Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Dó em versos - Por : Socorro Moreira


Depois da segunda idade,os namoros nada esperam .
Namorados são os encantados .Com eles vivemos momentos eternos .
A alma decidiu-se pela colagem de muitas pernas, muito olhar entre si.

O telefone tocou na madrugada
Não foi engano
Foram tragos
Travos da saudade.
E foram tantos...!
Quem gemeu,
no contraponto do meu pranto?

Empresta-me teus olhos de arte ?
Eu só tenho o meu sonho de Alice.
Ele faz do caos um ponto de luz.
Eu sou mariposa - vadio no brilho.

Mesmo belas
são heras
tudo na mistura
heranças nuas
flores do mato
parceira das trevas
cheiros diversos
evolaram da terra
boca no corpo
língua da noite
São elos...

COMPOSITORES DO BRASIL




Por Zé Nilton


Amanhã, às 14 horas, na Rádio Educadora do Cariri, numa parceria Rádio Educadora/Centro Cultural Banco do Nordeste, vamos homenagear aquele que andou "vivendo tudo, o tempo todo, esse baita-negão. Aliás: MONSUETO CAMPOS DE MENEZES, versado em sete instrumentos. Monsueto, conhecido como ritmista, baterista, o homem do ziriguidum, na verdade foi mais compositor que ator, pintor, desenhista, folião, por ter sido dono de uma linha musical de extrema sensibilidade. As músicas "A Fonte Secou", "Me Deixe em Paz", " Mora na filosofia" para citar as mais conhecidas, estão entre as mais bem elaboradas melodias da MPB de todos os tempos. E a gente que gosta de música fica fascinado pelo Monsueto, precisamente por saber que ele não entendia nada de música e, pasmem, nem de português. Aliás, naquele meu encontro, no calçadão, com o Abidoral, registrado pela câmara inquieta do Dihelson, estávamos justamente falando dos gênios da música, que não precisaram conhecer teoricamente a composição, o arranjo, a harmonia, a regência, enfim, o lado formal do aprendizado musical, mas que deixaram peças imorreidoras e consagradas tempos afora. O mestre Abidoral, naquela ocasião encantadora para mim, citou o Cartola. E o Monsueto está entre os gênios da música, como assim se expressou o maestro Nicolino Cópia, (Copinha), regente da Orquestra do Copacabana Pálace, espécie de seu ghost writer: ele "fazia aquelas letras com aquela música porque estava dentro dele". Precisa dizer mais? É só lembrarmos de Bethoven !

Suas músicas têm algo de melancólico talvez por ter sido compostas em tom menor. Mas ele é tido como pertencente a uma escola especial do samba: queixa, malemolência, denúncia, alegria de cantar, lirismo.

Aliás, um depoimento de um bloguista resume o impacto da obra do "baita-negão" no momento histórico da vida de muitos brasileiros:

Se for mesmo aprofundar, considerando-se a agudeza do discurso social de suas letras, talvez ele tenha sido - muito mais do que qualquer Marx ou Engels da vida - a principal referência cultural na minha tomada de consciência, do que significava ser brasileiro, naqueles tempos confusos, onde se curtia uma necessidade imperativa de saborear a vida, correndo atrás da felicidade sim, porém sem nunca deixar de pensar na vida do próximo. Duros, tesos, pero sin perder la ternura jamás (grande mérito moral e emocional da minha geração).
O nome dele era Monsueto e foi o meu guru sambista, nesta época turbulenta que foi o início dos anos 60. Sorridente xamã bon vivant, do meu rito de passagem para o mundo 'adulto'. Tempo das ilusões - e das revoluções - perdidas.
(Do blog overmund).

Amanhã, no Prograrma COMPOSITORES DO BRASIL, falaremos um pouco da história desse embriagado, esfarrapado, abilolado, assanhado, descabelado Monsueto, músico, humorista, pintor, ator e acima de tudo excelente compositor, como se verá ao ouvir uma pequena parte do seu vasto repertório. Vamos tocar e comentar:

1. O couro do falecido
2. Siriguidum
3. Chica da Silva
4. Eu quero essa mulher assim mesmo
5. Me empresta teu lenço /Me deixa em paz
6. A fonte secou
7. Tá pra acontecer e Levou fermento
8. Mora na Filosofia
9. Lamento da Lavadeira
10. Na casa de Antonio Jó
11. Prova Real. Monsueto
12. Me deixa em paz
13. Tributo a Monsueto – com Martinho da Vila

Quem ouvir, verá !

Juazeiro romeiro... Pachelly Jamacaru



193 minutos depois

Dos danos da alma
E da efusão dos afazeres
Filomena tem a precisão
Recenseada de uma bomba
De gasolina eletrônica fincada
Além dos vapores submersos

Abismada em cismas de
Recombinações sentimentais
Ela deriva o delírio de rever
Averiguações teóricas sobre
A tese dos simulacros do
Francês Jean Baudrillard

Desconhece e desconhece
Caminha sozinha sobre o
Concreto escovado da calçada
Entra na loja de necessidades
Aberta vinte e quatro horas
O caixa baba o sono imperfeito

Ela sempre compra
Absorventes com abas após
Se masturbar menstruada
Na penumbra de velórios
Até ser enxotada por Deus
Pela madrugada a fora

Mestres Ascencionados - Os 7 Raios


1º RAIO – AZUL
Chama: Azul, com raios branco-cristal
Dia da Semana Domingo
Virtudes: Vontade de Deus, Força, Poder, Determinação, Fé e Proteção.
Chohan: Mestre EL MORYA e seu Complemento Divino Mestra MYRIAN
Arcanjo : MIGUEL e seu Complemento Divino FÉ
Elohae : HERCULES e seu Complemento Divino Eloah AMAZON

2º RAIO – DOURADO
Chama: Dourada
Dia da Semana Segunda-Feira
Virtudes: Sabedoria, Iluminação, Discernimento, Humildade
Chohan: Mestre CONFÚCIO
Arcanjo : JOFIEL e seu Complemento Divino CONSTÂNCIA
Elohae : CASSIOPÉIA e seu complemento Divino Eloah MINERVA

3º RAIO - ROSA
Chama: Rosa
Dia da Semana Terça-Feira
Virtudes: Amor Divino, Reverência, Adoração, Beleza, Fraternidade, Tolerância.
Chohan: Mestra ROWENA.
Arcanjo : SAMUEL e seu Complemento Divino CÁRITAS
Elohae : ORION e seu complemento Divino Eloah ANGÉLICA

4º RAIO - BRANCO
Chama: Branco-cristal
Dia da Semana Quarta-Feira
Virtudes: Pureza e Ressurreição e Ascensão
Chohan: Mestre SERAPHIS BEY.
Arcanjo : GABRIEL e seu Complemento Divino ESPERANÇA
Elohae : CLAIR e seu complemento Divino Eloah ASTRÉA

5º RAIO – VERDE
Chama: Verde com raios branco-cristal
Dia da Semana Quinta-Feira
Virtudes: Verdade, Cura, Dedicação, Consagração e Concentração.
Chohan: Mestre HILARION
Arcanjo : RAFAEL
Elohae : VISTA e seu complemento Divino Eloah CRISTAL

6º RAIO - RUBI
Chama: Rubi com raios dourados
Dia da Semana Sexta-Feira
Virtudes: Paz, Devoção, Compaixão, Cura, Alegria no Servir
Chohan: NADA
Arcanjo : URIEL e seu Complemento Divino DONA GRAÇA
Elohae : TRANQUILITAS e seu complemento Divino Eloah PACÍFICA

7º RAIO – VIOLETA
Chama: Violeta
Dia da Semana Sábado
Virtudes: Transmutação, Misericórdia, Liberdade, Perdão, Poder do Apelo
Chohan: SAINT GERMAIN e seu Complemento Divino. PÓRTIA
Arcanjo : EZEQUIEL e seu Complemento Divino AMETISTA
Elohae : ARCTURUS e seu complemento Divino Eloah DIANA



Fonte : No rastro das estrelas

BRINCANDO COM AS PALAVRAS - BISAFLOR CONVIDA CRIANÇAS PARA UMA RODA DE POESIA

Quem disse que criança não gosta de poesia? Bisaflor aposta como toda criança pode gostar de poesia. É uma brincadeira gostosa de se fazer com as palavras.

