Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

ENVIE SUA FOTO E COLABORE COM O CARIRICATURAS



... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

Para participar, envie suas fotos para o e-mail:. e.
.....................
claude_bloc@hotmail.com

sábado, 23 de janeiro de 2010

Vida Nova - por Socorro Moreira



Ando sentindo uma nuvem de tristeza espalhada pelos cantos, e altos. Não enxergo a desgraça... Apenas aflição , e descontentamento generalizado. Hora de reprogramar a vida, eu acho! Reprogramar a partir dos sonhos, objetivos, quereres, e limitações. A propósito, meu amigo Cosme passou por aqui com seu sorriso de anjo-de-guarda, que ele joga fora, e disse-me: rico é quem vive bem, dentro das suas limitações. Claro que perguntei de imediato: quem te ensinou isso, menino?
- Achei por aí... Não sei quando, nem onde!
- Grande verdade!

Minha vida foi animada demais nas estradas.
A vida amorosa, sempre está em movimento...
Quase uma paixão, um encanto inteiro
Amor sublimado, e de brincadeira.
Amor que chega, amor que passa...
Amor que fica, e amor fantasma!

Essa fase é novíssima, mas estou gostando de todos os meus planos!
Tristeza é pensar que a vida é sempre do mesmo jeito, e que ela não tem jeito!

Na vitrola do tempo - por Socorro Moreira




A cozinha é a sala de visita dos íntimos. O cheiro de café está sempre no ar... Um dos preferidos de todos. Só perde pro cheiro de chuva e empata com o do jasmim!
Todo mundo tem sempre algo para contar. De instante em instante, alguém toca a campainha ou o telefone chama. Todos estão sempre pendurados no celular, ou ligados na internet... Se duvidar, têm até namorado virtual!
Juscelino Kubitschek não é mais o Presidente da República. Inventou Brasília, e o Rio deixou de ser a Capital da República. Copacabana é só dos nossos sonhos, e dos boêmios cariocas!Deixei de fazer roupas de bonecas, de ler estórias da Carochinha, de levar lancheira pra escola, de ganhar bombons do Pe.Frederico, no Instituto São Vicente Férrer; de dançar a quadrilha gritada por Zenira Cardoso, de soltar balão, chuvinha e cebolinha na calçada, em noites de S.João; de brincar de roda (só de combinação...), de ler romances em voz alta pra minha avó Donana; de assistir novelas de rádio, de participar de programas de auditório na Educadora ( subir aquela rampa ... pura magia!); de dançar nas tertúlias da Pedro II; de ouvir as serenatas de Peixoto e Zé Flávio; de usar mini-saias, laquê no cabelo e passar baton com gosto de caramelo, café com leite ou hortelã; de "aprender" latim com Vieirinha, Ciências com Ivone Pequeno, história com Alderico Damasceno, Química com Pe Davi, Geografia com José do Vale Feitosa, Desenho com Dr.José Nilo, Português com Dr. Zé Newton... etc,etc,etc!
Apaixonava-me, platonicamente, todos os dias... Pelos primos, colegas de classe, e vizinhos! Não perdia a Pça. Siqueira Campos nos dias de domingo. Levei lanche pra assistir "Os Dez Mandamentos”, no Cine Moderno. Colecionei álbum de figurinhas dos artistas de cinema. Flertei, indefinidamente, com o garoto dos meus sonhos, sem a menor esperança de namoro.
Senti a alegria do primeiro clarão de Paulo Afonso, e a invasão dos eletro-doméstico, em nossas casas! Ai, ai... Foi o fim da "muriçoca"... Genial! Li revistas de amor em quadrinhos: Capricho, Ilusão e Destino... Comprei discos da Jovem Guarda. Pedi música por telefone no programa de Rádio de Heron Aquino: (Sou feliz/no trem que parte para o interior/feliz... /porque comigo vai, o meu amor/ e o trem... / só chega quando o dia amanhecer...")... E chegava mesmo, em Fortaleza! A gente viajava pra ver o mar, fazer exame de vistas, comprar o óculos, comer cachorro-quente, e tomar "Grapette" (quem bebe Grapette, repete!).
Criança, adolescente, mulher e mãe, numa única década... inocente e abruptamente!
Crato (1968). Amei aos 16 anos um jovem marxista dialético. Corri na biblioteca da Faculdade de Filosofia pra locar "O CAPITAL" de C.Marx. Um livro filosófico, chato e complicado para minha cabeçinha de nuvens cor-de-rosa. Procurei saber o que era "mais valia"... E me inculquei deveras, sem entender... Por que a Igreja condenava a igualdade para todos? As figuras mais lindas, sensíveis e humanas que eu conhecia estavam infectadas da suspeita de serem "comunistas"! Calava cada pensamento mas torcia pela liberdade dos expatriados, do povo com sede de justiça e de liberdade. Na minha escola esse assunto era condenado. Eu sabia, no fundo do meu coração, que homens como Miguel Arraes, Sílmia Sobreira, Dom Helder Câmara não poderiam ser estigmatizados... Eram meus ídolos! Protótipos de seres humanos nos quais eu me espelharia. Mas a gente morria de medo de dizer o que sentia...
Meu Diretor, José Newton Alves de Souza era um homem culto e sábio. Apostava no caminho do meio... Nem tanto o mar nem tanto a Terra... Dizia-nos que o capitalismo gerava o egoísmo; que o comunismo, esmagava o indivíduo... Mas nunca proferiu um veredicto. Admirava-o pelo não radicalismo! Claro que nos ajudou, mesmo sendo pressupostamente de direita... Na realidade era um democrata cristão, apolítico, mas filosófico! Um homem de caráter inabalável, completamente admirável! Será que o Crato tem consciência do quanto deve àquele Educador?
Tornei-me aos 16 anos, professora de Matemática, talvez pela pressa de equacionar a minha própria vida, de vivê-la insaciavelmente, até encontrar todas as essências!
Mas, volto a falar de Ítalo (meu amigo marxista). Um homem de cabelos e bigodes negro-azulado, olhos de hortelã e voz embargada de ternura. Como não me apaixonar quando cantou no meu ouvido,... "Love is a many splendored thing”? Correspondemos-nos, diariamente, por um período de um ano. Depois, ele foi preso, minhas cartas foram censuradas, e nos afastamos! Ele encontrara a companheira certa... Uma pré woodstockiana, que não tinha os tabus da época e os velhos preconceitos que enfeavam a maioria das mulheres! Bem feito para mim, que não estava pronta! Ainda sonho com um beijo, que nunca passou do desejo... Arrepiava-me quando me chamava de "baixinha" e deixava um beijo no final das cartas... "Do teu"! Ensinou-me a gostar de Paulo Moura, Nelson Cavaquinho, Cartola, Sidney Miller, músicas clássicas, latinas... e jazz!Presenteou-me com Adélia Prado, Cecília, Clarice e Florbella... Disse-me “que o seu destino era o Rio, e que o meu era Londres"! Sabia que existia em mim uma alminha aventureira dentro dos meus olhos de grandes sonhos!
Casei-me, surpreendentemente, no final do ano de 1969, com o primeiro que me pediu em casamento! Era bom caráter, sincero, amigo... Ainda bem que Deus o escolheu para ser o pai dos meus filhos!

