado por Robespierre.
CONTEXTO HISTÓRICO
Na segunda metade do século XVIII, a história ocidental vive a passagem da Idade Moderna para Contemporânea, quando a crise do Antigo Regime foi agravada pela difusão dos princípios iluministas que marcaram as revoluções burguesas (Industrial, Americana e Francesa).
A Revolução Francesa foi o principal movimento político e social do século XVIII. Seu caráter democrático e liberal é representado pela ascensão política da burguesia e pela participação de camponeses e artesãos, na luta contra os vestígios feudais do Antigo Regime.
O principal período da revolução, foi a fase popular (1792-940) quando o país foi governado por uma nova assembléia denominada Convenção. Essa etapa conhecerá o chamado "terror", a ditadura dos jacobinos (corrente política liderada pela pequena burguesia aliada ao povo, que defendia um caráter mais popular para a revolução).
Esses, comandados por Robespierre e Saint-Just, instalaram o "terror" após o assassinato do líder jacobino Jean Paul Marat. Era junho de 1793, o ano I da recém proclamada República. Com o Comitê de Segurança Nacional, que garantia a segurança interna, e o Tribunal Revolucionário, encarregado de julgar supostos contra-revolucionários, o terror revolucionário se espalhou por toda França.
Robespierre liderou o movimento, mantendo-se no poder com apoio dos grupos mais extremistas de esquerda, como os hebertistas, seguidores de Hébert, que defendiam a ampliação das medidas de violência. Apesar da ditadura, é nessa fase que ocorre uma série de avanços populares, como a abolição da escravidão nas colônias francesas, o sufrágio universal, a obrigatoriedade do ensino, o aumento dos impostos dos ricos e o confisco de bens dos nobres e dos emigrados. Esses avanços provocaram uma reação contra-revolucionária, contida com milhares de julgamentos, onde o Tribunal Revolucionário dominado pelos jacobinos era a lei. Em menos de um ano, foram condenados à morte na guilhotina mais de 20 mil suspeitos.
No início de 1794, o Terror atinge os próprios membros da Convenção. Os indulgentes, grupo revolucionário chefiado por Georges Danton, pediam o fim das perseguições, temendo que a onda revolucionária pudesse envolvê-los. No início de 1794, Robespierre, contra sua vontade pessoal, condenou Danton à morte visando eliminar todas oposições. Após alguns meses, fragilizado e isolado politicamente, Robespierre foi aprisionado juntamente com Saint-Just, sendo em seguida, ambos condenados à guilhotina. Iniciava-se uma outra etapa da Revolução Francesa, representada pelo restabelecimento da alta burguesia (girondinos), no poder.
HistoriaNet
Murilo Araujo
O Poeta Murilo Araujo nasceu na cidade de Serro, Minas Gerais, Brasil, em 26 de outubro de 1894. Ele é um dos expoentes do Modernismo. Estreou em 1917, com o livro Carrilhões -cinco anos antes da Semana de Arte Moderna, evento do qual participou-. Seguiram-se a este livro A galera (escrito em 1915, mas publicado anos depois), Árias de muito longe (1921), A cidade de ouro (1927), A iluminação da vida (1927), A estrela azul (1940) -esta obra foi traduzida pelo poeta uruguaio Gaston Figueira para o espanhol com o nome La Estrela Azul e publicada em Nova York (EUA)-, As sete cores do céu (1941), A escadaria acesa (1941), O palhacinho quebrado, A luz perdida (1952) e O candelabro eterno (1955). A obra em prosa limita-se a quatro livros: A arte do poeta (1944), Ontem, ao luar (1951), uma biografia do compositor Catulo da Paixão Cearense, Aconteceu em nossa terra (pequenos casos de grandes homens) e Quadrantes do Modernismo Brasileiro (1958). Murilo Araujo também traduziu o livro O inspetor geral, do escritor russo Nikolai Gogol (Sorotchintsi, 1809 – Moscou, 1852).
Em 1960, a Editora Pongetti lançou, em três volumes, toda a sua obra poética, com o título Poemas Completos de Murilo Araujo.
Ele foi integrante do grupo Festa -que contou com a participação de Cecília Meireles, José Cândido de Andrade Muricy, Adonias Filho e Tasso da Silveira.
O poeta foi um dos artistas do modernismo mais influenciado pelo Simbolismo. O grupo, que editava a revista de mesmo nome, integrava que a Corrente Espiritualista do Modernismo. O poeta era também famoso freqüentador dos sabadoyles, organizados pelo bibliófilo Plínio Doyle.
Dentre os poetas que o influenciaram estão Walt Whitman -poeta norte-americano (West Hills, 1819 - Camden, 1892)-, Antônio Nobre -poeta português (Porto, 1867 - Foz do Douro, 1900), considerado a maior figura do simbolismo em Portugal- e Émile Verhaeren -poeta belga de expressão francesa (Sint-Amands, 1855 - Rouen, 1916). Autor de contos, peças de teatro e crítica literária, além de poesia, evoluiu do naturalismo para o misticismo.
Em 1971, ele recebeu o prêmio Machado de Assis da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto de sua obra.
Parte de suas poesias chegou a ser musicada. O compositor Heitor Villa-Lobos (Rio de Janeiro, 1887 - Rio de Janeiro, 1959) compôs três obras com letras dele, Canção da Imprensa (1940), Juramento e Canção de Cristal (1955).
