Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

ENVIE SUA FOTO E COLABORE COM O CARIRICATURAS



... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

Para participar, envie suas fotos para o e-mail:. e.
.....................
claude_bloc@hotmail.com

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Para o meu amigo secreto





1984. Durante quase dez anos trocamos cartinhas, às vezes quilométricas. Quanta falta me fez, no pós tempo. Reencontrar a veia que nos liga é qualquer coisa de cumplicidade divina.

Imagino que trilhamos caminhos paralelos. Nunca acreditei que você fosse afeto infinito... E é!
Foi você que me apresentou ao I Ching, e fez meu primeiro mapa astral, inclusive a nossa sinastria.

Como poderíamos violentar o destino?
Afeto registro estelar!

Por Luis Eduardo

Tenho vivido bem trabalhando bastante, o tempo todo ocupado. Estive revisando livros profissionalmente.Agora estou com Sandro, "Achados de Assis: A Fotografia em Dom Casmurro", sobre a fotografia por Machado de Assis quando ainda não não tinha aqui, não se conhecia praticamente, um grande pioneiro. Uma edição patrocinada por um prêmio nacional. Sandro trabalha com Crítica e História da Arte, numa vertente semiótica peirceana. Você vai conhecer e gostar!
Que bom encontrá-la, na primeira oportunidade vou aí, em janeiro! Mais para fevereiro, ou antes.

Quinta-feira trabalharei com Oswaldo, um livro também propiciado por um concurso, do MEC, literatura para o público aluno do EJA, Educação de Jovens e Adultos. Chamava-se "Princípios de Vivência em Sociedade" para o concurso, mas se ampliou. Oswaldo é administrador cooperativista - participei, ao revisar, com alguns "adendos", inclusive uma proposta de Astrologia e Terapia Floral de Bach. Anexo para você o texto.

Com o mapa natal nós tratamos as posições do Sol, Lua, Signo Ascendente, Planeta Regente do Signo Ascendente, Júpiter e Saturno (geracionais). Você vai gostar, verá como será bom para todos, quaisquer que sejam seus problemas - de saúde física ou mental.

Um amigo de 75 anos de idade, sr. José, condição terminal, câncer de próstata, o médico diz para levá-lo para casa, que essa noite ele faleceria. Encontrei Newton, seu filho, apressado na rua, fomos ver o seu pai, levamos a composição floral de Bach Rescue - para condições graves, emergenciais, para todos os casos -, e Própolis, biótico natural. Ele utilizou os dois, mas a própria urina, conforme lhe recomendei, com vários casos de exemplos de curas, e se recuperou, em 30 dias, voltava para casa empertigado, atento, tranquilo. Outros casos, diabetes, circulação sanguínea, prevenindo cirurgias e curando, a literatura fala de todos os tratamentos. Pratico a Urinoterapia desde aquele ano mesmo, 94, segundo semestre, talvez outubro. Vim a me voltar muito para as terapias, nasci com Júpiter em Virgem, na 6a. casa.

Falei para você do www.luzdegaia.org, são textos do mundo extrafísico, espiritual. São escritos por seres universais, grupos de consciências, de instrução e alerta para nós. São maravilhosos. Gosto de todos, mas vejo mais as Heavenletters e as de Jeshua. Instruções de uma clareza maravilhosa, de um bem-estar muito grande.

Fiquei com menos livros e discos, CDs. Cinema, muito difícil, teatro, shows de música, dança, fico mais em casa, quando posso. Atualmente faço nova triagem, querendo muito diminuir as quantidades... Vou guardar para você, me ocorreu aqui, Nijinsky, Nico também vai gostar (tenho dois, um para cada)!

A intenção minha é oferecer um livro Redação Brasileira - Cidadania nacional. No miolo, cidadania global e universal. Os tempos são favoráveis, temos todos nos apercebido mais dos sentidos. É preciso mudarmos logo essa condição política e econômica nacional, organizarmos seriamente. Nos organizarmos para cooperar todos em empresas sociais, dar a cada um a sua função voluntária, vocacionada. Como aconteceu na China, com esse resultado, de Deng Chia Ping para cá, ano 72, 3, não sei. O texto pretende instigar, ao informar, e formar, filosofia à comunidade. E possível fazermos uma outra coisa. A criatividade nossa é o que precisamos descobrir. Mas é simples, só estímulo e recurso. Que o estado pode destacar, com acompanhamento e monitoria natural, técnica e poética, claro! Não é mesmo? Assim que saírem, envio para você.

Quando sair o meu, levo para aí! Socorro, competência exige fluência, influência, confluência, que requer a linguagem, e a portuguesa do Brasil o povo não sabe escrever, nem falar do modo que a sociedade do poder exige. Com argumentos de dificuldade, sem espaço linguístico, não pode se manifestar, fica a eleger políticos profissionais de políticas adolescentes geralmente, com o resultado da terra estar sendo envenenada, os animais mortos, a vegetação varrida pelo agronegócio... Elegemos em Brasília Joe Vale, do PSB, produtor orgânico de muita competência e boa vontade, com uma equipe excelente. O assunto será finalmente debatido com mais insistência, e, claro, competência. Que bom!

A educação ser trabalhada, a partir das empresas sociais funcionando, todo mundo upgrade na vida, sorridente, o dinheiro circulando, as pessoas tendo mais tempo bem aproveitado. Criatividade. Estratégia do Oceano Azul (Blue Ocean Strategy), ed. Campus, René Mauborgne e Wi Chan Kim - o exemplo estudado é Cirque du Soleil, a administração da criatividade ao contrário da Red Ocean, da competição, que nos tem assolado e ao planeta.

Quase não acreditava quando conversávamos, tanto tempo gostaria lhe encontrar. Iria tranquilamente um dia a Crato procurá-la, sei que todo mundo a ama, sabe me levar até você! Espero editar o formato livro, reduzir para 100 páginas, ficar bem fácil de ler. Você sabe que o conhecimento organizado organiza as funções, trata, alimenta iniciativa e criatividade. É um sonho! Viajar a todas as regiões, reunir as pessoas da área para mostrar este material... Quem sabe? A próxima etapa é a escola rural, semirrural. Mas disso falamos pessoalmente. Querida, superdias!
Estejam muito bem!
Cheiros,
Sabores,
Formas,
Visões
E sons!
A chuva na terra, o Sol
No Céu a Música
Dança do vento
O fundo do mar
Do outro lado da Terra
Amanhece

Começo a pensar justamente para o início do ano, governo da Lula dessaia no Brasil, do Agnelo (veio do PCdoB) com Filipeli (do PMDB), no Brasil o Nordeste com Lula o Sul com Serra, situação extraordinária. É hora de tomarmos um bom rumo, os tempos estão rápídos, avassaladores, precisamos correr mais do que ele... Levantarmos mais cedo!

Superbons dias!
Carinhos!
Beijos!
Luis Eduardo

Me gustas cuando callas - Pablo Neruda



Me gustas cuando callas porque estás como ausente,
y me oyes desde lejos, y mi voz no te toca.
Parece que los ojos se te hubieran volado
y parece que un beso te cerrara la boca.

Como todas las cosas están llenas de mi alma
emerges de las cosas, llena del alma mía.
Mariposa de sueño, te pareces a mi alma,
y te pareces a la palabra melancolía.

Me gustas cuando callas y estás como distante.
Y estás como quejándote, mariposa en arrullo.
Y me oyes desde lejos, y mi voz no te alcanza:
déjame que me calle con el silencio tuyo.

Déjame que te hable también con tu silencio
claro como una lámpara, simple como un anillo.
Eres como la noche, callada y constelada.
Tu silencio es de estrella, tan lejano y sencillo.

Me gustas cuando callas porque estás como ausente.
Distante y dolorosa como si hubieras muerto.
Una palabra entonces, una sonrisa bastan.
Y estoy alegre, alegre de que no sea cierto.

Correio musical

Meu unicórnio azul sobre o brilho de uma música de Silvio Rodriguez - José do Vale Pinheiro Feitosa



Ligue o som e leia o texto.


