Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

Para participar, envie suas fotos para o e-mail:. e.
.....................
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quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Ciranda

Sinto, mas não quero bebida.
Esfriar os dedos segurando um copo.

Também não quero fuligem nos lábios
tampouco queimar meu nariz beduíno.

É chegada a hora da lucidez
vasculhar minhas gavetas
queimar todos os papéis.

Cansei de tapar os poros
com cal e barro.

A ponte faz tempo
espera meus passos
sobre as tábuas soltas.

Quem sabe eu despenque.
Plante orquídeas nas nuvens.

O Sapateiro e a Coruja

Criada no mundo islâmico,esta simpática fábula marroquina nos mostra como a religião pode ser manipulada em diferentes benefícios...

Ben Said era sapateiro. Sua vida era dura, monótona, mas honesta e ele não deixava de, todos os dias, ir à mesquita para rezar a Alá, invocando-o com piedade. Certo dia, porém, Ben Said, antes de começar a rezar, notou a presença de uma coruja, numa pequena reentrância da parede. Ela não se movia e o sapateiro ficou curioso.

Quando voltou no dia seguinte, procurou com o olhar a coruja e encontrou-a no mesmo lugar, exatamente na mesma posição do dia anterior. No terceiro dia, realmente impressionado com aquela cena singular, aproximou-se da coruja e percebeu que era cega. Logo, começou a imaginar os problemas que a ave teria para se alimentar.

Mas, enquanto pensava, um falcão chegou, trazendo no bico uma pequena serpente que, imediatamente, passou a despedaçar e colocar na boca da velha coruja. Comoveu-se o sapateiro com o que vira e, refletindo sozinho, entendeu que aquilo era um sinal dos céus para a sua vida: se Alá cuida assim de uma simples ave, quanto mais não se ocuparia dele.

De que valia trabalhar todos os dias para conseguir umas poucas moedas, se bastava confiar na providência divina? Não valeria ele, por acaso, muito mais de que uma coruja cega? E assim raciocinando, logo no dia seguinte, resolveu mudar de vida: não abriu sua porta, não se pôs a trabalhar, mas dirigiu-se à porta da mesquita e lá se sentou, esperando que Alá providenciasse seu sustento, através de esmolas.Ali estava, quando um velho amigo passou e reconheceu-o.

Admirado por ver Ben Said como mendigo, perguntou-lhe o que havia acontecido de tão terrível que o levara a pedir esmolas como um inválido. E Ben Said contou-lhe a história da coruja e do falcão, explicando-lhe que, agora, como a coruja, confiava exclusivamente na bondade de Alá.

Mais experiente que Ben Said, o bom amigo retomou a reflexão e levou o sapateiro a considerar a possibilidade de que Alá não o estava chamando a ser como a coruja, mas como o falcão que se preocupava em ajudar aqueles que mais necessitavam. Ben não era muito esperto, mas não tardou a entender que estava realmente errado. Tomando a mão que o amigo lhe estendera, se levantou e voltou a seu trabalho com mais alegria.
( Adaptação de Patrizia Bergamaschi )

http://www.pime.org.br/mundoemissao/historiacoruja.htm

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Sangue Quente

Nem na tristeza nem na alegria
à minha alma prometo fidelidade.

Se versos me cansam
rasgo-os.

Se flores me entediam
piso, destrincho, escarro.

Palavras ásperas no céu da boca
onde pela manhã somente havia
chocolate e patchouli.

Para Socorro (nos arrecifes) - Por Claude Bloc


Por Claude Bloc

BRINCANDO COM AS LETRAS

ALFABETO
José Paulo Paes


O A é uma escada
bem aberta, pela qual
se sobe ou se desce.

As duas barrigas
do B nos ajudam
a escrever “Balofo”.

O C é uma foice
sem cabo, mas corta. Aliás
não “corte” sem c.

Embora princípio
da palavra “Dedo”, o D
parece uma unha.

Tem jeito de garfo
a letra E, assim no fim
da palavra “Fome”.

O F deve ir
a um dentista, corrigir
os dentes de cima.

O G engoliu
a própria língua. Por isso,
é a letra de “Gago”.

O H, uma cama
de lado, mas sem nenhum
dorminHoco em cima.

Na orquestra das letras,
o I de tão fino, é flauta
ou então flautim.

Nessa mesma orquestra,
o J, um trombone, jorra
música também.

