Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

ENVIE SUA FOTO E COLABORE COM O CARIRICATURAS



... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

Para participar, envie suas fotos para o e-mail:. e.
.....................
claude_bloc@hotmail.com

terça-feira, 1 de dezembro de 2009



Caros amigos do Cariricaturas

O Cariricaturas precisa se eternizar, ficar marcado, ser lembrado.

Temos então uma proposta fantástica para nossos colaboradores:
O lançamento em Julho de um livro escrito por muitas mãos: uma antologia com nossos escritores e artistas.

Precisamos urgentemente, até dia 05 de janeiro de 2010, da confirmação dos nossos escritores – aqueles que quiserem colaborar, pois como toda publicação, será necessário um ônus para cobrir as despesas.

Portanto, leiam os detalhes e entrem no nosso clima:

Serão:

• 4 textos por escritor.
• 100 textos e umas 120 páginas.
• Os textos serão escolhidos por pessoas eleitas pela administração do Blog
• a quota por escritor será de 200,00
• o pagamento pode ser feito em 4 x 50,00
• os livros serão vendidos a 15,00
• cada colaborador ganhará 20 livros.
• o dinheiro que sobrar da edição será aplicado na festa de lançamento que poderá ser realizada no Crato Tênis Clube ou no ICC.


- O livro será dedicado a todos os nossos mestres representados por Dr. José Newton Alves de Sousa
- Haverá um concurso de fotos para e elaboração da capa
- O Título provisório é: “Cariricaturados , em prosas e versos”
- Edição: Émerson Monteiro


Lembrem-se: o fechamento das adesões será em 5.01.2010.

Recordar é Viver ! - Grandes nomes/grandes canções

1917- um dos primeiros registros do samba
Se acaso você chegasse - música de Lupicínio e Felisberto Martins

Chão de estrelas -Orestes Barbosa e Sílvio Caldas

Lamartine Babo

Ernesto Nazareth - compôs tangos, chorinhos, fox-trots, sambas e até marchas de carnaval, por um breve período, em 1920.

Dorival Caymmi - baiano ,compositor, músico e cantor brasileiro .

Músico, compositor e flautista brasileiro do Choro.

Fotos de Vó Jacy de Castro

para todos do Cariricaturas!




Jingle Bell Rock

"Pelo telefone ", no dia do samba !

Para Corujinha Baiana , que imagino cigana ! - do amigo secreto.




Cigana Carmem
João Bosco
Composição: ângelo antônio Soares
Cigana Carmem

Tantas almas tantos loucos
Perambulando da Espanha a boêmia
Sempre linda apaixonante
Exibindo belo corpo alucinante
Quantas luas
Quantos homens pobres amantes
Atravessaram noites
De entrega, de encanto
Ao seus pés

Dançarina atrevida e debochada
Olhos tristes verdes raros
Sabe ler nas labaredas da fogueira
Nos azuis, nos entretons
Nos traçados
Qual vai ser o coração arrebatado
Acariciar no colorir da tenda

Vem no poder mágico das castanholas, dos violinos
Dança cigana
Sua alegria de criança risos a ofertar
Enfeitiçar..
Abana longos negros cabelos
Faz da dança mil gingados
Misteriosos segredos tão guardados
Rodopiar num cirandar

Sempre foi a sina desta cigana
Afamada em longes horizontes
Enganar e que castigo não poder amar
Carmem minha danada cigana
Morena calhiente no entanto serpente
O teu gosto humm vermelho tinto
Inebria com doses ligeiras porção do amor
Meu destino, minha sorte
Desejos, sabores, querer..
Achar o coração
Achar o coração...

Letra: Ângelo Antônio

A vida é bela e breve – Por Carlos Eduardo Esmeraldo


A vida da gente parece um breve piscar de um relâmpago. Dura apenas algumas frações de segundos. Quando menos esperamos, estamos percorrendo o ramo descendente da parábola. Se pararmos para assim pensar, o eterno que existe em cada um de nós começa a desvanecer e nos precipita à conclusão simplória de que somos seres simplesmente descartáveis. Mas não é bem assim, acreditem. A eternidade existe. À medida que vamos envelhecendo, a nossa percepção de tempo muda, e este nos parece passar mais aceleradamente. Penso que, na eternidade, o tempo se faz correr mais velozmente que os raios que descem dos relâmpagos em noites de tempestade.

