Criadores & Criaturas
"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata."
(Carlos Drummond de Andrade)
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sexta-feira, 26 de novembro de 2010
Nessum Dorma - José do Vale Pinheiro Feitosa
Dos que cantaram esta ária do último ato de Turandot, um dos melhores foi o Pavarotti. A ópera foi a última de Giacomo Puccini que a deixou inacabada por sua morte, tendo sido completada por Franco Alfano. Estreou no Alla Scalla de Milano, em abril 1926, sob a regência de Arturo Toscanini. No Wikipédia tem um resumo do libreto.
Aqui vai a letra da ária:
O príncipe desconhecido
Nessun dorma! Nessun dorma! / Ninguém durma! Ninguém durma!
Tu pure, o Principessa, / Tu também ó princesa,
nella tua fredda stanza / No teu frio quarto
guardi le stelle / guarda a estrela
che tremano d'amore e di speranza.../ que treme de amor e esperança....
Ma il mio mistero è chiuso in me, / Mas o meu mistério está fechado em mim,
il nome mio nessun saprà! / o meu nome ninguém saberá!
No, no, sulla tua bocca lo dirò,/ Não, não, só a tua boca o dirá,
quando la luce splenderà! / quando a luz esplendorará!
Ed il mio bacio scioglierà il silenzio / E o meu beijo escolherá o silêncio
che ti fa mia. / que te faz minha
Vozes de mulheres
Il nome suo nessun saprà... / O nome seu ninguém saberá
E noi dovrem, ahimè, morir, morir! / E nós deveremos, infelizmente, morrer, morrer!
O príncipe desconhecido
Dilegua, o notte! Tramontate, stelle! Desapareça, ó noite! Desvaneça, estrela!
Tramontate, stelle! All'alba vincerò! Desvaneça, estrela! Na alvorada vencerei
Vincerò! Vincerò! / Vencerei! Vencerei!
Aí os nosso cantores populares se esbaldaram com a versão Eu nunca mais vou te esquecer, como esta cantada por Moacir Franco:
Acorrentados- Por Socorro Moreira
Petrolina?
Uma luz vermelha
Entre Crato e o Juazeiro
Boites?
Cinema da tarde...
Tempos de laquê no cabelo
Tempos de vento nos cachos
das carrapetas.
Sussurros ou suspiros?
Um de lá
Outro de cá
Timidamente sorriam
Cruzar o olhar
Era de intensa magia
Como ainda hoje...
Como em qualquer tempo
O olhar imagina, fura, entra...
Se entranha , como o Aracati
Hora feita é sempre carente da surpresa
Um bolero é canção das paradas sensuais
Um passo lá
Outro cá...
Nada além, no futuro do presente.
E nesse calor de novembro
a dança tem cheiro de gente
Não tem coração que mereça
Derreter eternamente.
“Eu necessito ver-te”.
Mais uma vez...”.
Altemar, vivíssimo.
Em surdina me acontece
Esqueço que abri a janela
E uma luz difusa
Em meu peito entra...
Atenda!
O amor sempre será
Como antes de antigamente
Um mistério
Um sonho ardente.
“Talvez fosse melhor”.
Que não voltasses
Talvez fosse melhor que me esquecesses...”
Sem princípio, e sem final.
O amor vaga, sem um cais.
Rumo a um paraíso nunca achado
Lá o tédio é impossível.
E nesse vazio abissal
Eu escorrego levemente
E misturo-me
Ao éter do sentimento
Sintonia num bolero
Faz valsar um par!
Nosotros - José do Vale Pinheiro Feitosa
OUÇA A MÚSICA E LEIA O TEXTO
Um cuba libre, o cigarro se esfumando, cromos de luzes vermelhas, teus lábios reluzentes, cabelos cheirando a prazer, uma boite e a vitrola expandido de sons aos ouvidos de quem implora:
Atende-me na urgência destas horas desfeitas,
Não esperes a escuta dos segundos inúteis,
Funde teu seio ao meu ser frígido,
Eu necessito teu calor mais uma vez.
Outrora, fomos tão divinos de amor,
Agora mais do que nunca somos vulgar,
Somos barcos diferentes a vagar,
Destinos das rosas dos ventos a se afastar.
Agora que meu coração implode de vazio,
Tu vives em minha alma como parte inseparável,
Mas tal âmago é traiçoeiro e nos deixa ao éter,
Frio e inerte agora, quão ardente era outrora.
27 de novembro : um dia das Graças !
Nada Além - José do Vale Pinheiro Feitosa
A primeira: vivendo na zona rural, sem eletricidade, ouvia rádio a bateria e, portanto, a música da época. Além do mais dormia cedo, acordava cedo e passava o dia correndo as trilhas. Quando estava ali pelos meus quinze anos de idade, um primo com idade próxima, fôramos criados muito próximos, se afastou por uns sete anos, retornou para vivermos o início da adolescência pelos próximos quatro anos. Hoje vejo que é pouco, mas na memória foi uma longa vida. O primo era urbano, veio com leituras e uma mania peculiar: gostava de ouvir um programa da Rádio Educadora só com músicas das décadas de 30, 40 e início dos 50. Estamos ali por volta de 64/65. O Primo: Joaquim Pinheiro Bezerra de Meneses.