O L é a única
perna do saci peraLta:
eLe puLa que puLa.

No M, o caMelo
tem suas duas corcovas
já no próprio nome.

N, uma porteira
de fazeNda, separando
a casa do pasto.

O O, uma bOca
que, num espanto redondo,
diz apenas: Ó!

O P é a perna
de pau que o pirata tira
na hora de dormir.

O Q era um O
que virou gato: aí está,
de costas, com rabo.

O R: um peru,
Peito estufado, a passear
Pelo galinheiro.

O S, a serpente
Sinuosa, ou a minhoca
no chão, eStorcendo-Se.

No alto do Telhado,
o T é uma antena de
TV que se vê.

O U, um buraco
na calçada, que atravesso
num único puLo.

Asa de gaivota,
o V. Lá estão elas, vejam
VVVVV.

X, duas espadas
que se cruzam, na semi-
final do alfabeto.

O Z, um relâmpago
corta, zás! O céu aZul
antes do trovão.

BISAFLOR CONTA UMA HISTÓRIA DE RACHEL DE QUEIROZ

Rachel de Queiroz e Bisaflor se conheceram em Fortaleza e ficaram logo amigas. Bisaflor sempre admirou o talento da amiga e nunca cansou de divulgar seus romances e crônicas. Mas, o que Bisaflor traz hoje de Rachel de Queiroz para o Cariricaturas é uma história para crianças (e para adultos que conservam o interesse pelo fascinante mundo das histórias), do livro XERIMBABO. Vamos à narrativa:

O PASSARINHO E O ESPELHO

Garrincha é um passarinho pequenino,que adora fazer ninho dentro de casa.
Foi assim que um casal de garrinchas resolveu se aninhar no alto de um guarda-roupa, num quarto da fazenda.
Acontece que garrincha, além de atrevido, não admite outro passarinho por perto. E no quarto havia um espelho pendurado num prego. Pois lá vinha o garrincha macho voando para o ninho, quando deu com a cara no espelho. Pensou logo que era um rival, ficou danado, meteu-lhe o bico. Quase quebrou o vidro.
Daí por diante, o garrincha não teve mais sossego. Era só passar pelo espelho, lá estava "o outro", desafiando. Ele bicava o vidro feito uma fera, mas nada.
A dona da casa resolveu, então, cobrir o espelho com um pano. Mas o bichinho era tão desconfiado que conseguiu levantar uma ponta do pano com o bico e - epa! - lá estava o inimigo, bem escondidinho. O garrincha ficou numa tal fúria que arrancou o pano com um golpe de asa e, batendo com os pés e o bico, derrubou no chão o espelho, que sedespedaçou todo.
Aí o garrincha voou para o ninho, soltou um grito de guerra e dançou a sua dança de vitória.
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Grace Kelly




 Grace Patricia Kelly (Filadélfia, 12 de novembro de 1929 — Monte Carlo, 14 de setembro de 1982) foi uma atriz norte-americana, vencedora do Oscar de Melhor Atriz e um ícone da moda.

Após seu casamento com Rainier III, príncipe-soberano de Mônaco, ela ficou conhecida também como Princesa Grace de Mônaco. O filho de Grace e Rainier III, titulado Albert II é o atual monarca do principado.

O Instituto de Cinema Norte-Americano já a listou como a 13.ª das 50 maiores lendas do cinema.

    Primeiros anos   

Grace Patricia Kelly nasceu na Filadélfia, no estado da Pensilvânia, como a segunda filha de John B. Kelly, Sr. (chamado de Jack Kelly), filho de imigrantes irlandeses, e de sua esposa Margaret Katherine Maier. Por causa de uma promessa de seu pai, ela foi nomeada a partir de sua tia paterna, que morreu jovem. Tinha duas irmãs, Peggy (1925-1991) e Lizanne (1933), e um irmão, Kell (1927-1985).
Jack Kelly, filho de imigrantes irlandeses, tornou-se milionário por conta própria: sua empresa de tijolos era a maior de todo o leste dos Estados Unidos, e concorreu, pelo Partido Democrata, à prefeitura da Filadélfia em 1935, perdendo por uma margem pequena. Kelly também era conhecido por ter ganhado uma medalha olímpica de ouro tripla em remo.