Anos Azulados - por Socorro Moreira



Nasci na década de 50, em agosto de 51. Nada existia de plástico, quase nada de enlatados . O doce era caseiro, o parto era doméstico, tudo se comprava na feira, até o rouge das moças, que não eram tímidas!
Mala de feira, geladeira a querosene, água de quartinha, pote de barro, caneca de alumínio, formas de sonhos (salpicados de açúcar e canela) e chupetas de umburana.
Minha primeira caneta foi Parker; mata - borrão, tinteiro, merendeira, goma arábica, farda com avental, caderno de borrão e caligrafia... De tudo isso só ficou o lápis-de-cor para avivar lembranças!
B A BA... Bá! Soletrávamos para aprender a ler, e depois partíamos para o mundo dos Contos de Fada, das Sherazades, dos Ali Babás... Acho que não perdi um conto, de todos os infantis! Quando a biblioteca se esgotava, a gente botava o povo grande pra inventar estórias, mesmo que fossem mentirosas que não terminassem com uma bela festança, e o desencanto dos sapos! Os personagens eram sempre órfãos, pequenos condes, princesas, madrastas, e um lobisomem. Meu sonho maior de consumo era ganhar uma varinha mágica, com o condão de me fazer moça, antes de ser tia; lua-de-mel no casamento, sem viuvez por chamados de guerra, impaludismo, angina do peito, e por aí afora! Foram tantos os pedidos, que vivi a lua por inteiro, e o sol, no pingo do meio dia!
Existiam as radiolas, tocando seus mambos, suas babalús, seus boleros, e samba - canções .
A Usina de Algodão dos Alminos era o nosso relógio. Ainda existiam as sirenes, nas escolas, avisando recreio, hora de cantar um hino, hora de correr pra casa, e se ocupar das fadas! Minha infância foi num mundo encantado, e mal - assombrado... Escapei das varíolas, cataporas, e falsos crupes... Nas mãos de Dr. Eldon (o meu preferido), Tarcísio Pierre, Júlio Felício, Macário, Gesteira, a gente vivia!
As mães também cooperavam com leite do peito, e comida natural... As modistas nos vestiam com tecidos de Anarruga, Lese, Filó, Tule, Organzas, Cambraias, sem dispensar as Chitas, nos dias de quadrilha. Zenira Cardoso marcava os nossos passos com sotaque francês, e energia festiva.
Hugo Linard já tocava acordeom... Era o caçula de todos os músicos! Os demais eram seresteiros, ou faziam parte da Banda Municipal com todos os dobrados da alma!
Festa de Padroeira tinha tontura de carrossel, cheiro de filhoses, e gosto de caldo de cana. Pipocas... Ora bolas! Chicletes Adams ou ping-pong!
Amendoim Torradinho, nos saquinhos ou no vinil... Mesmo que o corpo, ainda estivesse branco, longe da Cor do Pecado.
Ninguém aprendia a ler, sem passar pelo Externato 5 de Julho, sem conhecer Dona Anilda Arraes, Dona Chiquinha Piancó, Dona Rute e Dr. Zé Newton, Madre Feitosa, Monsenhor Montenegro... Sem falar nas freiras do Sta. Teresa, Patronato, que guardavam no internato, as meninas de outras cidades! O Ensino Público era valorizado, e nada deixava a desejar aos Colégios Particulares! Ser professora primária era o pódio da maioria das moças!
As Academias eram nas calçadas, com muito pula-pula , ou pra achar o cinturão-queimado. Os meninos jogavam futebol para entortar as pernas, e as meninas jogavam chibiú para encontrar o equilíbrio, nos malabarismos domésticos!
Quem não teve uma foto "by" Telma Saraiva? Quem não tomou sorvete em Bantim? Quem não usou Angel Face, Cashemere Bouquet, Vale Quanto Pesa, creme dental Gessy, Contourée, Madeira do Oriente, e perfumes da Coty?
Crato das noites frias de junho, dos balões encantados, das amplificadoras e rádios... Tocando "O GUARANI" ou "LENDA DO BEIJO ".
Calcei sandálias pisa-na-fulô, fiz primeira comunhão em traje de noiva, e arranjei os primeiros namorados, desfilando na Praça Siqueira Campos ( com saltos) ou nas procissões (com farda de gala). As tertúlias nas casas de família, os passeios nos açudes e cascatas eram permitidos... Faziam a nossa felicidade!
Tenho lembranças tão antigas, que a minha mãe diz: "Eu tenho é medo que você se lembre da hora em que nasceu". Tava muito escuro de onde eu sai. Precisava da luz desta cidade cearense, e não tive dúvidas: cheguei, sem vontade de partir!

