Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

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quarta-feira, 10 de março de 2010

Percepção

Minha vida não entra em declínio
se a lua enlouquece.
Bastaria que aquele galho
do jardim suspenso
ferisse meu olho.
O silêncio além de moldar os seixos
serve como adubo às minhocas.
As palavras sem dono
são bem imperiosas.
Lépidas,
vibrantes.
Pelo menos juro
a mim mesmo
que a loucura
do meu sangue
não é doença.
Não ganho moedas de ouro
tampouco celebro a vida
com ópio e vinho.
Minha loucura não pertence
ao aperto do músculo enfadonho.
Se penso em reagir,
tolice.
Basta-me o sapato apertado.
Meu cansaço no final da noite.
Sozinho aprendo a rir de soslaio.
Minhas asas de fogo de molho.
Não uso água sanitária.
Agora é o detergente de cozinha
mais eficaz, denso, e ainda solta bolinhas.
Não as mesmas assopradas por meu filho.
Coloridas, se o sol bate no basculante.

COMPOSITORES DO BRASIL



Compositoras do Brasil

De Chiquinha Gonzaga a Maria Gadú

Por Zé Nilton

Não é grande a lista de mulheres compositoras na MPB. A música e certos instrumentos musicais foram por muito tempo marginalizados pela sociedade. Coisa pequena e ofício de desocupado, de boêmio e de malandro, a música assim permaneceu estereotipada por longos anos.

Os homens, filhos da sociedade machista, mesmo assim e por isso mesmo, tocaram para frente, com muita bossa, ginga e malemolência a nossa música, até a sua consagração mundo afora.

Entre as mulheres a coisa resultou mais devagar. Chiquinha Gonzaga, Francisca Edwiges Neves Gonzaga, (Rio de Janeiro 17 de outubro de 1847 e Rio de Janeiro 28 de fevereiro de 1935), desatou o nó do invólucro machista da nossa musicalidade e desencantou o piano, levando-o para os salões das danças, dos blocos carnavalescos, dos saraus familiares. E haja polca! E haja maxixe! Tudo na base do “corta-jaca”.

Compositora, pianista e regente disse alto e em bom tom “ô abre alas que eu passar”, e passou para a história da Música Popular Brasileira consagradíssima por tudo o que fez.

No seu rastro se seguiram talentosas e inspiradas compositoras, raríssimas até os começos de 1940. De lá para cá, excelentes cantoras, grandes compositoras e letristas entraram no cenário artístico-musical para o bem da música e de todos nós.

Na semana dedicada à mulher a homenagem do programa: Compositores do Brasil, nesta quinta-feira, às 14 horas na Rádio Edducadora do Cariri.

Vamos falar de algumas delas e ouvir suas músicas belas e encantadoras, como todas elas são. No roteiro estão:

Lua Branca, de Chiquinha Gonzaga, com Verônica Sabino
Por causa de você. DD e T. Jobim - com Helena de Lima
Alguém me avisou, de D. Ivone Lara, com Araqueto e Maria Betânia
Chiclete com banana - Almira Castilho e Gordurinha, com Jackson do Pandeiro
Ouça, de Maysa Matarazzo, com Maysa.
Jogo de damas, de Isolda, com Milton Carlos
O pato, de Neuza Teixeira e Jayme Silva, com João Gilberto
Fiquei tão triste, de Helena da Silva, com Roberto Carlos
Clareana, Joyce, com Joyce
Baila comigo - Riata Lee e Roberto de Carvalho,
Tema do boneco de palha, de Rosinha Valença
Maria Gadú - Shimbalaiê

Quem ouvir, verá !

Informação:
Programa: Compositores do Brasil
Pesquisa, produção e apresentação de Zé Nilton
Rádio Educadora do Cariri
Quinta-feira, às 14 horas
Apoio Cultural: CCBNB

A volta da Asa Branca, Zé Dantas



J
á faz três noites, que pro Norte relampeia,
A Asa Branca, ouvindo o ronco do trovão,
Já bateu asas, e voltou pro meu sertão,
Ai, ai, eu vou embora, vou cuidar da plantação,
Já bateu asas, e voltou pro meu sertão,
Ai, ai, eu vou embora, vou cuidar da plantação,
A seca tem de desertar da minha terra,
Mas felizmente, Deus agora se alembrou,
De mandar chuva, pra este sertão sofredor,
Sertão das mulhé séria, dos homens trabalhador,
De mandar chuva, pra este sertão sofredor,
Sertão das mulhé séria, dos homens trabalhador.
Rios correndo, as cachoeiras tão zuando,
Terra molhada, mato verde que riqueza,
E a Asa Branca, salva e canta que beleza,
Está o povo alegre, mais alegre a natureza,
E a Asa Branca, salva e canta que beleza,
Está o povo alegre, mais alegre a natureza.
Sentindo a chuva eu me recordo de Rosinha,
A linda flor do meu sertão Pernambucano,
E se a safra não atrapalhar meus plano,
Que que há, o Seu Vigário, vou casar no fim do ano!