O poeta foi musicado também por Francisco Braga (Rio de Janeiro, 1868 - id., 1945), o autor do Hino à Bandeira, na música Moreninha, Eleazar de Carvalho (Igatu,CE 1912-São Paulo, 1996)- em Canto a Porto Seguro-, Luciano Gallet (Rio de Janeiro 1893- id., 1931)-em Interpretações-, Heckel Tavares (Satuba, AL, 1896 - Rio de Janeiro, 1969)-Banzo, Oração do Guerreiro e Funeral d´um rei Nagô- (obs: há também a obra Três canções de Natal: poemas de Murilo Araujo com discos de Heckel Tavares) e Fernando Lobo, que adotou o pseudônimo de Marcelo Tupinambá, compositor popular brasileiro (Tietê, SP, 1892 - São Paulo, 1953) -Treva Noturna-.
Murilo Araujo compôs Canto Heróico do Liceu de Artes e Ofícios e Canta, Canta, Passarinho, cujo arranjo é de Vila-Lobos.
O poeta morreu no Rio de Janeiro, em 1º de agosto de 1980.
Tião Macalé
Segundo o WIKIPÉDIA:
"Ficou nacionalmente conhecido no programa humorístico Balança Mais Não Cai, como o "crioulo difícil" ao lado da atriz Marina Miranda, a "crioula difícil". Tião Macalé era personagem de poucas falas, tendo inclusive alguma dificuldade na articulação das palavras, fato que aumentava ainda mais a sua eficiente performance como humorista. A sua presença física como personagem era de extrema comicidade e o seu humor ingênuo, saudável e hilário.
Estreou no cinema em 1970, no filme Os Caras de Pau, mas a grande base de trabalho é o programa Os Trapalhões.
Foi num comercial para o supermercado Disco que o artista consagrou a expressão "nojento, TCHAN!" onde a onomatopéia tchan equivale à sonoplastia de fim-de-esquete que ele mesmo se encarregava de fazer e que virou o seu famoso bordão.
Torcedor do Fluminense F.C e assíduo frequentador dos estádios, Tião chegou a passar mal em 2 partidas do time carioca, antes de sofrer seu primeiro derrame. Entusiasta do futebol, organizava, treinava - e às vezes arbitrava - times de futebol de areia na altura da rua Santa Clara, em Copacabana, Rio de Janeiro, de onde foi morador por muitos anos. Era um personagem tipicamente carioca, querido de todos e sempre de excelente humor - por vezes um tanto etílico...
No final de 1992 sofreu um derrame e passou a trabalhar com dificuldade.
Faleceu em 26 de outubro de 1993, aos 67 anos de idade, vítima de infecção pulmonar, em São José do Rio Preto, SP."
SIDNEY ROCHA LANÇA LIVRO EM JUAZEIRO
No próximo sábado, dia 31 de outubro, a partir das 18h, na Solaris Vídeo (Manoel Barros), rua Padre Cícero, 1227, fone: 3512-4900, o escritor caririense Sidney Rocha estará lançando a sua festejada obra “Matriuska”, livro de contos que vem despertando interesse especial da crítica e do público pelo Brasil afora.
Será uma boa oportunidade para encontrar o (s) amigo (s) e conhecer de perto (quem ainda não o conheça), autor e obra,
o que pode ser visitado, também, em www.matriuska.com.br
Na ocasião, será exibido um curta metragem baseado nos contos do livro.
O livro (“Matriuska”) será comercializado no Cariri pela Solaris Vídeo, à rua Padre Cícero, 1227, em Juazeiro do Norte, que apóia o evento juntamente com a FS Informática.
O verdadeiro verso - Por: Rosa Guerrera
ONDE O VERDADEIRO VERSO DO POETA ?
SERIA AQUELE QUE FALA DE AMOR ARDENTE,
DE SOFREGUIDÃO DE CORPOS ENLAÇADOS,
OU O QUE FALA DE SAUDADE PERSISTENTE?
ESTARIA ELE NUM SONHO NÃO VIVIDO,
NUM BEIJO NÃO DADO ,NUM DESEJO MORTO?
ONDE O VERDADEIRO VERSO DO POETA?
NA PALAVRA NÃO ESCRITA ?
NA VOZ DO SILÊNCIO,
NUM CAIS SEM ANCORADOURO,
OU NO RUÍDO DE UMA LÁGRIMA ?
O VERDADEIRO VERSO DO POETA
NADA MAIS É QUE O AVESSO DE
UMA ALMA QUE SOFRE,
NO CORREDOR ESTREITO DAS LEMBRANÇAS
E NA ANGUSTIA DA SOLIDÃO ...
PORQUE APENAS O POETA SABE ENTENDER
QUE EFÊMERO É O MOMENTO,
RÁPIDA DEMAIS A FELICIDADE,
CLANDESTINO O TEMPO ,
E AMARGO , MUITO AMARGO O MÊDO
DE SABER QUE UM DIA NÃO PODERÁ CANTAR
MAIS PARA O MUNDO
O GRANDE AMOR QUE LHE
EMOLDURA O CORAÇÃO !!!
Rosa Guerrera
À sombra dos Eucaliptos - (resposta ao desafio)- Por Socorro Moreira
Tinha um cheiro maravilhoso, aquele parque... Tinha patinhos no lago, e até um jacaré.
Lembro de um pequeno zoológico: um macaquinho, uma arara, gansos, e porco espinho... Quem se lembra do porco espinho?