A dança do amor - por Socorro Moreira

A dança do amor
busca a unidade do eu fragmentado
Uma estrada curta em cada breve vida
de tão intensa é paixão resolvida
Acontece da noite pro dia...
Numa aurora-madrugada,
num verso achado
nadando em pedaços...
Inteireza contida, ora revelada!
Chave e fechadura...?
Só falta arrumar a casa!
Corpos de papel, barraco de versos
Se chover, vai molhar letrinhas
E a permanente vontade de secá-las
decantando o amor inverso
em versos cristalinos!
---------------------------

Sinto a quentura da lágrima
Calor tropical, que assola o pequizeiro
que explode a carne, que deseja vida!

Vou recolher minhas águas
e molhar minha poesia!

Salvador Dalí - O Gênio do Surrealismo

11 de maio de 1904 - 23 de janeiro de 1989
( Figueras - Catalunha - Espanha )

Dalí, o Pintor



"A Persistência da Memória "- Óleo sobre tela - 1931



" O Navio " - Óleo sobre tela - 1943
" A Batalha das Flores "- Óleo sobre tela -1970

"A Tentação de Santo Antônio "- Óleo sobre tela - 1946

"Galatéia das Esferas" - Óleo sobre tela - 1952

***

Dalí, o designer de jóias


" The Royal Heart" -1953
8x6,8x2,1 cm

A mais famosa jóia criada por Dalí. Trabalhada em ouro e incrustada com quarenta e seis rubis, quarenta e dois diamantes ,quatro esmeraldas, águas marinhas, ametistas, peridots, safiras, pérolas e granada criada de forma a que o centro "Batidas" assemelha-se a um verdadeiro coração.

***

Dalí , o escultor

"Perfil do Tempo" - Bronze - 1977
Alt. 380 cm x 149,6

Museu Dalí - Figueras- Catalunha - Espanha


Fontes - Imagens

http://salvador-dali.org/museus/joies/en_historia.html
http://www.dali-gallery.com/html/galleries/paintings.htm
www.dalisculptures.collection.com/

POETAS . por Rosa Guerrera


Pensei em te dar um rio repleto de ternura ,

mas esqueci que todo rio corre e desaparece no mar.

Pensei em te dar uma árvore cheia de frutos,

mas esqueci que no inverno ela parece sucumbir á chuva .

Pensei em te dar o céu sempre estrelado ...

E esqueci também que núvens cinzentas podem apagá-lo.

Pensei em te dar canteiros de flores

E esqueci de regá-las ..

Pensei na vida como um livro apenas meu,

E não observei que suas páginas pertenciam ao destino.


Hoje sou rio seco,árvore sem frutos e céu nublado.

Canteiro com rosas murchas.

Livro com páginas rasgadas.

Porto sem navios .

Pássaro mudo .

Harpa sem cordas .

Apenas um som sem ritmo.

Passos sem rumo...

E no coração a dura certeza de que :

O amor completo só existe mesmo na pena dos poetas !

Ao mestre Dominguinhos - Por Marcos Barreto de Melo



CORAÇÃO ESTRADEIRO (ao Mestre Dominguinhos)


nesse cavalo de aço
sem arreio, sem espora
levo um sorriso, um abraço
viajando mundo a fora
sou andante sanfoneiro
nasci pra tocar baião

meu coração estradeiro
tá sempre alegre, feliz
vivo cantando o amor
e a vida da minha gente
andando sem paradeiro
por este imenso país

caminhoneiro disfarçado
enfrento qualquer estrada
na seca ou na invernada
sigo o roteiro traçado
dias e dias sem lar
só pra meu povo cantar

trago no peito a sanfona
que num acorde dolente
faz renascer a saudade
da terra pura e pungente
ou de uma antiga paixão
que ficou lá no sertão

rodando, cortando chão
na poeira do sertão
ou numa grande cidade
vou cumprindo a missão
sem esquecer a lição
com a mesma simplicidade

cada fronteira cruzada
é uma etapa vencida
é mais um passo na vida
mas, é também despedida
uma saudade incontida
de quem ficou na estrada



Marcos Barreto de Melo

Bom dia !
.
.
Um abraço "from" Camocim a todos vocês colaboradores e amigos do Cariricaturas.
.
.
**** ...Claude... ****

Feliz Aniversário, Ângela Morais !

