Criadores & Criaturas
"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata."
(Carlos Drummond de Andrade)
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quinta-feira, 5 de agosto de 2010
Imagens - Emerson Monteiro
Elas vêm de novo se achegando aqui por perto espraiando pelo firmamento do juízo, e tomam conta desse universo inteiro de mim. Os fragmentos amarelecidos nas lufadas de vento em folhas sacudidas, multidão impaciente, dão mostras de vida nas árvores da Serra. Junto, cantos esparsos, pipilados intermitentes de aves friorentas, ponteiam cada instante, assinalando o rufar do relógio preso dentro do guarda-roupa indiferente na condição da casa. E fiapos soltos de pensamentos voam libertos pelo ar, quais acordes sincopados de velhas sinfonias do mais distante passado. As cicatrizes do aprendizado, que a história oferece ao sentimento porejam de interrogações, nos toques abandonados de reluzentes aventuras arcaicas ao sol da manhã fria. São porta-lápis de aulas anteriores que invadem o querer da gente de falas, lembranças de filmes, livros, poemas, numa sala vazia das pessoas que se ausentaram, deixando saudades contundentes na existência audaz, enquanto o barco, impávido, seguia sua jornada-correnteza nos caminhos a acima.
Imagens grudadas nas paredes da memória que ardem, pois, notícias agitam o esquecimento ainda meio adormecido. Tantas palavras aqui depositadas em tomos empoeirados, nas prateleiras das coisas fugazes, biblioteca milenar de quimeras, sonhos, névoas, estremecimentos, motores eternos, quase trilhos, que circulam dimensões consistentes, acordes, cantigas, histórias, palmas acesas, o farol aberto das enseadas, grilhões rompidos e normas restabelecidas.
Cruzar pontes levadiças, cavaleiros andantes, vultos escondidos sob capuzes misteriosos, sombras que desfilam na retina imortal de olhos ensolarados, alvoradas festivas ao gosto próspero do viver sorridente que brinca semi-deuses conosco quadro a quadro.
Quantas cartas vagam silenciosas, a transcorrer os espaços aquecidos da alma. Quantas vagas... Então, número infinito de perguntas pulula na tela verde-azul em gotas suaves de ondas quebrando ao acaso, luzes vindas bem de dentro; com isso, mostram avisos de outras formações em movimento, mesma sequência de objetos ofertados às portas e janelas entregues no sereno circunstancial das horas.
Um pulsar de veias no só cuida de aumentar o cenário interior entranhado pela música do vento. Estrelas que latejam céus de ritmos persistentes. Contudo, cheiro de vida preenche o bojo dos sentidos, circula em volta do mastro do coração e desce pelas encostas adormecidas do corpo, tatuando marcas indeléveis, gravadas para sempre na eternidade de um todo coerente sem desaparecer ingrato nas curvas macias e carinhosas dos lençóis.
OBS.: Notas de uma madrugada fria de domingo, inícios do mês de agosto de 2010.
Por Lupeu Lacerda
LUPEU É SHOW !
Magma
“Para Luiz Karimai: mestre de Magma, artífice de Luz”
O túnel ...a treva... a luz ! Adiante a montanha : meio enigma, meio magma ! Empertiga-se desafiadora, sinuosa como um dromedário: sem palavras, sem mapas, sem tutorial. O homem, no entanto, intuitivamente, percebe : é preciso escalar. Por que? Para que? Em busca do que ? Apenas mira aquele que lhe parece o ponto culminante e, num perigoso rapel, inicia a subida. No fundo, imagina que, chegando ao topo, alguma surpresa o espera, atrás das nuvens que encobrem o pico, como um Kilimanjaro. Na travessia, encontra-se, eventualmente com outros alpinistas, que seguem caminhos paralelos. Cada um deles almeja atingir um pico diferente da mesma montanha que lhes parece , na sua particular visão, sempre o mais alto e o mais promissor. As versões variam também, imensamente, sobre o prêmio auferido ao topar o cume: um tesouro; a soberana vista altaneira, em trezentos e sessenta graus; a possibilidade de avistar além de horizontes jamais imaginados. Alguns até, ascendem tangidos pela certeza de quem do outro lado do cume, por detrás das leitosas nuvens, na face oculta da montanha, esconde-se o éden, um Sangri-lá de eterna felicidade.