Ainda outro dia era criança e, de repente, fui surpreendido com um aviso da proximidade da minha inclusão nos benefícios oferecidos pelo novo estatuto do idoso. Necessitando fazer uma polissonografia, um exame de nome feio e execução mais horrorosa ainda, tive de ir à sede da Unimed para conseguir uma autorização. Na recepção, a atendente me deu uma senha de número 41 e, ao chegar ao guichê de atendimento, a senha que estava sendo chamada era a de número 185. Então, voltei e indaguei à moça se ela não havia se enganado, pois já estava sendo chamada a senha 185. Ela calmamente respondeu, indicando-me um outro guichê:
– A sua senha é para aquele guichê à esquerda!

Olhei para o local indicado e estava escrito: Atendimento a gestantes, deficientes físicos e idosos. Mirei a minha barriga e conclui que, após o rigoroso regime alimentar, ao qual tenho me submetido ultimamente, não poderia de modo algum ser confundido com gestante. Pisei firme com as duas pernas e estava inteirinho. Então, perguntei à moça:
– Você me deu a senha da fila dos idosos?
– Foi – respondeu ela com muita naturalidade.
– Muito obrigado! – disse agradecido, antevendo as virtuais delícias e regalias da terceira idade.

A propósito desse assunto, lembrei-me de que a Coelce tinha um funcionário conhecido por seu Chiado. Era meio pernóstico e falava chiando, querendo imitar os cariocas, pois gostava de dizer que morara no Rio de Janeiro por mais de vinte anos. Dizia que era natural do Crato e parente da famosa musicista Branca; da professora Ida, homenageada com uma placa contendo o seu nome numa pequena travessa da nossa cidade, e também de Ana, nome de rua em Fortaleza, todas elas, suas primas. Apesar de aparentar mais de sessenta e cinco anos de idade, atribuía a si próprio a fama de grande conquistador. Cabelos tingidos de preto e impecavelmente penteados, assentados à custa de muita brilhantina, andar elegante, cigarro permanentemente entre os dedos, tal qual um astro de Hollywood. Era dessa forma que ele se apresentava. Esta história me foi contada por ele mesmo. Precisando ir descontar um cheque numa agência bancária do centro da cidade, entrou numa interminável fila, quando notou duas jovens acenando para ele. Entusiasmou-se todo, pois julgou que elas estavam a fim de paquerá-lo. Aproximou-se delas e assim as abordou:
– Boa tarde! Nós já nos conhecemos, tenho certeza. Vocês acenaram pra mim e aqui estou inteiramente à disposição dessas tão belas jovens.
– Não, senhor. A gente queria apenas avisar ao senhor que a fila dos velhos é aquela outra – responderam as duas mocinhas, para tristeza do nosso Dom Juan.

A vida é bela, mas é breve. A gente nunca pensa que um dia morrerá. Para nós, a morte somente acontece aos outros. Sem pensar no futuro, mas somente para me livrar de um vendedor insistente, comprei, há uns oito anos, um jazigo num novo cemitério em Fortaleza, em construção. Depois do pagamento do título, comecei a receber pequenas cobranças da taxa anual de manutenção, que poderia ser paga em doze módicas prestações mensais. Mas Magali pagava tudo de uma vez, pois dizia não se sentir bem olhando para aquele papel todos os meses. E eu, então, acrescentei:
– Não sei pra que eu comprei esse túmulo. Acho que se eu morrer aqui em Fortaleza, vão levar o meu corpo para o Crato.
– E eu? – disse ela. – Que nem de morrer gosto!

A vida é bela, é curta, e ninguém quer morrer, por maior que seja a fé. Ah, se a nossa fé fosse ao menos do tamanho de um grãozinho de mostarda! Pensando nisso, lembrei-me de uma pequena história que me contaram.
Um cardeal voava com destino a Roma, num desses superjatos, ao encontro do Papa. Com todo direito que a sua autoridade lhe permitia, sentou-se na fila da frente da primeira classe. Em dado momento do vôo, que até então havia sido tranqüilo, ouviu-se um estranho barulho, um grande sacolejo no jato. A comissária foi até à cabine, para saber o que tinha ocorrido. Então o comandante lhe disse:
– Avise aos passageiros que iremos cair no mar, pois pifaram de uma vez as quatro turbinas e não estamos conseguindo fazê-las funcionar novamente. Mas dê a notícia com muito jeito, para não causar pânico – ordenou-lhe, com aparente tranqüilidade, o comandante.