Por isso vamos brincar de poesia, crianças?

CONVITE

José Paulo Paes

Poesia é brincar

Com palavras

Como se brinca

Com bola

Papagaio

Pião

Só que bola

Papagaio

Pião

De tanto brincar

Se gastam

As palavras não

Quanto mais se brinca

Com elas

Mais novas ficam

Como a água do rio

Que é água sempre nova

Como todo dia

Que é sempre um novo dia

Vamos brincar de poesia?

ECOLOGIA

Cristina Aragão

A criança que é sensível

não maltrata animal,

sabendo que a dor da gente

nos bichinhos é igual.

Ama o rio e o mar.

Não polui a natureza.

Ama a terra, suas plantas,

o ar com sua leveza.

Ajuda a conservar

o planeta com alegria.

A criança consciente

faz a sua ecologia.

A POESIA É UMA PULGA

Sílvia Orthof

A poesia é uma pulga,

coça, coça, me chateia,

entrou por dentro da meia,

saiu por fora da orelha,

faz zumbido de abelha,

mexe, mexe, não se cansa,

nas palavras se balança,

fala, fala, não se cala,

a poesia é uma pulga,

de pular não tem receio,

adora pular na escola...

Só na hora do recreio!

GRILO GRILADO

Elias José

O grilo

coitado

anda grilado

e eu sei

o que há.

Salta pra aqui,

salta pra ali.

Cri-cri pra cá

cri-cri pra lá.

O grilo

coitado

anda grilado

e não quer contar.

No fundo

não ilude,

é só reparar

em sua atitude

pra se desconfiar.

O grilo

coitado

anda grilado

e quer um analista

e quer um doutor.

Seu grilo,

eu sei:

o seu grilo

é um grilo

de amor.

Caminhando sempre - Por : Rosa Guerrera

Existe muita gente que sofre de paralisia no passado. Crentes que estão no mesmo lugar de onde começaram. não avançam, não progridem, não crescem, não prosperam. Alguns até regridem, voltam, sucumbem a maldição de um viver que ficou em algum lugar que existiu. Ontem passei pelo subúrbio onde vivi minha infância e depois de tanto tempo me pareceu por momentos ver as mesmas pessoas nas mesmas esquinas.E um rápido toque de saudade veio a minha mente ., mas logo depois refletí que o apego ao passado é o maior empecilho para que se feche os olhos a uma esperança por mais simples que seja.Afinal o que fez parte do ontem é uma etapa que foi vivida e que infelizmente não pode hoje ser mais reconstruída .. Minha infância está muito longe , minha juventude também , no entanto faço questão de ver o meu rosto marcado por rugas , mas nunca desgastado por sombras do passado.
..São tantas as pessoas para quem a vida passou e elas ficaram ali, do mesmo jeito, no mesmo lugar, responsabilizando o destino por tudo aquilo que lhes aconteceu no dia a dia .. Não tiveram um gesto , não tentaram reconstruir seus sonhos ,não acreditaram no seu potencial, não procuraram arrebentar os muros da solidão , deixando que os dias , os meses e os anos transcorressem como algo que foi traçado e que não pode ser modificado.É bem verdade que muitos fatos acontecem nas nossas vidas, e que não podemos evita-los, mas chorar lágrimas constantes em noites escuras, é proibirmos que enxerguemos que existe sempre um sol escondido atrás de cada nuvem na madrugada seguinte. Se tudo “ está escrito “ como afirmou o Krhisnamurt , ainda assim temos que lutar usando sempre novas armas para que não sucumbamos diante da primeira batalha .Salustio um dia afirmou que :” O homem é o arquiteto do seu próprio mundo” , e de nada vale a pena colocar mágoas e dissabores no imaginado traçado da vida , quando na verdade o nosso inferno e o nosso céu estão dentro de nós mesmos. Eu seria uma mentirosa se dissesse que não sinto saudades de muitas coisas que aconteceram no meu passado, mas não culpo o destino ou seja lá o que for , se hoje já não as possuo.Talvez eu não tenha sabido conserva-las , vive-las melhor ou até as destruí... Afinal moldar o nosso mundo , construir os nossos edifícios, plantar as nossas árvores , são responsabilidades apenas nossas , e aceitemos ou não temos diariamente aberto a nossa frente o nosso livro de vida .E cabe a cada um a historia que vai ser escrita !

rosa guerrera

A Cromoterapia e as Cores no Nosso Dia a Dia


A Cromoterapia pode ser definida como:


- Terapia pelas cores.
- Terapia de regeneração através da energia luminosa.
- Ação energética vibracional das cores.

"Cromoterapia é uma ciência divina. Por isso, não é um culto ou uma moda recente inventada ou descoberta, foi empregada na Era do Ouro da Grécia e nos saudáveis tempos de luz e cor de Heliópolis, no antigo Egito. Novamente venerada nas antigas civilizações da Índia e da China através dos tempos, sempre tem sido empregada a sabedoria da cor para estabelecer o equilíbrio e harmonia, para acalmar e sustentar, Para sarar e restaurar e para criar outra vez. Todas elas foram expressões para apresentar o único e divino princípio de ondas de luz. A cor é, portanto, uma força divina". A cromoterapia é baseada nas sete cores do espectro solar e suas vibrações magnéticas. Espectro magnético é o conjunto de cores utilizados neste estudo, é o mesmo da escala cromática de Newton ou seja, as cores do espectro visível.

A Cromoterapia se alicerça em três ciências – a Medicina, no seu aspecto da cura; a Física, em suas pesquisas com as transmutações energéticas, principalmente no que se refere à compreensão da natureza da luz, sua fonte, seu comprimento de onda, sua frequência, a velocidade com que se move; e a Bioenergética, que estuda a energia que emana do ser vivo, sua energia vital.Conforme nos diz o cromoterapeuta inglês Rolland Hunt.

Em 1665, o físico Isaac Newton descobriu que a luz branca (em raios solares) se decompunha em sete cores fundamentais, ao atravessar um prisma transparente. Provou que a luz solar decompõe-se de uma mistura de radiações de comprimentos de ondas diferentes do espectro luminoso. As sete cores básicas se seguem numa ordem invariável: Vermelho / Laranja / Amarelo / Verde / Azul / Índigo / Violeta.


Estas cores devem se encontrar em harmonia no organismo, assim o homem também se encontrará equilibrado. Do contrário, o ser se desarmoniza em um ou mais estados de sua existência – físico ou energético, emocional, mental e espiritual.

As cores do espectro solar vincula-se diretamente a toda a natureza do nosso planeta constituindo-se no elo vital de tudo o que existe entre nós seja mineral, vegetal ou animal. A tonalidade da cor é a forma pela qual conseguimos identificar a vibração da onda energética luminosa, que nos envolve e impulsiona a visão. É chamada também de cor retiniana, isto é, energia luminosa cujos impulsos são classificados e traduzidos pela nossa retina.

O princípio absoluto é o chamado processo de interferência. O corpo humano é um imenso conjunto de células situados em áreas definidas. Cada campo celular, tendo a sua vibração característica, emite do seu núcleo uma coloração própria. Se o campo celular está em perfeito funcionamento a cor emitida será sempre a mesma. A partir do momento em que ocorre alguma coisa e ele adoece, entrando em disfunção, essa cor começa a mudar de matiz para mais forte ou mais fraco, dependendo do que está acontecendo neste caso, o calor emitido pelo campo celular também modifica a sua intensidade na emissão de ondas. Segundo um dos maiores cromoterapeutas do planeta, o Professor Renê Nunes, a vibração de cada cor é absorvida pelo organismo através dos alimentos, da luz do sol ou artificial, da mentalização de cores, de roupas, pedras, cristais e o meio em que se vive.




