Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

o copo de vidro furado

Brinque seu carnaval.
Reze seu terço.
Mas não me peçam
para cair na folia
nem me refugiar
em retiro.

Mais coeso
do que cardume
de sardinha
só espero as presas
do grande tubarão branco
para me dispersar zombeteiro.

Mais apertado
do que calça de toureiro
só aguardo os chifres do boi
para lhe cravar a espada
morrendo de medo.

O que não devo esquecer
neste último dia de feriadão
é deixar de lavar com sabão
a xícara da minha mãe.

Pegar agora uma gripe
seria patético.
Lambendo as patas
- Claude Bloc -


Esticou-se na varanda a tarde toda
e assim ficamos eu e ele
cada um em seu canto
entre os rompantes do sol
e o gosto salgado da brisa...
Ri sozinha.
Pela minha mente
frases inteiras borbulhavam,
mas havia indiferença
naquele olhar (des)atento
quase risonho.
Pairava nesses olhos
uma dormência felina
que estremecia
com o esticar desajeitado das pernas
com o lamber quase constante das patas
deixando-me entrever o corte harmonioso
daquela boca dentada.
Senti-me nessa hora absolutamente dispensável
.
E assim, passou a tarde.
Dias achatados como o de hoje
fizeram fila na minha frente:
pressupostos da vida
mudanças de lugar
levando meu sonho junto a essa madorra
pelos corredores silenciosos do meu pensamento.
A tarde me fazia criança
( ir)refletida nesse universo
onde caminha a minha humanidade
onde aporta a calmaria intensa desta casa.
Aqui vozes não se tocam.
São um logro.
Então, farejo como ele
uma noite tão igual por dentro
ao som e aos gestos de uma saudade sem limite.
Resisto.
Às vezes o pensamento pára.
Sou como esse animal lambendo as patas:
abro os braços em toda a extensão do espaço
recolho nas mãos a cor da noite...
Aquieto-me.

Texto e foto por Claude Bloc

Carrapicho - Para Ana Cecília

Menina, me deixa quieto
Me deixa aqui sossegado
Tá na hora de um descanso
Te juro que estou cansado
*
Já vaguei pelo telhado
Buscando o que fazer
Cacei rato, lagartixa
deixando o tempo correr
***Busquei tanto pelo chão
Um pouquinho de alento
Já comi minha ração
batalhei pelo sustento...
.
Olhe bem para meus olhos
Amarelos cor de mel
Olhos sempre procurando
Réstias do brilho do céu .

Mas quando a noite descansa
meu miado faço ouvir
me deito no parapeito
e me ponho a dormir.

Texto e fotos por Claude Bloc

Por Socorro Moreira


Nos embebedamos no branco da paz.

No meu juízo,

risos, vinhos e rios,

se harmonizam.

Hoje nos declaramos passarinhos ...

É assim o amor mais lindo:

livre, (e)ternamente !

O que dói é a posse.

Se ela inexiste ,

os encontros

amiudados ou não,

são gritos de carnaval !

TERÇA DE CARNAVAL EM OLINDA - DESFILE DOS BONECOS GIGANTES





























Olinda quero cantar
a ti, esta canção:
teus coqueirais, o teu céu,
o teu mar faz vibrar meu coração
de amor a sonhar
em Olinda sem igual
salve o teu carnaval
(música mais tocada nas ladeiras de Olinda, depois de Vassourinhas)

Uma Reparação - por Glória Pinheiro

Um familiar próximo certa vez descobriu a oitava maravilha do mundo ao submeter-se a terapia de regressão à vidas passadas. Desde então, insistia para que eu fosse pois o tratamento nos levaria a um auto-conhecimento. Confesso que fiquei curiosa mas não dei importância na ocasião. Num belo dia resolvi submeter-me ao maravilhoso mundo novo da descoberta do meu eu interior. Pude constatar que não eram charlatãs as duas psicólogas que trabalhavam em conjunto, formadas, com curso de especialização para tal. Até hoje temos contato de amizade com a terapeuta titular. Nas oito das dez seções previstas, fui um médico londrino, dedicado, introspectivo e solitário; uma freira puritana que viveu na Idade Média; e um menino indiano pertencente a uma determinada casta que precisava ser doutrinado com alguns dogmas, porém, o menino não aceitava tais imposições e ensinamentos dos pais no que resultou sua fuga da casa paterna... Não sei explicar mas me identifiquei com algumas características dos três personagens.