Desde criança, Grace tinha uma talento especial para artes dramáticas. Aos doze anos de idade, ela atuou em uma pequena peça chamada Don't Feed the Animals na Filadélfia. Em 1947, porém, foi rejeitada pela Bennington College (escola de artes localizada em Bennington, Vermont) devido às suas baixas qualificações em matemática. Kelly decidiu então seguir seu sonho de atuar em peças de teatro.

Em Nova York, Grace estudou na Academia Americana de Artes Dramáticas, onde já tinham estudado outros grandes atores, tais como Katharine Hepburn, Lauren Bacall e Spencer Tracy. Ela chamou a atenção do produtor de televisão Delbert Mann, o qual a chamou para alguns programas ao vivo. O sucesso na televisão levou Grace a conseguir o seu primeiro papel no cinema.

Grace Kelly e James Stewart em Rear Window.Em 1951, aos vinte e dois anos, Grace estreou no cinema em um pequeno papel no filme Fourteen Hours. Logo o produtor de Hollywood Stanley Kramer a chamou para mais um filme. No ano seguinte, ao fazer o par romântico com Gary Cooper em High Noon (Matar ou Morrer), Grace tornou-se muito popular.

Em 1953, trabalhou com Clark Gable e Ava Gardner em Mogambo, que contava a história de um caçador de gorilas africanos. Pelo filme, Grace ganhou o prêmio Globo de Ouro de Melhor Atriz Coadjuvante e foi nomeada ao Oscar pela primeira vez, mas não conseguiu vencer. Depois, Grace foi protagonista de Disque M para Matar, sob a direção de Alfred Hitchcock. Ganhou o Oscar pelo filme Amar é sofrer, no qual fez a esposa de um artista fracassado, interpretado por Bing Crosby.
Em 1955, ela fez ao lado de Cary Grant o filme Ladrão de Casaca, filmado em Mônaco. A estrada em que viria a falecer mais tarde aparece no filme. Nesse mesmo ano, voltaria a trabalhar com Hitchcock no clássico Janela Indiscreta. Voltou a atuar com William Holden em As Pontes de Toko-Ri. Em seu último filme, High Society (Alta Sociedade), de 1956, trabalhou com Bing Crosby e Frank Sinatra.

    Princesa de Mônaco   

Homenagem a princesa Grace Kelly, Euro moeda de Mônaco.Em 1955, Grace Kelly foi convidada pelo governo da França para participar do Festival de Cannes, onde conheceu o príncipe Rainier III.

Eles se casaram no dia 19 de abril de 1956 e tiveram três filhos: Caroline (1957), Albert II (1958) e Stéphanie (1965).

O matrimônio não implicou a renúncia da cidadania norte-americana de Grace em favor da monegasca.

     Morte   

Em 14 de setembro de 1982, Grace Kelly morreu em um acidente de carro em Monte Carlo, após sofrer um derrame cerebral, aos cinqüenta e dois anos. Sua filha Stéphanie, então com dezessete anos, que estava também dentro do carro, foi acusada de ter conduzido o veículo e causado o acidente após uma discussão com sua mãe. Embora Grace tivesse entrado em coma, Stéphanie sofreu ferimentos menos graves.

Em homenagem a Grace Kelly, criou-se Fundação Princesa Grace, presidida por Caroline, sua filha mais velha. A fundação tem como objetivo ajudar talentos emergentes do teatro, da dança e de filmes.


Vanessa Mae - "Reencarnação de Paganini ?"


Vanessa-Mae Vanakorn Nicholson (nasceu em 27 de Outubro de 1978 em Singapura). conhecida em palco e no mundo da música apenas como Vanessa-Mae e em chinês: 陈美, Chén Měi, é uma violinista de formação clássica que se tornou famosa mundialmente fazendo gravações onde misturava música clássica com pop, jazz, techno e outros ritmos modernos. O álbum que lhe deu fama internacional foi "The Violin Player", de 1995.


Filha da senhora Tan Soei Luang, uma pianista clássica e advogada nascida na China (que mais tarde adoptara por um nome mais ocidental Pamela) e de um empresário hoteleiro tailandês Vorapong Vanakorn, Vanessa-Mae foi batizada com o nome de Chen Mei Vanakorn. Após a separação dos seus pais, a sua mãe casou com inglês, de nome Graham Nicholson. Ela cresceu em Londres e é uma cidadã britânica.


