Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

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segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Para José Nilton Mariano- Do seu amigo secreto


É possível existir simpatia sem conhecer a pessoa? Pode haver sintonia sem troca de palavras ou mesmo comunicação direta? Pode sim. Foi o que aconteceu com meu amigo secreto. Bom e atualizado escritor, posiciona-se de forma firme sobre assuntos que muitos receiam abordar. Minha admiração por ele foi consolidada depois que se referiu a textos postados por mim no Cariricaturas ,citando corretamente a autoria, transcrevendo frases entre aspas e aprofundando as idéias com muita propriedade. Fiquei feliz com a escolha do amigo secreto. Repetiu o simbolismo do ano passado, quando tive sorte semelhante.

Luiz Gonzaga - Por Norma Hauer

Ele nasceu em 13 de dezembro de 1912 na cidade de Exu, interior de Pernambuco. Recebeu o nome de Luiz Gonzaga do Nascimento e se tornou conhecido em todo o Brasil como LUIZ GONZAGA, o "Rei do Baião".

Por que recebeu esse nome ? seria por ser o mesmo de seu pai?

Não, seu nome foi decorrente de fatos que "se ligaram" nessa data:

1° - por ser o dia de Santa Luzia (daí Luiz)
2°- Se São Luiz era Gonzaga, ele também o seria
3° - Nascimento, por ser o mês de Natal.

Essas coisas só aconteciam no interior e em épocas lá para trás.

Caso semelhante ocorreu com Ataúlfo Alves, que sempre dizia não saber de onde teria vindo o Alves de seu nome.

Bom, Luiz era filho de Ana Batista, conhecida por Santana e de um sanfoneiro, que tocava sanfona de oito baixos.
Luiz, já famoso, compôs o "xote" :"Respeita Januário"..."respeita os oito baixos de seu pai" .
Assim, nasceu e cresceu no meio de música. Portanto, natural que também vivesse de música.

Veio para o Rio de Janeiro em 1940 e passou a se apresentar em botecos e bares da Lapa e do Mangue, ao mesmo tempo que "enfrentava" Ari Barroso em seu programa de calouros e Renato Murce em "Papel Carbono".

Depois de gravar alguns "xotes" conheceu Humberto Teixeira e, juntos, compuseram o primeiro baião que se tornou conhecido aqui: "Baião", gravado pelos "Quatro Ases e Um Coringa" .

Depois vieram "Lorota Boa", "No Meu Pé de Serra", "Mangaratiba" , Paraíba" e o que mais consagrou a dupla "Asa Branca", seguida de " Assum Preto".

Vê-se que os maiores sucessos de Luiz Gonzaga foram os que fez com Humberto Teixeira, que se tornou conhecido como o "Doutor do Baião".

Luiz sempre dizia que sua sorte foi ter conhecido Humberto Teixeira, autor das letras de suas composições.
Ouvi, dirtetamente dele, essa "confissão".
Hoje, Luiz Gonzaga é nome do centro de nordestinos em São Cristóvão enquanto de seu parceiro, Humberto Teixeira, quase não se fala.

Luiz Gonzaga , um nome respeitado, foi certa vez a sua terra natal : (Exu) para acabar com uma briga tradicional entre famílias rivais. Teria conseguido? Parece que sim.

No dia 2 de agosto de 1989, aos 76 anos, Luiz Gonzaga faleceu em Recife-Pernambuco..

Norma

Meu amigo oculto - José do Vale Pinheiro Feitosa

O meu amigo oculto,
Nunca esteve encoberto,
Indevassado, inexplorado, desconhecido,

Mesmo que seus segredos fermentem,
Ele os destila com uma retorta latina,
Um senso de terceiro mundo,
Uma liberdade de alma.

Meu amigo oculto,
É um presente de toda minha vida,
Em lapsos de encontros,
Porém espiral ascendente de reencontros.

Tem um dos blogs mais sofisticados da minha lista,
Um retábulo de Bosch
E poucos iguais,
Podem representar o quão profundo,
Existe no espírito dos sertões.

Se a Palestina pôde,
Se os arredores da Frankfurt arcaica podiam,
Igual o cariri pode,
E pôde,
Eis meu amigo oculto no Cariricaturas.

Tatai Nuel didou! Um esente de atal! - José do Vale Pinheiro Feitosa

Se no silêncio as gotas se condensavam mais, agora o discurso dela vaporiza a observação. A multiplicidade de assuntos e temas que frases podem captar do mundo deixa o avô um tanto disperso nas sínteses de Sofia.