Volto ao Crato, me vejo criança, na sala de estar, num ambiente aquecido e aconchegante, quando escuto: "Vão brincar em outro local, a conversa é só para adultos". Retruco em meu pensamento: "Estava tão bom esse aconchego familiar", - sempre havia alguém da família que não morava em nossa casa, - "Para que nos privar daquele convívio caloroso?", "O que vão conversar que não podemos escutar?", e, ainda, "Por certo estão querendo nos proteger". No final das contas ficava tudo muito mal esclarecido, o que me fazia sentir de "short curto", incomodada por ter que ceder aquela exclusão.
Bem diferente do que aconteceu anos depois...
Um casal de amigos, ele português, ela brasileira. Dois filhos. Todos os anos costumavam viajar à Portugal. Numa dessas viagens o casal resolveu viajar à Suiça. Foram explicar aos filhos que eles não iam viajar, ficariam na casa dos avós. Quando estavam esclarecendo que a viagem era para adultos um dos filhos retrucou: Já sei porque não podemos ir, é porque vocês vão fazer "cenas obscenas".

Retornando ao Crato, sinto-me uma criança extremamente infeliz. Quanta infelicidade por terem me dado o nome Glória e ainda por cima ser afilhada de batismo de um padre. Oh! Quanta infelicidade! Já adolescente, vindo do Colégio, quando passava ali em torno do Crato Tenis Clube quando percebo dois garotos que moravam na região cochicharem baixinho e deixarem escapar de propósito o nome Glorinha. Cheguei em casa me debrucei na cama e me pus a chorar. Fui envolvida de um sentimento da mais infeliz das criaturas. Podia admitir que minha tia paterna e madrinha, carinhosamente me chamasse Glorinha bem como meus familiares que moravam em Recife, mas, de algum menino inconsequente era muita ofensa para mim.

Quanto a ser afilhada do inesquecível Padre Gomes, passei minha infância e parte da adolescência sem conseguir aceitá-lo como padrinho de batismo. Entendia que a função de um padre era de batizar e não de apadrinhar. Sentia medo dele. Todas as vezes que estava em companhia dos meus pais tinha por obrigação pedir-lhe a benção e beijar-lhe a mão o que para mim era uma tortura apesar de sempre ele ser cordial e simpático. Quando, entre 1960 a 1962 o bondoso Padre Gomes foi hospitalizado devido a uma cirurgia, "a ordem do dia", era a indispensável visita ao padrinho. Não lembro os argumentos utilizados, mas, um deles foi o medo que tinha de hospital, então, meus pais acabaram cedendo e a visita não aconteceu. Depois de adulta fiquei agradecida em tê-lo como padrinho por isso, na tentativa de fazer uma reparação, em uma das últimas viagens ao Crato, adquiri através de uma de suas sobrinhas e herdeira algumas relíquias que pertenceram ao Padre Gomes, como também alguns de seus livros.

Dedico este à Claude Bloc e Socorro Moreira



Por: Glória Pinheiro

terça de carnaval

Peço ao meu deus juízo
para separar do meu peito
e da minha mente
toda ilusão de cartas
sinais, búzios, horóscopo
comum e chinês.
Clareza diante de coisa intuitiva
elevação mística, presságios,
conspiração divina,
vozes do além,
mágicas de rua.
Que permaneçam
o meu peito
e a minha mente
como percebo:
sem gosto de vinho
sem fogo nas asas.
Peço ao meu deus frieza
para não ser tão crédulo
ao ouvir lamentos,
gargalhadas, alegria.
Que assim continue
sem pôr nem retirar
uma gota sequer
do fundo do poço.
Lá embaixo, creio,
ainda dormem as moedas.
As mesmas da infância,
encantadas.