Esta técnica é reconhecida oficialmente como uma das terapias alternativas mais importantes pela OMS, desde 1976, conforme a Conferência Internacional de Atendimentos Primários em Saúde de 1962, realizada em Alma-Ata. Ela é, portanto, recomendada como uma terapêutica complementar à medicina tradicional.

A terapia consiste em detectar o campo celular doente e corrigir o problema enviando ao campo celular energia luminosa do mesmo matiz da sua vibração para dessa forma, regularizar e reativar a vibração do referido campo celular atingindo assim o equilíbrio. Existe um grande número de experimentos hoje levados a cabo em todo o mundo envolvendo o uso das cores em ambientes de trabalho, doméstico, educação, Etc..., basta reparar também a roupa branca dos cirurgiões já deu lugar a tons pastéis de azul e verde (tranqüilizantes). A cor pode ser de enorme ajuda não só terapeuticamente mas também nas áreas de magia, meditação, cristais e espelhos, curas e curas a distância, clarividência – em suma numa miríade de maneiras abrangendo todo espectro do oculto. Mas o importante é não esquecermos que as cores existem acima de tudo para tornar o nosso dia a dia mais alegre, saudável e leve.



Fontes:


Imagens:
Google Imagem

“TEM RAPARIGA AÍ?"

" Tem rapariga aí? Se tem levante a mão!’. A maioria, as moças, levanta a mão. Diante de uma platéia de milhares de pessoas, quase todas muito jovens, pelo menos um terço de adolescentes, o vocalista da banda que se diz de forró utiliza uma de suas palavras prediletas (dele só não, e todas bandas do gênero).

As outras são ‘gaia’, ‘cabaré’, e bebida em geral, com ênfase na cachaça. Esta cena aconteceu no ano passado, numa das cidades de destaque do agreste (mas se repete em qualquer uma onde estas bandas se apresentam).

Nos anos 70, e provavelmente ainda nos anos 80, o vocalista teria dificuldades em deixar a cidade.

O secretário de cultura Ariano Suassuna foi bastante criticado, numa aula-espetáculo, no ano passado, por ter malhado uma música da banda Calipso, que ele achava (deve continuar achando, claro) de mau gosto. Vai daí que mostraram a ele algumas letras das bandas de ‘forró’, e Ariano exclamou: ‘Eita que é pior do que eu pensava’. Do que ele, e muito mais gente jamais imaginou.

Para uma matéria que escrevi no São João passado baixei algumas músicas bem representativas destas bandas. Não vou nem citar letras, porque este jornal é visto por leitores virtuais de família.

Mas me arrisco a dizer alguns títulos, vamos lá: Calcinha no chão (Caviar com Rapadura), Zé Priquito (Duquinha), Fiel à putaria (Felipão Forró Moral), Chefe do puteiro (Aviões do forró), Mulher roleira (Saia Rodada), Mulher roleira a resposta (Forró Real), Chico Rola (Bonde do Forró), Banho de língua (Solteirões do Forró), Vou dá-lhe de cano de ferro (Forró Chacal), Dinheiro na mão, calcinha no chão (Saia Rodada), Sou viciado em putaria (Ferro na Boneca), Abre as pernas e dê uma sentadinha (Gaviões do forró), Tapa na cara, puxão no cabelo (Swing do forró).

Esta é uma pequeníssima lista do repertório das bandas.


Porém o culpado desta ‘desculhambação’ não é culpa exatamente das bandas, ou dos empresários que as financiam, já que na grande parte delas, cantores, músicos e bailarinos são meros empregados do cara que investe no grupo. O buraco é mais embaixo. E aí faço um paralelo com o turbo folk, um subgênero musical que surgiu na antiga Iugoslávia, quando o país estava esfacelando-se.

Dilacerado por guerras étnicas, em pleno governo do tresloucado Slobodan Milosevic surgiu o turbo folk, mistura de pop, com música regional sérvia e oriental.


As estrelas da turbo folk vestiam-se como se vestem as vocalistas das bandas de ‘forró’, parafraseando Luiz Gonzaga, as blusas terminavam muito cedo, as saias e shortes começavam muito tarde.

Numa entrevista ao jornal inglês The Guardian, o diretor do Centro de Estudos alternativos de Belgrado, Milan Nikolic, afirmou, em 2003, que o regime Milosevic incentivou uma música que destruiu o bom-gosto e relevou o primitivismo estético. Pior, o glamour, a facilidade estética, pegou em cheio uma juventude que perdeu a crença nos políticos, nos valores morais de uma sociedade dominada pela máfia, que, por sua vez, dominava o governo.

Aqui o que se autodenomina ‘forró estilizado’ continua de vento em popa.Tomou o lugar do forró autêntico nos principais arraiais juninos do Nordeste. Sem falso moralismo, nem elitismo, um fenômeno lamentável, e merecedor de maior atenção.

Quando um vocalista de uma banda de música popular, em plena praça pública, de uma grande cidade, com presença de autoridades competentes (e suas respectivas patroas) pergunta se tem ‘rapariga na platéia’, alguma coisa está fora de ordem.

Quando canta uma canção (canção ?!!!) que tem como tema uma transa de uma moça com dois rapazes (ao mesmo tempo), e o refrão é‘É vou dá-lhe de cano de ferro/e toma cano de ferro!’, alguma coisa está muito doente. Sem esquecer que uma juventude cuja cabeça é feita por tal tipo de música é a que vai tomar as rédeas do poder daqui há alguns poucos anos. “

José Teles - Jornal do Comércio

EU QUERO O MEU SERTÃO DE VOLTA!

.
Nos últimos dez anos tenho viajado freqüentemente pelo sertão de Pernambuco, e assistido, não sem revolta, a um processo cruel de desconstrução da cultura sertaneja com a conivência da maioria das prefeituras e rádios do interior. Em todos os espaços de convivência, praças, bares, e na quase maioria dos shows, o que se escuta é música de péssima qualidade que, não raro, desqualifica e coisifica a mulher e embrutece o homem.

O que adianta as campanhas bem intencionadas do governo federal contra o alcoolismo e a prostituição infantil, quando a população canta "beber, cair e levantar", ou "dinheiro na mão e calcinha no chão" ? O que adianta o governo estadual criar novas delegacias da mulher se elas próprias também cantam e rebolam ao som de letras que incitam à violência sexual? O que dizer de homens que se divertem cantando "vou soltar uma bomba no cabaré e vai ser pedaço de puta pra todo lado" ? Será que são esses trogloditas que chegam em casa, depois de beber, cair e levantar, e surram suas mulheres e abusam de suas filhas e enteadas? Por onde andam as mulheres que fizeram o movimento feminista, tão atuante nos anos 70 e 80, que não reagem contra essa onda musical grosseira e violenta? Se fazem alguma coisa, tem sido de forma muito discreta, pois leio os três jornais de maior circulação no estado todos os dias, e nada encontro que questione tamanha barbárie. E boa parte dos meios de comunicação são coniventes, pois existe muito dinheiro e interesses envolvidos na disseminação dessas músicas de baixa qualidade.

E não pensem que essa avalanche de mediocridade atinge apenas os menos favorecidos da base de nossa pirâmide social, e com menor grau de instrução escolar. Cansei de ver (e ouvir) jovens que estacionam onde bem entendem, escancaram a mala de seus carros exibindo, como pavões emplumados, seus moderníssimos equipamentos de som e vídeo na execução exageradamente alta dos cds e dvds dessas bandas que se dizem de forró eletrônico. O que fazem os promotores de justiça, juízes, delegados que não coíbem, dentro de suas áreas de atuação, esses abusos?