O parque era nosso jardim botânico, e nosso zoológico. Era no fim do mundo... Depois do parque, da Rádio Educadora, do Patronato, só existia o Tênis Clube, o rio das piabas, e mato!
Hoje seria dia de programa de auditório e matinal no Tênis Clube.
O prefeito era Ossian Araripe, que substituiu Décio Cartaxo. No mais, acho que já existia a bodega de Seu Pedro Praeira, a casa de Seu Paulo Frota, Dr. Derval, Seu Felipe, Dr. Herbert, e a minha.
Conversando essa semana com Paulo Leonardo, lembramos os pares que gostavam de dançar (ele e sua esposa Vanda Libório, Salete, Chica Boa, Vicente Ludugério, Mariquinha e Marília Feitosa, Epaminondas, Lolô, Geraldo Lemos, Lurdinha, Edmilson Coló, Miriam Magda, etc. e tal).
Lembramos também os grupos de teatro, os pares de enamorados...
No parque Municipal eu recordo de um deles - o mais lindo!
Francisco Calou e Dona Severina. Ela com uma rosa no cabelo; os dois de mãos dadas, ligados apenas pelas mãos e o olhar... Belos!
Mas, tudo passa... E a vida do Crato, ainda paira no parque. É lá que as pessoas caminham nas manhãs e nas tardes para manter a forma e a saúde. Só sinto falta é daquele cheirinho de eucalipto. Quem pode trazê-lo de volta?
* Uma música para Paulo e Vanda . Dancem !
Penne ao Molho de Camarão - Uma receita para Dr. Heládio
O jardim cultivado (e plantado) pelo anfitrião encantou a todos pela diversidade de espécimes de plantas e pela harmonia e beleza conseguida em cada recanto.
Bom, hoje e agora só nos resta servir a macarronada para preencher o dia com muito papo e uma reafirmada amizade.
P. S. Hoje já estou voltando a Sobral. Deixando aqui com vocês, meu coração inflado de saudade.
Agora deliciem-se! Degustem essa maravilha!
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PENNE AO MOLHO DE CAMARÃO
Ingredientes:
500 g de penne (macarrão com formato de canudo) cozido
500 g de camarão fresco inteiro
Suco de 1 limão
Sal a gosto
Pimenta-do-reino a gosto
2 colheres de azeite
1 lata de molho de tomate
1 lata de creme de leite
Salsa e cebolinha a gosto
Manteiga de camarão:
150 g de margarina
Alho a gosto picado
1/2 lata de extrato de tomate
200 ml de água
Sal a gosto
Modo de Fazer:
Cozinhar a massa e reservar. Limpar o camarão ( tirar as cabeças e as cascas) e reservar. Temperar o camarão com 1 pitada de sal, suco de 1 limão e pimenta-do-reino. Colocar as cascas e cabeças em um tabuleiro ( sem untar) no forno pré-aquecido em temperatura 220° graus até secar. Reservar.
Em uma panela, derreter a margarina, adicionar os alhos picadinhos e deixar dourar. Acrescentar as cascas de cabeças torradas e o extrato de tomate, com a mesma medida de água. Tampar e deixar cozinhar em fogo baixo durante uns 10 minutos. Depois escorrer, aproveitando só o caldo e reservar...
Dica I
Em outra panela, refogar o camarão com azeite, acrescentar a manteiga de camarão e o molho de tomates. Deixar cozinhar um pouco e adicionar o creme de leite,( nós acrescentamos coentro que você pode facilmente substituir por salsa e tiras de pimentão verde que você pode substituir por cebolinha). Acrescentar então a massa e servir.
Obs: A manteiga de camarão pode ser usada no preparo de vários pratos de frutos do mar.
Dica II:
1 - No lugar de extrato de tomate, substituir por polpa de tomate com parmesão (só n vou dizer a marca para não fazer merchan).
2 - Acrescentar meio pacote de creme de cebola e meio pacote de creme de queijo (lembrem-se que tem que colocar o creme primeiro numa xícara ou copo e diluí-lo com água fria, senão fará bolinho de creme no molho.
Texto e fotos da casa de Dr. Heládio por Claude Bloc
Mensagens para uma vida melhor - ZIBIA GASPARETTO
Autora de enorme sucesso, a médium Zibia Gasparetto estreia coluna semanal em O DIA
Rio - Uma das campeãs de venda de livros do Brasil e uma das maiores escritoras espíritas do mundo, Zibia Gasparetto agora vai conversar diretamente com os leitores de O DIA. A autora, que já tem 33 livros publicados, assinará uma coluna semanal no jornal, sempre aos domingos, para compartilhar suas ideias e ensinar muito do que aprendeu em 61 anos de mediunidade.
Em 61 anos de mediunidade, Zibia escreveu mais de 30 livros e dezenas de artigos
Sua estreia está marcada para a próxima semana, no emblemático dia 1º de novembro — Dia de Todos os Santos e véspera de Finados. “Aprendi muito nessa relação com os espíritos e posso dizer que sou uma pessoa feliz. Faço questão de divulgar isso, mostrar para as pessoas que há esperança”, diz Zibia, que em dezembro lança seu 34º livro, ditado pelo espírito Lucius.
Para a nova colunista de O DIA, a humanidade passa por um momento difícil, mas existe solução. “Os valores do mundo estão invertidos. As pessoas agem a partir de premissas falsas. Quero mostrar que temos responsabilidades, precisamos melhorar nós mesmos para, em seguida, ajudar o mundo a seguir em outra direção”, aponta Zibia.