A segunda: na era das paixões, por necessidades incontroláveis, existe a medidas diferentes. Uma era a da abundância. Quando na Praça do Crato, nas festas, são tantas meninas belas que a paixão é como um exercício de fixação diante da multiplicidade. Aí, a escassez, quando ia para o Riacho do Meio, uma fazenda no município de Barro e lá duas primas e uma ou outra visita. Então estas visitas eram arrasadoras: quando o tempo ia destilando uma convivência dia e noite, a paixão se tornava uma tortura de irrealizado. Especialmente se haviam barreiras de idade, de compromissos ou ela sentindo-se desejada, balançava os olhares entre vários adolescentes.
Juntando tudo. Foi aí, uma moça muito bonita, diferente do nosso padrão nordestino, cabelos pretos, muito branca e de olhos profundamente verdes. Era irmã da esposa de um primo muito mais velho. Na vitrola, sabe no que me fixei? No “Nada Além” na voz de Orlando Silva.
Tinha tudo a ver. Nada além de uma ilusão, se o amor só nos causa sofrimento e dor, é melhor, bem melhor a ilusão....Bom na letra e péssimo na verdade. A canção ao invés de conformar-me se tornou o símbolo da paixão. Era como se minha alma fosse a avó da história de João e Maria: água meus netinhos! Azeite senhora vó! – levei tempo para entender que o azeite provocava a chama e não apenas era quente.
Pois bem, um dia encontrei o Mário Lago, que era do Partido Comunista do Brasil e fora à posse de Sérgio Arouca na Secretaria de Saúde do Rio. Levei um bom papo com ele e contei esta história. A outra é pra lembrar que o parceiro, da música, o Custódio Mesquita era considerado um dos homens bonitos da sua época.
Aliás, foi o próprio Mário que contou um episódio com Chiquinha Gonzaga. Estavam numa roda na Colombo, ela e outros quando entrou o Custódio e se dirigiu para mesa próxima. A Chiquinha parou a conversa para acompanhar com olhos de apetite o homem desfilando próximo a si.
Como vocês na voz de ORLANDO SILVA: NADA ALÉM
Rio de Janeiro: tudo pode ficar pior - José do Vale Pinheiro
Um ódio simultaneamente formulado num passado de preconceitos contra pobres e favelados e outro mais sutilmente construído pela psicologia de massa do cinema americano. Mesmo quando mostram loucos no gatilho, o cinema americano tem um prazer estético de eviscerar a destruição capaz pelas armas de fogo. Afinal são grandes comerciantes de armas de destruição.
Muita gente vendo a cena daqueles homens em fuga, carregando armas e mochilas de munição, imaginou alguma algo tipo um Rambo da vida ou um Apocalipse Now, com helicópteros surgindo por sobre o morro, cuspindo balas mortais sobre aqueles desesperados em fuga. Uma varredura de balas destrutivas deixando uma esteira de mortos como as pedras de uma fileira de dominós caindo.
Isso é o que se teme no caso do Rio de Janeiro: a mortandade provocada pelas forças de segurança. Tão criminosa e condenável qual aquelas perpetradas pela ditadura militar. Igualmente se deixaria de justificar toda a juventude e a justa luta de pessoas como Dilma Roussef que foram para organizações clandestinas lutar contra as forças de repressão.
Todos aqueles que pegam e pegaram em armas nas comunidades pobres do Rio de Janeiro têm o direito sagrado à vida e as forças policiais não têm nenhum apoio legal de tirar-lhes a vida. Uma força do Estado de Direito, realmente tem que levar estes homens armados a se renderem e a serem julgados. Nenhum policial, de qualquer patente está autorizado a executar qualquer prisioneiro, a promover tortura e tampouco a dar vazões, por mais razões psicológicas que tenham no campo, ao espírito vingativo.
O soldado para ser diferente do criminoso é aquele que age dentro da lei e para proteger a todos. Por isso continua um clima de muita apreensão de hoje à noite até os próximos dias, especialmente em face do final de semana. O que acontecerá no campo de operações para que se evitem amontoados de cadáveres? Mesmo os blindados não poderão usar suas armas mais potentes, pois seria a destruição física das moradias e da vida de pessoas pacatas.
Uma carnificina, um incursão vingativa, mudaria o patamar militar da ação destas milícias. O crime organizado é um comércio organizado. Violento, mas comércio. Uma sociedade com ódio dentro de si cria uma cadeia de violência numa escalada em que começam aparecer homens bomba, carros explodindo e destruindo muitas vidas. Os danos de violência serão sempre terríveis: Colômbia, México, o Oriente Médio, a Índia e assim por diante.