CHOVE ! por Rosa Guerrera


Chove !
Deitada olhos os pingos
Que tamborilam na vidraça da janela .
parecendo mensagens que soam aos meus ouvidos
como o ruído das teclas de um computador.
Uma palavra aqui,
Uma frase acolá,
Uma saudade mais adiante,
E muitos poemas inacabados.

Chove!
E a impressão que tenho
É que o teu suor banha de novo o meu corpo.

Chove !
E nos meus lábios ainda
O sabor de teus beijos molhados.

Chove!
E nas poças d’ água que se espelham nas ruas...
Nossos pedaços rolam anônimos .
Fragmentos de um amor que nunca morreu!

Pensamento para o Dia 16/02/2010



“Quando as chuvas vertem sobre os picos das montanhas e as águas correm para baixo por todos os lados, nenhum rio surge. No entanto, quando a água flui em uma única direção, primeiro surge um riacho, em seguida um córrego, depois uma torrente e, finalmente, um rio volumoso é formado e o rio se funde ao mar. Do mesmo modo, sua mente e as ações devem fluir plenas e estavelmente ao longo dos campos dos pensamentos sagrados. As mãos devem ser utilizadas para realizar boas ações. Tenha o nome do Senhor dentro de si e realize seus deveres prescritos. Digno, de fato, é aquele que marcha de forma a alcançar o objetivo final!”
Sathya Sai Baba

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“Para um homem que se afoga, mesmo um bambu é de algum auxílio. Do mesmo modo, para uma pessoa lutando no mar da existência mundana (Samsara), algumas palavras boas ditas por alguém podem ser de grande ajuda. Nenhuma boa ação se deteriora. Da mesma forma, cada má ação tem sua consequência. Assim, esforce-se para evitar o mais leve vestígio de mal em todas as suas atividades. Mantenha seus olhos puros, preencha seus ouvidos com as palavras de Deus e não lhes permita ouvir calúnia. Use a língua para proferir palavras amáveis, boas e verdadeiras. Lembre-se sempre do Divino. Tal esforço constante certamente lhe concederá a vitória.”
Sathya Sai Baba

CARNAVAL 2010 - OLINDA

Olinda é só pra os olhos
Não se apalpa é só desejo
Ninguém diz é lá que eu moro
Diz somente é lá que eu vejo.
(Carlos Pena Filho)




Olinda de toda alegria







Olinda de todas as fantasias











Olinda de todas as cores




Olinda de todas as tribos






JouJoux e Balangandãs
Marchinhas de Carnaval

.
Joujoux, joujoux? Que é meu balagandã?
Aqui estou eu Aí estás tu
Minha joujoux Meu balagandã
Nós dois Depois
O sol do amor que manhãs
De braços dados Dois namorados
Já sei Joujoux Balagandãs

Seja em Paris Ou nos Brasis
Mesmo distantes Somos constantes
Tudo nos une Que coisa rara
No amor nada nos separa

As Músicas do Carnaval - Aramis Millarch


Albino Pinheiro, o presidente da Banda de Ipanema, diretor do Teatro João Caetano e definido, muito apropriadamente, por Hermínio Bello de Carvalho, como "o último dos prefeitos cariocas", coordenou a promoção "Convocação Geral", destinada a revigorar a música de carnaval. De todo o Brasil foram inscritas mais de 500 músicas que, apreciadas por um rigoroso júri, só sobraram 36 com condições de serem gravadas. E nestas 36 praticamente se restringiram as músicas de Carnaval-77. Ou seja, houve qualidade e não quantidade. A qualidade, por exemplo de um compositor excelente como Billy Blanco (o paraense William Blanco de Abrunhosa Trindade, 53 anos), autor de "O Compositor" (gravada por Elisete Cardoso) ou a belíssima homenagem de Elzo Augusto intitulada "Dalva, Rainha dos Ranchos", com a abertura citando "As Pastorinhas" (João de Barro/Noel Rosa, 1937), e que teve em Dalva de Oliveira (1918-1973), sem dúvida, a sua grande intérprete. E ninguém melhor do que o seu filho. Pery Ribeiro para gravar essa marcha-rancho que merecia se tornar, realmente, um sucesso no Carnaval que hoje inicia. Pois, como diz a letra.