O Cariricaturas homenageia essa talentosa artista plástica do nosso Cariri !

Erastótenes Frazão e Peterpan - por Norma Hauer

Hoje, vou apenas resumir o que seriam homenagens a Erastótenes Frazão e Peterpan.

Erastótenes Frazão, ou simplesmente FRAZÃO, nasceu no dia 17 de janeiro de 1901 e faleceu em 17 de abril de 1977.

Teve uma passagem pelo famoso Programa Casé e atuou em outras emissoras.

Mas seu "forte" foram suas compósições.
Obteve inúmeros sucessos, como as que fez com Roberto Martins:"Cordão dos Puxa-Sacos" e "Marcha dos Gafanhotos", ou com Benedito Lacerda "Lero-Lero",

Mas seu parceiro mais constante foi Antônio Nássara, com quem compôs a marchinha "Acredite quem Quiser", gravação de Dircinha Batista
"Acredite quem quiser.
Não exsite invenção mais bela.
O homem fala, fala, da mulher
Mas não pode passar sem ela..."

Ou "A Mulher que Mais Amou";"Coração Ingrato"; "Dono de Meu afeto", "A.M.E.I."; ""Florisbela" ...

Ou uma valsa composta para o carnaval de 1941:

"Nós Queremos Uma Valsa"

Antigamente uma valsa de roda
Era de fato requinte da moda..."

Uma valsa e um grande sucesso do carnaval de 1941, na voz daquele que seria considerado o "Rei da Valsa": CARLOS GALHARDO.

XXXXX

Outro vulto importante em nossa música, nasceu em 21 de janeiro de 1911: José Fernandes de Paula, que ficou conhecido como PETERPAN.

Peterpan era cunhado de Emlinha Borba, casado com sua irmã, também cantora, conhecida como Nena Robledo.

Seus maiores sucessos foram "Se Queres Saber", gravação de Emilinha; "Você nâo me Beija", gravado por Carlos Galhardo, ou "Última Inspiração", um dos maiores sucessos de João Petra de Barros.

Há uma bela valsa, em parceria com Ari Monteiro, lançada por Carlos Galhardo na Rádio Mayrink Veiga, que nunca foi gravada. Seu nome

"MISTÉRIOS DA NOITE

Tarde morre o dia,
Triste como sempre...
Cedo a noite vai chegar.
Maior será então
A minha grande mágoa.
Meus olhos já estão
Ficando rasos dágua"...

Essa música (melodia e letra) está "gravada" apenas em minha memória.
Norma Hauer

Convite - Poesia da Luz

CONVITE

A Secretaria de Cultura da Prefeitura Municipal de Juazeiro do Norte, convida V. Sa. para participar do 1º Encontro de Escritores, Poetas, Cordelistas e Repentistas da Região Metropolitana do Cariri, no dia 04 de fevereiro do corrente ano, às 8h00, no Teatro Municipal Marquise Branca, com a seguinte programação:

8h00-Café da Manhã

8h30-Abertura

8h50-Palestra: Registros de trabalhos literários na Biblioteca Nacional, ficha catalográfica,
direitos autorais entre outros esclarecimentos para a área. Palestrante: Renato Casimiro.

9h30-Palestra: Centenário de Juazeiro do Norte. Palestrante: Daniel Walker

10h20-Reunião de grupos para debate em dois eixos:

a) Participação dos Escritores, Poetas, Cordelistas e Repentistas na elaboração do Plano Municipal de Cultura.

b) Participação do segmento nos Festejos do Centenário de Juazeiro do Norte.

Poesia da Luz
Nívia Uchôa
Fotógrafa
(88) 96127485 / 88488094

O Livro do Cariricaturas


Um livro escrito por muitas mãos: uma coletânea com nossos escritores e artistas.

Detalhes :

. Release com fotografia de cada escritor ( 01 página)
• 4 textos por escritor (máximo de 7 páginas - fonte : garamond - altura : 12) - Temática livre ( crônicas, contos e poemas).
• Os textos serão escolhidos pelos próprios escritores;
• um contingente de 200,00 por escritor
• O pagamento poderá ser feito em 4 x 50,00 ( fev-mar-abr-maio)
. O livro será dedicado aos mestres de todos os tempos, representados por Dr. José Newton Alves de Sousa.
- A capa será a foto de Pachelly- essa que já caracteriza o Cariricaturas.
- O título é: "Cariricaturas em prosas e versos"
- Edição: Emerson Monteiro ( Editora de Sonhos - Crato-Ce)
- Dedicatória ( Assis Lima )
- Prefácio/ Apresentação ( José do Vale e Zé Flávio)

-Já estão confirmadas as seguintes adesões:

01. Claude Bloc *
02. Magali Figueirêdo *
03. Carlos Esmeraldo *
04. Maria Amélia de Castro
05. Ana Cecília Bastos
06. Assis Lima *
07. Socorro Moreira *
08. Stela Siebra de Brito
09. Wilton Dedê
10. João Marni
11. Rejane Gonçalves
12. Rosa Guerrera *
13. Heladio Teles Duarte *
14. Edilma Rocha
15. Emerson Monteiro *
16. José Flávio Vieira *
17. João Nicodemos
18. José do Vale Feitosa *
19. Liduina Vilar *
20. Elmano Rodrigues
21. Carlos Rafael
22. Armando Rafael
23. Bernardo Melgaço
24. Domingos Barroso *
25. Roberto Jamacaru *
26.Dimas de Castro *
27.Joaquim Pinheiro *
28.Edmar Lima Cordeiro
29.Hermógenes Teixeira de Holanda
30.Olival Honor
31.José Nilton Mariano
32.Marcos Barreto
33.Isabela Pinheiro
34.José Newton Alves de Sousa


35.Vera Barbosa

* Escritores que já enviaram material para edição.