Começou a tocar piano aos 3 anos de idade e aos 5 anos já tocava violino.
Ficou relativamente famosa no Reino Unido quando em criança aparecia com regularidade na televisão (por exemplo em Blue Peter) geralmente por envolver muito a música e o estilo clássico conservador.



Ao entrar na adolescência, Vanessa-Mae rompe a influência que tinha com os pais e torna-se conhecida pela sua aparência e estilo sensual e glamorosa, nos videoclipes de música com a sua roupa estilosa. Ela apareceu com Janet Jakson no álbum The Velvet Rope a tocar violino a solo na canção "Velvet Rope".

Vanessa-Mae foi recebida com aclamação e elogiada pelo seu estilo e talento pessoal, mas por outro lado também foi sujeita a muita controversia. Alguns criticos disseram que as suas habilidades tecnicas e musicais são de fato rudimentares e que ela é apenas um produto típico da industria da música a tentar usar o sex appeal (apelo sexual) para vender música clássica comercializada. Ainda existe outros que acham que ela está a fazer um des-serviço a música clássica. Ela contrapõe dizendo que estes criticos são demasiado tradicionais e elitistas. E eles são incapazes de apreciar a sua fusão de música clássica com a música pop e eles nem sabem fazer música, eles apenas reservam-se ao cinismo cruel.

Em Abril de 2006, Vanessa-Mae foi classificada como a jovem artista mais rica no Reino Unido na Lista dos Mais Ricos no Jornal Sunday Time 2006.

Vanessa Mae trouxe mais do que sensualidade à música erudita. Assim como os 3 Tenores, ela quebrou barreiras levando suas populares interpretações da música clássica a um público que não conhecia o estilo.

Em sua trajetória, esta jovem artista já vendeu cerca de 6 milhões de álbuns e detém mais de 40 prêmios internacionais de platina, tanto para gravações pop quanto para clássicas. Suas apresentações em concertos transmitidos pela TV foram assistidas em mais de 100 países.
PS. Vanessa Mae nasceu em 27 de outubro de 1978
Niccolò Paganini nasceu em 27 de outubro de 1872.


Fontes:
Página oficial de Vanessa Mae


Fios - Por Claude Bloc


Fios
se encontram,
se cruzam
brigam
caminham iguais,
paralelos
juntos.
Seguem o ritmo
vão e se trançam
e dançam em valsa.
Fios grossos
fios finos,
fios iguais...
únicos
e simples.
um no outro
nada mais.

  *** Texto por Claude Bloc ***  

em vão - Por Chagas

onde ficaram aquelas palavras
que preenchiam cartas
agora folhas mortas?

não se sabe quantas vezes
os olhos acenaram ao mar
buscando imagem de um rosto
seu cheiro na brisa
exatamente na hora
em que resultam dois lados
de um vaso em choque com o chão

longas ruas consomem os passos
porque ressurge um louco embriagado
de medo e de solidão
girando em torno de um nome
pele morena
beleza de abalar a alma
e deixá-la em completo silêncio

o silêncio é um deserto dentro
do que ouvia a chuva
de tarde
espalhar sua música
águas por todo canto
cantando cantando cantando

um muro que se faz de tempo

Um dia, uma história - Um desafio para você !!! Participe !!!

Vocês já conhecem a expressão: "Conte um conto e aumente um ponto." Pois é... 
A intenção aqui é essa mesma: criar e desenvolver um texto em que muitos participem. O texto está inacabado como podem ver, mas se um e outro colaborarem completando a história com humor e descontração pode-se fazer uma composição interessante.

Este é um convite e um desafio. A intenção aqui não é uma produção com apuro literário, mas uma oportunidade de intercâmbio e de partilha.

Vamos lá, saia de sua toca. O Cariricaturas lhe permite ser livre em seus pensamentos. Voe até nós e escreva. Complete o texto. Siga o fio da meada e inove o quanto puder! Continue a história...



*** Um dia, uma história ***

Gracinha saiu correndo atrás da sua bola colorida. Estava brincando com ela quando veio um vento não se sabe de onde, arrastando seu brinquedo para outro ângulo, forçando a menina a mudar sua rota. Sabe esses ventinhos que surgem nas horas mais inconvenientes? Custava esperar a criança terminar a brincadeira? Mas não, ele era implacável e surgiu levando o que lhe havia de mais precioso naquele momento, como um sonho indo embora. Gracinha não desistia do que queria. Depois de uns 5 minutos encontrou a bola entre alguns arbustos do outro lado da sua casa, na subida que levava por entre a galharada que havia atrás de sua casa até a “Caixa D’água”.