A perigosa ascensão faz com que muitos viandantes se fixem, cuidadosamente, nas escarpas e, assim, perdem a paisagem que se abre voluptuosamente à frente. Outros, ao contrário, embriagam-se pela vista privilegiada, tropeçam facilmente nas pedras e oferecem-se à rapacidade do abismo. No topo, a montanha, passo a passo, parece se tornar mais inacessível. Os alpinistas vão rareando: alguns escorregam nas pedras pontiagudas; outros são engolidos por avalanches; muitos tragados pelo ar rarefeito; tantos não sobrevivem aos rigores do frio. Percebe-se, com clareza, que aqueles que escolheram escalar os picos mais altos, carregam consigo as maiores taxas de insucesso.
Entre um e outro acampamento, os sobreviventes dividem as esperanças do galardão a ser alcançado. Aqueles que buscam , no alto, uma vista privilegiada e os que almejam o éden os aguardando no lado escondido da montanha, desenvolvem, entre si, uma forte solidariedade: compartilham mantimentos e remédios e trabalham em equipe, mesmo caminhando em direção a pontos díspares da mesma cordilheira. Os muitos que pensam encontrar o tesouro, não se afinam: brigam, fornecem informações desencontradas aos companheiros, montam armadilhas para os concorrentes, estabelecem uma perigosa competitividade entre si.
Um dia, fatigado, alquebrado pela jornada, o homem chega ao topo do pico escolhido. Percebe, com a clareza da neve, que nenhum prêmio o espera ali. O gelo, o frio : seu legado. Sequer consegue beneficiar-se da paisagem que podia se oferecer lubricamente do alto, não fosse a cerração implacável. Tem a plena certeza de que o resultado não há de ser diferente com os outros alpinistas. O prêmio estava na travessia e não na chegada; na busca e não no encontro. Placidamente, encaminha em direção à face oculta da montanha. Ali onde o poderia existir o éden. Os temores já não existem : tinham todos tombado na escalada. Ele desaparece, silentemente, em meio ao flog. Como se a névoa se fizesse de esquife. O magma, a treva... A Luz? O Túnel ?
J. Flávio Vieira
A Cartomante - por Socorro Moreira
A POESIA DE DOMINGOS BARROSO
formiga tem mais vida
que um gato.
Quando se pensa
a formiguinha afogada
dentro do balde
a alma transmigra-se,
rápido desperta:
sacode então as omoplatas
alonga as perninhas
e se perde na vastidão
das cerâmicas.
deixar-me sem fala:
levante os braços
faça um cacho nos cabelos.
A alma boquiaberta sabe
da loucura que me habita.
Sou capaz de perder a decência.
A timidez infantil.
Avançar com a boca trêmula
a língua fora de órbita
beijar,
lamber
as axilas.
Se deseja a mulher
transformar-se em bruxa
(a verdadeira natureza)
basta levantar os braços
fazer um cacho nos cabelos.
Não serei um bom moço.
Serei inconveniente.
Um bandido.
Se não ataco na hora
mais tarde invado sua casa
pela janela.
Dormindo não tem graça.
Hei de acordá-la
e lhe pedir: "por favor,
faça um cacho nos cabelos".
falar sobre morte.
Mas quando eu morrer sei
que as formiguinhas
os passarinhos
as lagartixas
as mariposas
as cigarras
e borboletas
hão de derramar lágrimas
sinceras.