QUERIDA PELOS ARTISTAS
Frequentadora habitual de rankings de livros mais vendidos no Brasil, Zibia Gasparetto acumula leitores ilustres, como o autor de novelas Walcyr Carrasco, as atrizes Giovanna Antonelli, Cleo Pires e Juliana Paes, e o ator Marcello Antony. “Conheço a Zibia e gosto muito de seus livros. É uma autora sensível, cujas tramas são surpreendentes”, elogia Walcyr Carrasco, autor de obras como ‘O Profeta’ e ‘Alma Gêmea’.
A lista de fãs não inclui exclusivamente seguidores da doutrina espírita, caso de Giovanna Antonelli. “Tenho fé, que é mais importante que qualquer religião. Respeito e acredito em todas”, revela. “Sou uma admiradora da Zibia. Meu primeiro contato com ela foi com o livro ‘O Matuto’ e fiquei apaixonada pela forma como escreve. Ela é uma pessoa especial”, lembra a atriz.
Juliana Paes, que fala abertamente sobre a crença espírita, já apontou ‘Laços Eternos’ como sua leitura preferida. Em entrevista ao programa ‘Altas Horas’, da Globo, Cleo Pires, também praticante da religião, declarou sua admiração por Zibia: “Assim que comecei a frequentar o centro espírita e a me identificar com as leis do espiritismo, ganhei ‘Ninguém É de Ninguém’, e adorei. Devorei o livro. Ele fala diretamente ao coração”, conta Cleo.
Zibia Gasparetto escreveu mais de 30 livros, a maioria deles ditada pelo espírito Lucius e três pelo jornalista Silveira Sampaio, já morto. Desde 1994, ela figura frequentemente entre os autores mais vendidos do País. Dois de seus livros foram adaptados para o teatro: ‘Laços Eternos’ e ‘O Amor Venceu’, seu romance de estreia, de 1960.
O DIA: Que mensagem o leitor de O DIA vai encontrar em sua coluna?
Zibia: Sempre uma mensagem positiva, de união. Quero ensinar como a vida funciona, quais são as leis cósmicas que regem o Universo e como elas afetam o ser humano. Falar sobre o comportamento construtivo.
Como é isso?
Vivemos um momento difícil. As pessoas estão muito afastadas umas das outras. Precisamos entender que somos responsáveis por tudo o que acontece conosco e com o mundo. Precisamos melhorar nós mesmos para, então, multiplicar essa postura. Esse é um tipo de comportamento construtivo.
Como a senhora comentou, o momento é difícil. Como estimular essas mudanças?
Realmente todos se sentem impotentes diante da vida. É comum se perguntar ‘o que fazer?’, ‘como fazer?’ A resposta está dentro de cada um de nós. O caminho de regeneração passa pelo controle emocional. A partir dessa mensagem, aprendemos a sair do desânimo e a ter uma reação melhor a tudo de ruim que nos cerca.
Mas a senhora acha que essa missão é fácil?
O povo brasileiro é muito espiritualizado. Tenho certeza de que a mensagem que passarei nas colunas será compreendida tão facilmente quanto a mensagem que passo nos livros. É importante mostrar que Deus é amor e não um carrasco. Ele quer o bem de todos. A ideia básica das leis cósmicas é ensinar, não punir. O Homem tem, dentro de si, a essência divina. Por isso é tão importante fazer o bem e cuidar do próximo.
E a questão do carma?
Na minha visão, o carma é relativo. Se, durante o trajeto, a pessoa evoluir através da inteligência, ela pode evitar o mal no futuro. Por isso é tão importante adotar o comportamento construtivo. Ser uma pessoa melhor agora certamente contribui para que, lá na frente, as coisas ruins não aconteçam.
Desde sua primeira experiência espírita, já se passaram 61 anos. Que balanço a senhora faz da sua vida?
Assumi a missão de divulgar a mensagem de união desde o início. Estudei a filosofia espírita, abri minha casa para praticar o Evangelho. Publiquei 33 livros e grande quantidade de artigos. Aprendi muito nessa relação com os espíritos e sou feliz. Principalmente porque eu sou a primeira a praticar tudo aquilo em que acredito. Esse caminho é realmente especial.
Georges Bizet -
Pensamento para o Dia 25/10/2009
“Onde houver um vazio em qualquer coração, o amor flui para ele e alegra-se por poder preenchê-lo. Ele nunca se contém e é oferecido em abundância, sem logro ou mentira. Ele não usa o manto da falsidade, da bajulação ou do temor. As gavinhas do amor aspiram a agarrar-se somente a Deus. Elas percebem que Deus reside, em Seu esplendor, em cada coração. Encontrar esse assento de Deus é a verdadeira devoção.”
Palavras a um habitante de marte - Alfonsina Storni
Será verdade que existes sobre o vermelho planeta,
que, como eu, possuis finas mãos prêensíveis,
boca para o riso, coração de poeta,
e uma alma administrada pelos nervos sutis?
Mas no teu mundo, acaso, se erguem as cidades
como sepulcros tristes? As assolou a espada?
Já tudo tem sido dito? Com o teu planeta acrescentas
à vasta harmonia outra taça vazia?
Se fores [...]
Entrevista com José Alencar - UMA LIÇÃO DE VIDA PARA TODOS NÓS.
"A humildade não está na pobreza, não está na indigência, na penúria, na necessidade, na nudez e nem na fome".