Lembrem-se:

O envio dos textos será até 31.01.2010.
Email : sauska_8@hotmail.com ou cboris@hotmail.com


Outras informações :
Tiragem : 1.000 exemplares
Distribuição entre autores : 20 para cada
Saldo : será transformados em ingressos para cobrir as despesas da festa de lançamento : coquetel, convites, divulgação, banda,decoração, etc
Se houver saldo de livros será redistribuído entre os autores.
Preço do livro por unidade : 20,00
A edição foi orçada em 6.000,00 ( já considerados todos os descontos possíveis).
Número de páginas : 260 ( aproximadamente).
O valor da contribuição por escritor ( 200,00) será depositado numa cta do Editor (Emerson Monteiro) a ser informada por e-mail. Em contrapartida será enviado respectivo recibo.
Atentar para as datas limite de envio do material ,e de pagamento :
Data limite para depósito : Até maio de 2010.

Claude e Socorro Moreira

Torta de Morangos



Ingredientes


Massa:

2 colheres ( sopa) de margarina

2 colheres (sopa) de óleo

1 ovo inteiro

2 colheres rasas (sopa) de açúcar

1 pitada de sal

1 colher rasa (sopa) de fermento em pó

Farinha de trigo até a massa desgrudar da mão.


Creme:

lata de leite condensado

1 lata de creme de leite

3 copos de leite

1 colher (sopa) de maisena

2 caixinhas de morangos

1 gelatina de morango


Modo de Preparo


Em primeiro lugar faça a gelatina conforme o modo de preparo, e deixe-a na geladeira porque na hora do uso ela deve estar em ponto de clara de ovo pois se estiver líquida, a gelatina penetrará na massa
Depois faça o creme, junte todos os ingredientes e mexa até levantar fervura e voce ver que ele está bem cremoso, cuidado para não deixar empelotar ou grudar no fundo da panela, mexa bastante sem parar
Na hora do uso ele deve estar já frio ou levemente morno
Agora faça a massa junte todos os ingredientes e quando ela estiver no ponto forre um pirex de médio a grande, os mais fundos são melhores
fure a massa com um garfo e asse em fogo médio entre 10 a 15 min
quando dourar está boa, cuidado para não deixar queimar pois a massa fica fina
Montagem da torta:
Massa assada no pirex, deixe esfriar um pouco
Coloque o creme
Os morangos cortados na transversal, coloque eles sobre todo o creme
Agora coloque a gelatina já em ponto de clara, assim ela ficará na superfície
Levar à geladeira por no mínimo 4 horas

Filé com molho ferrugem


Ingredientes
300 gramas de filé mignon
5 gramas de cebola ralada
2 dentes de alho pequenos
1 cebola média
cheiro-verde picado a gosto

Modo de Preparo
Limpe o filé, retirando toda a gordura. Corte-os em bifes e tempere com a cebola e o alho. Frite os bifes até ficarem no ponto em uma panela antiaderente, pingando água sempre que grudarem no fundo da panela. Retire-os da frigideira e reserve. Corte a cebola em rodelas e coloque na mesma frigideira, refogue por alguns minutos e despeje sobre os bifes. Salpique com o cheiro-verde.

Por João Nicodemos


se a vida é
uma viagem:
do berço à cova
da fralda à mortalha
bom mesmo é estar viajando
por mais que pese a cangalha.

Sonhos de Poesia - Antonio Sávio


Na contabilidade dos sonhos,
Os medos, as rédias e os freios
Farejam nos calcanhares dos sonhadores.
O sonho no voo da bailarina,
No passo do dançarino,
Na pincelada sensível na tela
Estão os passos que marcam
As pegadas da evolução do homem na terra.
O poema vibra no estalar
Das vagas que se fazem em espumas
Como rendas no ocre da praia.
O sonho está onipresente,
E a poesia vaza seus versos
Em qualquer lugar.


Foto: Rui Pedro Queiroz
Por Antonio Sávio


Paulo Diniz (Pesqueira, 24 de janeiro de 1940) é um cantor brasileiro.

Foi para o Recife trabalhar como crooner e baterista em casas noturnas. Foi locutor e ator de rádio e televisão, em Pernambuco e no Ceará. Em 1964 foi para o Rio de Janeiro, onde consultou a Rádio Tupi e passou a compor com mais freqüência. Sua primeira gravação saiu em 1966, com a música O Chorão.

Quatro anos depois lançou dois LPs, e em seguida dedicou-se à tarefa de musicalizar poemas de língua portuguesa de autores como Carlos Drummond de Andrade (E Agora, José?), Gregório de Matos (Definição do Amor), Augusto dos Anjos (Versos Íntimos), Jorge de Lima (Essa Nega Fulô) e Manuel Bandeira (Vou-me Embora pra Pasárgada).