Tetê Espíndola



Teresinha Maria Miranda Espíndola, mais conhecida como Tetê Espíndola (Campo Grande, 11 de março de 1954) é uma cantora, compositora e instrumentista brasileira. Atualmente mora no bairro de Moema, em São Paulo.

As características de sua carreira estão na multiplicidade, com incursões pela vanguarda, o pioneirismo regionalista, fusões do acústico com o eletrônico, experimentalismos com pássaros, enfim, um leque de opções que sua voz absolutamente rara, de timbre ímpar e extensão incomum, lhe proporciona.


Tetê é irmã de Humberto Espíndola, artista plástico de renome internacional, e foi por ele e a mãe Alba Miranda onde desenvolveu os dons artísticos entre as sessões de teatro que a mãe e Humberto encenavam, e/ou, entre as audições de rádio no período vespertino. Porém, a veia artística não vem só daí, pois na família haviam primos-trigêmos que se apresentavam em grandes orquestras, inclusive para Getúlio Vargas. Mas o primeiro a aprender a tocar violão em casa foi o irmão Sérgio, que ensinou Geraldo, e Geraldo ensinou Tetê.

Era evidente que rolava muito som entre os irmãos em casa, já que todos tocam e cantam, e em 1968, Tetê, Geraldo, Celito e Alzira formam o grupo LuzAzul e passam a executar concertos na via Cuiabá-Campo Grande. E foi na via-crucis, no meio do caminho, num local muito especial para Tetê chamado Chapada dos Guimarães, ao lado de passarinhos e do Véu da Noiva que Tetê descobre a sua voz aguda…

O LuzAzul decide ir para São Paulo. Vão primeiro Celito e Tetê, e começam a tocar em barzinhos e abrir espaço para os outros irmãos se transferirem de vez para São Paulo, quando fecham contrato com a Phonogram/Phillips, e a pedidos da própria gravadora, mudam o nome LuzAzul para Tetê e o Lirio Selvagem, lançando assim seu primeiro trabalho em 1978. Em 1979, Tetê o e Lirio Selvagem se desfaz, a gravadora decide lançar Tetê em um disco solo - Piraretã.

Em 1981, ao lado de Arrigo Barnabé, defendem a valsa Londrina(de Arrigo) no MPB Shell, que recebe o prêmio de melhor arranjo por Cláudio Leal. Em 1982, entre muitas experimentações sonoras feitas através de sessões com Stenio Mendes e Theophil Mayer (inclusive exibido pela TV Cultura em um especial), surge o disco Pássaros na garganta, aclamado pela crítica, e onde a estética do som é batizada por Arrigo Barnabé de sertanejo lisérgico. Em 1985, Tetê vence o "Festival dos Festivais" da Rede Globo com a canção Escrito nas estrelas, composição do marido Arnaldo Black com Carlos Rennó, que bate recordes de execução e vendagens, dando-lhe o disco de ouro. Em 1986, como parte do conograma da gravadora Barkley/BMG Ariola, segue-se o disco Gaiola, onde executam uma gigantesca turnê pelo Brasil.

Tetê dubla, atua e faz a trilha sonora do filme Mônica e a sereia do rio (de Maurício de Sousa) dirigido por Walter Hugo Khouri; e faz uma participação no curta Caramujo-Flor, de Joel Pizzini, junto com Almir Sater, Aracy Balabanian, Ney Matogrosso e outros artistas de Mato Grosso do Sul. Como representante brasileira, participa do Festival The concert voice, em Roma (1988). Em 1989, canta no New Morning (Paris) e no Festival de Jazz da Bélgica. Com uma bolsa da Fundação Vitae, em conjunto com Marta Catunda e Humberto Espíndola vão rumo á Amazônia numa expedição em busca do canto do uirapuru, onde gravam uma série de sons de pássaros, que depois de catalogado, e parte das experimentações musicais feitas por Tetê na Amazônia, gera o disco Ouvir/Birds (1991).