Quando achou a bola, voltou-se toda sorridente para o outro lado, ali onde se encontrava sua irmã mais nova e algumas amigas. Mas no meio de sua trajetória ficou olhando para todos os lados observando cada detalhe. Algumas outras meninas estavam brincando em frente à casa de Dona Joaninha. Ficou curiosa pra saber o que faziam e o que podia fazer indo até lá, até por que aparentavam estar brincando de algo que ela não conseguia atinar. Dirigiu-se até aquele lugar e ficou observando. Eram 3 meninas, uma delas se levantou e perguntou:
...
...
...

Verde, cor da Esperança , cor da Vida.


"Se guardo em meu coração um galhinho verde,
um pássaro gorjeador virá e pousará nele."Esse pro-
vérbio chinês quer dizer: não é possível produzir a fe-
licidade.E ainda assim, depende de nós se estamos ale-
gres ou de mau humor. Pois-e este é o conselho do pro-
vérbio-podemos enfeitar nosso coração com um galhinho
verde. Verde é a cor da esperança, da vida nova.Esperan-
ça é uma virtude.Não pode ser comprada. Devemos nos es-
forçar para tê-la.Ter esperança significa apostar num futuro
cheio de de salvação, apesar de toda a realidade deprimente,
não desistir de si mesmo, confiar que Deus pode transformar
tudo. O provérbio chinês confia na esperança: com certeza, um
pássaro gorjeador virá e pousará em nosso galhinho verde.Enche-
rá nossa alma com alegria-basta apenas darmos eapaço à esperan-
ça dentro de nós."

(Anselmo Grun).


Centro Cultural BNB Cariri: Programação Diária



Dia 11/11, quarta-feira

Atividades Infantis - HORA DO RECREIO
Local: E.E.F. Julita Farias. (Caririaçu)
15h30 A Triste Partida. 20min.

Atividades Infantis - ARTE RETIRANTE
Local: Caririaçu
16h 100 Canal: Casa de Sementes Senhor dos Exércitos. 5min.
16h05 Sessão Curumim: Espanta Tubarões. 89min.

Literatura/Biblioteca - OFICINA DE FORMAÇÃO ARTÍSTICA
15h Contadores e Contamores. 240min.

Literatura/Biblioteca - BIBLIOTECA VIRTUAL
18h Noções Básicas de Utilização da Internet. 180min.

Atividades Infantis - ARTE RETIRANTE
Local: Sítio Belorizonte, Distrito de Lameiro (Crato)
19h Os Piratas que Não Fazem Nada. 85min.

Rua São Pedro, 337 - Centro - Juazeiro do Norte
Fone (88) 3512.2855 - Fax (88) 3511.4582