Depois, no outro dia,
as formiguinhas em outras xícaras
os passarinhos em outras árvores
as lagartixas escondidas
as mariposas atraídas pela luz dos postes
as borboletas lançando o pozinho mágico
e as cigarras um blues ao entardecer.
Portanto, saiba
que este poeminha
não é triste.
Levante-se do meu túmulo
e vá viver com meus bichinhos.
Pois vi nos seus olhos
uma lágrima presa.
"Escrever não é fácil, não há glamour", diz Ronaldo Correia de Brito
ENVIADO ESPECIAL A PARATY
CRÔNICAS, CARTAS E TROVAS / 2010
www.guemanisse.com.br
editora@guemanisse.com.br
concursoliterario@guemanisse.com.br
Objetivando incentivar a literatura no país, dando ênfase na publicação de textos, a GUEMANISSE EDITORA E EVENTOS LTDA. promove o 1º CONCURSO LITERÁRIO GUEMANISSE DE CRÔNICAS, CARTAS E TROVAS, composto por três categorias distintas:
a) Crônicas – Narrativa breve, sobre a vida cotidiana, podendo ser informal, intimista, familiar, etc.
b) Cartas – Textos reais ou imaginários em forma de missivas.
c) Trovas – No estilo tradicional (composta de estrofes de QUATRO versos, com sete sílabas poéticas, rimadas em ABAB).
o qual será regido pelo seguinte
REGULAMENTO
1. Podem concorrer quaisquer pessoas, de qualquer país, desde que os textos inscritos sejam em língua portuguesa. Os trabalhos não precisam ser inéditos e a temática é livre.
2. As inscrições se encerram no dia 10 de SETEMBRO de 2010. Os trabalhos enviados após esta data não serão considerados para efeito do concurso, e, assim como os demais, não serão devolvidos. Para tanto será considerada a data de postagem (correio e internet).
3. O limite de cada CRÔNICA ou CARTA é de até 4 (quatro) páginas e as TROVAS se prendem ao estilo tradicional. Os textos devem ser redigidos em folha A4, corpo 12, espaço 1,5 (entrelinhas) e fonte Times ou Arial.
4. As inscrições podem ser realizadas por correio ou pela internet da forma seguinte:
a) Via postal (correio): os trabalhos podem ser enviados em papel, CD ou disquete 3 ½ para Guemanisse Editora e Eventos Ltda. CAIXA POSTAL 31.530 – CEP 20780-970 - Rio de Janeiro – RJ;
b) Internet: os trabalhos devem ser enviados, em arquivo Word, para o e-mail concursoliterario@guemanisse.com.br (com cópia para) editora@guemanisse.com.br
5. Os textos devem ser remetidos em 1 (uma) via, devendo, em folha (ou arquivo, no caso de Internet) separada, conter os seguintes dados do concorrente:
a) nome completo;
b) nome artístico, com o qual assina a obra e que será divulgado em caso de premiação e/ou publicação;
c) categoria a que concorre;
d) data de nascimento / profissão;
e) endereço completo (com CEP) / e endereço eletrônico (e-mail).
6. Cada concorrente pode realizar quantas inscrições desejar.
7. Para as categorias CRÔNICAS e CARTAS, o valor de cada inscrição é de R$ 30,00 (trinta reais), podendo o autor inscrever até 2 (dois) textos por inscrição. Para a categoria TROVAS, o valor de cada inscrição é de R$ 30,00 (trinta reais) podendo o autor inscrever até 5 (cinco) textos por inscrição. Os valores devem ser depositados em favor de GUEMANISSE EDITORA E EVENTOS LTDA, na Caixa Econômica Federal, Agência 2264 – Oper. 003 – Conta Corrente Nº 451-7
8. A remessa do numerário referente à inscrição, quando feita do exterior, deve ser efetuada através dos correios;
9. Os comprovantes de depósito (nos quais os concorrentes escreverão o nome) devem ser remetidos para Guemanisse Editora e Eventos Ltda. pelo correio, pela internet (escaneados) ou para o fax (21) 3734-2005. Nenhum valor de inscrição será devolvido.