Se de perdidos falasse,
Embarcaria todo um porto,
Uma floresta em fumaça,
Toda colheita da temporada,
Escaparia-me.

Se de achados contasse,
Uma monção d´água desabaria,
O Simum em tempestade de pó,
Toda a nevasca na encosta,
Soterraria-me.

Minhas perdas,
Meus achados,
Meus valores,
Minhas posses,
Meu eu.

Nem pessoa,
Nem objeto,
Achados e perdidos,
Uma portinhola identificada:
Serviços públicos.

Aperto um botão,
Fiat lux,
Revolto a torneira,
Aqua vasis,
Afago meu peito,
Achados e perdidos.

Quatro câmaras,
Duas válvulas,
Na ponta pesco,
Meus achados e perdidos,
Um cor azul.

Um coração de anil.

Boas Festas de Assis Valente - José do Vale Pinheiro Feitosa



Existe algo mais esperançoso do que uma festa que comemora o nascimento? Provavelmente existam de mais alegria, mais explosão de sentimentos. Mas a festa do nascimento é a festa da permanência, da renovação, do futuro.

De qualquer modo é uma festa para cima. Não sei por qual motivo festas para cima, e por isso mesmo têm músicas específicas delas, costumam trazer certo clima imerso no geral de uma nostalgia até mesmo de certa tristeza.

Existem marcinhas de carnaval que são verdadeiro adeus, mais comemoram a quarta feira de cinzas do que a evolução momesca. Um dos aspectos mais incidentes nestas marcinhas era a fugacidade do encontro, aquele amor de dia de carnaval e que depois sumia no ruído da galeria.

As músicas de Natal, além de comemorativas, são inerentemente melancólicas. Evocam passado remoto, um mundo que já não existe mais. Mesmo que o objeto revele em os presentes, há um bucolismo de desamparo, naqueles telhados cobertos de neve e a chaminé isolada na noite fria, a pulsar a fumaça da solidão humana.

De todas as músicas de natal a que mais me toca em nostalgia é a Boas Festas de Assis Valente. E isso foi um sentimento que nasceu da música mesmo, nada teve com a história do fim trágico desse grande compositor de Senhor do Bonfim na Bahia.

Boas Festas, cantado na voz de Carlos Galhardo, mas o Orlando Silva a gravou, além de inúmeros outros cantores, inclusive uma bela e moderna interpretação de Maria Bethânia. Na voz de Carlos Gargalho a música se espalhava pelas rádios do Crato nos desvãos da minha querida Batateira.

Longe da cidade, mas perto da vida. A música tem um peso do irrealizado, da impossível felicidade que não veio pelas mãos de Papai Noel.

Depois quando num momento especial da família, Maria Gisélia Pinheiro Feitosa já não andava pela calçada da frente da casa, esta música virou uma dor maior que sua nostalgia.

Mas não resta dúvida que a tristeza já estava nesta canção antes mesmo deste vazio de mãe.

Miguel Arraes- Um dos mais ilustres políticos do Brasil !




Miguel Arraes de Alencar
(Araripe, 15 de dezembro de 1916 — Recife, 13 de agosto de 2005) foi um advogado, economista e político brasileiro.

Popularmente conhecido como Pai Arraia ou Dr. Arraes, Miguel Arraes foi uma personalidade de destaque no cenário nacional, membro e importante líder do Partido Socialista Brasileiro (PSB). Nasceu no interior do Ceará, primogênito e único filho homem de Maria Benigna Arraes de Alencar e José Almino de Alencar e Silva, pequenos agricultores do sertão nordestino.

Foi prefeito do Recife, deputado estadual, deputado federal e por três vezes governador do estado de Pernambuco.

Durante a juventude Arraes mudou-se para Crato, com o objetivo de concluir o ginásio (ensino fundamental). Nesses anos, um fato marcou muito a sua personalidade: flagrou um curral com três flagelados presos simplesmente por tentarem fugir da seca para Fortaleza. A respeito, afirmou: "É uma lembrança que guardo para sempre. Era um horror difícil de compreender e marcou meu jeito de ver as coisas".

Em 1932, aos dezessete anos, foi aprovado no vestibular da Faculdade de Direito da Universidade do Brasil (atual UFRJ). Simultaneamente, também foi aprovado no concurso público de Escriturário do Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA), sendo lotado no Recife. Após a posse no cargo, conseguiu a transferência para a Faculdade de Direito do Recife (incorporada posteriormente à UFPE). Formou-se em 1937. No ano seguinte, foi promovido a assistente do diretor de Fiscalização, cargo no qual permaneceu até 1941, quando passou a ser chefe de Secretaria. Em 1943 ascendeu a Delegado Regional, ocupação que deixou em 1947[1], ao assumir a Secretaria de Fazenda do Estado de Pernambuco, por indicação de Barbosa Lima Sobrinho, que havia sido eleito governador do estado naquele ano e com quem havia trabalhado no IAA.

Elegeu-se governador em 1962, com 47,98% dos votos, pelo Partido Social Trabalhista (PST), apoiado pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB) e setores do Partido Social Democrático (PSD), derrotando João Cleofas (UDN) - representante das oligarquias canavieiras de Pernambuco. Seu governo foi considerado de esquerda, pois forçou usineiros e donos de engenho da Zona da Mata do Estado a estenderem o pagamento do salário mínimo aos trabalhadores rurais (o Acordo do campo) e deu forte apoio à criação de sindicatos, associações comunitárias e às ligas camponesas.

Com o golpe militar de 1964, tropas do IV Exército cercaram o Palácio das Princesas (sede do governo estadual). Foi-lhe proposto que renunciasse ao cargo para evitar a prisão, o que prontamente recusou para, em suas palavras, "não trair a vontade dos que o elegeram". Em consequência, foi preso na tarde do dia 1º de abril.

Deposto, foi encarcerado em uma pequena cela do 14º Regimento de Infantaria do Recife, sendo posteriormente levado para a ilha de Fernando de Noronha, onde permaneceu por onze meses. Posteriormente, foi encaminhado para as prisões da Companhia da Guarda e do Corpo de Bombeiros, no Recife, e da Fortaleza de Santa Cruz, no Rio de Janeiro.

Seu pedido de habeas corpus (HC) no Supremo Tribunal Federal foi protocolado em 19 de abril, sob o número 42.108. Foi concedido, por unanimidade, fundamentado em questões processuais (foro privativo de governadores e necessidade de autorização da Assembléia Legislativa). A exceção foi o voto do ministro Luís Galloti, que concedeu o HC em função do flagrante excesso de prazo da prisão. O então procurador-geral da República, Oswaldo Trigueiro, opinou pela manutenção de sua prisão. Libertado em 25 de maio de 1965, exilou-se na Argélia.

Concedido o habeas corpus, Arraes foi orientado por seu advogado, Sobral Pinto, a exilar-se, sob pena de voltar a ser preso pela ditadura. Após recusa da França em recebê-lo, Arraes cogitou pedir asilo ao Chile - onde, alguns anos depois, houve em 1973 o golpe militar de Pinochet. Assim, Arraes tomou a Argélia como destino. Parecia até proposital, pois a Argélia tinha problemas sociais parecidos com os do Brasil.

Durante o exílio, foi condenado à revelia, no dia 2 de março de 1967, pelo Conselho Pernambucano de Justiça da 7ª Região Militar. A pena, de 23 anos de prisão, foi pelo crime de "subversão".

Em 1979, com a anistia, volta ao Brasil e à política. Cerca de 50 mil pessoas estiveram presentes no bairro de Santo Amaro para o comício de boas vindas, é recepcionado por várias lideranças de esquerda que permaneceram no Brasil, inclusive Jarbas Vasconcelos, aliado que se tornará a partir da década de 1990 seu principal adversário político.

Elegeu-se deputado federal em 1982, pelo PMDB. Em 1986 vence as eleições para governador de Pernambuco, ainda pelo PMDB, derrotando o candidato do PFL e do governo, José Múcio Monteiro. Seu governo foi caracterizado por programas voltados ao pequeno agricultor, como o Vaca na corda, que financiava a compra de uma vaca e o Chapéu de palha, que empregava canavieiros, no período de entre-safra, na construção de pequenas obras públicas. Outro ponto central foi a eletrificação rural.