YUNG E A PERCEPÇÃO DO REAL

"O ideal e objetivo da ciência não consistem em dar uma descrição, a mais exata possível, dos fatos - a ciência não pode competir com a câmara fotográfica ou com o gravador de som - mas em estabelecer a lei que nada mais é do que a expressão abreviada de processos múltiplos que, no entanto, mantêm certa unidade. Este objetivo se sobrepõe, por intermédio da concepção, ao puramente empírico, mas será sempre, apesar de sua validade geral e comprovada, um produto da constelação psicológica subjetiva do pesquisador. Na elaboração de teorias e conceitos científicos há muita coisa de sorte pessoal. Há também uma equação pessoal psicológica e não apenas psicofísica. Enxergamos cores, mas não o comprimento das ondas. Esta realidade bem conhecida deve ser levada em conta na psicologia, mais do que em qualquer outro campo. O efeito dessa equação pessoal já começa na observação. Vemos aquilo que melhor podemos ver a partir de nós mesmos. Assim, vemos, em primeiro lugar, o cisco no olho do irmão. Sem dúvida o cisco está lá, mas a trave está no nosso olho - e pertubará de certa forma o ato de ver. Desconfio do princípio da "pura observação" na assim chamada psicologia objetiva, a não ser que nos limitemos á lente do cronoscópio, taquistoscópio e outros aparelhos "psicológicos". Assim nos garantimos também contra uma demasia exploração dos fatos psicológicos da experiência. Esta equação pessoal psicológica aparece mais ainda guando se trata de expor ou comunicar o que se observou, sem falar da concepção e abstração do material experimental. Em parte alguma, como no campo da psicologia, é exigência absolutamente básica que o observador e pesquisador sejam adequados a seu objeto, no sentido de serem capazes de ver uma e outra coisa. Exigir que só se olhe objetivamente nem entra em cogitação, pois isto é demais. O fato de a observação e a interpretação subjetivas concordarem com os fatos objetivos prova a verdade da concepção apenas na medida em que esta última não pretenda ser válida em geral, mas tão-somente para aquela área do objeto que está sendo considerada. Nesse sentido, é exatamente a trave no nosso próprio olho que nos possibilita ver o cisco no olho do irmão. E nesse caso a trave no nosso olho não prova que o irmão não tenha um cisco no seu olho, como ficou dito. Mas a pertubação de nossa visão leva facilmente a uma teoria geral de que todos os ciscos são traves. Reconhecer e levar em consideração o condicionamento subjetivo dos conhecimentos em geral e dos conhecimentos psicológicos em particular é a condição essencial e correta de uma psique diferente da do sujeito que observa. Esta condição só será satisfeita quando o observador estiver suficientemente informado sobre a extensão e a natureza de sua própria personalidade. E só poderá estar suficientemente informado quando se tiver libertado da influência niveladora das opiniões coletivas e, assim, tiver chegado a uma concepção clara de sua própria individualidade" (p.25-27).

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Manhã

Não importa a lua
o jardim suspenso
a musa bailarina
o vinho
o ópio.

Ao poeta apenas
o eterno deleite
do amor sem fraudes.

Não carece dinheiro
coroa de louros
títulos
algodão doce
cavalo alado.

Faça um poeta esperançoso
oferecendo-lhe em bandeja
de prata ou de zinco
o amor sem fraudes.

Aguardo a cafeteira dar o sinal:
"pronto seu cafezinho quente."

Roland Barthes


Roland Barthes (nasceu dia 12 de novembro de 1915, em Cherbourg, Normandia - faleceu dia 23 de março de 1980, em Paris, França). Escritor, sociólogo, crítico literário, semiólogo e filósofo francês.



...... Trecho de uma resenha sobre o livro "O Prazer do Texto"......


Muitos escritores ainda poderão tentar encontrar uma “tese” para o prazer de um texto, mas como Barthes afirma, “sobre o prazer do texto, nenhuma tese é possível; apenas uma inspeção (uma introspecção) que acaba depressa”. O prazer do texto assim nos parece algo intangível, transcendental, como algo que paira sobre determinado texto; e o autor ao referir-se a texto, não fala apenas sobre textos escritos, fala de arte, também de pintura, música ou escultura. O autor se posiciona de forma inteligente para os dois lados de um texto: o lado do escritor e o lado do leitor. Mas o mais interessante é que quando estamos lendo o livro, parece até mesmo que o autor nos leva a um terceiro mundo, um terceiro universo existente no texto. Passamos a crer na existência de, não dois, porém três lados em um texto: o escritor, o leitor e o prazer.

Em um escrito caleidoscópico, parecendo ser quase um bloco de anotações, Barthes analisa o prazer sensual do texto para quem lê ou escreve. Marquês de Sade é citado com certa freqüência ao longo do livro, assim como alguns outros ícones da literatura universal.

“O prazer do texto”, de Barthes, por ser considerada a obra mais importante deste autor, é importantíssima para pessoas que realmente buscam, estudam ou simplesmente, interessam-se por o que há de sublime, sensual, sentimental e profundo, em obras de arte. Ao ler este livro adquiri-se uma vasta bagagem cultural, pela bela forma com que Barthes posiciona e relaciona seus pensamentos diante de textos e trechos confusos e até mesmo bizarros. O autor consegue arrancar sentimentos e também consegue enxergar o prazer do texto onde muitos de nós passamos pisoteando por cima.

 
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......... Frases de Roland Barthes ............

"Toda a recusa duma linguagem é uma morte".
"A literatura não permite caminhar, mas permite respirar."
"A linguagem é como uma pele: com ela eu entre em contato com os outros."
"A ciência é grosseira, a vida é sutil, e é para corrigir essa distância que a literatura nos "importa."