As sínteses ainda estão lá, a par de convenções e regras sociais, elas existem desde que o mundo teve Sofia. Não se tornaram mais esotéricas, coisas para iniciados, apenas que o turbilhão do verbo desconcentra a atenção.

A atenção ainda mantida é atordoada por tantas palavras, são várias escolhas temáticas, mas vejo um lampejo sintético, ela gosta de cantar. De usar os recursos fonadores por uma fonética tonal, uma escala musical que se traduz em emoção, expressão e como partícula, um encanto universal.

Entender Sofia quando agora é igual a todos, com seus dispersivos verbos, pode ser um caminho complexo assim como o foi para os físicos da partícula. Ao invés de se perderem no imenso e impenetrável mundo dos documentos e das classificações, como inventado pela “loucura” em rede do infinito Lineu e sua classificação dos vivos.

Como os físicos da partícula o caminho é buscar a natureza do infinitamente pequeno, ali no encontro de apenas pouco mais de uma dezena de classificações de tijolos e forças. Sofia, aliás, gosta de repetir o “quinininho”, tem uma atração especial pelas coisas menores. Talvez uma chave para sua decifração.

Agora ela está no âmbito da classificação das cores, incorporando os números naturais antes da dezena e da fonética, as vogais. Como já se viu já incorporou a escala musical e começam suas preferências.

Sofia se toca com a cor rosa. Repete a cor de modo intempestivo no atravessar de qualquer assunto. Onde se origina tal cor: na convenção da feminilidade cultural ou nalgum estado, temporário ou não, da própria Sofia? Uma coisa é certa, ela se estimula muito quando assiste a um vídeo com multicoloridas borboletas e diz que a de cor rosa é a dela. As dos outros só podem ser as outras.

Neste dias de dezembro a escola influi. A televisão também. E claro a família. Por todas as ruas grandes painéis que evocam o hemisfério norte, nevado e com a simbologia escandinava. Isso está em Sofia e em todo o mundo, diante do sistema mundial de comércio de mercadorias através dos portos marítimos, dos aviões e dos trens.

Por isso Sofia sentou-se e começou a cantar. No seu linguajar reinventado, mas preciso na escala musical. Ela, sozinha no banco traseiro, como as leis do trânsito obrigam, no seu banco de cinto amarrado cantava a plenos pulmões.

E seus pulmões nem estavam tão bem assim: uma infecção respiratória precisou ser controlada por antibióticos. Mas Sofia cantava a música que ficará para sempre na sua história. Ela pode esquecer-se, mas estas linhas a lembrarão por muito mais que sua própria existência.

E Sofia cantava: “Tatai Nuel didou um esente de atal”. Claro que nesta altura os avós só pensavam no presente deles como sendo ela e sua voz de canto suave.

Uma pérola da MPB

Arvoredo
Paulinho da Viola
Composição: (Paulinho da Viola)

Surges na minha vida
Terna e sincera brisa
Que chegou tarde demais
Achas um pobre arvoredo
Desfolhado de sofrer
E podes crer
Que amar não posso mais
Só porque
Já não tenho folhas verdes
Que possa te oferecer

Ai que saudades
Daquele amor que eu trazia
Novas folhas que nasciam
E tu podias beijar
Hoje eu te ofereço
Sem a menor ilusão
Velhas folhas descoradas
E outras mortas pelo chão

Para Tetê Barreto - Do seu amigo secreto



Amo seus textos falando de tuas verdades, trazendo recordações que mais parecem a projeção de um filme, tal é a realidade inserida nesses textos, que me transporto no tempo e espaço e entro neles como se os acontecimentos narrados fossem comigo também.

Nossa amizade começou há pouco tempo, mas foi como se já nos conhecêssemos de longas datas.



Um grande abraço do amigo

Bertalha




Bertalha (Basella rubra L.) pertencente à família da baseláceas, é cultivada por suas folhas carnosas, muito consumidas no Rio de Janeiro. Por sua utilização na Índia, chama-se também de espinafre indiano.

Apresenta um longo período de produção de folhas, atravessando todo o verão. Esse fato, ao lado da rusticidade, a toma um recurso alimentar importante, rico em vitamina A, na época em que outras fontes dessa vitamina escasseiam.

As folhas refogadas ou cozidas em sopas não apresentam sabor pronunciado, lembrando o caruru-do-Pará, o ora-pro-nóbis ou o espinafre.

Para Aloísio - Do seu amigo secreto






Aloísio,

Hoje chove no Crato.
Mas a alegria maior, além destes milímetros de água,
é ter você como amigo secreto. Pois lhe considero um
Mestre em poesia.Elas soam como sinos que dobram.