Em 1990, filia-se ao Partido Socialista Brasileiro (PSB). É eleito mais uma vez governador em 1994, aos 78 anos, sendo um dos principais opositores ao governo do presidente Fernando Henrique Cardoso - posição esta que lhe custou caro, politicamente. Seu último governo é marcado pela grave crise financeira do estado e pela greve das polícias civil e militar.Perde a reeleição em 1998 para seu ex-aliado e ex-prefeito do Recife Jarbas Vasconcelos, que obteve mais de 64% dos votos válidos.

Em 2002, com 86 anos, vence sua última eleição, elegendo-se o quarto deputado federal mais votado do estado de Pernambuco, mas desta vez apóia como candidato à presidência o ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho, que fica na terceira colocação na eleição presidencial do primeiro turno. Uma candidatura própria à Presidência da República foi de grande importância para o crescimento do partido do qual era cacique (PSB). No segundo turno apoia o candidato a presidente Luiz Inácio Lula da Silva, aliado seu nas outras eleições presidenciais.

Neste seu último mandato como deputado federal fez parte, junto com os integrantes de seu partido, o PSB, da base aliada do governo do presidente Lula, sendo responsável pela indicação de ministros que iriam ocupar o Ministério da Ciência e Tecnologia no primeira gestão de Lula, destacando-se na função seu neto e herdeiro político Eduardo Campos, atual governador de Pernambuco, também pelo PSB.

Arraes foi internado no dia 16 de junho de 2005, com uma suspeita de dengue. Sua saúde piorou no dia 19, quando, vitimado por uma arritmia e a consequente queda de pressão, foi entubado e passou a respirar por aparelhos. Também foi detectada uma infecção pulmonar.

Teve uma ligeira melhora nos dias seguintes. Foi submetido a hemodiálises e no dia 2 de julho todos os aparelhos foram retirados. Arraes conversava com parentes e amigos e assistia à TV, opinando sobre a situação caótica em que se encontrava a política, com os escândalos do mensalão. Nos dias seguintes, foi diagnosticada uma pneumonia. No dia 20, recebeu a visita do presidente Lula.

Em 29 de julho, uma artéria do pulmão esquerdeu rompeu-se, provocando uma hemorragia e ocasionando uma cirurgia de emergência. Apesar da sobrevida, os rins e o fígado apresentaram falhas e novamente precisou ser submetido a sessões de hemodiálise, diariamente.

Ainda assim, deu sinais de recuperação, mantendo a consciência. No dia 12 de agosto, foi anunciado que deixaria a unidade de tratamento intensivo. Porém, durante a madrugada, piorou e o quadro era o de uma infecção generalizada, pela terceira vez. No fim da manhã, faleceu depois de 59 dias de internação na UTI do Hospital Esperança, no Recife. A causa mortis foi um choque séptico causado por infecção respiratória, agravada por insuficiência renal.

Seu corpo foi velado no Palácio do Campo das Princesas, sede do governo estadual, no dia 13 de agosto. O cortejo fúnebre saiu no final da tarde do dia 14 de agosto em direção ao Cemitério de Santo Amaro no Recife, onde foi sepultado, seguindo por milhares de pessoas que cantavam antigos jingles das suas campanhas políticas.

Na ocasião o presidente Lula divulgou a seguinte nota, após decretar luto oficial por três dias: "A morte do deputado federal e ex-governador Miguel Arraes é uma enorme perda para o povo brasileiro. Arraes foi, sem dúvida, uma das maiores lideranças das lutas populares que marcaram a segunda metade do século 20 no Brasil. Por isso, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, quer manifestar não só seu pesar pessoal pela perda de um amigo, mas também grande tristeza pela ausência de um companheiro que com sua experiência, sabedoria e capacidade de resistência fará muita falta no trabalho em favor da justiça social em nosso país".

Um ano após sua morte, no dia 15 de dezembro de 2006, data que se comemorava os 90 anos de seu nascimento, a jornalista pernambucana Teresa Rozowykwiat lança na Livraria Cultura do Recife o livro Arraes, a primeira bibliografia autorizada sobre a vida do ex-governador. A autora contou com informações exclusivas repassadas pela viúva, Magdalena Arraes, principalmente sobre o período em que viveu no exílio após o golpe militar de 1964. O livro aborda fatos que apenas a família tinha conhecimento e detalhes sobre sua personalidade, que só os mais íntimos conheciam.

No final de 2008, a viúva, Magdalena Arraes, criou o Instituto Miguel Arraes com o objetivo de preservar a memória do ex-governador. Nessa ocasião o jornalista e chagista do jornal Diário de Pernambuco, Lailson de Holanda, seleciou mais de 500 charges feitas por ele durante mais de 30 anos sobre o governador Miguel Arraes, representando-o em diferentes momentos da história política recente de Pernambuco, desde da sua chegado do exílio político. O mesmo jornalista também lançou um livro com a coleção de suas melhores chages sobre o ex-governador, chamado de Arraestaqui.

Futuramente a viúva do ex-governador também pretende disponibilizar para o público, através do novo instituto, cartas, fotografias e anotações feitas pelo mesmo.

Arraes teve oito filhos (duas mulheres e seis homens) com sua primeira esposa, Célia de Sousa Leão. Viúvo em 1961, casou-se novamente, desta vez com Maria Magdalena Fiúza, com quem teve mais uma filha e um filho. Ao falecer, sua família estava composta, além dos dez filhos e filhas, por seis netas, onze netos, uma bisneta e cinco bisnetos. Tornaram-se notórios o seu filho, Guel Arraes (diretor de TV e cinema), sua filha Ana Arraes (deputada federal), a sua neta Marília Arraes(Vereadora do Recife) e seus netos Eduardo Campos (atual governador de Pernambuco)e Antônio Campos(Advogado, escritor, membro da Academia Pernambucana de Letras e curador da Festa Literária Internacional de Pernambuco - Fliporto)

wikipédia

Walt Disney



Walter Elias Disney (Chicago, 5 de dezembro de 1901 — Los Angeles, 15 de dezembro de 1966) foi um produtor cinematográfico, cineasta, diretor, roteirista, dublador, animador, empreendedor, filantropo e co-fundador da The Walt Disney Company. Tornou-se conhecido, nas décadas de 1920 e 1930, por seus personagens de desenho animado, como Mickey e Pato Donald. Ele também foi o criador do parque temático sediado nos Estados Unidos chamado Disneylândia, além de ser o fundador da corporação de entretenimento, conhecida como a Walt Disney Company.

O lema de Disney sempre foi "Keep moving forward" (português - "Continue seguindo em frente").

wikipédia

Francisco Tárrega




Francisco de Asís Tárrega Eixea (21 de novembro de 1852 — 15 de dezembro de 1909) foi um importante violonista espanhol que revolucionou a composição para violão. Tárrega também teve suas habilidades musicais questionadas quando defendeu uma metodologia diferente da que era usada em sua época. Segundo ele, o toque realizado pela mão direita no violão deveria ser feita num ângulo de 90º, e com a parte "macia" do dedo, ou seja, a unha não deveria ser utilizada. Tárrega justificava essa metodologia afirmando que o toque do dedo "nu" causava uma sensação de maior "controle emocional" e técnico da obra em execução.

Sua mais famosa música não é conhecida integralmente pela maioria das pessoas, entretanto, todos já ouviram um pedaço. Trata-se da "Gran Vals" (Grande Valsa) que é o toque padrão da empresa de telefonia celular Nokia


wikipédia

"Dura lex, sed lex" - A Lei é dura, mas é a Lei!


Sentença judicial datada de l833
 
 
Histórias do nosso Brasil
 
Sentença condenatória de Sergipe, de 1833, que condenou o cabra à 
capadura
 
Eis o texto na íntegra...
 