Quando Luiz Gonzaga e seus grandes parceiros, Humberto Teixeira e Zé Dantas criaram o forró, não imaginavam que depois de suas mortes essas bandas que hoje se multiplicam pelo Brasil praticassem um estelionato poético ao usarem o nome forró para a música que fazem. O que esses conjuntos musicais praticam não é forró! O forró é inspirado na matriz poética do sertanejo; eles se inspiram numa matriz sexual chula! O forró é uma dança alegre e sensual; eles exibem uma coreografia explicitamente sexual! O forró é um gênero musical que agrega vários ritmos como o xote, o baião, o xaxado; eles criaram uma única pancada musical que, em absoluto, não corresponde aos ritmos do forró! E se apresentam como bandas de "forró eletrônico"! Na verdade, Elba Ramalho e o próprio Gonzaga já faziam o verdadeiro forró eletrônico, de qualidade, nos anos 80.

Em contrapartida, o movimento do forró pé-de-serra deixa a desejar na produção de um forró de qualidade. Na maioria das vezes as letras são pouco criativas; tornaram-se reféns de uma mesma temática! Os arranjos executados são parecidos! Pouco se pesquisa no valioso e grande arquivo gonzaguiano. A qualidade técnica e visual da maioria dos cds e dvds também deixa a desejar, e falta uma produção mais cuidadosa para as apresentações em geral.
Da dança da garrafa de Carla Perez até os dias de hoje formou-se uma geração que se acostumou com o lixo musical! Não, meus amigos: não é conservadorismo, nem saudosismo! Mas não é possível o novo sem os alicerces do velho! Que o digam Chico Science e o Cordel do Fogo Encantado que, inspirados nas nossas matrizes musicais, criaram um novo som para o mundo! Não é possível qualidade de vida plena com mediocridade cultural, intolerância, incitamento à violência sexual e ao alcoolismo!

Mas, felizmente, há exemplos que podem ser seguidos. A Prefeitura do Recife tem conseguindo realizar um São João e outras festas de nosso calendário cultural com uma boa curadoria musical e retorno excelente de público. A Fundarpe tem demonstrado a mesma boa vontade ao priorizar projetos de qualidade e relevância cultural.
Escrevendo essas linhas, recordo minha infância em Serra Talhada, ouvindo o maestro Moacir Santos e meu querido tio Edésio em seus encontros musicais, cada um com o seu sax, em verdadeiros diálogos poéticos! Hoje são estrelas no céu do Pajeú das Flores! Eu quero o meu sertão de volta!

Anselmo Alves
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LEMBRE-SE: LEVANTE A CABEÇA PARA O ALTO - VOCÊ TAMBÉM É FILHO DE DEUS!


Bernardo Melgaço da Silva

Mesmo que um calhorda lhe dê um pontapé no traseiro. Curve-se, respire profundamente, silencie e incline a "cabeça para o alto".

Mesmo que um cão-humano lhe morda as suas nádegas. Curve-se, respire profundamente, silencie e incline a "cabeça para o alto".

Mesmo que um mestre de besteirol tente desqualificar, desrespeitar ou desvalorizar suas sinceras argumentações. Curve-se, respire profundamente, silencie e incline a "cabeça para o alto".

Mesmo que um idiota transforme suas palavras em carniça e jogue aos urubus. Curve-se, respire profundamente, silencie e incline a "cabeça para o alto".

Mesmo que os acadêmicos dos saberes lhe dobre abaixo da "linha do equador", humilhando-o. Curve-se, respire profundamente, silencie e incline a "cabeça para o alto".

Mesmo que um “santo imbecil” rejeite e jogue de volta as pérolas de sabedoria do Amor que com inocência divina você lhe ofereceu. Curve-se, respire profundamente, silencie e incline a "cabeça para o alto".

Mesmo que um policial da liberdade (in)consentida interrompa o seu caminho e movimento. Curve-se, respire profundamente, silencie e incline a "cabeça para o alto".

Mesmo que os seus ditos "amigos" lhe ofereçam veneno como prova e reconhecimento de sua "grande (in)amizade". Curve-se, respire profundamente, silencie e incline a "cabeça para o alto".

Mesmo que o seu gesto humano seja pervertido pelas mentes hipócritas destituídas de valor e sacralidade. Curve-se, respire profundamente, silencie e incline a "cabeça para o alto".

Pois, se assim fizeres estarás reconhecendo humildemente um provável "erro" seu. Mas, muito mais do que isso você estará provando para você mesmo que o valor da vida está em reconhecer que nessa vida aprendemos com quem nos ensina de Verdade.

MORAL DA HISTÓRIA: Mesmo que você esteja "errado", o fato de você ter respirado profundamente, silenciado e levantado a "cabeça para o alto" fez de você uma pessoa iluminada. Enquanto o outro mesmo estando "certo" e por não ter executado esse mesmo "ritual" se tornou um homem cego para a verdade maior de Deus-Pai.

CONCLUSãO: A sabedoria da vida é saber executar com disciplina o "ritual" certo, independente do que venhamos fazer inconscientemente aqui embaixo. Aqui vai um conselho:

SILENCIE O SEU EGO E INCLINE A "CABEÇA PARA O ALTO", POIS NO "ALTO" ESTÁ DEUS OLHANDO PARA TODOS NÓS EM SEU PROFUNDO SILÊNCIO. E TODAS AS VEZES QUE VOCÊ OLHAR PARA ELE VOCÊ SE TORNARÁ UM POUQUINHO MAIS ILUMINADO. ISTO PORQUE SOMENTE DEUS ILUMINA DE SABEDORIA A CONSCIÊNCIA HUMANA. ESSA É A PRINCIPAL RAZÃO DE ESTARMOS AQUI EMBAIXO APRENDENDO. ENTENDEU!

Obs.: Agradeça sempre a Deus a existência dos:

Calhordas, cães-humanos, mestres do besteirol, acadêmicos dos saberes, santos imbecis, "amigos-traidores", policiais da liberdade, mentes hipócritas, porque sem eles dificilmente você silenciaria seu ego e inclinaria a sua "cabeça" para o verdadeiro mestre da vida: Deus.

Esses "monstros" foram colocados no teu caminho para serem também os seus mestres da humildade ao "avesso". Aceite! E siga em frente perdoando e aprendendo sobre a verdade maior que liberta para sempre:

Você é também Filho de Deus!

Lupicínio Rodrigues - Por : Norma Hauer

16 ou 19 de setembro ?
Na Internet, a data de nascimento de LUPICÍNIO RODRIGUES é 19 de setembro, mas sempre soube que ele nasceu a 16 de setembro de 1914.

Creio mais nesta data, visto que é a que consta, com bastantes detalhes, na coleção criada pela Abril Cultural sobre a música brasileira e no volume sobre Lupicínio Rodrigues consta a data de 16 de setembro e não 19.

Acredito ser 16 a verdadeira, visto que aquela coleção foi lançada ainda em vida de Lupicínio e ele não desmentiu. Naquela época (1914), as crianças nasciam em casa, com parteiras, e na coleção da Abril é narrada com detalhes que quando a mãe de Lupicínio entrou em trabalho de parto,estava chovendo demais e o pai não encontrava a parteira. E foi um reboliço...

De qualquer forma, é importante lembrar a figura ímpar de Lupicínio,um dos poucos artistas, dentre cantores e compositores que não saíram da sua terra natal para vir tentar a vida aqui na antiga Capital, para onde vinham principalmente os nordestinos.

Lupicínio, em seus sambas, inspirava-se em suas próprias desavenças e foi ele quem criou as canções de "dor de cotovelo".

Seu primeiro sucesso foi também o primeiro de Ciro Monteiro como cantor: "Se Acaso Você Chegasse", feita em parceria com Felisberto Martins. Foi lançado no Programa Casé, na Rádio Mayrink Veiga, em 1939.

Francisco Alves, sentindo a importância de Lupicínio, gravou "Cadeira Vazia", "Quem Há de Dizer", "Esses Moços (Pobres Moços"), "Maria Rosa", "Nervos de Aço"(primeiramente gravada por Déo, mas foi na voz de Chico Alves que "estourou")
Na época, eram as músicas mais executadas no rádio.