Obs:E ainda lhe mando de presente esta orquídea cultivada
no jardim de minha casa.


Recado para um afeto amigo de tempos distantes- Por Socorro Moreira



Eu tremo,quando me emociono. O Cariricaturas nos últimos dias tem aumentado os meus tremores. A gente desabafa um pouquinho, mas tudo isso ainda é pouco.
Hoje cruzei no mundo virtual com um afeto amigo de muitas décadas atrás. Meu reconhecimento foi imediato. Ele não perdeu em elegância e sutileza... Só não sei é se ainda dedilha umas bossas no piano.
O tempo passa mas deixa um rastro de luz , em todos os nossos encontros. Porisso o reencontro em qualquer dia do futuro pode acontecer , e trazer de volta o reconhecimento das afinidades que sempre existiram.
Se você nos visitar, menino ariano, seja muito bem-vindo !
Adotei você como meu amigo secreto.
Se não me falha a memória és fluminense, torcedor do Salgueiro e Beija-Flor, amante da boa música e da gastronomia.
Que tal uma bacalhoada e arroz com brócolis ?
Um vinho branco português ...
A massa pode ser nhoque
ao molho de espinafre ou bertalha
A mesa pode ser posta ? !
E por falar em saudades, "Onde anda você ?"

Reflexões adicionais (ao meu amigo secreto) - Emerson Monteiro

As chuvas resolveram chegar gostando de ter chegado e um tanto mais de cair e preencher as linhas pontilhadas na pauta do caderno velho de caligrafia das encostas da Serra, seus córregos e valas, apaziguando os pulmões emocionados do chão ressequido; impacientes, incrédulos pulmões do chão, que, pela face irônica que apresentava nesses dias mais recentes acalorados, tórridos até, pode se dizer, sem ferir os padrões das noites zoadas de ventiladores ligados, que pareciam duvidar dos trejeitos meteorológicos das mocinhas dengosas da televisão.
Bom, o que merece contar, depois das atitudes dadivosas das nuvens escuras que aqui transitaram nestes céus caririenses, deixando escorrer de suas abas água limpa, sem cloro, nem rótulos, esfriando a mata e botando cupins, borboletas, formigas de asa, mosquitos, besouros em movimento fora de rotina, resumem a imensa preguiça vespertina que invadiu meu dormitório e caiu letárgica nos ombros de um sono solto, aos acordes das cigarras e dos pássaros incidentais espalhados lá fora.
Nisso, outro ano já reunia mantimentos e arrumava desconfiado as malas gastas dos enquantos que aguardam o trem postal da rota rumo aos registros acásicos (na expectativa de que tudo o que já sumiu do mundo resta gravado nas trilhas do destino, e existe para sempre nalgum lugar do espaçoso Universo), depositado na eternidade, e pegará daqui a pouco a estrada macia dos outros calendários, cheios das mesmas louvaminhas dos anos eleitorais pela galáxia e seus espetáculos tardios de estrelas platinadas do antigamente da música pop internacional, turnês milionárias à cata dos fãs sobreviventes. Fichas limpas, sopapos, homens bombas, conferências ecológicas, eletroeletrônicos que se superam numa velocidade made in china através das paraguaias desta vida adulta de arcaicas civilizações metalóides estéreis, portas abertas ao sonho impossível dos tobogãs, nos parques temáticos industriais do paraíso, vistas panorâmicas, aeroportos cheios, palavras, dramas, profusão de cores, seca na Amazônia, invernos rigorosos na Europa, pouco humorismo no mundo, música, muita música tecnológica, computadores, olhos queimados e gestos solitários, farra de madrugadas e cores esplendorosas. Luas de cristal líquido invadiram a cena, os tetos e corredores, filmes e livros guardados nas gavetas abafadas de um passado que sacode as trilhas e sai sozinho, agora trazido ao meio das multidões vagando à procura das coisas largadas em praias desertas, abandonadas.
Via isso desse jeito, nesta tarde escura de um Cariri molhado, após os dias explosivos provocados pelo tráfico em algumas favelas cariocas. Tocaram fogo em carros, na Linha Vermelha, e as autoridades abriram a caixa de pandora das ações táticas, matéria prima do sensacionalismo grupal, nos trópicos de um País esperançoso pelo Ano Novo que marcou a data de chegar para poucos dias depois do Natal.
Refletir nessas fases torna-se, pois, necessário inevitável, aos que vivem nas vagas a espera das horas neutras, impasses e gestos enfastiados, crianças, adolescentes, jovens que ainda multiplicam os milhões do novo censo para conhecer a cara do futuro.
Foi isto o que disse ao meu amigo secreto no Cariricaturas, ao terminar o ano de 2010.