Ao sair da cabine, o primeiro passageiro avistado pela comissária foi o cardeal. Então trêmula, porém esforçando-se para aparentar calma, tentou disfarçar:
– Monsenhor, que é que o senhor diria se este avião caísse daqui a cinco minutos, e nós todos morrêssemos?
– Oh! Seria a glória suprema! O momento mais aguardado da minha vida! Iria estar face a face com Jesus. – respondeu-lhe o cardeal.
– Pois, monsenhor, daqui a cinco minutos o senhor estará face a face com Jesus, porque este avião vai cair. Todas as turbinas falharam e não resta nenhuma possibilidade de serem recuperadas a tempo.
– Pelo amor de Deus, não diga uma desgraça dessa não, moça!
A vida é bela, porém breve.

Extraído de “Histórias que vi, ouvi e contei” de Carlos Eduardo Esmeraldo, Premius Editora, 2005, p.17

Recadinho para Ângela Lôbo do seu amigo seceto.




Ângela,
Com os versos de Cecília Meireles vim lhe desejar uma boa noite, uma boa semana!
Abraços!

QUERO SER O TEU POEMA


Hoje eu quero escrever o verso nunca escrito..

E sonhar o sonho nunca imaginado!


Hoje quero ser página aveludada

para que componhas em beijos

todas as fantasias que nunca vivi

e todos os delírios que nunca apeteci!


Quero que fiquem marcadas no meu coração

as interrogações do silêncio...

as verdades das exclamações

E as reticências das surpresas !


Para que amanhã em tatuagens eu sinta
no nascer de outro dia

a certeza de que ficou dentro de mim

o mais belo poema que o teu corpo...

escreveu sobre o meu corpo!

Amanhã é o dia do samba ... Vamos começar a comemorar?

General da banda - Blecaute - por Norma Hauer


Chegou o general da banda, iê,iê,
Chegou o general da banda, ei,á..."

Esse foi um grande sucesso do carnaval de 1950, na voz de Otávio Henrique de Oliveira.
E quem foi esse cantor, que nasceu na cidade de Espírito Santo de Pinhal, no Estado de São Paulo, no dia 5 de dezembro de 1919 ? Foi, tão somente BLECAUTE, como ficou conhecido em todo o Brasil, mesmo antes de ser o "general da banda".

Foi em 1933 que ele estreou na Rádio Tupi de São Paulo, vindo no ano seguinte para o Rio de Janeiro, para a então Rádio Educadora(hoje Tamoio) depois para a Mauá e,finalmente, para aquela onde todos queriam atuar: Rádio Nacional.

Tomando parte no programa Manuel Barcelos, logo começou sua carreira vitoriosa, principalmente no carnaval, quando teve seu primeiro grande sucesso(em 1949)com "Pedreiro Valdemar",de Roberto Martins e Wilson Batista. O pedreiro Valdemar é aquele que faz "tanta casa e não tem casa p'ra morar e que constrói um edifício e depois não pode entrar".

A dupla Klécius Caldas e Armando Cavalcanti(por sinal dois oficiais do Exército)deu para Blecaute,no ano de 52, outro grande sucesso:"Maria Candelária",a "alta funcionária, que saltou de para-quedas e caiu na letra O..." Essa letra era a mais alta que um funcionário (no caso os Professores Catedráticos) poderiam alcançar no serviço público.

Ainda a mesma dupla deu para Blecaute outras músicas que marcaram o carnaval,como "Papai Adão";"Piada de Salão" e "Maria Escandalosa"(anos de 51,54 e 56). Em 56,da mesma dupla, mais um sucesso:"Maria Champanhota"
Blecaute também foi compositor e, de sua autoria, em homenagem a seu clube do coração, gravou o samba "Torcedor do Mengo", que na outra face do disco de 78 rotações,recebeu,na voz de Jorge Veiga, o "Hino da Torcida do Flamengo".

Para o Natal, compôs "Natal das Crianças", sucesso sempre, que recebeu originalmente a gravação de Carlos Galhardo.

Em 1968,ao lado de Marlene e Nuno Roland, apresentou na Boate Casa Grande, no Leblon, durante vários meses, o espetáculo "Carnavália", qwue, gravado pelo Museu da Imagem e do Som, foi lançado, em trabalho especial de Ricardo Cravo Albin, em dois LPs. especiais.

Blecaute faleceu aqui no Rio de Janeiro, no dia 9 de fevereiro de 1983, mas seus sucessos estão aí até hoje. Agora, em tempo de Natal, ouviremos "Natal das Crianças" em "shoppings", rádios e anúncios de TV.