Na voz de Orlando Silva foi criada "Brasa". O interessante é que na primeira gravação sairam alguns erros crassos de português, como:"desculpe e minha pergunta, mas quem tanta asneira junta ENSINARAM a falar..."ou "se às vezes eu me demoro, é diminuindo a hora, para CONSIGO eu estar..."
Pouco tempo depois, Orlando regravou, transformando o "ENSINARAM" (plural) parA ENSINOU-LHE (singular) e o "CONSIGO" (pronome reflexivo) para COM VOCÊ.

Ainda assim, no final, foi mantido um erro de concordância.

Ao dizer "se acabasse essa brasa, eu não sairia de casa, dia e noite a LHE ADORAR".
O verbo adorar pede objeto indireto, assim seria "Dia e noite a a adorar", mas em poesia tudo é admissível e a música ficaria com um final confuso, se fosse corrigida.

LUPICÍNIO RODRIGUES faleceu em 27 de agosto de 1974, em Porto Alegre, onde sempre viveu, sem completar 60 anos, em seu "inferno zodiacal", que são os 30 dias antes de nosso aniversário.

Norma Hauer

Contemporâneo: espetáculo musical de Luiz Carlos Salatiel na III Mostra BNB da Canção Brasileira Independente


Dia 19 de setembro, sábado, 19:30, no Centro Cultural BNB – Cariri

Entrada Franca

O Espetáculo
Contemporâneo é um vigoroso espetáculo musical onde o artista, acompanhado de alguns dos melhores músicos da região, interpreta textos e canções autorais.
Salatiel é artista de teatro, música, cinema, militante e produtor cultural desde os anos 70. Um poeta que adotou a arte como única arma e a música como aliada. Sem dúvida, um dos mais importantes nomes da cena artística do Cariri cearense.

O Repertório
O CEGO (J.Flávio Vieira/Luiz Carlos Salatiel)
ORIENTE (Eugênio Leandro)
ESCOLHAS (Carlos Rafael/Zé Nílton)
DONA RUTE, MEU AMOR (Geraldo Urano/Luiz Carlos Salatiel)
O RÁDIO/NADA DE NOVO (Geraldo Urano)
CINE CASSINO (Tiago Araripe)
(INSTRUMENTAL)
SEU OLHAR NO MEU (Abidoral Jamacaru)
GIRASSÓIS (Geraldo Urano/Calazan Callou)
FRIEZA (Florbela Espanca/Luiz Carlos Salatiel)
CANÇÃO CRISTALINA (Rosemberg Cariry/Cleivan Paiva)
LEIA NA MINHA CAMISA (Geraldo Urano/Luiz Carlos Salatiel)
CORAÇÃO SAGRADO (Pachelly Jamacaru)
SOB O LUAR DE OSLO (Geraldo Urano/Luiz Carlos Salatiel)
LIMITE (Luiz Carlos Salatiel/Pachelly Jamacaru)
PORQUE NÃO CANTAR (Pachelly Jamacaru)

A Banda
Ibbertson Nobre: Teclados
Lifanco: Violão e Guitarra
João Neto: Contra-Baixo
Saul: Bateria
Cícero Tertuliano: Percussão
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Conversas com o ego

Eu quando rei! Não não não...quando quis ser...
Aliás, eu não queria. Era meu ego.
Eu, numa outra vida, quando cego, nas ruas de Roma ...não não não
Este meu ego não há quem dome. Flagrei-lhe posando de cego para mostrar-se sábio...
Última tentativa.
Eu, ainda hoje, muito tolo, quando muito, as vezes não minto
Mas muito (in)discreto brado aos sussurros entre goles de rum o nome,
Finalmente meu nome: Sávio

Foto: Daniela Vasques

A flor - Por Claude Bloc

Se quisesse não conseguiria
desenhar a flor que brota
ou pintá-la numa tela,
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uma aquarela
com muita cor,
um toque disforme
um traço perfeito
.
mesmo se eu pudesse,
não conseguiria,
desenhar o viço e a beleza
nessa tela abstrata
onde a flor retrata a cor
que não conheço.
.
Se quisesse ser diferente
eu certamente
não conseguiria.
E como a flor
eu calaria
só para não ter
de quem dizer a dor
ou saber do cheiro
da flor.
.
Texto e fotos por Claude Bloc
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TERAPIA DA QUADRINIDADE - A SÍNDROME DO AMOR NEGATIVO



(http://www.institutothame.com.br/detalhe.asp?id_menu=9&id_pub=53)

...A Síndrome do Amor Negativo é um conceito criado em 1967 pelo norte-americano Bob Hoffman, um autodidata com profundo conhecimento da natureza humana. Consiste no fato de as pessoas adotarem os comportamentos, atitudes, traços e admoestações negativas (abertas ou encobertas) de seus pais, na esperança de que eles as aceitem e as amem incondicionalmente. “Essencialmente, no sentido mais amplo, o Amor Negativo nada mais é do que o estado de se sentir indigno de ser amado”, afirma a palestrante. Heloisa explica que o problema é o fato de as pessoas continuarem usando esses traços de forma inconsciente e compulsiva quando adultas, até o fim da vida. “Estas negatividades são as barreiras reais à realização e à paz pessoal. Todos nós somos afetados por elas todos os dias, em um nível pessoal e coletivo”, completou.

Segundo a especialista, por melhor ou pior que uma pessoa tenha internalizado os seus pais na infância, quando adulta ela freqüentemente se observa agindo exatamente como eles. “É muito comum ouvir as pessoas falarem ´eu odiava quando ele (ou ela) fazia isso, e agora eu estou aqui fazendo o mesmo´. É fácil entender por que, quando criança, uma pessoa adotou os comportamentos positivos dos seus pais. Difícil é entender por que a pessoa também adota os comportamentos negativos deles”, afirma Heloisa, destacando que os pesquisadores têm dado pouca ênfase na compreensão desse quebra cabeça.

Segundo os conceitos de Bob Hoffman, o caminho para nos livrarmos do amor negativo é o perdão. “Somente quando formos capazes de perdoar nossos pais, experimental, emocional e intelectualmente, poderemos então nos perdoar e encontrar a paz interna”, afirma Heloisa. A palestrante diz que para alcançar essa tão almejada meta precisamos chegar a um profundo senso de compreensão sem condenação e de aceitação pelas crianças que nossos pais foram um dia: “Então poderemos ser totalmente livres para aceitar e amar os adultos que eles se tornaram”, completa a profissional.

Heloisa Capelas é terapeuta familiar especializada em reeducação emocional. Diretora Terapêutica do Centro Hoffman desde 1998, ela é formada em Assistência Social e pós-graduada em Administração, com enfoque em Recursos Humanos. Master Practitioner em Programação Neurolinguística, com formação em motivação e conquista de objetivos, fez especialização em Psicodinâmica aplicada aos Negócios.


...Sobre o Centro Hoffman

O Centro Hoffman oferece um trabalho de reeducação emocional e crescimento pessoal através do Processo Hoffman da Quadrinidade, um curso intensivo com duração de oito dias, vividos integralmente em local adequado à sua aplicação, sob o acompanhamento de psicólogos e professores que monitoram todo o trabalho. O curso reúne diversas técnicas terapêuticas, trabalhando os quatro aspectos do ser: Emocional, Intelectual, Espiritual (sem nenhum conceito religioso) e Físico. O objetivo do Processo, que não é vinculado a nenhuma escola específica do conhecimento, é fazer com que o participante possa reviver a sua história, alcançando uma compreensão maior sobre a sua vida, e reeducando-o emocionalmente. É também adotado por empresas que decidem investir no desenvolvimento de suas equipes. O Processo foi criado em 1967, nos EUA, por Bob Hoffman e é aplicado atualmente em 12 países no mundo. Presente no Brasil há mais de 20 anos, o curso já beneficiou mais de 10 mil pessoas, sendo aplicado através do Centro Hoffman, que tem sede em São Paulo e pontos de inscrição em Goiânia, Salvador e Cuiabá.
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Michel Tcherevkoff ( fotógrafo francês)- Shoe Fleur

Acabei de receber a visita da nossa querida amiga Edilma Rocha . Descobrimos esses sapatos, e ficamos apaixonadas. Como grande artista , ela tratou de materializar a ideia , tomou emprestado o modelo, e já saiu no salto dos espinhos, sem machucar a flor.