10. Os resultados serão divulgados pelo nosso site www.guemanisse.com.br, pela mídia e através de circular (por e-mail) a todos os participantes, no dia 11 de OUTUBRO de 2010.
11. Cada Comissão Julgadora será composta por 3 (três) nomes ligados à literatura e com reconhecida capacidade artístico-cultural. Ambas as Comissões podem conceder menções honrosas ou especiais.
12. As decisões das Comissões Julgadoras são irrecorríveis.
13. Para cada Categoria (CRÔNICAS, CARTAS e TROCAS), a premiação será nos seguintes valores:
a) Premiação em dinheiro:
1º lugar: R$ 3.000,00 (três mil reais) e publicação do texto em livro;
2º lugar: R$ 2.000,00 (dois mil reais) e publicação do texto em livro;
3º lugar: R$ 1.000,00 (mil reais) e publicação do texto em livro.
b) Premiação de publicação em livro:
Os textos premiados, inclusive os que forem agraciados com MENÇÃO HONROSA e/ou MENÇÃO ESPECIAL, serão publicados em livro (sem ônus para seus autores, inclusive de remessa postal) e cada um destes autores receberá dez exemplares, a título de direitos autorais. Os direitos autorais subseqüentes a esta edição são de propriedade dos seus autores, não tendo a Guemanisse nenhum direito sobre os mesmos. Esta edição específica não poderá ultrapassar a tiragem de 2.000 (dois mil) exemplares, e os livros restantes desta edição serão preferencialmente distribuídos por bibliotecas e escolas públicas.
14. A inscrição no presente concurso implica na aceitação plena deste regulamento.
Colaboração de Jair Rolim
Com a palavra , José do Vale Feitosa ! ( e-mail enviado para o Cariricaturas)
Recebido por e-mail- Colaboração de Carlos Rafael
Por Altina Siebra
Para Jayro Starkey
José Roberto A. Igreja*
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação - UOL Educação
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Sei lá!
Beats me!
•Barry: - What does the acronym LASER mean?
Jay: - Beats me! Try looking it up in a dictionary.
Barry: - O que a abreviação LASER significa?
Jay: - Sei lá! Tente procurar num dicionário.
Observações:
1. LASER: Light Amplification by Stimulated the Emission of Radiation.
2. Search me! é outra expressão informal com o mesmo significado de Beats me!.
Rachar a conta
To go dutch
•"Let's go dutch!", Susan told Bob when the waiter brought them the check.
"Vamos rachar!", Susan disse a Bob quando o garçom trouxe a conta.
Observações:
1. A expressão to go dutch normalmente se restringe ao sentido de "rachar contas de refeições".
2. Outra expressão alternativa, esta mais genérica, é to split the Bill.
Quase nunca
Once in a blue moon
•As Burt's in-laws live very far away, he only visits them once in a blue moon.
Como a família da esposa de Burt mora muito longe, ele quase nunca os visita.
Observação:
Os advérbios very seldom e hardly ever, menos informais, também são muito usados nesse contexto.
Terceirização
Outsourcing
•Outsourcing of non-core activities is a usual practice among many companies nowadays.
A terceirização das atividades não-principais é prática comum em muitas empresas hoje em dia.
Observação:
Para traduzir o verbo "terceirizar", use to outsource:
•Many companies prefer to concentrate on their core business and outsource other departments.
Muitas empresas preferem concentrar-se em suas atividades principais e terceirizar outros departamentos.
http://educacao.uol.com.br/ingles/expressoes-coloquiais-5.jhtm
Hablas español?
"Tivesse" ou "estivesse"? -
Na fala corriqueira, é muito comum que se anule a diferença entre as formas “tivesse” e “estivesse”, esta última, com a sílaba inicial suprimida, reduzida à primeira. Ocorre que, no discurso escrito, em que se privilegia a norma culta, é preciso assinalar a distinção entre elas – afinal, uma pertence ao verbo “estar”, e outra, ao verbo “ter”.