Suas músicas foram gravadas por Clara Nunes, Emílio Santiago, Simone e outros. Entre seus sucessos destacam-se Pingos de Amor, gravado por vários intérpretes, Canoeiro, Um Chopp pra Distrair, I Want to Go Back to Bahia (uma homenagem a Caetano Veloso, então exilado em Londres) e Quem Tem um Olho É Rei, todas em parceria com Odibar.

Atualmente Paulo Diniz continua realizando apresentações, com a mesma voz vibrante de antes, porém numa cadeira de rodas, já que contraiu uma misteriosa doença em 2005 que paralisou seus membros inferiores.


Wikipédia



Amedeo Modigliani
12 de julho de 1884, Livorno (Itália)
25 de janeiro de 1920, Paris (França)

Nascido em uma próspera família judaica, estudou em Veneza e Florença, antes de se fixar em Paris, em 1906. Instalou-se inicialmente em Montmartre, mudando-se depois para Montparnasse, onde retrataria algumas de suas figuras mais conhecidas. Casou-se com uma pintora de 17 anos, Jeanne Hebuterne, que, grávida, se matou no dia em que Modigliani foi enterrado.

Modigliani pode ser considerado um autodidata, apesar dos estudos feitos na mocidade. As maiores influências, que persistem ao longo de toda a sua obra, são a pintura renascentista de Siena e as esculturas africanas.

Ao fixar-se em Montmartre, em 1906, Modigliani não trava relações com os principais artistas que ali viviam, nem mesmo com Picasso, que já se tornara famoso. A companhia freqüente de Modigliani, nessa fase, é Maurice Utrillo, que o inicia no hábito das bebidas e drogas, que lhe arruinariam a saúde.

Só ao final desse período é que Modigliani faz uma obra considerada entre as suas mais importantes: o quadro "O violoncelista", exposto no Salão dos Independentes de 1909.

Nos anos seguintes, Modigliani parece ter abandonado a pintura. Muda-se para Montparnasse, onde se torna amigo do escultor Brancusi. O cubismo causa-lhe profunda impressão. Admira também a pintura de Cézanne. A arte africana e as reminiscências da pintura sienesa dão aos seus trabalhos de escultura - que faz por influência de Brancusi - as características principais.

Em 1914, por razões financeiras, retorna definitivamente à pintura. Embora a curta fase final da carreira de Modigliani seja considerada a mais importante, desde o princípio seus trabalhos possuem um estilo inconfundível: figuras alongadas, de pescoço comprido, rosto oval ligeiramente inclinado e olhos marcados por dois pequenos pontos, mas com a leve alusão de um sorriso.

Muda aceitação da vida
Seu admirável domínio da cor é completado por um quase despojamento da figura, em que muitos quiseram ver a marca de sua inclinação para a escultura.

Nos últimos anos da vida, pinta quase só retratos e nus femininos. A sensualidade de suas figuras não está em suas carnes, mas no movimento e alongamento que o pintor lhes dá. Modigliani tem o raro dom de conseguir uma empatia entre o espectador e os seus retratos.

Pelo despojamento, pela estilização, Modigliani atinge, em suas melhores obras, a uma monumentalidade penetrada de um sereno hieratismo. Seus retratos de crianças, em particular, são de emocionante simplicidade.

Entretanto, a graça às vezes pode se converter em maneirismo, e a monumentalidade em rigidez. Alguns estudiosos já observaram que algumas das deformações elegantes de Modigliani produzem uma impressão de gratuidade, senão de monotonia.

Além disso, a "expressão de muda aceitação da vida", que define, segundo o próprio Modigliani, a alma de seus modelos, pode não satisfazer a quem aprecia emoções mais fortes. Mas essas mesmas características fazem a singularidade e o encanto de sua obra.


Enciclopédia Mirador Internacional


O direito de sonhar, de Eduardo Galeano
Jan 2008


Tente adivinhar como será o mundo depois do ano 2000. Temos apenas uma única certeza: se estivermos vivos, teremos virado gente do século passado. Pior ainda, gente do milênio passado.

Sonhar não faz parte dos trinta direitos humanos que as Nações Unidas proclamaram no final de 1948. Mas, se não fosse por causa do direito de sonhar e pela água que dele jorra, a maior parte dos direitos morreria de sede. Deliremos, pois, por um instante. O mundo, que hoje está de pernas para o ar, vai ter de novo os pés no chão.

Nas ruas e avenidas, carros vão ser atropelados por cachorros.

O ar será puro, sem o veneno dos canos de descarga, e vai existir apenas a contaminação que emana dos medos humanos e das humanas paixões.

O povo não será guiado pelos carros, nem programado pelo computador, nem comprado pelo supermercado, nem visto pela TV. A TV vai deixar de ser o mais importante membro da família, para ser tratada como um ferro de passar ou uma máquina de lavar roupas.

Vamos trabalhar para viver, em vez de viver para trabalhar.

Em nenhum país do mundo os jovens vão ser presos por contestar o serviço militar. Serão encarcerados apenas os quiserem se alistar.

Os economistas não chamarão de nível de vida o nível de consumo, nem de qualidade de vida a quantidade de coisas.

Os cozinheiros não vão mais acreditar que as lagostas gostam de ser servidas vivas.

Os historiadores não vão mais acreditar que os países gostem de ser invadidos.

Os políticos não vão mais acreditar que os pobres gostem de encher a barriga de promessas.