"O francês Michel Tcherevkoff gosta de criar seus cenários. A história dele começou por acaso enquanto clicava uma campanha publicitária em Nova York. Ele viu uma folha de cabeça para baixo que lhe remeteu à forma de um sapato. E foi assim que ele começou a construir sapatos de plantas e flores.

Michel manipula as plantas para dar forma às esculturas dos mais diversos tipos de sapatos. Depois, o material fotografado segue para o estúdio, onde é manipulado. O fotógrafo ficou conhecido como um criador de metáforas visuais.

O sucesso do projeto virou livro Shoe Fleur: a Footwear Fantasy, que lhe rendeu exposições no Museu de Arte e Design, de Nova York, e no Virtual Shoe Museum.

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REGISTRO MINHAS CONGRATULAÇÕES

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Quero registrar com imenso prazer minhas congratulações pelo sucesso da apresentação e defesa da Monografia de nossa querida amiga Stela Siebra de Brito ocorrido sexta feira p.p. na FAFIRE - Faculdade de Filosofia do Recife.
Stela abordou o clássico de Guimarães Rosa: Grandes Sertões - Veredas , analisando a trama amorosa dos personagens usando para isso arquétipos da mitologia Grega. Receba os nossos aplausos os mais efusivos e votos de que continue nesta maravilhosa jornada acadêmica.
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EMDR para controle emocional - Técnica pode tratar estresse pós-traumáticos e medos


Por Minha Vida Publicado em 11/9/2009 - YAHOO
(http://yahoo.minhavida.com.br/conteudo/10129-EMDR-para-controle-emocional.htm)

O que é EMDR? (Eye Movement Desensitization and Reprocessing)

Uma das técnicas mais modernas no tratamento psicológico. Foi criada na década de 80 pela americana e psicóloga Francine Shapiro. Através de movimentos oculares e estímulos bilaterais específicos (dos hemisférios cerebrais) há uma dessensibilização e uma reprogramação (reprocessamento) mental. As vivências, lembranças e sensações do passado, quando traumáticas, ficam registradas na mente de forma negativa e cheias de dor. Através do EMDR é possível que haja uma mudança significativa nas lembranças do passado ao invés de ficarem armazenadas de forma negativa no pensamento.

Como funciona EMDR?

Com o uso da técnica e dos exercícios, em pouco tempo, a pessoa que passa pelo processo tem a sensação de maior segurança no controle emocional. Os fatos perturbadores e traumáticos são sentidos de forma mais leve e é possível ter uma perspectiva mais otimista e alegre da vida. Certamente, essa superação é uma conquista para o processo de desenvolvimento pessoal. O passado deixa de ser tão negativo, o presente se torna melhor e o futuro passa a ser visto com mais opções, cheios de novas possibilidades para se viver bem a vida. É possível desejar melhores coisas para si e para os outros.

Objetivo

O objetivo do EMDR é mudar a forma com se pensa de um fato passado ruim, deixando de forma mais amena e mais simples aquilo que já foi. Fatos passados negativos precisam de elaboração mental. Com o EMDR é possível uma mudança e transformação do que não está bom e que não é adequado para o presente. O que aconteceu de negativo faz parte do passado e realmente pode ficar para trás, não há necessidade de permanecer na mente no momento atual. E, além disso, é possível ficar mais distante daquilo que já foi. O EMDR ajuda as pessoas a resgatar a felicidade, o bem estar, a alegria e o autocontrole das emoções. Com isso, é possível prosseguir de bem com a vida. Você certamente pode ficar mais confiante, mais seguro com você mesmo.

O EMDR pode tratar:

*Ansiedade e depressão
*Insegurança.
*Medos, traumas e fobias.
*Estresse pós- traumático (situações decorrentes de abuso, seqüestro, acidentes, assalto, luto, etc).
*Problemas de relacionamento pessoal.
*Baixa auto-estima.
*Transtornos do sono.
*Compulsão alimentar (obesidade).
*Desenvolvimento de Excelência - Instalação de recursos positivos e melhorias no desempenho pessoal e profissional.

A técnica de EMDR, auxiliada a outras técnicas diferenciadas, como Coaching de Vida, Hipnose Ericksoniana, PNL (Programação Neurolinguistica) e Novo Código (atualização) da PNL são usadas em sessões de consultoria especifica. Durante as sessões são feitos exercícios utilizando essas técnicas especificas, que vão muito além de "informações básicas" e auxiliam no autoconhecimento, conquista de desenvolvimento pessoal e profissional, confiança em si mesmo, melhoria da qualidade de vida. Certamente você poderá se conhecer melhor, deixar as experiências negativas mais leves, viver melhor o presente e ser bem sucedido e realizado no futuro.
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Pensamento para o Dia 16/09/2009


“Um bambu é valorizado por sua espessura e sua altura. A cana-de-açúcar possui valor pelo seu suco. O valor de um ser humano baseia-se em seu intelecto (Buddhi). Quanto mais a pessoa desenvolve o intelecto, melhor ela se torna. Quando o intelecto declina, o ser humano desce ao nível animal. O valor do homem decaiu, atualmente, porque ele não reconhece a importância do intelecto e da conduta baseada no discernimento adequado. A forma é humana, mas o pensar está no nível animal. O homem merece a denominação de "animal de duas patas". Tendo conquistado a forma humana, o homem deveria se conduzir com inteligência. Isso é alcançado através da renúncia (Thyaga) e da disciplina espiritual (Yoga).”
Sathya Sai Baba
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Lupicínio e a dor-de-cotovelo - Por Socorro Moreira

As aparências enganam
Lupicínio Rodrigues


Vejam como as aparências enganam
Como difere a vida dos casais
Não são aqueles que mesmo se amam
Que sempre moram em lugares iguais

Uns se casam porque se querem
Outros somente por comprazer
Sem nem pensar que por mais que fizerem
Nunca haverão de deixar de sofrer

Com seu criado que está presente
Também se passa uma história assim
Ela casou-se com outro vivente
E eu tenho outra mulher para mim

Só uma coisa eu sempre reclamo
E até hoje não me conformei
Que quem casou com a pessoa que eu amo
Beije na boca que eu tanto beijei

* Essa música foi inesquecivelmente gravada pelo ilustre cearense Gilberto Milfont, contemporâneo do meu pai, na cidade do Crato. Eles cantavam juntos na antiga Rádio Araripe , nos anos 40.

* Assim falou Caetano de Lupicínio : as canções dor-de-cotovelo não falavam das histórias vivenciadas por ele. Segundo consta , no testemunho da sua mulher, foi muito feliz no amor e no casamento. Porisso que a sua "fossa" tinha perspectiva, um norte , uma compreensão racional.
O poeta fala da dor do outro , como se ela fosse sua...O que de fato é verdade. E Fernando Pessoa , quase disse a mesma coisa.
A gente que gosta de escrever fica esvaziado quando está desapaixonado ou sem sofrer ... Isso é mentira também. Pra felicidade , pra saudade e pro amor nunca falta pano pra gente costurar um poema. O que falta é o poema chegar, e dizer !
Não existe uma única canção de Lupicínio que eu não goste de cantar...
"...Êta dor/que não devolve quem se ama/ êta dor que ninguém quer dizer que tem/ disfarçada num sorriso mentiroso/ é um pedaço de saudade de alguém."
- Essa é mais uma dor da humanidade : a dor-de-cotovelo. Ainda bem que ela dá e passa !