a luz

ah, meu irmão
essa luz que incendeia
o escuro da tristeza
é um samba com certeza
da voz do mestre candeia

com tempero da saudade
que recobre essa cidade
o samba vai se espalhando
tomando conta da gente
naquilo cada um sente
um sentir que vai aumentando

como um canto de sereia
cheio de encanto e profundo
iluminando esse mundo
um samba que toca fundo
da voz do mestre candeia

triste de quem nunca soube
deixar seu pranto na areia
de ouvir um samba que houve
muito além do coração
um samba assim, meu irmão,
da voz do mestre candeia

quem fala também se cala
quando ouve a voz alheia
na poesia de um samba
do tamanho do firmamento
que teve seu nascimento
na voz do mestre candeia

ABOBRINHAS DA CHAPADA DO ARARIPE - por Ulisses Germano



INVENÇÃO DA VERGONHA

Se olharmos pra vergonha
De perto logo acharemos
A mentira da cegonha
Dizendo de onde vinhemos.


II

SÓ LEVAMOS O QUE APREENDEMOS

Meu chapeu de aba curta
Ninguém rouba, meu senhor
Pois na vida ninguém furta
O quengo que é meu penhor
III

ABOBRINHA I

Meu cavalo alazão
De Pégaso é amigo
InsPIRA insPIRAÇÃO
Quimeras do meu umbigo

IV

ABOBRINHA II

O meu cavalo alazão
Come capim toda hora
Por que motivo ou razão
Vou me importar com quem chora?
V
 ABOBRINHAS NA CHAPADA

Na Chapado do Araripe
Vi o Espírito da Floresta
Também peguei uma gripe
Ao pensar em quem não presta
Sou chuva
- Claude Bloc -

Foto: Chuva em Sobral - 13 de dezembro de 2010


Algumas vezes simplesmente existi
Algumas vezes me tornei chuva
E nessa hora, fui átomo
Fui rio,
Fui nuvem e relâmpago,
Desaguei-me no açude,
Segui até a foz
Fui vento de chuva
quase voei.


Por isso hoje sou chuva
Sem lágrimas para chorar
Porque sou êxtase e alegria
Como se essa água
Me lavasse por dentro...


Por isso hoje sou chuva
no desvão da chapada
Sou esse sorriso que você abriu
Sou essa alegria dentro de você.