Ninguém jamais deixou de ouvir

A voz daquela estrela pelo ar...

Enquanto existir

O céu pra gente olhar

Os ranchos não irão calar.

O mesmo Elzo Augusto é autor de uma marchinha gravada por Francisco Egídio ("Mulata Ponte Aérea"), com um refrão fácil: "Mulata você é um avião/Um avião... Um avião.../Tá todo mundo louco na paquera/ Tem lista de espera/No seu coração"). Talvez um dos aspectos mais interessantes da "Convocação Geral" tenha sido a motivação ao veterano João de Barro (Carlos Alberto Ferreira Braga, 70 anos a serem completados dia 29 de março), ao lado de Lamartine Babo (1904-1963), um dos mais marcantes nomes da época de ouro da música carnavalesca, tem retornado com duas novas músicas: o samba "Verdes mares bravios de Minha Terra Natal", numa linha ufanista, e a comunicativa e irônica "Funciona Cocota", parceria com Jota Júnior, gravada por Chico Anísio e, no melhor espirito da música carnavalesca, satirizando um fato do ano que passou - a passagem de Uri Geller pelo Brasil ("Uri, Uri, Uri Geller/ Em vez de entortar minha colher/Vê se desentorta essa mulher"). Aliás, Os Novos Baianos, também gravaram um samba com o mesmo tema: "Pra Lá de Uri Geller"(Pepeu/ Galvão").

Outros bons compositores que reapareceram na "Convocação Geral" Luiz Reis ("Vale Ouro", gravado por Elza Soares), o pernambucano Luiz Bandeira ("Parece Mentira", gravado por Francisco Carlos, que também há anos estava afastado da vida artística), Paulo Soledade ("Lágrimas", gravado por Sílvio Caldas), ao lado do veterano Batatinha, que em parceria com Lula, teve o interessante "O Samba é Você", registrado por Sosó da Bahia, um novo nome da música da Boa Terra. A "Convocação Geral", em termos dos dois elepês da Sigla/Som Livre, proporcionou também o reaparecimento de bons intérpretes, há muitos afastados das gravações, como Gilberto Milfont ("É Tarde Demais", de Osvaldo Martins/Bucy Moreira/ Milton Maia), Black Out (Otávio Henrique de Oliveira, 58 anos) com "Lá Vem A Eva" (Marcam/Bila), Nora Ney ("Você Não É Chapéu", de Mirandinha), Jorge Goulart ("Verdes Mares Bravios da Minha Terra Natal", e Carmélia Alves).

xxx

A presença de um letrista curitibano neste carnaval também deve ser lembrada: Heitor Gurgel do Amaral Valente, como precário do violonista e cantor Cesar Costa Filho, teve duas músicas selecionadas para a Convocação Geral: o satírico "Guenta Sim"(gravado pelo humorista Paulo Silvino) e "Tristes Papéis", na voz do próprio Cesar Costa Filho. Cristina (Patrícia Fabiane Valente), esposa de Heitorzinho, em parceria com sua irmã, Kris, também está presente, defendendo "Bota A Boca" (Antonio Carlos/Jocafi

Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:Veiculo: Estado do Paraná Caderno ou Suplemento: Nenhum Coluna ou Seção: Tablóide Página: 4 Data: 10/02/1977

A obra de Gilberto Milfont





A obra completa de Gilberto Milfont em discos de 78 rpm foi resgatada pela primeira vez em julho de 1997 pela Collector's Editora Ltda. As músicas do acervo foram catalogadas e estão disponibilizadas na ordem em que foram cronologicamente gravadas. São 6 horas de canções interpretadas por Milfont.