Tetê passa alguns anos se dedicando à família e em 1998, junto com a irmã Alzira, gravam o disco acústico só de canções regionais/tradicionais - Anahí, sucesso de venda e de público nos concertos que lotaram uma agenda de 2 anos. Quando então, aparece o excelente disco Vozvoixvoice, dirigido e produzido por Phillipe Kadosch, no qual o conceito aplica-se em fazer da voz, todos os instrumentos (baixo, bateria, guitarra, sopros, etc.). Em 2003, Tetê participa em dois projetos junto com a família - Espíndola canta e O que virou, e em 2005 lança o disco Zencinema só com canções de Arnaldo Black.

Em 2006 e 2007 participou de várias apresentações com a soprano Adélia Issa. Ainda em 2007 lança o disco Evaporar completamente produzido no Mato Grosso do Sul, desde a escolha de músicos à finalização do trabalho.


wikipédia

Zé Dantas


José de Sousa Dantas Filho (Carnaíba, 27 de fevereiro de 1921 — Rio de Janeiro, 11 de março de 1962), mais conhecido como Zé Dantas, foi compositor, poeta e folclorista brasileiro.

Foi parceiro de Luiz Gonzaga em vários sucessos, incluindo "O Xote das Meninas", gravado por Ivon Cury e Marisa Monte, entre outros.

Astor Piazzolla



A música de Astor Piazzolla é sem dúvida uma das maiores expressões artísticas que a Argentina já deu ao mundo. Incorporando ao tango um pouco de jazz e um pouco de música clássica, Piazzolla conseguiu um resultado formidável e ao mesmo tempo inovador, sofisticando esse ritmo portenho e revolucionando seus conceitos.
Astor Pantaleón Piazzolla, nascido no dia 11 de março de 1921 na cidade de Mar del Plata, passou a infância entre Buenos Aires e Nova York - mais na segunda cidade que na primeira. Começou a estudar música aos 9 anos nos Estados Unidos, dando continuidade em Buenos Aires e na Europa. Em 1935 teve um encontro quase místico com Carlos Gardel, ao participar como extra no filme El Día que me Quieras.
Sua carreira começa verdadeiramente quando decide participar como bandoneonista na orquestra de Aníbal Troilo. Em 1952 ganha uma bolsa do governo francês para estudar com a legendária Nadia Boulanger, quem o incentivou a seguir seu próprio estilo. Em 1955, de volta a casa, Astor forma o Octeto Buenos Aires. Sua seleção de músicos - em uma experiência similar à jazzística norte-americana de Gerry Mulligan - termina delineando arranjos atrevidos e timbres pouco habituais para o tango, como a introdução de guitarra.
A presença de Astor gerou ao princípio receios, inveja e admiração entre a comunidade tangueira. Nos anos 60 Piazzolla teve que defender com unhas e dentes sua música, abalada pelas fortes críticas. A controvérsia girava em torno de se sua música era tango ou não, a tal ponto que Astor teve que chamá-la de "música contemporânea da cidade de Buenos Aires". Mas isso não era tudo: Astor provocava a todos com sua vestimenta informal, com sua pose para tocar o bandoneón (tocava de pé, quando a tradição era segurar o fole sentado) e com suas declarações que mais pareciam desafios.
A formação da primeira parte dos anos 60 foi, basicamente, o quinteto. Seu público era integrado por universitários, jovens e pelo setor intelectual, se bem estava longe de ser massivo. Astor já tinha fama de durão e bravo, de lutador, estava em pleno período criativo e se rodeou dos melhores músicos.
Com Adiós Nonino, Decarísimo e Muerte de un Ángel começou a trilhar um caminho de sucesso que tería picos em seu concerto no Philarmonic Hall de Nova York e na musicalização de poemas de Jorge Luis Borges.
Em seus últimos anos, Piazzolla preferiu apresentar-se em concertos como solista acompanhado por uma orquestra sinfônica com uma ou outra apresentação com seu quinteto. Foi assim que percorreu o mundo e ampliou a magnitude de seu público em cada continente pelo bem e a glória da música de Buenos Aires.
Astor Piazzolla faleceu em Buenos Aires no dia 4 de julho de 1992, mas deixou como legado sua inestimável obra - que abrange uns cinquenta discos - e a enorme influência de seu estilo. Na verdade, a produção cultural sobre Piazzolla parece não ter fim: se estende ao cinema e ao teatro, é constantemente reeditada pelas discográficas e ganha vida na Fundación Piazzolla, liderada por sua viúva, Laura Escalada.

http://www.mibuenosairesquerido.com/

Assis Valente por Norma Hauer


Na data de hoje, exatamente há 52 anos, o compositor ASSIS VALENTE resolveu colocar fim em sua vida, ato que já tentara duas vezes antes.