Claude Bloc

Dezembro - Página Mitológica

Decem era o décimo mês do antigo calendário romano. Seu nome também surgiu como uma homenagem à deusa Décima, uma das Parcas – as Senhoras do Destino -, a regente do presente e tecelã do fio da vida, equivalente à deusa grega Clotho.
O nome anglo-saxão do mês era Aerra Geola, o irlandês, Mi Na Nollag e o nórdico, Wintermonath ou Heilagmonath. No calendário druidico, a letra Ogham é Luís e a árvore a sorveira. Os povos nativos norte-americanos denominaram este mês de Lua Fria, Lua do Logo, Lua das Longas Noites, Lua do Uivo dos Lobos, Lua do Carvalho, Lua do Inverno, Lua das Árvores que Estalam e Mês Sagrado.
A mais importante celebração deste mês é o solstício de inverno no hemisfério norte, festejado pelos povos europeus como o Sabbat Yule ou Alban Arthuan. Em várias tradições e lugares no mundo antigo, o solstício era lembrado juntamente com os mitos das deusas virgens dando à luz aos seus divinos filhos solares, como Osíris, Boal, Attis, Adonis, Hélio, Apolo, Dionisio, Mithras, Baldur, Frey e Jesus. Na tradição romana, este data chamava-se Dies Natalies Soles Invictus ou o Dia do Nascimento do Sol Invicto e todos os deuses solares receberam títulos semelhantes, como a Luz do Mundo, o Sol da Justiça, O Salvador. As celebrações atuais do Natal são uma amálgama de várias tradições religiosas, antigas e moderna, pagãs, judaicas, zoroastrianas, mitraicas e cristãs.
Na antiga Babilônia, existiam doze dias entre os solstício e o Ano Novo. Era um tempo de dualidades, oscilando entre o caos e a ordem. Os romanos concretizavam essa ambigüidade no famoso festival Saturnália, as festas dedicadas aos deus do tempo Saturno e à sua consorte, a deusa da fertilidade Ops. Durante oito dias, as regras sociais eram revertidas, patrões e escravos trocavam de funções e roupagens, ninguém trabalhava, todos festejavam. O último dia do festival, chama-se Juvenália, dedicado ás crianças, que recebiam agrados, presentes e talismãs de boa sorte.
Nos países do Oriente Médio, a Deusa- Mãe, Senhora do Céu e das Estrelas – conhecida como Astarte, Athar, Attar Samayin ou Ashtoreth -, era celebrada, desde os tempos neolíticos nesta época do ano.
Nos países anglo-saxões, essas celebrações permaneceram, como o Modresnacht, “A Noite da Mãe”, cujos costumes ainda sobrevivem nos festejos natalinos atuais em simbolismos como a Árvore de Natal, decorada como a Árvore do Mundo, a estrela em seu topo, representando a Deusa Estelar, a ceia farta e os presentes sob a árvore lembrando as oferendas e os agradecimentos dos homens à Grande Mãe.
Na Escócia, a véspera do Ano Novo é chamada Hogmanay, sendo celebrada com comidas típicas e procissões de homens vestindo peles e chifres de animais, reminiscências das antigas tradições xamânicas, assim como as renas, o duende e o próprio xamã metamorfoseado em Papai Noel.
Nos países eslavos, o Festival Koleda ou Kutuja, começava no solstício e durava dez dias, celebrando o renascimento da Lada, a deusa do amor, da fertilidade e da juventude.
Na Europa, a deusa solar Lucina era comemorada com procissões de moças vestidas de branco e coroadas com velas acesas. A antiga deusa maia Ix Chel era homenageada no México, com procissões e rituais para abençoar os campos e embarcações.
Os incas celebravam Capac Raymi, o festival magnífico e Huara Chico, os ritos de iniciação dos meninos. Na Polinésia, no solstício de verão, celebrava-se Parara’a Matahiti, o Festival das Primeiras Frutas.
Neste mês, os judeus celebram, até hoje, o Festival das Luzes, chamado Hannukah, no qual se acende diariamente uma nova vela branca em um castiçal de nove braços. Comemora-se o antigo milagre da reconquista do Templo de Jerusalém, há dois mil anos.
Dezembro representa o fechamento de um ciclo, um período para refletir sobre o ano que passou. Na avaliação daquilo que passou e na expectativa de um novo ano, repete-se o momento mítico da passagem do caos para a ordem. A Roda do Ano pára, entra-se em um novo limiar, no limite entre os tempos e os mundos, quando torna-se possível refazer o mundo.

Fonte:http://evolucaoespiritual1.blogspot.com/

Fatias Douradas ao molho de vinho - Sugestão para a sua ceia de Natal




Ingredientes


Pão adormecido
1 copo de leite
2 ovos
Óleo: o quanto baste.
Açúcar e canela para polvilhar ( o quanto baste)

Para o molho

Açúcar: 2 xícaras
Vinho tinto de boa qualidade: 1/2 cálice
Vinho do Porto doce: 1/2 cálice

Modo de Fazer
Cortar o pão em fatias na diagonal.
Regar com o leite frio.
Passar nos ovos bem batidos.
Fritar no óleo quente até ficarem douradas.
Escorrer o óleo e passar na mistura de açúcar com canela.

Molho de Vinho:

Mistura-se o açúcar com o vinho tinto, e deixa-se ferver durante três minutos. Junta-se o vinho do Porto, até levantar fervura .

Regar as fatias douradas .

Acabei de fazer , sem o molho de vinho. Delícia !

Para Liduína- Do seu amigo secreto que, pelo visto, é um Senhor Poeta !




Reencontro

Quando a reencontro

nesta vida
que parece outra
parecemos outros
e no entanto
sem nem mesmo
apitar na curva
já nos renovamos
já nos descobrimos
e a vida segue
secreta vertigem
a nos livrar do abismo
do esquecimento.

Para Liduína- Do seu amigo secreto


Minha amiga secreta Liduína
a conheci quando criança,
é filha do meu padrinho de crisma,
que trouxe meu irmão mais velho aos 13 anos
do sítio Pai Mané para o armarinho dele.
Uma pré-história.
Reencontrei-a no Recife no tempo de Faculdade,
época em que um amigo se enamorou dela.

Amigo Secreto




Expedi e-mails, após um sorteio. Se alguém deixou de receber entre assim mesmo na brincadeira e escolha um nome aleatoriamente.
Os leitores que quiserem interagir, usem o quadro de recados. Serão bem-vindos !

A brincadeira está valendo até o dia 31 de Dezembro

Feliz Festas natalinas para todos !

Pérola dos bastidores - por José do Vale Feitosa



E a manhã fica mais clara,
o verde mais intenso
e as cores fazem a diferença.
Um café com xote tem ladeira de pé de serra,
buriti por sombra e uma brisa de nascente.
Tudo se eleva, o sol, a vida,
cada perfume de bogari
e as sementes pingentes das palmas da Siqueira Campos.