Chico Xavier.
Entrevista do Vice presidente José Alencar (Texto da Internet).
Na semana passada, o vice-presidente da República, José Alencar, de 77 anos, deu início a mais uma batalha contra o câncer. É o 11º tratamento ao qual se submete:
> *Desde quando o senhor sabe que, do ponto de vista médico, sua doença é incurável?
A informação me tranquiliza. Ela me dá armas para lutar. Sinto a obrigação de ser absolutamente transparente quando me refiro à doença em público ? ninguém tem nada a ver com o câncer do José Alencar, mas com o câncer do vice-presidente, sim. Um homem público com cargo eletivo não se pertence.
> *O senhor costuma usar o futebol como metáfora para explicar a sua luta contra a doença. Certa vez, disse que estava ganhando de 1 a 0. De outra, que estava empatado. E, agora, qual é o placar? Olha, depois de todas as cirurgias pelas quais passei nos últimos anos, agora me sinto debilitado para viver o momento mais prazeroso de uma partida: vibrar quando faço um gol. Não tenho mais forças para subir no alambrado e festejar.
> *Como a doença alterou a sua rotina?
> Mineiro costuma avaliar uma determinada situação dizendo que "o trem está bom ou ruim". O trem está ficando feio para o meu lado. Minha vida começou a mudar nos últimos meses. Ando cansado. O tratamento que eu fiz nos Estados Unidos me deu essa canseira. Ando um pouco e já me canso. Outro fato que mudou drasticamente minha rotina foi a colostomia* (desvio do intestino para uma saída aberta na lateral da barriga, onde são colocadas bolsas plásticas), herança da última cirurgia, em julho. Faço o máximo de esforço para trabalhar normalmente. O trabalho me dá a sensação de cumprir com meu dever. Mas, às vezes, preciso de ajuda. Tenho a minha mulher, Mariza, e a Jaciara* (enfermeira da Presidência da República)* para me auxiliarem com a colostomia. Quando, por algum motivo, elas não podem me acompanhar, recorro a outros dois enfermeiros, o Márcio e o Dirceu. Sou atendido por eles no próprio gabinete. Se estou em uma reunião, por exemplo, digo que vou ao banheiro, chamo um deles e o que tem de ser feito é feito e pronto. Sem drama nenhum.
> Você deveria me perguntar se eu sei o que é angústia. Eu lhe responderia o seguinte: desconheço esse sentimento. Nunca tive isso. Desde pequeno sou assim, e não é a doença que vai mudar isso..
> *O agravamento da doença lhe trouxe algum tipo de reflexão?
> A doença me ensinou a ser mais humilde. Especialmente, depois da colostomia. A todo momento, peço a Deus para me conceder a graça da humildade. E Ele tem sido generoso comigo. Eu precisava disso em minha vida. Sempre fui um atrevido. Se não o fosse, não teria construído o que construí e não teria entrado na política.
> *É penoso para o senhor praticar a humildade?
> Não, porque a humildade se desenvolve naturalmente no sofrimento. Sou obrigado a me adaptar a uma realidade em que dependo de outras pessoas para executar tarefas básicas. Pouco adianta eu ficar nervoso com determinadas limitações. Uma das lições da humildade foi perceber que existem pessoas muito mais elevadas do que eu, como os profissionais de saúde que cuidam de mim. Isso vale tanto para os médicos Paulo Hoff, Roberto Kalil, Raul Cutait e Miguel Srougi quanto para os enfermeiros e auxiliares de enfermagem anônimos que me assistem. Cheguei à conclusão de que o que eu faço profissionalmente tem menos importância do que o que eles fazem. Isso porque meu trabalho quase não tem efeito direto sobre o próximo. Pensando bem, o sofrimento é enriquecedor.
> *Essa sua consideração não seria uma forma de se preparar para a morte?
> Provavelmente, sim. Quando eu era menino, tinha uma professora que repetia a seguinte oração: "Livrai-nos da morte repentina". O que significa isso? Significa que a morte consciente é melhor do que a repentina. Ela nos dá a oportunidade de refletir.
> Estou preparado para a morte como nunca estive nos últimos tempos. A morte para mim hoje seria um prêmio. Tornei-me uma pessoa muito melhor. Isso não significa que tenha desistido de lutar pela vida. A luta é um princípio cristão, inclusive. Vivo dia após dia de forma plena. Até porque nem o melhor médico do mundo é capaz de prever o dia da morte de seu paciente... Isso cabe a Deus, exclusivamente.
> *Se recebesse a notícia de que foi curado, o que faria primeiro?
> Abraçaria minha esposa , Mariza e diria: "Muito obrigado por ter cuidado tão bem de mim".
Vereadores de Crato aprontam mais uma - por Armando Rafael
Desde 1989 uma rua de Crato era denominada oficialmente de “Francisco Osório Ribeiro da Silva”. Ali existia uma única placa – assinalando a denominação – a qual, ao longo de vinte anos, foi se desgastando até que foi retirada.
Pois bem, um vereador cratense passou pela rua e não viu nenhuma placa. Não deu outra. De imediato, apresentou projeto denominando a artéria (já denominada) em homenagem a outra pessoa. Projeto aprovado apressou-se em colocar a placa com a nova denominação.
Um irmão de Francisco Osório – o ex-bancário Paulo Leonardo ( ver foto acima) – viu a alteração. Foi aos arquivos da Câmara Municipal e localizou a lei de 1989. Mandou confeccionar nova placa desta feita citando a lei e a data da promulgação do projeto que denominou a rua de Francisco Osório Ribeiro da Silva.