Por que alguém acha que não vale a pena viver?

Segundo soube, Assis Valente era um homem triste, não se sentia feliz, apesar de ser um nome famoso. Sente-se em sua composição "Boas Festas" que havia certa mágoa em seu interior. Ouvi falar que ele estava bastante amargurado quando compôs essa música, que vem a ser uma espécie de hino do Natal, visto ter sido a primeira composta no Brasil para as festas de fim de ano.

Conheci Assis Valente quando ele, protético, trabalhava no então Edifício Carioca, em cuja galeria, os bondes de Santa Teresa faziam ponto terminal. Assis fazia seu lanche em um dos bares que existia naquela galeria. Gostava de conversar, era animado, ali não parecia uma pessoa triste, como seus colegas sempre afirmaram ser.

Naturalmente, ao conversar com seus fãs, com aqueles que apreciavam suas composições, procurava não transparecer seu infortúnio. Mas ele existia, tanto que tempos depois, subiu ao Corcovado e de lá, talvez pedindo perdão ao Redentor, atirou-se no vazio ( que não estava tão vazio) ficando preso em uma árvore, sendo retirado pelos bombeiros.

Mais tarde, em uma nova tentativa de suicídio, cortou os pulsos, sendo atendido e salvo a tempo.

Na terceira vez conseguiu seu intento, ao fazer a mistura (infelizmente famosa) de guaraná com formicida. Era a data de 10 de março de 1958. Partiu. Mas deixou seu talento em suas músicas ainda hoje lembradas.

No dia 19 de março, data de seu nascimento, farei um relato maior do que foi sua vida, que enriqueceu nosso cancioneiro durante vários anos, a partir do início dos 30.

A data de hoje marca seu triste fim, mas a de 19 traz à luz seu talento.
norma hauer

"Piange Il Telefono" - Domenico Modugno e ...

( Canta: Domenico Modugno & Francesca Guadagno)
( Autores: Bourtaire - François - D. Modugno - Thomas - 1975 )

Piange Il Telefono
-Pronto!
*
-Escuta, mamãe está perto de ti?
Deves dizer a mamãe:
Tem alguém que...
*
- Quem é, o senhor da outra vez?
Vou chamá-la, mas está tomando banho,
não sei se pode vir.
*
- Diz-lhe que estou aqui,
diz-lhe que é importante,
que esperarei.
*
- Mas fizeste alguma coisa à minha mãe?
Quando tu chamas
ela me diz sempre:
”Diz-lhe que não estou”.
*
- Mas diz-me,
já sabes escrever ?
É bela a tua casa?
Na escola como vai?
*
- Bem ...mas enquanto a minha mãe trabalha
é uma vizinha que me acompanha à escola
Porém tenho somente uma assinatura no meu diário,
os outros têm aquela de seu papai, eu não.
*
- Diz-lhe que estou aqui,
que sofro há seis anos.
Tesouro, exatamente a tua idade.
*
- Eh não! Eu tenho cinco anos.
Mas tu conheces a minha mãe?
Não me falou nunca de ti.
Espera, eh!
*
- Chora o telefone
porque ela não virá.
Também se grito: "Te amo",
eu sei que não me escutará.
*
Chora o telefone
porque não tens piedade.
porém ninguém me responderá.
*
No verão vocês passam as férias
no Hotel Riviera.
Gostas do mar?
*
- Oh sim, muito, sabes que sei nadar ?
Mas, diz-me, como conheces o Hotel Riviera,
estiveste lá também ?
*
- Diz-lhe, a minha pena é aqui, eu quero bem às duas.
*
- Queres bem a nós duas?
Mas eu nunca te vi !
Mas o que tens, porque mudou sua voz?
Mas tu choras, por quê?
*
- Chora o telefone porque ela não virá.
Também se grito: "Te amo",
eu sei que não me escutará.
*
Chora o telefone
porque não tens piedade.
porém ninguém me responderá.
*
Lembras porém, choro no telefone
pela última vez agora,
e o porquê amanhã tu saberás.
Faz ela esperar.
*
- Está saindo.
*
-Faz ela parar.
*
- Já saiu.
*
-Se já saiu, então adeus.
*
- Até breve senhor.
*
- Tchau pequena.