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O acervo abaixo só poderá ser transcrito para efeito de pesquisa.
Informações adicionais pelo e-mail info2010@collectors.com.br
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CGM001 - GILBERTO MILFONT Nº 1
GEREMOABO - MARINGÁ - ESTÃO VENDO AQUELA MULHER - APELO - E... NADA MAIS - QUANDO LHE VI CHORANDO - QUEM TEM DINHEIRO - DEIXEI MEU CORAÇÃO SOFRER - MINHA TERRA - FRAMBOEZA - UMA SERENATA... UMA DESPEDIDA - É MUITO TARDE - O MEU PRAZER - DOROTHY - ELA NÃO VOLTOU - SEIS HORAS DA MANHÃ - CAPRICHO INÚTIL - ÓDIO - CABELEIRA DE VERÃO - COVARDIA - UM FALSO AMOR - ESFINGE.

CGM002 - GILBERTO MILFONT Nº 2
GAROTA DO CAFÉ - ESQUECESTE O TEU PASSADO - SEPARAÇÃO - QUANDO O INVERNO PASSAR - MULHERES QUE PASSAM - FICA COMIGO - NOVO LAR - COMPREI UM CARRO - NÃO ME ABANDONES - PRÁ SEU GOVERNO - JÁ CANSEI DE CHORAR - ADEUS - CAVALEIRO DE CRISTO - COMPAIXÃO - EU NÃO QUERIA TE PERDOAR - CASTIGO - REMINISCÊNCIAS - ESPERANÇA - FOGE DOS MEUS OLHOS - FIGURINHA FIFÍCIL - DOCE AMADA - SORRIR.

CGM003 - GILBERTO MILFONT Nº 3
LEVOU MINHA ROUPA - POMBINHA BRANCA - ELA NÃO QUER - PENUMBRA - SUPLICANDO - CARICIA - SÓ - SÃO OS OLHOS DELA - AS APARÊNCIAS ENGANAM - NÃO MATEI - SORRIS DO MEU SOFRER - SENHORA - QUERIDA - MARTIRIZEI - POR ESSA MULHER - CHEGA - EU NÃO RECLAMEI - O VELHO NÃO PRESTA MAIS - ACONTECEU NO ORIENTE - QUEM MANDA NA MINHA VIDA - SALOMÉ - PERVERSA.

CGM004 - GILBERTO MILTON Nº 4
CASTIGO - QUE SERÁ DE TI - CONFISSÃO - MORAMOS NA MESMA RUA - DONA DE MIL VESTIDOS - TU NÃO ME DIZES - SABER - MARGARET - ESSA NÃO - E EU PENEI - CHAMPAGHE PARA DOIS - MEU GRANDE CORAÇÃO - SE VOCÊ SOUBER - AMIGO DO PEITO - AMOR SECRETO - VALEI-ME NOSSA SENHORA - CADÊ MEU MARINHEIRO - VOCÊ FALOU DEMAIS - TESTAMENTO - MATANDO O TEMPO - IL TORRENTE.

CGM005 - GILBERTO MILFONT Nº 5
TU PRECISAS DE MIM - DOIS MIL E QUATROCENTOS - BATENDO CABEÇA - FUI TOLO - ATÉ A LUA SE ESCONDEU - PODE CHORAR - VELHO ESTÁCIO - GALO VERMELHO - VOU PENAR - MARACANGALHA - NÃO QUERO MAIS ASSUNTO - DEUS ME AJUDOU - HINO A GETÚLIO VARGAS - CABROCHA MARIA - TIMIDEZ - A CARA NÃO AJUDA - DEIXA A VIDA ME BATER - JUCA - ESTELA - VIDA - QUE TRISTEZA É ESSA.

CGM006 - GILBERTO MILFONT Nº 6
VOU GELAR ESTA MULHER - FALSA PAGADOR DE PROMESSA - ARLEQUIM PALHAÇO - CREMILDA - JARDINEIRO DO AMOR - AVIÃO DE PÁU DE ARARA. (Para completar a fita, gravações em LP): BEBÊ CHORÃO - NOITE DE NÓS DOIS - QUERO VOLTAR AOS BRAÇOS TEUS - MÁGUAS DE CABOCLO - MAGLIA - QUANTA SAUDADE - ELA VAI VOLTAR - POR TI - É BOM SONHAR - MADRUGADA - RIO ANTIGO - CHORO TRISTE - TERRA DA LUZ - LEMBRARÁS NOSSA CANÇÃO.