Socorro Moreira

Dona Divergência - de Lupicínio , interpretada por Linda Batista

Dona divergência
Composição: Lupicínio Rodrigues
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Oh! Deus
Se tens poderes sobre a terra
Deves dar fim a esta guerra
E aos desgostos que ela traz
Derrame a harmonia sobre os lares
Ponha tudo em seus lugares
Como balsamo da paz

Deves encher de flores os caminhos
Mais canto aos passarinhos
À vida maior prazer
E assim, a humanidade seria mais forte
O mundo teria outra sorte
Outra vontade de viver

Não vá, bom Deus, julgar que a guerra que estou falando
É onde estão se encontrando tanques, fuzís e canhões
Refiro-me à grande luta em que a humanidade
Em busca da felicidade
Combate pior que leões

Aonde a dona divergência com o seu archote
Espalha os raios da morte
A destruir os cais
E eu, com o batente atingido
Sou qual um país vencido
Que não se organiza mais


Hoje é dia de lembrar Lupicínio ...

STF derrubou exigência de diploma para jornalista , em 17.06.2009

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu , em 17 de junho de 2009, derrubar a exigência do diploma para exercício da profissão de jornalista. Em plenário, por oito votos a um, os ministros atenderam a um recurso protocolado pelo Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão no estado de São Paulo (Sertesp) e pelo Ministério Público Federal (MPF), que pediam a extinção da obrigatoriedade do diploma. O recurso contestava uma decisão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), que determinou a obrigatoriedade do diploma. Para o MPF, o decreto-lei 972/69, que estabelecia as regras para exercício da profissão, é incompatível com a Constituição Federal de 1988. Relator do processo, o presidente do STF, Gilmar Mendes, concordou com o argumento de que a exigência do diploma não está autorizada pela Constituição. Para ele, o fato de um jornalista ser graduado não significa mais qualidade aos profissionais da área. “A formação específica em cursos de jornalismos não é meio idôneo para evitar eventuais riscos à coletividade ou danos a terceiros”. Os ministros Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Eros Grau, Carlos Ayres Britto, Cezar Peluso, Ellen Gracie e Celso de Mello seguiram o voto do relator. Único a votar pela exigência do diploma, Marco Aurélio Mello disse que qualquer profissão é passível de erro, mas que o exercício do jornalismo implica uma “salvaguarda”. “Penso que o jornalista deve ter uma formação básica que viabilize sua atividade profissional, que repercute na vida do cidadão em geral”, argumentou Mello.

Fonte - globo.com

A Maconha - Por : Fernando Gabeira



"Dizer "maconha" é espalhar um rastro de discórdia. Há quem afirme que ela destrói o cérebro e conduz ao crime. Há quem, como o escritor Carl Sagan, a considere maravilhosa. Há os que duvidam, os que ignoram, os que pesquisam e chegam a resultados frontalmente antagônicos.

Nos primeiros meses de 2000, cientistas da Califórnia chegaram à conclusão de que maconha dá câncer e cientistas ingleses concluíram que maconha cura câncer.1

Enterrada num velho túmulo chinês, em forma de sementes na tanga dos escravos negros ou de tecido no corpo de uma garota egípcia, a maconha aparece em toda parte, mas ainda assim não há acordo sobre ela. Há quem ache que surgiu há 8 mil anos; a revista espanhola Cañamo 2 garante que foi há 5 mil. Talvez não seja possível definir precisamente quando a maconha entrou na história da humanidade; mas pode-se acreditar que tenha surgido há muitos séculos, embora reconhecendo que em 3 mil anos de imprecisão fumam-se milhões de baseados.

Em 525 d.C., as autoridades resolveram fazer grandes fogueiras públicas da maconha no Cairo. Em 1999, autoridades brasileiras queimaram toneladas de maconha diante das câmeras de TV. Isso dá idéia de como é antiga esta ambivalência diante de uma planta: uns querendo destruí-la, outros querendo cultivá-la. Do ponto de vista da maconha, a humanidade deve parecer muito louca.

Se a Cannabis sativa fosse uma família, teria dois filhos. São irmãos de sangue, com a diferença de que num deles os exames detectam níveis mais altos de THC --o tetraidrocanabinol. O cânhamo, que entra na produção de 20 mil produtos importantes para a humanidade, tem um nível de THC inferior a 3%. A partir daí, entra em cena sua irmã, a maconha, que produz toneladas de bons e maus sonhos, com um teor de THC em torno de 6%. Na maioria dos países, a plantação de cânhamo e de maconha é igualmente proibida, um irmão pagando pelo outro, o cordeiro pelo lobo.

Pensar que é ilegal plantar cânhamo nos Estados Unidos e que a Constituição dos Estados Unidos foi escrita em papel de cânhamo ajuda pelo menos a entender as grandes fogueiras que se fazem periodicamente para destruir a canábis. Já foi assim com os livros, com a diferença de que naquela época se queria matar a cultura e na nossa querem matar uma planta --sem perceber que se trata, também, de uma cultura, e não só de uma espécie vegetal que se possa levar à extinção.

Nem sempre cânhamo e maconha foram proibidos numa mesma época. No princípio do século 20, famílias norte-americanas se dedicavam à cultura do cânhamo; ainda encontramos cortinas de cânhamo no Nordeste brasileiro, e há referência de uma colônia agrícola no Rio do Grande Sul dedicada à sua produção.3

O cânhamo foi pego nessa fábula do lobo e do cordeiro quase no meio do século, a partir da década de 30. Dois fatores econômicos e sociais devem ser levados em conta para essa inflexão histórica. De um lado, a crise econômica; de outro, a presença crescente de imigrantes mexicanos nos EUA, o que ofereceu ao magnata da imprensa William Randolph Hearst a chance de estabelecer uma relação entre os perigos da alteração da consciência e os do excesso de mão-de-obra. Foi ele quem cunhou a palavra marijuana, associando o medo de uma droga ao medo dos imigrantes que cruzavam a fronteira.

Como sugere Jack Herer, no clássico The Emperor Wears No Clothes,4 essa campanha contra a maconha pode ser vista de outro ângulo: o da guerra da indústria química e petrolífera contra o cânhamo. De fato, essa tese se fortalece com o exemplo de Henry Ford, que construiu um carro de fibra de cânhamo e iria movê-lo com combustível tirado da semente do próprio cânhamo. Era compreensível o embaraço que significava a existência de um versátil recurso renovável, quando se preparava a arrancada do petróleo como um produto estratégico para a humanidade.

O avanço da maconha sobre a juventude dos anos 60 teve peso na determinação de mantê-la proibida, mas também de impedir que o cânhamo saísse da marginalidade econômica a que foi relegado. Esse período marca uma espécie de encontro da maconha com a classe média, e observa-se uma mudança pendular naqueles que a atacavam. Antes dos 60, os ataques concentravam-se na influência da maconha entre os pobres e negros, abrindo-se com isso uma linha de pesquisa sobre o elo entre consumo e criminalidade. Uma linha bastante previsível, uma vez que não era difícil encontrar vestígios do consumo de droga entre os pobres, que além disso estavam desempregados e viviam uma atmosfera de desagregação familiar --enfim, um conjunto de variáveis que persiste até hoje, em muitos pontos do planeta.

A ascensão social da maconha implicou numa guinada, pois era descrita como uma droga que impulsiona o crime e agora se tornava um fator de apatia e desmotivação. Grandes dirigentes mundiais, como Bill Clinton (que "não tragou") e Fernando Henrique (que não gostou), confessaram ter experimentado a planta. As atenuantes que apresentam servem para mostrar como se toleram os excessos de uma época, desde que desvencilhados deles para cumprir as funções sociais.

As teses de que a maconha contribui para desmotivar as pessoas foram contestadas por pesquisas. Mais uma vez, observando pessoas num contexto cheio de variáveis complexas, chega-se a conclusões opostas. O Grande Livro da Cannabis, de Rowan Robinson,5 cita um trabalho feito na Jamaica, demonstrando que filhos de mães que fumam maconha têm um desempenho melhor em dez das 14 características definidas na pesquisa, tais como vivacidade, robustez e orientação.

Num livro de defesa da maconha, Marijuana not Guilty as Charged6, David R. Ford cita o caso de um jovem trabalhador que era extremamente produtivo e deixou de sê-lo quando parou de fumar.

