A renúncia do atual Papa Bento XVI declarada no início do mês e a ser concretizada neste dia 28 de fevereiro, foi um acontecimento surpreendente até mesmo para aqueles que não se dizem católicos. Considerações dos entendidos em Vaticano à parte, para mim foi uma atitude bastante coerente e que deveria ser regulamentada daqui para a frente. Por que não colocar para os papas uma regra já existente para os bispos? A aposentadoria automática aos 80 anos. Afinal, dirigir uma organização com mais de um bilhão de seguidores é uma tarefa que, além das qualidades espirituais e intelectuais exige também muita aptidão física. E esta última condição torna-se difícil de ser encontrada numa ancião.
Durante a minha vida já acompanhei a mudança cinco papas: por morte de Pio XII; Paulo VI, João Paulo I e João Paulo II. Em todas as ocasiões havia o mesmo ritual de notícias que os meios de comunicação social voltam a nos proporcionar atualmente.
Lembro-me que os colégios católicos decretavam três dias feriados após a notícia da morte de um papa. E na morte do Papa Paulo VI, em 1978, o meu primeiro filho, à época com apenas quatro anos, ficou muito contente com o feriado. Vinte dias depois, todos estávamos aliviados porque tínhamos um novo Papa: João Paulo I, que reinou durante apenas um mês. Na manhã de 28 de setembro de 1978, eu soube pelo meu filho, que retornava da escola acompanhado da sua mãe e comemorando mais um feriado: "o Papa morreu de novo!"
Em menos de vinte dias, foi eleito e empossado o Papa João Paulo II, de 58 anos, um jovem, em comparação com seus antecessores. E o tempo passou, e alguns meses depois, acredito que no ano seguinte, o nosso primeiro filho entranhou a falta de um feriado. E então exclamou à sua mãe: "Nunca mais morreu um papa!"
A renúncia do Papa Bento XVI me encheu de esperanças para o futuro. Não custa sonhar em grandes mudanças para a Igreja. Em primeiro lugar, sonho com a extinção do celibato. Isto permitiria a ordenação de maior número de sacerdotes, que estariam mais presentes no meio das comunidades carentes. Desejo também a ordenação de mulheres. Quantas Teresa de Calcutá poderiam surgir?
Sonhar é possível. E eu sonho com uma Igreja voltada para o povo sofredor e focada na pessoa de Jesus Cristo, que viveu pobre e no meio de gente pobre e humilde.
Por Carlos Eduardo Esmeraldo
Durante a minha vida já acompanhei a mudança cinco papas: por morte de Pio XII; Paulo VI, João Paulo I e João Paulo II. Em todas as ocasiões havia o mesmo ritual de notícias que os meios de comunicação social voltam a nos proporcionar atualmente.
Lembro-me que os colégios católicos decretavam três dias feriados após a notícia da morte de um papa. E na morte do Papa Paulo VI, em 1978, o meu primeiro filho, à época com apenas quatro anos, ficou muito contente com o feriado. Vinte dias depois, todos estávamos aliviados porque tínhamos um novo Papa: João Paulo I, que reinou durante apenas um mês. Na manhã de 28 de setembro de 1978, eu soube pelo meu filho, que retornava da escola acompanhado da sua mãe e comemorando mais um feriado: "o Papa morreu de novo!"
Em menos de vinte dias, foi eleito e empossado o Papa João Paulo II, de 58 anos, um jovem, em comparação com seus antecessores. E o tempo passou, e alguns meses depois, acredito que no ano seguinte, o nosso primeiro filho entranhou a falta de um feriado. E então exclamou à sua mãe: "Nunca mais morreu um papa!"
A renúncia do Papa Bento XVI me encheu de esperanças para o futuro. Não custa sonhar em grandes mudanças para a Igreja. Em primeiro lugar, sonho com a extinção do celibato. Isto permitiria a ordenação de maior número de sacerdotes, que estariam mais presentes no meio das comunidades carentes. Desejo também a ordenação de mulheres. Quantas Teresa de Calcutá poderiam surgir?
Sonhar é possível. E eu sonho com uma Igreja voltada para o povo sofredor e focada na pessoa de Jesus Cristo, que viveu pobre e no meio de gente pobre e humilde.
Por Carlos Eduardo Esmeraldo