Norma Hauer

Apenas mais uma canção de amor - por Ângela Lôbo






"Princesa sem Príncipe" - por Socorro Moreira


Começou Dezembro... Não visitei o centro da cidade. Iria procurar nas vitrines o toque dos natais antigos; ouvir músicas natalinas. Não quis arriscar. Aliás, ando um tanto chateada... Tenho reencontrado amigas do passado, em visita ao Crato, e é unânime: “Crato é uma princesa sem príncipe”!
Finais de semana, sexta, sábado e domingo, passearam nas praças, no calçadão, e só encontraram descuido e abandono. Escutei as lamentações: e você não se movimenta pra mudar a situação?
E acha que uma andorinha sozinha faz verão? Claro que a gente (população) é responsável, em parte, pela praça sempre suja de plásticos, papéis. Isso espelha a educação do seu povo.
E os buracos? E o chão pontilhado de negro, dos chicletes envelhecidos? Não, a praça nunca foi lavada; os canteiros não são cuidados, e a aparência é horrível. Até os artistas perderam a sua base, nos bancos da praça.
Entramos no “Olhar”, e fomos recebidas pela Gabriella. Outro desencanto. A moça tem intenções de criar um quartel cultural, mas tem sido podada, em todos os sentidos. Paramos no “Lá na praça”. Lugar agradável, onde é servido um lanche delicioso. Mas não se pode tomar uma cervejinha gelada (pedida do calor , nesse fim de ano), nem fumar (até entendo...); no Bem Doce tinha uma música alta... Inquietante! Eu que adoro música de todos os gêneros, descobri que nunca ouvira tocar nenhuma daquele repertório (alguém segredou: são das duplas sertanejas). A antiga Choupana estava um tanto sombria... Nem entramos. Voltamos para a praça. Ulisses Germano passou com um bandolim, e nos agraciou com uns chorinhos. O momento era mesmo nostálgico... Tipo hora da saudade. Gente era uma noite de sexta-feira, e a Praça da Sé, o coração pulsante de uma cidade interiorana estava feia, suja e triste. Como não lembrar um tempo, em que essa princesa foi linda?
Foi quando recebi o ultimato: escreva um texto, em que o título seja: Princesa sem Príncipe!
Fico bloqueada para falar de coisas tristes, na minha impotência de nada fazer.Só queria a minha cidade, pelo menos, limpa !
A foto é de Nilo Sérgio. Não tivemos coragem de fotograr o que vimos...

Hoje é dia de pecar ...Camarão à grega .

Sirva com Arroz à grega , batatas fritas e molho tártaro

Ingredientes

1 kg de camarão
1 limão
1 dente de alho
1 Sal temperado
coentro a gosto
1 óleo
1 ovo
1 farinha de trigo
1 farinha de rosca

Preparo

Limpe os camarões crus e tempere com alho, sal, coentro e limão, deixando em repouso, após temperados, por algum tempo. Quase à hora de servir, retire os camarões do tempero, escorra bem e enxugue bastante. Passe na farinha de trigo, nos ovos mexidos e, finalmente, na farinha de rosca. Comprima com as mãos para ajudar o empanado. Frite em bastante óleo.

Um tempo que ainda existe - por Rosa Guerrera


Hoje fiquei por muito tempo olhando a foto dessa menina gorducha numa velha moldura pendurada na parede do meu quarto. E fiquei imaginando quantos janeiros e quantas alamedas nos distanciam hoje ... Será que essa menina ainda me reconhece nos dias atuais, ou serei eu que não consigo mais lembra-la nitidamente? Com a idade que eu tinha nessa foto, é óbvio que não recordo de nenhum detalhe da minha vida, mas imagino que o colorido do meu mundo era aquele igual de todas as crianças com 2 anos. E me pergunto: "Porque será que a gente cresce"? Por que com o passar dos anos as nuances da nossa vida vão adquirindo cores tão diversas?
Curioso é que essa foto mesmo com o caminhar do tempo sempre foi pendurada numa parede em todas as casas que morei ... Terá sido por ironia, por acaso, ou poesia que ela me acompanha até hoje? Ou quem sabe para que eu encontre vez por outra um espaço tranquilo para superar as dores, apagar mágoas ou aperfeiçoar experiências vividas ...
Sinceramente, não sei! Só sei que hoje olhando essa foto, uma menina de rosto redondo pareceu sorrir para mim. E não nego: fiquei por demais feliz por ter entendido que ainda estamos bem pertinho uma da outra.