"O adjunto de promotor público, representando contra o cabra Manoel
Duda, porque no dia 11 do mês de  Nossa Senhora Sant'Ana quando a
mulher do Xico Bento  ia para a fonte, já perto dela, o supracitado
cabra que estava de tocaia em uma moita de mato, sahiu  della de
supetão e fez proposta a dita mulher, por  quem queria para coisa que
não se pode trazer a  lume, e como ella se recuzasse, o dito cabra
abrafolou-se dela, deitou-a no chão, deixando as encomendas della de
fora e ao Deus dará. Elle não conseguiu matrimonio porque ella gritou
e veio em amparo della Nocreto Correia e Norberto Barbosa, que
prenderam o cujo em flagrante.Dizem as leises que duas testemunhas que
assistam a qualquer naufrágio do sucesso faz prova.
 
CONSIDERO:
 
QUE o cabra Manoel Duda agrediu a mulher de Xico Bento para conxambrar
com ella e fazer chumbregâncias, coisas que só marido della competia
conxambrar, porque casados pelo regime da Santa Igreja Cathólica
Romana;QUE o cabra Manoel Duda é um suplicante deboxado que nunca
soube respeitar as famílias de suas vizinhas, tanto que quiz também
fazer; conxambranas com a Quitéria e Clarinha, moças donzellas;QUE
Manoel Duda é um sujetio perigoso e que não tiver uma cousa que atenue
a perigança dele, amanhan está metendo medo até nos homens.
 
CONDENO o cabra Manoel Duda, pelo malifício que fez à mulher do Xico
Bento, a ser CAPADO, capadura que deverá ser feita a MACETE.
 
A execução desta peça deverá ser feita na cadeia desta Villa. Nomeio
carrasco o carcereiro.
 
Cumpra-se e apregue-se editais nos lugares públicos.
 
Manoel Fernandes dos Santos,
 
Juiz de Direito da Vila de Porto da Folha
 
(Sergipe), 15 de outubro de 1833.".
 
Fonte: Instituto Histórico de Alagoas)





Apresento-lhes Luis Eduardo da Silva .

Socorro, que alegria reencontrá-la!

Fico feliz com os movimentos seus aí. Claro que gostarei participar.
Minha vida esteve muito ocupada, comprometi-me bastante, e tive que ficar até a conclusão de muita coisa, alguma até de mais de dez anos. Mas agora me libero.
Assim que termine dois trabalhos, um de hoje para amanhã, o outro até domingo, provavelmente, ou no máximo segunda ou terça, devo concluir "Redação Brasileira" - na expectativa de que o entendimento linguístico transforme a vida das pessoas - até o momento, o povo mesmo não participa de nenhuma decisão, em nosso país. É quem paga a conta e vive em mais sacrificadas condições. O objetivo deste trabalho é prepará-lo para atuar mais ampla e competentemente, de modo a que, além de reinvidicar, cobre, exponha, demonstre, localize, procure, encontre, divulgue, projete e execute. Para que as coisas tomem um bom rumo, é preciso que nós as orientemos, nós, o povo. Reeditarmos de alguma maneira as assembleias gerais, para todos os casos. A internet possibilita isso; usá-la, portanto.
Ligarei para você breve. Utilizo internet em lan houses, geralmente, atualmente. Não tenho um trabalho literário, por exemplo, que me permita participar do livro que vocês vão lançar. Como é ele?
Escreva para mim, ficarei muito mais feliz!
Todo o carinho do mundo!
Super-recomendações a Nico! E também a todas as pessoas de sua família e a todos os demais que você encontre!
Luís

*Somos amigos desde 1977. Ele é taurino, mineiro (Patos de Minas) , ex-funcionário da CEF, e do BACEN. Reside em BSB( há muitas décadas) ; morou por algum tempo em Aracati-CE(final dos anos 70).
Uma forte particularidade desse rapaz : é um nerd !
Figura doce, mística, amiga !
Sinto saudades da sua amizade. Se depender da minha vontade ele será um futuro e próximo colaborador do Cariricaturas.
Quando estive a última vez na casa de Luis, em Brasília , eu descobri que gastava todo o seu dinheiro com livros e discos. Fiquei abismada !Depois de 18 anos ele me achou por aqui. Que a vida não mais nos desencontre !

Socorro Moreira

Nota !

Saiu o resultado do Premio Patativa do Assaré promovido pelo MINC é pra nossa alegria o projeto ARENA VIRTUAL que eu propus foi contemplado recebendo 93 pontos entre 100! Um reconhecimento deveras singular!!! Com a realização deste projeto serão beneficiado dezenas de poetas que participaram do primeiro desafio de repente digital da história webiana! Parabéns cambada!!!

http://www.facebook.com/l/9c8bcmEznzDtSUWr_e7p6cOD5dA;www.in.gov.br/visualiza/index.jsp?data=14%2F12%2F2010&jornal=3&pagina=19&totalArquivos=280

Para Carlos Rafael Dias - Do seu amigo secreto




Rafael, uns dos primeiros a dar-me o chão de um palco onde pisar! “AS COISAS, AS PESSOAS” 1976, Teatro Rachel de Queiroz. Meu primeiro show! Fez-me acreditar que era preciso acreditar em mim! Até hoje, não se incomoda de escutar um CD meu e até comentar: Ficou massa!

Se ainda canto, se canto ainda que meio desajeitado, língua embolada, é porque entendi o recado... Que o canto é maior que tudo e que um grande amigo é o próprio, en”canto”!

DEUS CURA, este é seu nome!

O tempo cura. O tempo cura alguns contratempos. A vida, ávida, é cheia de oportunidades para reprocessamentos e ensinamentos. Felizes os que percebem isso, Dias a mais dias.

Amigo Carlos, (e, tantos sãos os Carlos a nos orgulhar,) dentre tantos, você ; O Rafa do Crato, nosso Rafael da Cultura, dos jornais de baixo do braço, do menino no meio de gente grande, porque era apenas de menor, mas já era um grande! Inteligente, diga-se de passagem.

Do Rock and Roll, das caminhadas pelas estradas do lameiro com um olhar distante, mas adiante, diante do seu Deus! Rafael das provações, homem e criança, passageiro-passageiro desta nave azul ; obrigado por sua amizade!

Lembro de você mais magrelo do que eu, eh eh eh, quase impossível isso! Rs rsrs... Hoje, você é um, literalmente largo e farto de boas-venturas!

Amigos para sempre.
Foto de Pachelly Jamacaru

Cariricaturas II






Título provisório :
Flores no Papel
Coletânea ( em prosa e verso) de vários autores


Prefácio de José Flávio Vieira
Contracapa de José do Vale Feitosa
Capa: foto de Pachelly Jamacaru
( qual a foto que vocês preferem? opinem!)

-Sem ônus para os escritores.
-Número de textos por autor : 2 + release + fotografia
-Reciprocidade : 5 livros para cada autor.

Autores convidados: todos os nossos colaboradores !


-Os textos deverão ser enviados para o e-mail de Stella até ,no máximo, 15 de Dezembro de 2010.
-Fase de revisão : o tempo necessário .
- stelasiebra@yahoo.com.br

Lista de adesões em 14.12.2010

1.aloísio paulo
2.assis lima
3.domingos barroso
4.pachelly
5.edmar
6.brandão
7.carlos esm
8.magali
9.liduina
10.geraldo urano
11.zé do vale
12.lupeu
13.socorro m.
14.joão marni
15.jose nilton mariano
16.marcos barreto
17.marcos leonel
18.rosa guerrera
19.vera barbosa
20.rejane
21.pedro esm.
22.ulisses germano
23.stella siebra
24.josé flávio
25.everardo norões
26.abidoral jamacaru
27.nicodemos
28.joaquim pinheiro
29.isabella pinheiro
30.edilma rocha
31.luis eduardo
32.wilton dedê
33.chagas

Aguardamos outras manifestações até o dia 15.12.2010 (amanhã).

Todos foram chamados. Muitos estão escolhidos !