Vídeo - You Tube - Domenico Modugno e Francesca Guadagno

Recado do Dihelson Mendonça


Olá, pessoal,

Lembrando também que além dos Blogs da Região, o novo Bate-Papo do Cariri possui agora uma página própria com uma área maior de escrita e é mais rápido, porque é feito especialmente para só para o Bate-Papo. Lá, vc conversa escutando a Rádio Chapada do Araripe. Faremos programas ao Vivo, Interativos, conversando com as pessoas que estiverem no Bate-Papo.

Para quem quiser conhecer a nova página ( vale a pena ), aqui está:

http://batepapodocariri.blogspot.com

Esse é o novo Canal da Comunicação no Cariri e no Ceará !

Abraços,
Dihelson Mendonça

Reunião da ACF - Associação Cearense de Forró


Hoje, quarta-feira, 10 de março, estaremos nos reunindo novamente
para tratar de vários assuntos de interesse da ACF- Associação Cearense
de Forró, entre eles a escolha do representante da ACF-Cariri, que se
tornará um braço da associação de Fortaleza.

A sua
participação é da maior importância, pois pretendemos ouvi-los no
sentido de dar maior visibilidade e aceitação dessa e de outras ações
que pretendemos implementar para que a ACF tenha voz e vez no mercado
cearense.

Participe conosco e vamos congregar os amantes do verdadeiro forró do Cariri.
Abraço a todos.

LOCAL: Auditório do Centro Cultural do Araripe (RFFSA)
DATA: 10/03/2010 (quarta-feira)
HORÁRIO: 19 horas
DÚVIDAS: 35216604 ou 88163062 (kaika)

Por telefone - Socorro Moreira



Em 1994 , aportei em Campina Grande-PB, transferida de Friburgo-RJ.

Além dos meus filhos não conhecia mais ninguém.

Depois de arrumar a casa, fazer as ligações dos eletros, e do telefone, arrisquei o 185(Disque amizade!).

A primeira voz que atendeu era masculina , e linda ! Qualquer coisa apitou , no meu coração, e haja papo !

O moço falou-me que era advogado, solteiro pela segunda vez, e que estava se sentindo solitário. A partir de então, por quase 30 dias, nos falamos por horas e horas, todos os dias.

Um dia combinamos que ele iria até o Banco, onde eu trabalhava pra me ver de longe... Foi fácil reconhecê-lo. Era um homem grandão, bonito, bem apessoado, parecia ter saído de um romance ou conto de fadas. Pediu uma informação, no atendimento. Gaguejei, e respondi... Ele sorriu, e despediu-se.

Pela primeira vez, naquela noite, o telefone ficou mudo.

Putz, o moço não foi com a minha cara... Ai, meu Deus vou sentir falta da minha companhia de todas as noites.

Dia seguinte, ele ligou. Tentei ouvir o que tinha pra dizer, sem precipitar a palavra. A palavra às vezes é abortiva ( e todo mundo sabe disso!).

- Olha, a partir de hoje não quero mais ser teu amigo. Pense , e decida, se vai ou não casar comigo. Foi assim mesmo !

Pedi um prazo de uma semana, que terminaria, justo no dia 31 de dezembro, daquele ano.

No dia 31, comprei roupa nova, me produzi, arrumei a casa com flores, fiz uma ceia especial, e pensei: hoje eu me caso !

Acordamos sentados no sofá da sala de mãos dadas. Durante uma semana ele foi trazendo seus panos de bunda, sua escova de dentes, a cópia da chave do carro, e a pasta de documentos.

Na sequência descobrimos todas as nossas divergências. Eu queria ouvir Chico Buarque, ele gostava de Beto Barbosa; eu gostava de filmes de arte, ele gostava de filmes de suspense; eu gostava de dançar bolero, ele só sabia dançar forró; eu gostava de wisque , ele se amarrava numa cachacinha; eu gostava de vegetais, ele gostava de churrasco de bode. Mas foi um bom dono de casa. Assumiu tarefas por mim inoperáveis.
Depois de dois anos, começou a sair sozinho, e arranjou uma nova namorada, numa festa de vaquejada. Pronto! Claro que arrumei as tralhas, e fui morar no Ceará... Até hoje !
Nem sei que fim levou aquele paraibano, que eu conheci, e com quem me casei por telefone !