O FIM DOS PRESSUPOSTOS por VERISSIMO

(CADERNO OPINIÃO, JORNAL O GLOBO, Domingo 12 de dezembro de 2010, p.7)

"Em poucos dias, duas certezas científicas tiveram que ser abandonadas. Pesquisadores da Nasa descobriram que pode haver vida sem os componentes químicos até hoje considerados indispensáveis para a sua formação, e astrônomos descobriram que há muito mais estrelas além da Via Láctea do que se imaginava. Ou seja: aumentou a possibilidade de haver formas de vida desconhecidas em outros planetas e aumentou (triplicou, dizem os astrônomos) a quantidade de planetas em que elas podem existir.

Os novos cálculos sobre a quantidade de estrelas, se entendi bem, o que eu duvido, partem da constatação de que muitas das outras galáxias são elípticas, e não espirais como a Via Láctea, e que a proporção de estrelas-anãs para estrelas grandes, sóis, que é de cem anãs para cada sol na nossa galáxia, e de 2 ou 3 mil para cada sol nas galáxias elípticas. As estrelas-anãs de galáxias distantes não são vistas , são inferidas, mas calculam que haveria pelo menos um trilhão de estrelas a mais do que se supunha no Universo. O que significa mais alguns trilhões de planetas em volta dos sóis e quatrilhões de satélites em volta dos planetas. Isso sem levar em conta – para não enlouquecer – que o Universo visível talvez seja só uma fração do Universo real, cuja luz ainda não chegou até aqui.

O que as duas revelações significam é que pressupostos básicos, como o de que só a nossa composição química permitia a vida e que todas as galáxias se comportavam como a Via Láctea, não eram mais do que presunção. Sua desmoralização é mais um capítulo no lento afastamento da Humanidade das suas certezas, que começou com Copérnico e a prova de que a Terra circundava o Sol, e não o contrário. O que virá agora? Quando descobriram o comportamento esquizofrênico das partículas subatômicas, há alguns anos, foi um aviso para desconfiar de todos os pressupostos até aqui, das bactérias ao cosmo. Aguardam-se novas surpresas.

Quanto á vida em outros planetas é cedo para imaginar a Fifa organizando o primeiro campeonato interplanetário. Mas já dá para prever problemas como o antidoping: o que é tóxico para um time pode ser vital para a seleção da lua de Saturno, por exemplo".

Curtas - XVI - Aloísio


Sujeito:
Início da oração.
Verbo:
Princípio da vida.