Alegria-Tensão-Frustação




Porto Alegre, RS, 14 (AFI) – O Internacional deu vexame no Mundial de Clubes de 2010. Considerado como favorito, o clube gaúcho acabou sendo derrotado pelo TP Mazembe, da África do Sul, por 2 a 0, no Estádio Mohammed Bin Zayed Stadium, em Abu Dhabi, sendo o primeiro sul-americano a não se classificar para a grande final.

Discurso do Rei- indicado para o Globo de Ouro

A poesia de Joaquim Cardozo


Descobri Joaquim Cardozo através de um comentário do nosso poeta Everardo Norões.
Tornei-me ávida pela poesia do J.Cardozo
Vejam que linda !


Chuva de caju


Como te chamas, pequena chuva inconstante e breve?
Como te chamas, dize, chuva simples e leve?
Teresa? Maria?
Entra, invade a casa, molha o chão,
Molha a mesa e os livros.
Sei de onde vens, sei por onde andaste.
Vens dos subúrbios distantes, dos sítios aromáticos
Onde as mangueiras florescem, onde há cajus e mangabas,
Onde os coqueiros se aprumam nos baldes dos viveiros
e em noites de lua cheia passam rondando os maruins:
Lama viva, espírito do ar noturno do mangue.
Invade a casa, molha o chão,
Muito me agrada a tua companhia,
Porque eu te quero muito bem, doce chuva,
Quer te chames Teresa ou Maria.

Pérola dos bastidores- por Edilma Rocha

Devemos viver os afetos da maneira mais bonita para uma morada definitiva em nossa comunidade amanhã,pois o futuro não nos pertence...
O Cariricaturas foi um presente maravilho que preencheu muito os meus momentos de monotonia.
Agradeço a você e Claude por estes momentos especiais.
Momentos em que vivo comigo mesma numa sintonia especial com os conterrâneos da Chapada.
Encontrar estas pessoas foi tudo de que eu precisava para tornar o meus dias mais prazerosos.
Este veículo de comunicação através do Cariricaturas é especialíssimo.
Não consigo mais viver sem o Cariricaturas, ele realmente tem a nossa cara. Guerreiros das tribos Cariris com muita honra!
Se para terminar um ano precisamos fazer um balanço das coisas positivas, este espaço foi muito especial.
Desejo a você e a todos que fazem este blog, um Natal cheio de amor e solidariedade. E que em 2011 continuemos juntos colhendo os frutos que nos aguardam através do Cariricaturas.

Grande abraço !

FELIZ NATAL E UM ANO NOVO CHEIO DE REALIZAÇÕES.

Tarde no Recife - Joaquim Cardozo



Tarde no Recife.
Da ponta Maurício o céu e a cidade.
Fachada verde do Café Máxime.
Cais do Abacaxi. Gameleiras.
Da torre do Telégrafo Ótico
A voz colorida das bandeiras anuncia
Que vapores entraram no horizonte.

Tanta gente apressada, tanta mulher bonita.
A tagarelice dos bondes e dos automóveis.
Um carreto gritando — alerta!
Algazarra, Seis horas. Os sinos.

Recife romântico dos crepúsculos das pontes.
Dos longos crepúsculos que assistiram à passagem
[dos fidalgos holandeses.
Que assistem agora ao mar, inerte das ruas tumultuosas,
Que assistirão mais tarde à passagem de aviões para as costas
[do Pacífico.
Recife romântico dos crepúsculos das pontes.
E da beleza católica do rio.

PARABÉNS PELO SEU ANIVERSÁRIO MAGALI - Por Edilma Rocha

Para você o meu carinho de verdadeira amiga



Que Deus conserve sempre a sua bondade

E que a sua caminhada junto a Carlos seja longa e cheia de felicidades
FELIZ ANIVERSÁRIO MAGALI


Para Aloísio- Recado do amigo secreto











Aloísio,

Você e a Chapada do Araripe

Os dois: verdes,
Os dois: poderosos,
Os dois: in natura,
Os dois: início, meio e fim,
Os dois :oração e princípio da vida,
Os dois: minha grande admiração.

Abraços, amigo.


Feliz aniversário, Seu Audísio Pereira !




Olá queridos amigos,

Hoje é um dia especial pra mim e toda nossa família.Hoje papai faz 93 anos .Daqui de Brasília articulei para que a Banda de Música do Crato tocasse para ele várias músicas em frente a sua janela. A música preferida dele é o Esbelto Infante do Tiro de Gurerra do Crato.Ele sempre canta e encanta....
Foi muito gratificante eu com 62 ter um paizão de 93....
Valeu

Teresa Abath
foto de Teresa Abath

Para os meus amigos - Por Socorro Moreira

foto de nívia uchôa



Desde há muito tempo tinha um sonho inconfessável, muito louco, o de terminar a vida numa comunidade, convivendo com todos os meus afetos, e transferir esta morada para a eternidade.
Hoje me deparo com tantos encontros promovidos pelo Cariricaturas, e chego á conclusão de que em parte é a materialização de um forte desejo da minha alma.
Não precisamos do contato físico com as pessoas que amamos para gozar a felicidade da sua proximidade. Claro que precisamos reencontra-las de vez em quando, abraça-las, enquanto matéria viva.
Eu não posso calar que sou muito feliz pelos amigos conquistados nesta longa caminhada vida. Muitos deles posso ver da minha tela... Estão no Cariricaturas!

Um Natal Feliz para todos, todos os dias!

Fruto do Cariricaturas - Presente de Natal !


Socorro,


Você esteve em Brasília, nos vimos em um momento em que eu estava congestionado, me lembro. Não tivemos mais contato, apesar de que quis encontrá-la, ir ao Banco do Brasil solicitar informação de seu paradeiro etc. Não fiz, no entanto, aguardando uma oportunidade. Até que soube do cariricaturas, enviei inclusive ano passado ,acho ,um recado rápido para você, lhe pedindo que me enviasse seu e-mail, para que lhe escrevesse, ou foi no começo deste 2010.

Que bom que você tem estado ativa, aposentada do trabalho mas em atividade plena. Espero ir aí ,alguma oportunidade.

Minha vida aqui também está bastante movimentada.Vim a partir de 2004 trabalhar com revisões de textos (para autores, editoras), e preparo para lançar Redação Brasileira, na intenção de que a organização textual possa ajudar na organização das pessoas de nosso país, por consequência na política nossa, para repercutir finalmente na mundial, claro. Nossa miscigenação + sincretismo nos flexibiliza de modo que imagino possamos ser nós a ajudar no entendimento mundial. É só pararmos de jogar agrotóxico na terra, recuperarmos a televisão das mãos do comércio, a trazermos para sua função formativa e informativa básica, talvez consigamos nos organizar para viver bem. Claro que é preciso cuidar rápido, o nível do mar se eleva, o aquecimento global, corremos o risco de termos as regiões próximas do mar alagadas, você sabe, por isso necessário realizarmos logo grande assembléia nacional, para adaptação de rota, para reformação necessária de rumo. 2011 via hoje terá regência mercuriana, logo a comunicação geminiana estará favorecida, além da competência virginiana. Quem sabe o salto que conseguimos realizar!

A música, cada vez mais a clássica. Claro que sempre admirando e participando como possível da nossa regional, da nossa raiz. A popular, do rádio e da televisão, praticamente não tem contato. Conforme há uma grande necessidade social em nosso tempo, temos tido problemas em todas as áreas, então suponho que o artista podia se dedicar mais àquilo da revolução necessária, apesar de que não podemos lhe recusar a emoção do canto à natureza, claro. Apenas que um "mutirão" quem sabe poderia estimular nossa guinada mais rapidamente para uma mudança vital necessária. Mas o Sol nasce diariamente, e a Lua nos enternece todas as noites!

Socorro fico feliz de nos reencontrarmos, aguardo que você me envie um recado, para que possamos conversar mais.

Desejo toda a felicidade do mundo para vocês!

Carinho do amigo

Luís Eduardo


* A última vez que mantive conatto com esse grande amigo foi em 1993.

Bendito Cariricaturas !

Luis Eduardo é amigo também do Nicodemos, e foi amigo do Normando.