"In Memoriam" - por Socorro Moreira

Eu sinto falta
do tempo
em que me querias
Fazia planos
Noite e dia

De repente
perdi o teu olhar
Já não te acho ...
Nem dentro
nem fora de mim

O silêncio tomou conta da gente
Um silêncio leve ... Do esquecimento !

Por Ana Cecília S.Bastos

O clandestino, dói .


Mesmo que seja apenas uma palavra solta em uma
sessão de análise.

Torta de Bacalhau


Ingredientes


1/2 kg de bacalhau

1 cebola média

1 kg de batatas

3 tomates

3 pimentões

1 colher de sopa de extrato de tomate

Sal a gosto

1/2 xícara de chá de óleo

3 claras

3 gemas

3/4 de xícara de chá de maisena

2 colheres de sopa de margarina

1 colher de chá de fermento em pó

5 colheres de sopa de queijo ralado

1 xícara de chá de leite

Azeitonas sem caroço



Modo de Preparo


Deixe o bacalhau de molho na água de um dia para o outro Escorra, retire a pele e as espinhas e desfie

Misture com a cebola, o tomate e os pimentões, todos picados Acrescente o extrato de tomate e o sal e misture Leve ao fogo, refogue no oleo e reserve
A parte cozinhe as batatas com as cascas
Depois escorra e descasque ainda quente
Passe no espremedor e reserve
Bata as claras em neve, junte as gemas, a maisena, a margarina, o fermento, o queijo, o bacalhau e a batata
Por último, o leite
Mexa bem
Espalhe azeitetonas
Asse em forno médio por 25 minutos

Desplagiato - por Everardo Norões

A minha voz de tantos
também tua,
soma de tantas
como agora
rio que resvala
em labirinto
destino solitário de um navio
voz de muito além
de finisterra,
soluço vegetal
pedra marinha
a minha voz de todos
também minha

Travessa ... - para Socorro Moreira

Travessa
- Claude Bloc -
.

Uma travessa tranquila

Onde a paz se insinua

Dizem que a paz era minha

Mas acho que ela era sua.

***

Uma travessa bonita

De onde se vê a lua

Atravessa a travessa

Que tem o nome de rua.

***

Foto e texto por Claude Bloc

***

Socorro responde:


Travessa minha vó tinha
para prender o cabelo
atravessava também
as ruas do Crato inteiro
mas a travessa que é tua
nem minha de fato é
pois quando olho uma rua
só vejo
um céu também
luar com estrela dalva
e a Vênus
que me faz bem
Quando Claude chega nela
faz a lua ficar perto
Inspira até a calçada
que posa pra câmera dela !

Socorro Moreira

O dia espreitando a noite - Para Camila Arrais

Foto por Claude Bloc

No balanço da rede
- Claude Bloc -


Se houvesse espaço na minha rede, eu diria que a saudade dormiu lá esta noite. Que meu sonho acordou mais cedo, pra me vigiar, pra ter certeza de que eu saturei todos os meus sentimentos neste momento.

Tenho escrito vez por outra sobre isto e sobre tudo, mas palavras têm sido insuficientes. Elas têm dito tão pouco. E eu tenho sentido tanto a intensa falta delas que por vezes me sinto ausente, inerte, em plena maré de calmaria e não consigo alcançá-las... E surge, então, uma monótona resistência ao silêncio, um atropelado sossego para onde seguem as ondas e as turbulências. Onde eu me fixo, talvez, ancorada em algum porto. Onde o vento não sopra. Onde a areia vadia castiga a tua ausência...

Lá os dias passam. Se enfileiram simplesmente, uniformes e iguais... Ficam em mim os vazios. Vazios de uma presença que vou preenchendo no balanço da rede.

Foto e Texto por Claude Bloc