Aloísio

"Jogo de cena" - José Nilton Mariano Saraiva

ARENA, PDS, PMDB, PSDB, PPS e PSB têm alguma coisa em comum, além do fato de serem volúveis agremiações políticas brasileira??? Algum projeto ou algo que de alguma forma as irmanem ??? Guardam alguma similitude em termos de defesa de um ideário programático comum ??? Pugnam por regras ou princípios consentâneos ??? Trilham a mesma estrada e comungam do mesmo objetivo ???
Claro que não. Longe, muito longe. E bote distancia nisso.
Pois foi esta a trajetória sinuosa, chinfrim e um tanto quanto mal-cheirosa percorrida pelo espertalhão e arrogante Ciro Gomes até aqui (politicamente), nem que para tanto tenha tido que abater e deixar pelo caminho, insepultos, restos mortais de fiéis companheiros de jornadas outras (vide seu "irmão" Tasso Jereissati). E ai de quem cobrar-lhe fidelidade e coerência ideológica: sua conhecida e pornográfica metralhadora giratória é acionada em todas as direções, sem dó nem piedade, independentemente de quem esteja à frente. O negócio é marcar posição. Seguir o script surrado, batido, mas de uma eficiência a toda prova (que está provado não ser privilégio do PMDB) e que objetiva, em última instância, angariar alguma “boquinha” pra si e seus áulicos. Enfim, manter-se empregado e muito bem remunerado, já que no Brasil a “política” virou um rentável “meio de vida”.
Quem não lembra, por exemplo, que, quando da disputa da eleição presidencial com o então candidato Lula da Silva, Ciro Gomes tachou-o de “despreparado” e “incendiário” para, após a vitória do oponente, silenciar e lacrar o bico com “superbond”, ao acomodar-se cândida e placidamente em um dos seus ministérios ??? E – suprema ironia - a partir de então, era Deus no céu e Lula da Terra.
Ou alguém já esqueceu que, mais recentemente (antes das últimas eleições), ao ter sua candidatura à Presidência da República abortada e descartada pelo próprio partido (PSB) – que pragmaticamente optou por apoiar a candidata Dilma Rousseff - o senhor Ciro Gomes (então um poço transbordante de mágoas), compareceu aos mais diversos meios de comunicação (Globo, Record, SBT, Band e por aí vai) e afirmou para toda a nação, de forma contundente e desabrida, que o candidato Serra, pelo currículo e pela experiência, era a pessoa mais preparada para dirigir o Brasil para, em seguida, depois de uma conversa entre quatro paredes com o staff lulista, virar coordenador da campanha da Dilma, aqui no Ceará ???
Naquela ocasião, informamos, com todas as letras, vírgulas e acentos, aqui mesmo (postagem “Cada homem tem seu preço ???”) que “...para renunciar à candidatura presidencial e agüentar calado todo o corrosivo desgaste que atualmente atravessa, por baixo do panos, provavelmente, terá sido firmado, lá atrás, um “acordo de cavalheiros”, que garante ao senhor Ciro Gomes um ministério qualquer num futuro governo Dilma Rousseff (onde ele poderá abrigar todos os áulicos que o cercam e traficar influência)”.
Pois é, hoje, depois de fazer beicinho, de mostrar-se magoado com o andamento do processo da escolha sucessória ministerial, de ter sido considerado por toda a mídia brasileira como “carta fora do baralho” do primeiro escalão da presidente Dilma Rousseff, de viajar à Europa para “esfriar a cabeça e recarregar as baterias”, o senhor Ciro Gomes faz “charminho” e anuncia que “vai pensar” sobre se atende ou não o “honroso convite” da presidente eleita para assumir o Ministério da Integração Nacional (que já ocupou no governo Lula). Já marcou até a data para o anúncio e provavelmente virá correndo da Europa para veicula-lo, preferencialmente “ao vivo e a cores” e em horário nobre: quarta-feira próxima, dia 15.12.10.
Rudimentar jogo de cena, blefe pôqueano de quinta categoria, enganação pura e simples. Ciro Gomes, apesar dos aparentes laivos de loucura e intempestividade, dos arroubos e estultices de praxe, dos desmentidos e vai-e-vem protocolares, "já estava" escolhido ministro do governo Dilma Rousseff antes, mas muito antes do segundo turno.
Enganou-se, gerou expectativa ou foi na onda dele quem quis, já que não é preciso se ser nenhum expert na política para se matar certas previsíveis charadas.

O simples vive da fé - Emerson Monteiro

Invés de sair às cegas catando mistérios e trombando caixas vazias largadas em estradas distantes, a gente simples se alimenta na fé com um propósito superior que lhe indica os passos de seres vivos pelas entranhas dos rochedos tortuosos dessa humanidade, livre de outras perguntas inventadas, braços abertos ao trabalho e aos deveres que a vida impõe.
Houvesse outro jeito de tocar o barco, os milhões de criaturas seguiriam nessa respiração bem sua, constante, ao ritmo dos elementos, nas tiradas dos mundos inevitáveis. Santos do povo falam disso, de uma força descomunal que move e agarra com persistência o seguir das criaturas aos lugares desconhecidos do universo, única alternativa do processo vida.
Os seres anônimos, heróis desconhecidos, agem assim, movidos na ânsia de manter sua respiração sob valores trazidos brutos nas cheias do presente às margens do amanhã, máquinas históricas de uma tradição que se mexe de dentro do peito da certeza, que tem de ser desse modo, e pronto. A religiosidade monumental das pessoas cala fundo o íntimo da alma dessa multidão silenciosa, produzindo certezas a todo instante, matéria prima do futuro, no fluir sem parar das eras e tradições inesquecíveis e satisfatórias da existência comum dos dias delas.
O bater do coração alimenta essa energia original que gira as engrenagens, por cima de pedra e pau, e, com isso, permite acontecer histórias pessoais a todo o momento, dadas dimensões maravilhosas e segredos de continuar a qualquer preço bom a experiência de se conduzir em frente e estabelecer as bases dos novos continentes, nas horas de toda sobrevivência, do menorzinho ao maior de todos nós. Uma ação se soma às outras ações, linha após linha, fio condutor de nomes, pessoas e objetos, fora e dentro das aparências, peças de um xadrez de luta e parto dos momentos que se sucedem.
Caminha a sociedade dos seres humanos como formigueiro de gente e produção, necessário ao calendário e aos relógios, estômago do tempo e dos lugares, luzes nessa escuridão que clareia as famílias e os destinos, até serem felizes para sempre. Santuários de orações fervorosas, eles alimentam o desejo de seguir os passos, na convicção de que existe um sentido maior que abre as portas do amor, nas intenções de quem deseja o bem para seu valor absoluto.
Desse modo, os simples vivem da fé, de olhos voltados à mesma Eternidade que os contempla e os criou, e lhes deixa soltos no ar, perante a estrada que abraça com os pés e rasga a cada passo. Um saber mais que perfeito da melhor sabedoria os orienta, pois conhecem o tecido com que tecem o manto da Eternidade. E só isso os torna suficientes ao justo querer de Deus.