Todos devem perceber que as ações criminosas nas ruas ou são da esfera do assalto clássico a motorista ou a queima de veículo, sem provocar vítimas. Ainda está assim e é bom que esse seja o limite das ações de vingança dos bandidos. Isso depende muito do comportamento legal da forças de segurança envolvidas nesta guerra. Depende do Presidente Lula, da Presidente eleita e do Governador Cabral. Nenhum Ministro, Secretário ou comandante poderá agir fora a esfera política e esta esfera é uma só: a proteção da sociedade, especialmente da população que se encontra na área de conflito.
Retorno ao assunto, reforçando um pouco o que o Zé Flávio disse no texto que escreveu com referência a esta guerra.
Nota de Falecimento
Aprender com a vida - Por Rosa Guerrera
Cariricaturas - Edição Especial !
Mário Lago - Por Norma Hauer
Os vândalos do semi-árido demoliram a Escola do São José
Creio que para tomar decisão, tem de agir, possuindo conhecimento de causa e equilibrar ações, pregando o bom desempenho em todo serviço prestado à comunidade.
A questão é que muita gente só tem cabeça porque prego tem, isto é, só serve para levar pancada.
Dizem que quando ladra o cão, a caravana passa e eu estou metido nesse meio. Como um cidadão servil e honesto, digno e de valor, pois sou favorável a conservação e o respeito às coisas públicas.
Não ando conversando disparates com ninguém e nem utilizo artimanhas fraudulentas para adquirir farturas.
Não procuro ser rico, porque para mim a riqueza é supérflua. Não venham pronunciar desculpas esfarrapadas dizendo que a escola estava fechada há sete anos. Isso é pura balela de pessoas fracas que não tem razão para desculpar-se.
Afirmo que foi ocupada por marginal, mas declaro que por várias vezes a polícia vistoriou o prédio e nada encontrou, a não ser sujeira.
Neste momento, passo a dizer a esse digno senhor orelhudo, sem tecnologia e sem conhecimento dos fatos, que emprega um português macarrônico é pessoa desrespeitadora da consciência alheia.
Agora repito que essa escola não foi fechada há muito tempo não, como dizem. Essa escola foi fechada por um senhor assombrado e incongruente (vindo não sei de onde).
Logo após a queda da doutora Fabíola da Secretaria de Educação, aconteceu o inesperado, que foi o fechamento da escola.
Antes disso, houve uma desavença entre uma senhora da sociedade cratense com as três professoras, que culminaria com a transferência dessas professoras para outra escola mais distante.
No ano seguinte, a escola funcionou novamente com uma professora que amenizava em parte o sofrimento das mães dos alunos, mas não era favorável por completo. Em outras ocasiões muitos tiveram de deslocar-se com seus filhos pra escolas distantes de suas casas.
Depois da saída da doutora Fabíola, o movimento da escola começou a mudar, mas mudar para pior e denegrir a aprendizagem do aluno. Quando acabou apareceram os manda-chuvas que se dizem santinhos e querem é mesmo aparecer, mas com a mente contaminada de embusteiro, dando desculpa, querendo tapar o sol com a peneira. Por essa ocasião, os pais escolheram levar seus filhos para a escola de Juazeiro do Norte.
Lá tem de tudo, motivação, serviços médicos, esportivos para satisfazer a educação física dos alunos. Aqui no Crato nada tem, além de mexerico, intriga e bajulação, não possui motivação alguma; tudo está ao Deus dará e ainda de quebra desrespeitam os professores, como aquela história que contei acima.
Não posso entender como é que um cidadão se diz honesto sem respeitar o patrimônio público e quando acaba se deixa levar pelo caminho de devassidão e destempero administrativo? Vive provocando os homens com palavras ásperas e depois se apresenta com gestos mordazes e ainda diz que não tem aluno e que fez um bem para o município e para a sociedade?
Que senhor é esse que não respeita as leis e vive manipulando pessoas bajuladoras para praticar o mais absurdo dos crimes, que é a demolição de um patrimônio público?
E agora o que resta fazer? Acho que não dá em nada, pois o Brasil, principalmente o Crato, está acorrentado por uma forte força de repressões e ainda confirmo, a maior parte dos políticos vive em conluio junto aos chefões da cidade.
Crato-CE, 24/01/2010.
Curtas. Liduina Belchior.
Como é feita uma ponte de safena? – por Luciana Pinsky
Feliz Aniversário, Monalissa !
Encontro Marcado !
Prato do dia - Filés de Tilápia ao forno
http://pt.petitchef.com/receitas/files-de-tilapia-ao-forno-fid-440455
Convite de Cacá Araújo
ATO DRAMÁTICO CARIRIENSE
PROGRAMAÇÃO PARA SEXTA-FEIRA, DIA 26.NOV.2010
19h00min - ARMADILHAS (Livre, 40min)
Cia. Armadilhas Cênicas, de Crato-CE
20h30min - NAS GARRAS DO CAPA BODE (12 anos, 40min)
Cia. Wancilu’s Gat
Produções, de Crato-CE