O mundo não vai estar mais em guerra contra os pobres, mas contra a pobreza. E a indústria militar não vai ter outra saída senão declarar falência, para sempre.

Ninguém vai morrer de fome, porque não haverá ninguém morrendo de indigestão.

Os meninos de rua não vão ser tratados como se fossem lixo, porque não vão existir meninos de rua. Os meninos ricos não vão ser tratados como se fossem dinheiro, porque não vão existir meninos ricos.

A educação não vai ser um privilégio de quem pode pagar por ela.

A polícia não vai ser a maldição de quem não pode comprá-la.

Justiça e liberdade, gêmeas siamesas condenadas a viver separadas, vão estar de novo unidas, bem juntinhas, ombro a ombro.

Uma mulher - negra - vai ser presidente do Brasil, e outra - negra - vai ser presidente dos Estados Unidos. Uma mulher indígena vai governar a Guatemala e outra, o Peru.

Na Argentina, as loucas da Praça de Maio vão virar exemplo de sanidade mental, porque se negaram a esquecer, em tempos de amnésia obrigatória.

A Santa Madre Igreja vai corrigir alguns erros das Tábuas de Moisés. O sexto mandamento vai ordenar: "Festejarás o corpo". E o nono, que desconfia do desejo, vai declará-lo sacro. A Igreja vai ditar ainda um décimo-primeiro mandamento, do qual o Senhor se esqueceu: "Amarás a natureza, da qual fazes parte". Todos os penitentes vão virar celebrantes, e não vai haver noite que não seja vivida como se fosse a última, nem dia que não seja vivido como se fosse o primeiro.

Eduardo Galeano (1940-) é jornalista e escritor uruguaio. O texto foi publicado no diário argentino Página 12, em 29 de outubro de 1997, com o título "El derecho de soñar".
Janela Sobre as Proibições



Na parede de uma botequim de Madri, há um cartaz que diz: Proibido Cantar.

Na parede do aeroporto do Rio de Janeiro, há um cartaz que diz: Proibido brincar com os carrinhos porta bagagens.

Ou seja: Ainda há gente que canta, ainda há gente que brinca.

Eduardo Galeano - As Palavras Andantes.

Versos na Madrugada - por Socorro Moreira

Minha Alma invade a Madrugada

Alma boêmia...
Busca nas ruas
respingos do dia.
Passos na calçada
de gente criada...
Passos no astral
de gente imortal!

Vigia da madrugada
amante da noite
no cheiro de dama
jaz embriagada!

Sons noturnos
libertam esta alma
Um solar difuso
prende a sua cara

Metade dos sonhos
adormecem sem asas...
A outra metade,
nos sonhos se acha!

Alma invasora
dos anjos perdidos
alma azulada
sem halo, nem faro
carrega no bico
o som de uma flauta
Busca no espaço
sua lira amada!

Encontra na escala
um teclado mágico...
Expressa em melodia,
esta madrugada...
Até que o dia,
lhe encha de graça!

O Belo Rio da Vida
.
Riacho lácteo
de seixos, de seios
colo lavanda
balança no leito...

Pedras limadas
jogadas na beira
Iaras, ninfetas
no rio se ajeitam
no espelho das águas
arrumam os cabelos
Com fitas e rosas,
esperam Narciso...
Que tarda, e não chega!

Rio navegável
enluarado de loucos
nele se atira
meus sonhos de moço
esperam o feitiço
de um canto...
De um bicho...
De uma flor do mato
que um peixe fisga!

Rio sereno
águas turmalinas
acolhe o pescado
oferta uma isca
salga com choros
o veio que salta
nos mares bravios.

Rio cansado
das águas paradas
reduto esquecido
na orla florida
perfuma o gemido
dos ais afogados
de todos os sonhos
que encontram o destino!

Quando eu era Imortal
.
Imortal... Antes e depois da vida
Imortal é Deus, criança
fantasma, louco...
Um pouco imortal, somos...
Quase o tempo todo!
Mortal é o presente
sempre tão corrente
mortal é o passado
sempre acontecido!
Imortal é o futuro
eterno prometido!

Quando fui imortal
nem me percebi
quando amanheci,
morri todo dia...


E agora,
que faço com os amores,
que se imortalizam?
Mortais são os sonhos
que em mim, terminam!


NO SILÊNCIO DAS ÁGUAS
.
E as águas de março, no rio desaguaram?
Acomodaram-se no silêncio domingueiro
Fugiram do estresse de todas as feiras
Guardaram-se para os mares que não vêem.

Nos pequenos comas, nada parece existir
Com exceção dos próprios sonhos.

Quando desperto, procuro teus recados...
Uma palavra de mimo, um sorvete no verso

Silêncio de uma ponte quebrada é quase mortal
É um Deus nos acuda...
É medo do recomeço, sem a estrela principal.

Estou no caminho da fumaça...
E chego assim, naquela casa:
Toc, toc, toc... Tem gente?
A porta range...
A surpresa explode o abraço...
Encontro!

Fico calma, delicada,
e penso numa orquídea, enfeitando
a minha casa!

Dulce

Com Dulce não se discute
O pavio é curto
E o fogo é forte!
É pra matar ou morrer...
Mas quando seus olhos voltam
Lambuzados de mel
Fica linda a sua cara
Parece o povo do céu!
Distribui estrelas
No sorriso de marota
Se Dulce crescer,
vou à feira, e compro outra!