Café com xote - por socorro moreira

Os passarinhos me acordam.
O dia já clareou.
Hora de passar o café , fazer o cuscuz e a tapioca.
Nata de leite , nem que faça mal.
Cuscuz com leite já é normal.
Dois ovos na manteiga ou um torresminho?
Banana comprida cosida
Com manteiga, açúcar e canela
Bolo de macaxeira... Quem vai nessa ?
Um suquinho de cajá pra esfriar a garganta
Um pedacinho de mamão com mel pra adoçar as lembranças.
A mesa tá vazia...
Cheguem logo, senão...
Victor come tudo sozinho !

Segunda-feira com Luiz Gonzaga

Pensamento para o dia 13 de Dezembro





Nossos sentidos além de absorver a filigrana de milhões de coisas é o maior centro da síntese humana. Nenhuma referência é mais forte do que um perfume, um gosto, uma audição, um olhar ou um toque. Apenas a insinuação de qualquer um se torna um quantum, um momentum sintético de enredos completos ou de um discurso inteiro.

(José do Vale Pinheiro Feitosa)

Por Cacá Araújo



Um belo canto exala toda flor.
Seu olhar, seu sorriso, é poesia
Que se mostra e se esconde todo dia
Espalhando a semente do amor!

Encanta-nos silente o seu fulgor...
Como deusa nos prende em sua magia,
Alegrando quem antes só sofria,
Transformando em prazer o que era dor!

Quem lhe beija partilha a grande sorte
De viver feito luz na natureza
Mesmo tendo em carne visto a morte.

Desta forma ninguém há de sumir,
Pois herdando da flor sua pureza
Fica eterno o presente no porvir!


Cacá Araújo
Crato-Cariri-Ceará-Brasil

Cariricaturas em verso e prosa -edição especial




Título e capa, em estudo ( aceitamos sugestões)
Prefácio de José Flávio Vieira
Contracapa de José do Vale Feitosa


-Sem ônus para os escritores.
-Número de textos por autor : 2 + release + fotografia
-Reciprocidade : 5 livros para cada autor.


Autores convidados: todos os nossos colaboradores !


-Os textos deverão ser enviados para o e-mail de Stella até ,no máximo, 15 de Dezembro de 2010.
-Fase de revisão : o tempo necessário .
- stelasiebra@yahoo.com.br

Mulher menina : uma bela flor do campo- Por Bernardo Melgaço




Flor de campo
Que desabrocha como encanto
Fragrância menina
De uma Luz-Essência Feminina

Nenhum poeta pode nomear
Nem mesmo contemplando a beleza do luar
Nem mesmo saboreando a luz do sol e a brisa do mar
Somente o sentimento mais profundo sem nada falar

Sorriso fácil
Juventude livre
Inocência divina
Quis Deus que fosse assim tão alegre, linda e (fe)menina

Nenhuma definição pode dizer quem ela é
Nenhuma abstração pode imaginar a sua meiguice
Nenhuma filosofia pode explicar a sua doçura feminina
Somente a sensibilidade da graça divina

É como a natureza na origem da criação
É como a vida na origem da evolução
Não existe um princípio absoluto para explicação
Somente exclamação e admiração: Quanta vida em harmonia!

É um ser feminino de rara naturalidade
É uma explosão solar com brilho e felicidade
É assim que a vejo: tão linda!
Um anjo alegria de pura espontaneidade

Ainda assim mesmo delicada e frágil
E suave como uma flor
Tão amiga-deliciosa que as abelhas a confundem com o seu doce mel
Com certeza recheada de puro Amor

Ao homem cabe apenas contemplar e admirar
E exclamar: ó meu Deus!
Fostes perfeito na criação
Eva é Sua real e bela sensibilidade e visão

Você deveria ser chamada sem nenhum exagero: AMOR, AMOR, AMOR!
Ó Flor de Campo!
A sua presença é pura energia e encanto
Uma flor em forma de luz-explendor em seus 19 anos

Bernaqrdo Melgaço

Que Santa Luzia proteja o nosso olhar !

Do A ao Zé