Não confiar cegamente em pesquisas vale tanto para as que são contra quanto para as que são a favor. Resta a observação pessoal como um ponto de referência. Os efeitos mais comuns --relaxamento, alteração do humor, redução da agressividade-- nos autorizam a afirmar que a maconha leva a um estado contemplativo. Independentemente da presença de espiritualidade, é uma experiência humana para muitos indispensável.

Há gente, no entanto, que fuma o mesmo baseado diante do mesmo pôr-do-sol e reclama que nada de novo acontece. A maconha em si não é a resposta para isso. Ela tem de ser procurada no cotidiano da pessoa, em como enfrenta seus desafios, como capitula ou avança em suas decisões íntimas.

É compreensível que se tome a maconha como um sujeito com responsabilidade própria, capaz de ser julgado por seus atos ou contra quem devemos fazer uma guerra. A maconha tem mil e uma utilidades. A milésima primeira é, precisamente, servir de bode expiatório para nossas dificuldades de encarar o real.

Essa busca de estabelecer a linha divisória entre a maconha e as pessoas, tentando evitar que uma substitua as outras, tornou-se mais desafiadora a partir de 1992. Nesse ano, o cientista William Davane identificou um neurotransmissor com as características dos canabinóides, produzido pelo cérebro e dotado de efeitos idênticos aos do THC. Rigorosamente, se reduzimos a maconha ao seu efeito psicoativo, como fazem os seus adversários, pode-se afirmar que todos têm um pouco de maconha na cabeça, independentemente de fumarem ou não.7

A escolha do nome do neurotransmissor descoberto por Davane pode nos levar mais longe: anandamite, da palavra em sânscrito ananda, que significa êxtase. Já se pode dizer que existe uma concentração de receptores de canabinóides nas áreas do cérebro dedicadas a certos processos mentais, como memória, cognição e criatividade.

Uma descoberta desse tipo pode ser integrada aos estudos sobre maconha e espiritualidade, uma vez que a relação entre plantas e consciência religiosa é tão profunda que alguns autores radicais afirmam que sem plantas alucinógenas não teria emergido o sentimento místico.

É razoável admitir que os seres humanos tenham escolhido o segredo das plantas como uma das maneiras auxiliares de explorar o mistério divino. Elas vivem enraizadas na terra e se alimentam dos céus. Obras que traçam a história da planta, como o Grande Livro da Cannabis,8 já mencionado, localizam a presença da maconha nas principais religiões antigas, ora utilizada secretamente por sacerdotes que temem sua difusão entre as massas, ora como um instrumento ao alcance de todos os seguidores.

As referências mais antigas da relação entre maconha e religião se encontram na Índia. Na religião hindu, a maconha está associada a Shiva, a mais paradoxal e completa figura de trindade. Shiva teria brigado com a família e estaria vagando nos campos quando, para buscar abrigo do sol, parou sob uma planta de canábis, esmagou suas folhas e comeu. Um documento colonial inglês sobre a maconha na Índia (Relatório da Comissão Indiana Para Drogas do Cânhamo)9 afirma que a crença hindu era de que aquele que bebe bangue (o nome da canábis) bebe Shiva. "A alma em que o espírito do bangue encontra morada desliza para um oceano do Ser, livre do extenuante círculo de matéria em que se cegou."

O mesmo documento, um apêndice do relatório escrito por J.M. Campbell, adverte os colonizadores: "Proibir ou mesmo restringir seriamente o uso de uma erva tão benigna quanto o cânhamo causaria sofrimento e irritação generalizados e, para amplos grupos de ascetas venerandos, uma cólera profundamente arraigada. Seria roubar do povo um consolo no desconforto, uma cura na doença, um guardião cuja compassiva proteção os livra de ataques de influências malignas e cujo grande poder faz do devoto um vitorioso, superando os demônios da fome e da sede, do pânico, do medo, do feitiço de Maia ou da matéria e da loucura, capaz de meditar em paz no Eterno, até que o Eterno, possuindo-o corpo e alma, o liberte da obsessão do eu e o receba no oceano do Ser".

Essas crenças o devoto maometano partilha plenamente. Como seu irmão hindu, o faquir muçulmano reverencia o bangue como aquele que prolonga a vida, que liberta das cadeias do eu. O bangue traz a união com o Espírito Divino. Tomamos bangue, e o mistério "Eu sou Ele" fica claro. "Tão grande resultado, tão minúsculo pecado."

Para quem não se interessa por termos como espírito divino, oceano do Ser, feitiço de Maia e outras expressões da religião oriental, abre-se um outro caminho fascinante: o de comparar Shiva e a canábis e constatar que, às vezes, parecem feitos um para o outro. Wendy Doniger escreveu um longo ensaio mostrando que se tratava de uma divindade ao mesmo tempo erótica e ascética, combinando duas pulsões essenciais e antagônicas no ser humano.10 As inúmeras versões do mito de Shiva servem para confirmar sua imprevisibilidade. Em quase todas as imagens que aparece, está com o pênis ereto. Alguns de seus seguidores vêem nisso um sintoma de pureza, pois a ereção indica que ele não verteu seu sêmen sagrado. Em certos momentos, entretanto, aparece dizendo que busca uma parceira que se entregue à meditação, como um grande mestre, mas que seja amante lasciva na cama do casal.

Essa ambivalência divina parece ter sido transmitida à maconha. Ela é acusada por seus adversários de reduzir a performance sexual e por seus defensores de ser uma erva afrodisíaca. Qualquer cientista sensato trabalharia a hipótese de que a maconha é inócua, logo pode ser considerada ora afrodisíaca, ora redutora, dependendo da vontade do observador.

Há, no entanto, um certo consenso de que a maconha retarda o orgasmo, e nesse ponto ela se mostra digna de sua associação mítica com Shiva. Muitos religiosos que seguem a linha kundalini da ioga, utilizando ou não a canábis, transformam o sexo numa relação ritual e longa, que às vezes dura todo um dia. Alguns pura e simplesmente retardam o orgasmo por horas. Outros negam o orgasmo como objetivo final e o substituem por uma sensação de unidade com o outro. Em ambos os casos, podemos imaginar Shiva com seu pênis ereto e lembrar a ambivalência da cultura hindu, para a qual a ereção simboliza também a castidade.

O objetivo deste livro é apresentar os debates mundiais, conclusivos ou não, sobre a canábis, respondendo às principais perguntas surgidas nas dezenas de encontros realizados para tratar do tema em universidades e escolas secundárias do Brasil. No primeiro capítulo, mostra-se como a maconha inspirou inúmeros mitos, alguns deles em contradição com os dados apresentados pela experiência científica. No segundo, tenta-se apresentar um histórico da visão brasileira sobre a maconha, sua chegada ao país e seu uso entre os setores populares do Nordeste. Num terceiro momento, busca-se situar a discussão política, procurando mostrar o que há de comum e singular na experiência dos grupos que lutam pela reforma da legislação proibitiva da canábis. Finalmente, um esforço mais árduo ainda, o de tentar descrever o efeito psíquico da maconha, através de fragmentos de escritores e registros de cientistas e pesquisadores. "


"A Maconha"
Autor: Fernando Gabeira
Editora: Publifolha

Encontro de fotografia popular - Nívia Uchôa


Empresta-me teus sonhos - Por Claude Bloc


Empresta-me teus sonhos, alcança-me só um pouco... e afasta-me dessa saudade silenciosa, desse espaço (aqui) vazio que me ronda a toda hora.

Empresta-me teus sonhos ou deixa-me usar o teu chão e tocar o teu destino como se tivesse vida no momento de pisá-lo.

Empresta-me teus sonhos, permite-me que eu ouça o meu próprio respirar quando tu chegas e mostra-me como seguir-te até o final.

Empresta-me teus sonhos e teu amor bonito, e tudo o que tens de meu, porque do restante, no resto de tudo, nada me podes dar, por já ser meu.
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Texto por Claude Bloc
Imagem: Google Imagem
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