O Leiteiro de Pai Velho - Por Pedro Esmeraldo

No decorrer da década de 30 do século passado, apareceu um senhor gordo, estatura mediana, tez branca, para trabalhar como agregado na agricultura. Vindo da Paraíba, naturalmente da cidade de Princesa Isabel, no período de 1910, para se estabelecer em juazeiro do Norte.
Era homem de feição atlética, destemido, astucioso, constituído de humildade espetacular, deixava todo mundo admirado pela sua capacidade de trabalho.
Participou de lutas armadas nos períodos áureos das revoltas sanguinárias do Nordeste. Pertenceu à falange do senhor José Pereira, o revoltoso conhecido no Nordeste. Lutou com bravura na Sedição de Juazeiro, ao lado do doutor Floro Bartolomeu. Quando terminou a revolta dessa cidade o senhor Severino Moreira dos Santos, conhecido no meio das revoltosas, tornou-se nômade até quando chegou ao engenho do meu pai e obteve o oficio de leiteiro. Devido a sua astúcia e honestidade, com muita capacidade de trabalho, foi um senhor respeitado e querido pelo meu pai. No inicio, gostava de tomar uns porre, exagerados, mas meu pai o chamou a atenção, fazendo com que ele suspendesse a bebida até o fim da vida, a não ser com pequenas doses em períodos festivos. Permaneceu por cerca de mais de 20 anos na venda de leite, sem faltar um dia sequer, até mesmo nos períodos mais críticos das épocas chuvosas. Como era o mais velho da turma de venda de leite, recebeu carinhosamente o apelido de Pai Velho, apelido esse que permaneceu até o final de sua vida.
No ano 1948, acometido de fortes dores, causadas pelo reumatismo, teve de abandonar a venda de leite; indo morar no vizinho estado de Pernambuco, na cidade de Bodocó. Lá comprou uma gleba de terra e foi trabalhar na agricultura no cultivo de algodão.
Jamais se afastou do meu pai. Foi um exímio agricultor, trabalhando sem parar até perto de sua morte, no ano 1986, com quase 100 anos de idade.
Pai Velho foi um senhor muito dedicado aos amigos, nunca deixou dúvidas, mas sabia separar o joio do trigo, atendia às necessidades de todos, quando era preciso. Brincalhão, fleugmático não se zangava por qualquer brincadeira, mas sabia retribuir aos amigos com palavras jocosas, com muita sinceridade.
Pai Velho foi um cidadão que serve de exemplo para a juventude de hoje. Foi um esteio que demonstrava dar bons exemplos às pessoas que seriam engrandecidas, através de comportamento exemplar.
Humilde, perseverante, homem desta estipe, é difícil encontrar, nos tempos de hoje, no meio dessa camada desvairada do século XXI.

Crato-CE, 04/03/2009

Wilson Moreira - Bem lembrado pelo poeta Chagas

Formiga miúda
Wilson Moreira
Composição: Sérgio Fonseca / Wilson Moreira

Lua que não muda
Não muda maré
Você não se iluda
Formiga miúda
Não morde o meu pé

Êta, samba feito
Pra dizer verdade
Quem tiver vontade
Basta abrir o peito
Mas quem tem defeito
Que se cale agora
Ou que dê um jeito
De ficar de fora
Por quê?

Se a dor da queixa
Fica sem resposta
A roda fecha
Mal a gente encosta
E quando abre deixa
A ferida exposta

Êta, samba rude
Pra cantar na praça
Entre uma atitude
E outra cachaça
Quem tiver virtude
Que puxe o refrão
Antes que ele mude
De opinião
Por quê?

A mão que afaga
Não afoga o trauma
E só se apaga
Uma dor da alma
Quando o samba esmaga
Palma contra palma


Nostradamus



Michel de Nostredame ou Miquèl de Nostradama, mais conhecido sob o nome de Nostradamus (Saint-Rémy-de-Provence, 14 de dezembro de 1503 ou 21 de dezembro de 1503 — Salon-de-Provence, 2 de julho de 1566), foi um apotecário e médico da Renascença que praticava a alquimia (como muitos dos médicos do século XVI). Ficou famoso por sua suposta capacidade de vidência. Sua obra mais famosa, As Profecias, é composta de versos agrupados em quatro linhas (quatrains), organizados em blocos de cem (centuries); algumas pessoas acreditam que estes versos contém previsões codificadas do futuro.

Sofria de epilepsia psíquica, de gota e de insuficiência cardíaca. Morreu em 2 de julho de 1566 em Salon-de-Provence, vítima de um edema cárdio-pulmonar.
wikipédia

São João da Cruz




São João da Cruz (Fontiveros, 24 de Junho de 1542 - Úbeda, 14 de Dezembro de 1591) foi um frade carmelita espanhol, famoso por suas poesias místicas.


"Que mais queres, ó alma, e que mais buscas fora de ti, se encontras em teu próprio ser a riqueza, a satisfação, a fartura e o reino, que é teu Amado a quem procuras e desejas?

Em teu recolhimento interior, regozija-te com ele, pois ele está muito perto de ti.

A alma que verdadeiramente ama a Deus não deixa de fazer o que pode para achar o Filho de Deus, seu Amado. Mesmo depois de haver empregado todos os esforços, não se contenta e julga não ter feito nada.

Ó Senhor, Deus meu! Quem te buscará com amor tão puro e singelo que deixe de te encontrar, conforme o desejo de sua vontade, se és tu o primeiro a mostrar-te e a sair ao encontro daqueles que te desejam?

A alma que busca a Deus e permanece em seus desejos e comodismo, busca-o de noite, e, portanto, não o encontrará. Mas quem o busca através das obras e exercícios da virtude, deixando de lado seus gostos e prazeres, certamente o encontrará, pois o busca de dia.


Para chegares a saborear tudo,

não queiras ter gosto em coisa alguma.

Para chegares a possuir tudo,

não queiras possuir coisa alguma.

Para chegares a ser tudo,

não queiras ser coisa alguma.

Para chegares a saber tudo,

não queiras saber coisa alguma.

Para chegares ao que não gostas,

hás de ir por onde não gostas.

Para chegares ao que não sabes,

hás de ir por onde não sabes.

Para vires ao que não possuis,

hás de ir por onde não possuis.

Para chegares ao que não és,

hás de ir por onde não és.


Modo de não impedir o tudo:

Quando reparas em alguma coisa,

deixas de arrojar-te ao tudo.

Porque para vir de todo ao tudo,

hás de negar-te de todo em tudo.

E quando vieres a tudo ter,

hás de tê-lo sem nada querer.

Porque se queres ter alguma coisa em tudo,

não tens puramente em Deus teu tesouro.

Noite escura

Em uma Noite escura, com ânsias em amores inflamada, ó ditosa ventura!, saí sem ser notada. estando minha casa sossegada.

A ocultas, e segura, pela secreta escada, disfarçada, ó ditosa ventura!, a ocultas, embuçada, estando minha casa sossegada.

Em uma Noite ditosa, tão em segredo que ninguém me via, nem eu nenhuma cousa, sem outra luz e guia senão aquela que em meu seio ardia. Só ela me guiava, mais certa do que a luz do meio-dia, adonde me esperava quem eu mui bem sabia, em parte onde ninguém aparecia.

Ó Noite que guiaste!, ó Noite amável mais do que a alvorada!, ó Noite que juntaste Amado com amada, amada nesse Amado transformada!

No meu peito florido, que inteiro para ele se guardava, quedou adormecido do prazer que eu lhe dava, e a brisa no alto cedro suspirava.

Da torre a brisa amena, quando eu a seus cabelos revolvia, com fina mão serena a meu colo feria, e todos meus sentidos suspendia.

Quedei-me e me olvidei, e o rosto reclinei sobre o do Amado: tudo cessou, me dei, deixando meu cuidado por entre as açucenas olvidado."

wikipédia

Dilma e Leonardo Boff aniversariam no mesmo dia : 14 de Dezembro



Desafios para a Presidente Dilma Rousseff

A presidente aprofundará a transição, deslocando o acento em favor do social onde estão as maiorias ou manterá a equação que preserva o econômico, de viés monetarista, com as contradições denunciadas pelos movimentos sociais e pelo melhor da inteligentzia brasileira?