Decisão acertadíssima. É o que deveria ser feita com a Rua Imperatriz Leopoldina que teve seu nome mudado para Rua Orestes Costa. Interessante que o Sr. Orestes Costa já tem 3 ruas em Crato em sua homenagem. Um recorde mundial!
Essas mudanças de nomes das nossas ruas sempre atenderam a interesses menores dos vereadores e foram feitas sem ouvir a população.
Recentemente, a Câmara de Vereadores de Independência – município localizado no Sertão dos Inhamuns do Ceará – aprovou um projeto de lei, dispondo sobre a identificação de ruas, praças, monumentos, obras e edificações públicas daquela cidade. Esse projeto de lei exige – para qualquer mudança na denominação de ruas e praças – um pedido antecipado, contendo lista com assinaturas de pelo menos cinco por cento do eleitorado.
Idêntica providência deveria ser adotada pelos vereadores de Crato.
Texto: Armando Lopes Rafael
A Magia do Stradivarius
Para quem fazia violinos, violas e violoncelos há 300 anos, é incrível que Antonio Stradivari continue insuperável até hoje. Dos quase 1100 instrumentos feitos por ele, pouco mais de 600 chegaram aos nossos dias: são conhecidos como Stradivarius, a versão latinizada do nome do mestre. As peças mais cobiçadas são aquelas fabricadas no chamado “período de ouro” de Stradivari, entre 1700 e 1720.
O célebre luthier (fabricante de instrumentos de corda com caixa de ressonância) nasceu em Cremona, no norte da Itália, por volta de 1644. Antes dele, a cidade já abrigava artesãos conhecidos por fazer os melhores violinos do mundo: o mais antigo desses instrumentos que chegou aos nossos dias foi confeccionado pelo cremonês Andrea Amati em 1564. A técnica era passada de pai para filho e, por quatro gerações, os Amati fizeram grandes instrumentos. O trabalho deles foi ofuscado pelo surgimento de Stradivari. O primeiro Stradivarius de que se tem notícia foi feito em 1666. O artesão viveu até os 93 anos, controlando seu negócio com mão de ferro. Não se preocupou em formar os filhos, e muitos de seus segredos de fabricação morreram com ele.
Os Stradivarius são os instrumentos musicais mais caros do mundo – o recorde em vendas públicas pertence ao violino chamado Christian Hammer, arrematado em Nova York em maio deste ano por 3,54 milhões de dólares (em negociações particulares, os preços podem ir ainda mais alto). Eles são primorosos tanto pela sonoridade magnífica quanto pela forma perfeita. “Um Stradivarius é uma obra de arte, como um quadro. É diferente de qualquer outro violino”, afirma o empresário e músico amador Geraldo Modern, de 93 anos. Alemão, ele vive no Brasil desde 1934 e foi um dos poucos a possuir um Stradivarius por aqui – o dele, já revendido, era de 1709.
Seis dos instrumentos feitos por Stradivari tiveram sua saga contada no livro Stradivarius: Cinco Violinos, Um Violoncelo e Três Séculos de Perfeição, do inglês Toby Faber, lançado este ano em português. Veja, a seguir, como a trajetória dessas obras-primas se entrelaçou com a biografia de grandes intérpretes – e marcou a história da música erudita.
A conquista do mundo
O som era expressivo, parecido com uma voz humana. No dia 17 de março de 1782, o público do Concert Spirituel, de Paris, ficou extasiado: nunca tinha ouvido nada como Giovanni Battista Viotti. O violinista italiano tinha a árdua missão de seduzir os parisienses, habituados a usar o violino como coadjuvante. Viotti foi bem-sucedido. As apresentações no Spirituel foram a grande virada na história do violino, o momento em que o instrumento assumiu de vez sua vocação de solista. Considerado o pai do violino moderno, Viotti deve muito a seu instrumento, um Stradivarius com fundo listrado, textura conhecida como “pele-de-tigre”. Não se sabe onde Viotti o adquiriu, mas, a partir dele, os instrumentos feitos pelo italiano Antonio Stradivari começaram a ser cultuados.
Viotti estabeleceu-se na França e, depois, mudou-se para Londres. Quando morreu, seu Stradivarius ficou na Inglaterra – e passou a ser conhecido pelo nome do famoso proprietário, coisa que se tornou comum na história desses instrumentos. Em 2005, a família Bruce, dona do Viotti por 80 anos, vendeu-o para o Estado britânico. Hoje ele está na coleção da Academia Real de Música.
O messias silencioso
“Então seu violino é como o Messias, que está sempre sendo esperado, mas nunca aparece!” A comparação, que o italiano Luigi Tarisio ouviu do irritado violinista francês Delphin Alard, batizou o que viria a ser o violino mais famoso do mundo: o Messias. Tarisio se gabava de ter um lindo Stradivarius de 1716, mas, como ele falava muito do violino e nunca o mostrava, a alcunha pegou. Filho de camponeses, Tarisio foi o maior negociante de instrumentos da primeira metade do século 19. Comprou o Messias do conde Cozio de Salabue, que, por sua vez, o havia comprado dos herdeiros de Stradivari. Enquanto viveu, o mestre nunca vendeu sua obra-prima. Daí surgiria a lenda de que, do Messias, o dono só se separa com a morte. A de Tarisio foi em 1854, e o violino foi comprado por Jean-Baptiste Vuillaume, luthier e negociante francês.