Ponte dos Suspiros
.
Tudo nos separa
Mas uma ponte invisível
sempre unirá a tua e a minha saudade!

Cheguei ao umbral do destino
porta estreita, sem caminho
encaro a viagem, sem os véus, que me atrapalham!
Sigo... Sem perder de vistas o rumo do infinito!
Tenho encontro com Osíris
Numa tarde de abril!
NO CAMINHO COM MAIAKÓVSKI

Assim como a criança
humildemente afaga
a imagem do herói,
assim me aproximo de ti, Maiakóvski.
Não importa o que me possa acontecer
por andar ombro a ombro
com um poeta soviético.
Lendo teus versos,
aprendi a ter coragem.

Tu sabes,
conheces melhor do que eu
a velha história.
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na Segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.

Nos dias que correm
a ninguém é dado
repousar a cabeça
alheia ao terror.
Os humildes baixam a cerviz;
e nós, que não temos pacto algum
com os senhores do mundo,
por temor nos calamos.
No silêncio de meu quarto
a ousadia me afogueia as faces
e eu fantasio um levante;
mas amanhã,
diante do juiz,
talvez meus lábios
calem a verdade
como um foco de germes
capaz de me destruir.

Olho ao redor
e o que vejo
e acabo por repetir
são mentiras.
Mal sabe a criança dizer mãe
e a propaganda lhe destrói a consciência.
A mim, quase me arrastam
pela gola do paletó
à porta do templo
e me pedem que aguarde
até que a Democracia
se digne a aparecer no balcão.
Mas eu sei,
porque não estou amedrontado
a ponto de cegar, que ela tem uma espada
a lhe espetar as costelas
e o riso que nos mostra
é uma tênue cortina
lançada sobre os arsenais.

Vamos ao campo
e não os vemos ao nosso lado,
no plantio.
Mas ao tempo da colheita
lá estão
e acabam por nos roubar
até o último grão de trigo.
Dizem-nos que de nós emana o poder
mas sempre o temos contra nós.
Dizem-nos que é preciso
defender nossos lares
mas se nos rebelamos contra a opressão

é sobre nós que marcham os soldados.

E por temor eu me calo,
por temor aceito a condição
de falso democrata
e rotulo meus gestos
com a palavra liberdade,
procurando, num sorriso,
esconder minha dor
diante de meus superiores.
Mas dentro de mim,
com a potência de um milhão de vozes,
o coração grita - MENTIRA!

Eduardo

Amizade, Coração e Sentimento - por Eduardo Franco Filho



Tem uma coisa que nós nunca poderemos enganar, que é o CORAÇÃO.

Quando existe um sentimento forte e recíproco entre 2 pessoas, que às vezes pode causar uma certa confusão, no inicio pode ser estranho, mas a convivência e muito diálogo, pode ajudar esclarecer o que de fato está acontecendo. O que as pessoas podem pensar que seja um forte envolvimento, na verdade não é, e sim UMA FORTE AMIZADE que acaba gerando uma confusão.

Às vezes gostamos demais de uma pessoa que chegamos a considerar um irmão.... é é isso que vejo em ti e o fato de ligarmos muito um para casa do outro, não é atrapalhar.

Ouvir a voz de um amigo ou amiga no outro lado da linha, que temos um carinho e nos faz feliz, é muito importante na AMIZADE.

Afastar-se de alguém a qual gostamos simplesmente pelo fato de não estarmos gostando do que está acontecendo, não é a solução! A solução sim, é um DIALOGO franco e aberto.

Preocupar-se por um amigo ou amiga que gostamos, pode não ser normal, mas quando o SENTIMENTO fala mais alto, aí temos que relevar e ajudar no que for possível.

Abraçar, fazer carinhos, dar beijo, trocar olhares ou simplesmente estar de mãos dadas entre 2 pessoas iguais, não pode ser considerado Homossexual, mas sim escolhemos a dedo a pessoa que mais gostamos.

Não importa qual seja a preferência sexual da pessoa em questão, e sim; que todos nós somos feitos de carne e osso e temos SENTIMENTO.

SENTIMENTO é uma palavra com 10 letras. Mesmo quem já é mais vivido e experiente nessa vida, também um dia pode sofrer por alguém, e inclusive, por aquelas que não demos valor ou sequer alguma consideração. A demonstração de carinho e afeto, não é pecado!! AMAR UM AMIGO NÃO É PECADO!!

Só daremos valor, quando perdermos a pessoa querida. Quanto menos você esperar, algo em sua vida poderá mudar, e repensar, e voltar atrás!! Nunca é tarde demais para voltar atrás.

Se você tem um amigo ou amiga que realmente goste de você, aproveite este momento que poderá ser um dos únicos em sua vida.

Não importa o que essa pessoa faça por tí; mas lembre-se: às vezes a pessoa que mais te ama ou gosta de você, é aquela que você menos deu valor ou rejeitou!

Mas um dia, você olhará para trás e verá que, o que foi dito; sempre foi verdade.
Será que vale a pena voltar atrás e ver que você se arrependeu pelo que fez?!

Pense, repense!! Eu sei que você gosta de mim! Você tem medo de chegar a mim, é dizer:

- GOSTO MUITO DE VOCÊ. SERÁ QUE AINDA TENHO CHANCES?

Eduardo Franco Filho