por rosa guerrera

Pensamento para o Dia 01/12/2009


“A criação deve ser vista como um Palco Cósmico. Deus é o diretor e o grupo de atores nesse jogo. Ele atribui todos os papéis dos personagens. Todas as criaturas do mundo são manifestações do Divino. O bem e o mal no mundo são expressões da consciência Divina. O homem não deve se enganar por essas expressões. Por trás de todas as diferentes ações dos atores, o diretor Divino está trabalhando. É preciso ter consciência de que, embora os nomes e formas possam variar, línguas e nacionalidades possam ser diferentes, a raça humana é uma em sua essência divina.”
Sathya Sai Baba

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“A ilusão causa os maus sentimentos que surgem em seu coração e em sua mente. Uma pessoa pode ter uma mente ruim, mas, com as bênçãos dos mais velhos e na companhia de almas nobres, ela pode facilmente se livrar das tendências nocivas e desenvolver as virtudes. As pessoas empreendem várias práticas espirituais para alcançar a Divindade. Evite a má companhia, busque a boa companhia, realize sempre ações corretas e discrimine entre o permanente e o efêmero (Thyaja Durjana Samsargam; Bhaja Sadhu Samagamam; Kuru Punyam Ahorathram; Smara Nityam Anityatham).”

Sathya Sai Baba
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Amigos/as Cearenses a gente tem em toda parte...

Recebi hoje um e-mail de um amigo cearense, sobrinho de Seu Luiz Gonzaga e Dona Margarida (irmã de Alagoano). Ele reside em Porto Alegre há muito tempo, é médico e sempre muito ligado ao nosso Ceará e igualmente aos movimentos culturais da região - inclusive em Crato.
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Marcelo Mourão é, portanto, amigo de longa data. Eu havia investigado a possibilidade de ele colaborar com o Cariricaturas visto que ele tem um vasto conhecimento sobre a região e é ligado à terra por laços familiares, mas ele postergou esta possibilidade até voltar de férias no Canadá, onde seus filhos moram, e depois de dar uma "espichadinha" pela Europa, sempre passando pela França.
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Deixo aqui o e-mail dele quando de sua passagem pelo Cariricaturas:
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Claude,

Hoje eu "caminhei pelo blog Cariricaturas do início até o final.
Fiquei surpreso com a presença do Mario Quintana ... Velhinho adorável. Tive o imenso prazer de conhecer o Poeta. Figura tradicional no centro de Porto Alegre. Morava em um Hotel no centro, chamado Majestic, foi o melhor hotel da cidade na década de 30 e 40. Era lá que se hospedava Getulio Vargas quando vinha a Porto Alegre quando dirigiu o Brasil pela primeira vez. O Hotel ia ser demoliodo na década de oitenta, quando um decreto do Governo Estadual o desapropriou e o transformou em um monumento a cultura gaúcha, virou a Casa de Cultura Mario Quintana ou simplesmente CCMQ como é conhecida. Foi o maior reconhecimento que o povo gaúcho poderia fazer ao Poeta AINDA EM VIDA, diga-se de passagem.

A Feira do Livro de Porto Alegre, evento que ocorre anualmente no final de outubro início de novembro, são duas semanas de livro na praça, contava com a presença obrigatória do Poeta. A primeira sem ele foi muito triste, todos sentiam a falta daquela figura doce e solicita que caminhava entre as barracas de livros distribuindo autografos e simpatia.

Ainda hoje as suas re-edições sempre ficam entre os mais vendidos na Feira.

Falo tudo isso porque quando vi tanto poema do Quintana no Blog, eu ia escrever justamente sobre a CCMQ, mas tudo o que podia ser dito ou mostrado já está lá.

Aproveito para lhe mandar o poema que foi a razão segunda, de eu me apaixonar por Porto Alegre, chama-se O Mapa.

Veja a sensibilidade do poeta...

O Mapa

Olho o Mapa da cidade
Como quem examinasse
A anatomia de um corpo...

(É nem que fosse o meu corpo)

Sinto uma dor infinita
Das ruas de Porto Alegre
Onde jamais passarei...

Há tanta esquina esquisita,
Tanta nuança de paredes,
Há tanta moça bonita
Nas ruas que não andei
(E há uma rua encantada
Que nem em sonho sonhei...)

Quiando eu for, um dia desses,
Poeira ou folha levada
No vento da madrugada,
Serei um pouco do nada
Invisível, delicioso
Que faz com que o teu ar
Pareça mais um olhar,
Suave mistério amoroso,
Cidade do meu andar
(Deste já tão longo andar!)

E talvez de meu repouso...