Leonardo Boff

Celebramos alegremente a vitória de Dilma Rousseff. E não deixamos de folgar também pela derrota de José Serra que não mereceu ganhar esta eleição dado o nivel indecente de sua campanha, embora os excessos tenham ocorrido nos dois lados. Os bispos conservadores que, à revelia da CNBB, se colocaram fora do jogo democrático e que manipularam a questão da descriminalização do aborto, mobilizando até o Papa em Roma, bem como os pastores evangélicos raivosamente partidizados, sairam desmoralizados.

Post festum, cabe uma reflexão distanciada do que poderá ser o governo de Dilma Rousseff. Esposamos a tese daqueles analistas que viram no governo Lula uma transição de paradigma: de um Estado privatizante, inspirado nos dogmas neoliberais para um Estado republicano que colocou o social em seu centro para atender as demandas da população mais destituída. Toda transição possui um lado de continuidade e outro de ruptura. A continuidade foi a manutenção do projeto macroeconômico para fornecer a base para a estabilidade política e exorcizar os fantasmas do sistema. E a ruptura foi a inauguração de substantivas políticas sociais destinadas à integração de milhões de brasileiros pobres, bem representadas pela Bolsa Familia entre outras. Não se pode negar que, em parte, esta transição ocorreu pois, efetivamente, Lula incluiu socialmente uma França inteira dentro de uma situação de decência. Mas desde o começo, analistas apontavam a inadequação entre projeto econômico e o projeto social. Enquanto aquele recebe do Estado alguns bilhões de reais por ano, em forma de juros, este, o social, tem que se contentar com bem menos.

Não obtante esta disparidade, o fosso entre ricos e pobres diminuiu o que granjeou para Lula extraordinária aceitação.

Agora se coloca a questão: a Presidente aprofundará a transição, deslocando o acento em favor do social onde estão as maiorias ou manterá a equação que preserva o econômico, de viés monetarista, com as contradições denunciadas pelos movimentos sociais e pelo melhor da inteligentzia brasileira?

Estimo que, Dilma deu sinais de que vai se vergar para o lado do social-popular. Mas alguns problemas novos como aquecimento global devem ser impreterivelmente enfrentados. Vejo que a novel Presidente compreendeu a relevância da agenda ambiental, introduzida pela candidata Marina Silva. O PAC (Projeto de Aceleração do Crescimento) deve incorporar a nova consciência de que não seria responsável continuar as obras desconsiderando estes novos dados. E ainda no horizonte se anuncia nova crise econômica, pois os EUA resolveram exportar sua crise, desvalorizando o dólar e nos prejudicando sensivelmente.

Dilma Rousseff marcará seu governo com identidade própria se realizar mais fortemente a agenda que elegeu Lula: a ética e as reformas estruturais. A ética somente será resgatada se houver total transparência nas práticas políticas e não se repita a mercantilização das relações partidárias(“mensalão”).

As reformas estruturais é a dívida que o governo Lula nos deixou. Não teve condições, por falta de base parlamentar segura, de fazer nenhuma das reformas prometidas: a política, a fiscal e a agrária. Se quiser resgatar o perfil originário do PT, Dilma deverá implementar uma reforma política. Será dificil, devido os interesses corporativos dos partidos, em grande parte, vazios de ideologia e famintos de benefícios. A reforma fiscal deve estabelecer uma equidade mínima entre os contribuintes, pois até agora poupava os ricos e onerava pesadamente os assalariados. A reforma agrária não é satisfeita apenas com assentamentos. Deve ser integral e popular levando democracia para o campo e aliviando a favelização das cidades.

Estimo que o mais importante é o salto de consciência que a Presidente deve dar, caso tomar a sério as consequências funestas e até letais da situação mudada da Terra em crise sócio-ecológica. O Brasil será chave na adaptação e no mitigamento pelo fato de deter os principais fatores ecológicos que podem equilibrar o sistema-Terra. Ele poderá ser a primeira potência mundial nos trópicos, não imperial mas cordial e corresponsável pelo destino comum. Esse pacote de questões constitui um desafio da maior gravidade, que a novel Presidente irá enfrentar. Ela possui competência e coragem para estar à altura destes reptos. Que não lhe falte a iluminação e a força do Espírito Criador.

Leonardo Boff é teólogo e escritor.

Sivuca- Gênio !



Severino Oliveira, mais conhecido como Sivuca, (Itabaiana, 26 de maio de 1930 — João Pessoa, 14 de dezembro de 2006) foi um dos maiores artistas do século XX, responsável por revelar a amplitude e a diversidade da sanfona nordestina no cenário mundial da música. Exímio executante da sanfona, multi-instrumentista, maestro, arranjador, compositor, orquestrador e cantor.

Sivuca contribuiu significativamente para o enriquecimento da música brasileira, ao revelar a universalidade da música nordestina e a nordestinidade da música universal. É reconhecido mundialmente por seu trabalho. Suas composições e trabalhos incluem, dentre outros ritmos, choros, frevos, forrós, baião, música clássica, blues, jazz, entre muitos outros.

Ganhou a sanfona de presente do pai em 13 de junho de 1939, num dia de Santo Antônio, aos nove anos. A partir daí, a inseparável companheira o levaria para mundos desconhecidos. Aos quinze anos, ingressou na Rádio Clube de Pernambuco, em Recife. Em 1948, faz parte do cast da Rádio Jornal do Commércio.
wikipédia


Iscas de mignon ao pomodoro- Colaboração de Fátima Figueiredo



Cardápio de Rainha do Lar

Quando era criança, lembro que uma coisa que eu adorava era quando minha mãe fazia bife e depois picava um tomate e colocava na mesma frigideira, fazendo uma espécie de "molhinho", que eu gostava de jogar por cima do arroz fresco. Por mim, dispensava até o bife e ficava só naquele tomatinho, que ficava macio e com um gostinho daquele fundo de frigideira, manja? Adorava e adoro aquilo até hoje.

Outro dia resolvi fazer uma versão daquele sabor da infância, mas ao invés de fazer o filé migon em bifes, corteio-o em pequenas iscas e levei à frigideira com um fio de azeite e deixei fritar bem (na frigideira com antiaderente não funciona, viu? eu gosto de usar essa de ferro que tenho, que é bem grandona, tem mais de 20 anos e é meu xodó).

Juntei bastante alho picado, deixei dourar, acrescentei cebola roxa e deglacei(*) com vinho tinto. Temperei com sal e pimenta do reino moída na hora. Desliguei o fogo e juntei tomate cereja cortado em metades, misturei bem (os tomatinhos estavam tão docinhos e saborosos que resolvi deixá-los praticamente inteiros e optei por não cozinhá-los muito, apenas usar o calor da panela rapidamente) e finalizei com folhinhas de manjericão.

Para ficar com mais gostinho de infância, retirei a carne da frigideira e coloquei lá um pouco de arroz... sabe, pra passar naquela "sujeirinha" que fica na panela? Isso também era uma coisa que minha mãe fazia e, já que estava num momento revival, resolvi resgatar essa lembrança também do fundo do baú.

O que sei é que estava tão bom, mas tão bom, que comi feito uma louca - só não sei ao certo se foi por causa da fome ou se por conta daquela lembrança tão boa e confortante. Ai ai... recordar é viver, néam? =)

***

*deglacar

A palavra pode ser estranha, mas não se assuste quando encontrar o termo em uma receita. Deglaçar é uma técnica francesa e se trata apenas de diluir os sucos que ficam concentrados na panela quando cozinhamos uma carne por exemplo. O processo pode ser feito com água, caldo ou vinho - é só acrescentar o líquido escolhido e raspar o fundo da panela para soltar os resíduos, que formam um molho delicioso.