O Messias serviria de modelo para inúmeras cópias (algumas feitas por Vuillaume). Depois de anos de espera, Delphin Alard conseguiu botar as mãos no Messias: genro de Vuillaume, acabou herdando o Stradivarius após a morte dele. Quando chegou a vez de Alard bater as botas, o violino foi adquirido por uma empresa inglesa. Desde 1939, o Messias está no Ashmolean Museum, em Oxford, Inglaterra. Em 1997, um pesquisador afirmou que o instrumento poderia ser falso, mas testes concluíram que a madeira do violino é de uma época compatível com a de sua suposta fabricação. O que não se sabe é se o Messias é, de fato, um bom violino. Pouco tocado, ele ainda hoje parece novo, com o verniz intacto.
De Tartini ao sumiço
Em abril de 1818, o violinista polonês Karol Lipinski, de 28 anos, estava prestes a dividir o palco com o compositor italiano Niccolò Paganini, um dos maiores virtuoses da história. Às vésperas da apresentação, Lipinski foi à casa do músico Salvini, um ex-aluno de Giuseppe Tartini (o grande violinista do século 18). A pedido do anfitrião, tocou maravilhosamente. Quando terminou, Salvini pediu para examinar seu violino e, sem pestanejar, estraçalhou-o na quina da mesa. Lipinski ficou atônito, mas não teve do que reclamar: ganhou, no ato, o Stradivarius de 1715 que havia pertencido a Tartini. O instrumento havia sido herdado por Salvini, mas, ao ouvir Lipinski tocar, ele passou achar que o polonês era o único músico digno de usá-lo.
Aos 90 anos, Stradivari ainda era capaz de fazer grandes instrumentos. A prova é o Khevenhüller, de 1733. O nome vem do príncipe austríaco Johann Sigismund Friedrich de Khevenhüller-Metsch, que ofereceu esse violino à segunda esposa como presente de casamento, em 1800. Um ano depois, o príncipe morreu, e o Stradivarius ficou sumido até 1820. Reapareceu em Viena, tocado pelo húngaro Joseph Böhm. Foi com ele que o violinista liderou o quarteto de cordas Opus 127 em Mi Bemol a pedido do próprio compositor, Ludwig van Beethoven. O concerto teve tanto sucesso que incentivou o gênio a compor mais quartetos antes de morrer. Já Böhm seguiu tocando até 1828, quando viu um concerto de Paganini e o achou tão insuperável que desistiu de tocar em público.
Em 1876, com a morte de Böhm, o Khevenhüller foi herdado por seu sobrinho, que o vendeu ao músico russo Viktor Popov. Após a Revolução Russa, o Khevenhüller foi comprado pelo negociante alemão Emil Herrmann. O violino só voltaria a ser ouvido em público nos anos 30, graças ao prodígio americano Yehudi Menuhin. Bancado por um magnata, o garoto de 12 anos pôde adquirir o instrumento que queria. Nos anos 80, Menuhin precisou de dinheiro e o vendeu. Desde 2004, o Khevenhüller pertence a um colecionador suíço.
Um Paganini menor
Mesmo doente e incapaz de tocar, Paganini tentou continuar ganhando dinheiro com música: em 1839, completou um quarteto de Stradivarius e o colocou à venda. Associando seu famoso nome ao do luthier, ele esperava arrecadar uma boa quantia. Paganini conseguira um violino de 1727, um violoncelo de 1707 e uma viola de 1731 – artigo raríssimo, pois só se conhecem 11 delas feitas por Stradivari. Um violino de 1680 ocupou o lugar que faltava. Em termos de som, ele não era uma obra-prima (e, com seu verniz amarelo, era bem diferente dos avermelhados Stradivarius posteriores).
Paganini morreu em 1840, sem conseguir realizar a venda. Seu filho Achillo confiou o quarteto ao negociante Jean-Baptiste Vuillaume, mas, como não houve compradores para o conjunto, teve que aceitar a venda dos instrumentos em separado. A partir de 1852, o “violino amarelo” passou por seis donos até que, em 1944, foi comprado pelo alemão Emil Herrmann. Seu plano era reunir o quarteto de Paganini, mas faltou o violoncelo original. A solução foi completar a coleção com outro Stradivarius que havia sido do mestre: o Landenburg, de 1736.
Herrmann levou só dois anos para vender o quarteto. Por ele, em 1946, a milionária americana Anna Clark pagou 150 mil dólares. Com sua morte, em 1965, os instrumentos passaram à Galeria de Arte Corcoran, de Washington. Em 1994, o Quarteto Paganini foi vendido de novo. E seu valor cresceu 100 vezes: foram 15 milhões de dólares, pagos pela Fundação Musical Nipônica. Dentre os quatro instrumentos, o de 1680 é o menos valorizado – apesar de ter a honra de ser chamado de “Paganini”.
O som da generosidade
“Quinze gloriosos minutos.” Assim o francês de origem chinesa Yo-Yo Ma, um dos maiores violoncelistas da atualidade, descreveu sua primeira experiência com o Davidov. No início dos anos 80, o violoncelo (fabricado por Stradivari em 1712) pertencia à musicista inglesa Jacqueline du Pré. Em 1983, Jacqueline e seu então marido, o maestro argentino Daniel Baremboim, resolveram emprestar o instrumento ao dedicado Yo-Yo Ma.