* Ficção ou realidade?

- Fiquem na dúvida !

Dia do Telefone - por Socorro Moreira


Lamento profundo ter me desligado do telefone. Claro que ele quebra muito nossos galhos... Mas, sem dúvidas alguma, o melhor da ligação é aquela que esperamos ou aquela que nos surpreende (sempre raras!).
“Ninguém telefona ninguém/ ninguém me procura ninguém/ eu grito um eco responde... ninguém!”
“Outra situação é como a música:”... “Telefonista, por favor, pode cortar a ligação...”
Ou senão: “se alguém/ alguém que eu sei/ pra mim telefonar...Não estou/ se alguém não digo quem/ por mim mandar chamar.../ não voltou !”
Gente... “telefone ao menos uma vez... para 3443333...”!
Os fios do céu são imateriais. Hoje é essa a ligação que desejo mais.
Oi, papai!
Oi, Normando!
Oi, você que partiu, e me deixou um canto, no canto!
Claude, na falta do amor que liga, use e abuse do telefone, nesse dia: ligue para todos os amigos, inclusive pra mim!
Tô com o fixo e os celulares esperando.
Você também, moço e moça, ligados no Cariricaturas... Tá na hora de pegar a agenda e ligar pra uma pessoa especial com quem você não fala faz um ano. Diga-lhe que hoje é o dia do telefone, e ele pediu pra não deixá-lo mudo... Esperando a ligação que nunca mais virá, ou aquela dos nossos esquecidos.
Faça voz suave, sorria, trema de emoção... Afinal, telefone não foi feito apenas pra pedir o gás butano... Os 031, 021, 041... Agradecem!

foto de João Nicodemos

Um recanto bucólico...

Lagoa da Fazenda - Junto à UVA - Sobral - Ce

Por Claude Bloc

Antenógenes Silva - por Norma Hauer


Foi no dia 9 de março de 2001 que faleceu o compositor Antenógenes Silva.

Ele estudou música, virou acordeonista e compositor. Para onde ia levava aquele pesado acordeon e gostava de contar histórias de sua vida.
Conheci-o em 1976 no programa "Sala de Visita", que Raul Maramaldo apresentava na Rádio Rio de Janeiro.
Foi quando contou uma história referente à melodia de "Saudades do Matão", gravada por Carlos Galhardo e em cuja etiqueta do disco de 78 rotações consta os nomes de Jorge Galatti e Raul Torres, como autores. O mesmo ocorrendo no LP "Carrossel de Melodias", de 1958, também com Carlos Galhardo.
ATENÓGENES contou que compusera essa música em 1920, quando vivia em São Paulo. Afirmou que costumava executá-la nas festinhas infantis, por não ser, ainda, músico profissional.
Anos mais tarde, soube que ela havia sido gravada como sendo de Raul Torres (autor da letra) e Jorge Galatti, como compositor da música.
Entrou na luta pelo direitos autorais, provando ser o verdadeiro autor da música e que Jorge Galatti nunca compôs nada. Em gravações posteriores aparece seu nome como compositor .

Dentre as músicas de Antenógenes que receberam letra, a que considero mais bonita é "Uma Grande Dor Não se Esquece", gravada por Gilberto Alves.

Antenógenes Silva foi casado com Léa Silva, uma das pioneiras do rádio, onde apresentava um programa para mulheres, tal com Sagramour de Scuvero o fazia.

No final dos anos 30 eram as únicas mulheres locutoras de rádio.
mas Léa Silva era química e lançou um produto "de beleza" de nome "Creme Marsília",
muito bom. Era um creme bastante agradável que deixava a pele fresca, limpa e hidratada...mas se deixava "bela" é outra história.

Após a morte prematura de Léa Silva nos anos 50, Antenógenes formou-se
em química e continuou produzindo o produto. Em homenagem à Léa, ele gostava de distribui-lo em suas apresentações em "Shows", sempre acompanhado por seu acordeon.
Na última vez que o vi, ele estava com mais de 80 anos, firme com seu
instrumento. Viveu 95 anos.
norma hauer