O leitor poderá, a título de teste, observar à sua volta, durante um dia, quantas vezes as pessoas dizem “tivesse” ou “tivessem” no lugar de “estivesse” ou “estivessem”: “Se eu tivesse lá, eu teria dito...”, “Se vocês tivessem aqui, vocês saberiam...”. Uma dica: se, depois do verbo, vier um termo que indique lugar, use “estivesse” ou “estivessem” – afinal, alguém pode estar em algum lugar, mas não ter em algum lugar...
O problema também se verifica no futuro do subjuntivo, quando “estiver” vira “tiver”. Na letra de um antigo e conhecido samba de Luiz Américo, encontramos os seguintes versos: “Quando eu tiver / Com a minha cuca cheia de cachaça/ Te arranco dessa roda, te ganho na raça/ Te levo pra ser dona do meu barracão”. Os versos, que reproduzem a fala popular, confirmam essa tendência a confundir “ter” com “estar” no modo subjuntivo.
Abaixo, a correção da frase em epígrafe:
"Aquilo me deixou bem apavorada. Era como se ele estivesse voltando dos mortos", diz ela.
http://educacao.uol.com.br/dicas-portugues/tivesse-ou-estivesse.jhtm
- Claude Bloc -
Nunca gostei muito de estar em meio a multidões. Gosto de (re)conhecer rostos, nomes, sorrisos. Gosto de adivinhar olhos, olhares. Por isso fico feliz quando perambulo pelas ruas de Crato. É lá que me sinto em minha terra, junto ao meu povo, gente que me fala e me sorri como se me conhecesse de sempre, como sempre, para sempre.
No Crato tudo faz sentido: inverno ou verão. É o chão que amo, que pode ser tocado com meus dedos, com a sola dos meus pés e que, nesse momento específico, consegue fazer sentir-me em casa, sem mais nem menos. Tudo é, enfim, coisa percebida, sentida, conhecida. Sinto, então, na essência desse mútuo cativar - terra, chão, pessoas queridas - que todas as cores desejam abrir-se aos meus olhos, à sempre nova experiência de retornar e assim de novo poder voar. (Por que não?).
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Quando estou em Crato, minha vida segue pelas ruas a querer deixar-se caminhar sem tempo, para ver, escutar, cheirar a brisa da serra, o frio da madrugada, as peculiaridades que só conhece quem ama seu torrão.
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Cada vez que vou ao Crato acrescentam-se muitos nomes à lista habitual dos seres que me são confiados pela amizade e fico, cada vez que retorno, a esperar o milagre. Um qualquer. Um voltar definitivo, uma oportunidade decisiva, uma acolhida incisiva e determinante... Mas essa crença só tem sentido quando se revela a essência deste terreno fértil. É uma crença que não abandono e que me impele para frente com o pulsar da esperança.
Muitas vezes chego ao meu limite nessa paciente espera. Mas sei que não posso manter minha máquina sempre acelerada, sem fim, sem números, sem rosto. Sei que o tempo tem de ter o seu tempo, cada fruto o seu tamanho e seu nome. Mas sei também que quero estar onde a mão toca e sente, onde os olhos se cruzam, onde o risco se arrisca... Onde a paciência é virtude para se conhecer, plantar, saber esperar, colher, amar, cuidar... E assim posso ficar no centro, na margem, no fim de cada gesto preciso, mesmo que lento, acompanhando o ritmo das estações.
É por essas e outras que gosto de estar no Crato. Sempre gostei. Porque Crato lembra o amor em gestação. Um amor que se renova a cada ano, que constrói, que acolhe, que floresce. Assim e sempre assim amo o Crato, cheia de pressa, mas profundamente, pois não quero mais ter saudades de uma primavera para depois não a ver chegar.