Atos de generosidade como esse são uma marca na história do Davidov, um dos 21 violoncelos conhecidos feitos por Stradivari com o chamado “molde B”, considerados os melhores do mundo. O nome do instrumento vem do virtuose letão Karl Davidov. Ele o adquiriu por volta de 1863, graças a uma doação do conde Wielhorski, de São Petersburgo. Mas o dono era relapso com o instrumento. “Não tenho tempo para meu violoncelo”, dizia. Nas suas mãos, o Stradivarius sofreu muito desgaste – antes dos concertos, Davidov costumava largar a obra-prima com seus alunos, para que eles amaciassem as cordas. Depois que o músico morreu, em 1946, o violoncelo passaria por vários donos. Em 1964, a rica madrinha de Jacqueline du Pré, Ismena Holland, comprou-o por 90 mil dólares e o deu de presente à afilhada.
A violoncelista teve uma carreira meteórica, mas, por sofrer de esclerose múltipla, teve que parar de tocar. Quando a doença a matou em 1987, aos 42 anos, o Davidov foi posto à venda. Yo-Yo Ma não tinha como pagar a quantia pedida e se viu ameaçado de perdê-lo para sempre. Foi aí que um admirador anônimo do violoncelista comprou o instrumento e o cedeu a ele em caráter vitalício. Ainda hoje, Yo-Yo Ma diz sentir a presença de Jacqueline no instrumento.
Violinos foram modificados, mas mantêm a excelência do fabricante
A principal façanha de Stradivari está na chamada “projeção sonora”: o som de seus violinos alcança facilmente o fundo das salas de concerto. A responsável por isso é a caixa de ressonância, que serve como amplificador: o luthier cremonês inovou ao deixá-la mais plana, quase eliminando a curvatura do tampo e do fundo. Entretanto, como todos os violinos de sua época, os Stradivarius também tiveram que ser adaptados às necessidades dos concertistas contemporâneos – que exigem ainda mais projeção sonora. Assim, os violinos do mestre usados em apresentações tiveram o braço inclinado para trás e deixado paralelo às cordas. Outra mudança foi nas barras harmônicas, substituídas por modelos mais longos e fortes (para suportar a pressão das cordas, hoje mais tensas do que antes). Mesmo transformados, os Stradivarius mantêm seus traços originais inconfundíveis.
Fundo
Há quem diga que o segredo dos violinos do período de ouro do mestre está nas peças de bordo usadas para fazer o fundo das caixas de ressonância. A madeira teria sido embebida em água salgada (de propósito ou por acidente), o que as teria tornado exepcionalmente duráveis.
Etiqueta
Visível através da abertura acústica esquerda, indicava, em latim, o fabricante, a cidade dele e o ano de fabricação. Assim, um Stradivarius feito em 1700 traria a inscrição “Antonius Stradivarius Cremonensis Faciebat Anno 1700”. Para fingir que tinham obras do mestre, comerciantes imitavam essas etiquetas.
Voluta
A voluta serve, basicamente, para pendurar o violino. Assim como as aberturas acústicas, as volutas de Stradivari são magníficos trabalhos de marcenaria. Aparentemente, elas revelam um certo conhecimento matemático, pois lembram os princípios do traçado de espirais descobertos pelo filósofo grego Arquimedes.
Verniz
A receita especial que Stradivari usou para envernizar seus instrumentos permanece desconhecida. No início, ele aplicava o verniz amarelado comum em Cremona. Depois, mudou para um tom vermelho. É possível que esse verniz ajude na sonoridade, mas até hoje não se pôde comprovar como isso acontece.
Aberturas acústicas
Seu formato segue proporções áureas. São estreitas, removendo pouca madeira do tampo. Acabamentos circulares nas pontas evitam que surjam rachaduras. As aberturas estão entre os principais traços analisados por especialistas na hora de distinguir um Stradivarius de uma cópia.
Tampo
Feito de madeira macia, vibra junto com as cordas. Os tampos de Stradivari eram montados a partir de duas peças coladas, tiradas do tronco da árvore como se fossem fatias de bolo. É o chamado “corte radial”, que garante o equilíbrio entre graves e agudos.
Stradivarius, Toby Faber, Record, 2006 - Apaixonado por violinos, o autor faz um levantamento histórico e entrevista músicos para contar a história de seis instrumentos que exemplificam a genialidade de Stradivari.
por Jeanne Callegari
http://historia.abril.com.br/cultura/magia-stradivarius-434760.shtml
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Maria Angels Anglada
PARABÉNS, JOAQUIM !!!!!!!! - por CARIRICATURAS
Então, apressem-se que a festa é grande. Dose dupla! Rosineide e Socorro já prepararam tudo. Fiz o bolo, mas não posso demorar, amanhã volto à atividade normal. Edilma vai ganhar um "taco".
Joaquim não sabe mais onde esconder suas diversas caras de felicidade. Vamos então lhe desejar duplamente: FELICIDADE, PAZ, SAÚDE e uma graninha pra ter bastante conforto na vida.
Resgates tardios - Por Claude Bloc (para Joaquim Pinheiro)
espalham-se em mim folhas semelhantes
complicados gráficos de minha inquietude
os cheiros insistentes das coisas silvestres
a paisagem envolvida
da solidão perfumada da terra
ao medo da recente noite.
apenas sei que a mata me pertence
que me conforta
como essas coisas
que surgem de repente
.
Texto e fotos por Claude Bloc