Pérola dos bastidores- Por Rosemary Borges Xavier


Chuva

Chuva chorosa
Chuva cheirosa
Com cheiro de rosa
Molhou semente
Aqui de repente
Fez ver que a gente
Tão logo sente
Que chuva partiu
Então me pergunto:
Por onde caiu?
Lá dentro de um rio
No imenso vazio
Quem sabe seguiu
Um curso sombrio
De um olhar tão frio

Rosemary Borges Xavier



Mais "humano", menos "animal" - José Nilton Mariano Saraiva

Outro dia, frente à telinha, tivemos que acionar o controle remoto por diversas vezes na tentativa de certificação de que não houvéramos sintonizado, por engano, algum desses canais pornográficos da vida (e que, deixando a hipocrisia de lado, alguns assistem na calada da noite, com um olho na TV e outro na porta do corredor, de onde a qualquer momento poderão “emergir”, tal quais fantasmas indesejáveis, esposa e filhos). É que, ali à nossa frente, as imagens, ao vivo e a cores, mostravam homens e mulheres que, muito embora impecavelmente vestidos, estranhamente se agrediam com uma virulência inenarrável (quase que chegando às vias dos fatos), se digladiavam numa verborragia desrespeitosa e imoral, se acusavam mutuamente de ladrão, corrupto, coronel de merda, bandido e outras coisas mais, e nos deixavam, enfim, a nítida impressão da possibilidade de ocorrência, a qualquer momento, em pleno nobre recinto, de alguma sessão de bang-bang explícito, algum duelo de ferrenhos e mortais inimigos (como já aconteceu no passado).
Mas, não, não houvera engano da nossa parte: desprovidos de máscaras ou fantasias, mostrando-se de cara nua e como realmente agem quando seus escusos interesses são questionados, no recinto e tribuna do Senado Federal nossos ilustres e nobres parlamentares se engalfinhavam num pugilato verbal explícito, numa baixaria sem tamanho, num espetáculo dantesco e surreal. E o pior é que, em atendimento a uma esdrúxula determinação regimental, empregavam, usavam e abusavam da outrora distinta e nobre, mas hoje desgastada e falida expressão “sua excelência” ao dirigirem-se um ao outro. Assim, valendo-se de frases do tipo “Sua Excelência é um corrupto”,
“Ladrão é Vossa Excelência”, ou ainda "Sua Excelência é um coronel de merda", nossos ilustres representantes ofereciam aos usuários da TV Senado um espetáculo nojento, degradante, hipócrita e abominável (e essa é só uma das razões pela qual a classe política brasileira enfrenta o descrédito atual).
E então, na solidão do quarto, ante tanta sem-vergonhice, safadeza e hipocrisia, nos pomos a refletir com os nossos estimados botões: embora não possamos deixar de prescindir, reconhecer e realçar, com louvor, a colaboração absolutamente necessária e inestimável de pessoas que, por uma ou outra razão, não tiveram a condição, oportunidade ou privilégio de obter um “canudo” universitário, mas que têm, sim, e de sobra, conhecimento, competência e discernimento para externar suas expressões e conceitos sobre os mais diversos temas, uma particularidade que caracteriza o nosso blog e o faz respeitado perante gregos e troianos é o ecletismo, a diversidade, a miscelânea cultural dos seus integrantes.
Autêntico “Instituto Butantã” (onde, para quem não sabe, só tem cobras criadas, humanas e naturais), nosso blog conta em seus quadros com uma série longa e interminável de “doutores” e “excelências”. É “doutor” que não acaba mais, “doutor” que dá no meio da canela, “doutor” até dizer chega, “doutor” até encher as tampas. São advogados, médicos, filósofos, poetas, economistas, historiadores, músicos, psicólogos, jornalistas, odontólogos, pedagogos, engenheiros, paleontólogos e por aí vai. Poderíamos, até, conjecturar que o nosso blog representa uma plêiade ou repositório de “notáveis”.
Mas, paradoxalmente, aqui é onde se esconde o perigo: como fazemos parte de uma mesma comunidade virtual, de um mesmo e privilegiado espaço, de um mesmo e imprescindível veículo de comunicação, seria sacal, desnecessário ou despropositado se, de repente, por soberba ou “orgulho besta”, começássemos a nos tratar de doutor pra cá, doutor pra lá, doutor fulano, doutor sicrano e tal, embora seja compreensível que os que labutaram heroicamente durante quatro, cinco ou seis anos em uma faculdade (fora a pós-graduação e a especialização) tenham obtido, de fato e de direito, a prerrogativa de assim serem reconhecidos e tratados. Não se há de lhes tirar o mérito, muito antes pelo contrário.
Ainda assim, objetivando quebrar arestas, estimular o surgimento de novos adeptos e debelar a timidez de alguns, enriquecendo consequentemente mais e mais este espaço, tomamos a liberdade de sugerir que, pelo menos aqui entre nós, mandemos às favas tal formalidade, cessemos os excessos de mesuras, extingamos o rigor nomenclatural, anulemos o preciosismo, revoguemos “in totum” títulos, graduações e pós e tratemo-nos – por que, não ??? - simplesmente por Zé, Socorro, Raimundo, Maria, Expedito, Liduina e por aí vai.
Entendemos que, em assim procedendo, o nosso blog pelo menos mostrar-se-á mais “humano”, menos “animal”, pois não ???
Além do que (e pra não fugir do “papo inicial”), em sã consciência ninguém aqui almeja que este nosso querido e dileto espaço seja comparado - nem de longe – ao “glorioso” Senado Federal da República, não é verdade ???

à minha amiga oculta

Como te esquecer?

Vejo-te sempre
na altivez de uma mulher
...

carinhoso beijo.

CORDEL PRA CORREINHA (1ª Parte) - por Ulisses Germano


Minha mãe costuma dizer que a "saudade é a presença do ausente". Francisco Correia Lima - o Correinha, é um amigo que vai estar sempre presente na minha vida. Sou eternamente grato a Abdoral Jamacaru: foi ele quem me apresentou Correinha pela primeira vez em 2004. Agora eu sei que Abdoral na sua larga vivência nesta cidade havia, naquele momento, me apresentado o coração do Crato! Quando Correinha partiu para a morada das estrelas, há dois anos atrás, escrevi em verso:

A poesia só nasce
No momento de nascer
Quero sair do enlace
Conjugando o verbo ser
Sendo amigo da amizade
E falar com propriedade
De um amigo pra valer

Este amigo é Correinha
Um filósofo poeta
Que fez das tripas a linha
Das cordas da lira reta
Nasceu em Farias Brito
No Crato deixou escrito
Seu objetivo e meta

O pife que ele tocava
Fez calar um passarinho
Que de longe observava
Cuidando bem do seu ninho
Quando o pife se calou
O passarinho cantou:
"Correinha é um canarinho!"

O que pouca gente sabe é que Correinha deixou uma semente: Eduardo, seu filho amado, que ele chamava carinhosamente de Gugu. Um dia Correinha partiu meu coração quando disse: "O que mais me entriste, Ulisses, é que eu não vou ver o meu filho crescer!" Correinha naquele momento talvez não soubesse com convicção e clareza que a vida é eterna: vida e morte fazem parte da mesma moeda! A gravação abaixo - do grupo que nós criamos chamado CRATETO - foi feita no Instituto Cultural do Crato . É a primeira formação do Grupo CRATETO: Correinha no no ganzá; Vinícius Pinho no pandeiro, Walesvik Pinho no triângulo e Eduardo - o Gugu, na zabumba confeccionada pelo meu pai cultural Mestre Aldenir; Ulisses na flauta transversal brincando de Jethro Tull. Observe a alegria da fisionomia de um pai vendo ofilho brilhando!
"Flautinha de pobre", era assim que Correinha chamava o pife, pífaro ou pífano, instumento que ele dominava com absoluta maestria e virtuosismo. Ele me ensinou a tocar no pífano a sua música Forró no Carriri que estará sempre presente no repertório do GRUPO CRATETO.


Corra, corra, Correinha
Dos que querem lhe esquecer
Você fez a sua parte
Os seus amigos vão ver
Teu viver foi flauteando
No pife folclorizando
A canção do amanhecer!


P.S. Quem ama não esquece, continua...


Ulisses Germano Leite Rolim