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Um abraço,

Marcelo
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Uma rosa para Rosa Guerrera - do amigo secreto



Rosa é uma rosa que fala , e escreve belamente !


A poesia de Lupeu Lacerda




Lupeu Lacerda

está na revista Muito

do Jornal A Tarde de 14/12/2008



JONAS CABE DENTRO DE UMA BALEIA.

UM QUADRO DE MIRÓ CABE DENTRO DE UMA BALEIA.

UMA BAILARINA SALTANDO CABE DENTRO DE UMA BALEIA.

CABEM MUITOS LIVROS E MUITOS POETAS DENTRO DE UMA BALEIA.

CABE UM PRATO DE BAIÃO DE DOIS COM PEQUI DENTRO DE UMA BALEIA.

A VOZ DE UM CANTOR DE BLUES CABE DENTRO DE UMA BALEIA.

UMA BALEIA CABE DENTRO DE UMA BALEIA.

A FOME, OS OLHOS DOS MENINOS DE RUA,

AS BALAS DOS REVÓLVERES ASSASSINOS

NÃO CABEM DENTRO DE UMA BALEIA.

Lupeu Lacerda

O Convidado ( conto), de Murilo Rubião



No conto O Convidado, o autor, Murilo Rubião, tem 3 objetivos: anunciar o fato; deixar o leitor perplexo diante do fato e fazer com que o leitor se acostume ao fato - seja ele estranho ou não.

A intriga gira em torno do percurso da personagem central Alferes, que preocupado em chegar a uma misteriosa festa de fantasia para a qual é convidado, não mais consegue se desvencilhar dela, nem achar o seu caminho de volta. A festa apresenta-se como uma verdadeira encenação, onde um grupo social espera por alguem que, além de não se saber quem é, também não aparece.

Personagens

José Alferes - protagonista.
Faetonte - motorista.
Astérope - convidada da festa.
Débora - moradora do hotel.

Enredo

José Alferes mora na cidade há apenas quatro meses, seus laços de amizades eram muito curtos, limitando-se aos funcionários do hotel onde morava e a outra pensionista que morava no mesmo andar - Débora.

Naquele dia chegou para ele um convite para uma festa. Nada estava mencionado: data, horário e local. Achou estranho. Pensou que era um trote; depois, pela caligrafia feminina, atribuiu a Débora. O fato é que, sem os referenciais de festa, decide-se por averiguar isto. Inicialmente, procura na loja de aluguel de roupas, onde lhe dão uma resposta evasiva.

À noite, vestido para a tal festa, procura por Faetonte (taxista que sabia de toda a vida noturna da cidade), para o levar. Ao chegar, três senhores afirmam que o verdadeiro convidado ainda não tinha chegado, podendo José provocar certa confusão nas pessoas presentes, achando que era ele. Daí a necessidade de se desfazer possíveis equívocos.

Embora todos tenham sido cordiais com José Alferes, este se sente meio isolado, pois em todas as rodas de conversa o assunto é único: "a criação e corridas de cavalo". Encontra-se com uma linda mulher - Astérope. Saem dali e ele não consegue entender o porquê daquela mulher estar esperando “o convidado" para deitar com ele.

Não suportando mais nada disso, retorna ao táxi para ir embora. O motorista se recusa, alegando estar à disposição dos organizadores da festa. José tenta ir só, retorna machucado de alguns tombos que levara. Implora, tenta o suborno, mas nada disso motiva o taxista, até surgir Astérope e conduzi-lo para a festa.

Análise

O tempo da narrativa é cronológico. Embora não seja definida a data, toda ação se passa no transcorrer de alguns dias.

O espaço é o perímetro urbano de uma cidade não nomeada (onde o protagonista transita entre o hotel, a loja de aluguel de roupas e o local da festa).

Neste conto, o protagonista é inserido em uma situação um tanto absurda: ser convidado a ir a uma festa e não poder se desvincular desta situação.
Como é comum o “Realismo Simbólico” na obra de Murilo Rubião, este conto trabalha alegoricamente uma alusão à Inconfidência Mineira. Nesta ótica, José Alferes seria uma representação simbólica de Tiradentes, sendo levado a uma situação sem retorno, onde demonstra um caráter passivo.

O conto de Murilo Rubião “O Convidado” é narrado em terceira pessoa, onisciente, e o fantástico nesta história se rotiniza na medida em que o protagonista, no
caso, o “falso convidado” Alferes, é uma pessoa comum que está hospedada num hotel, por algum motivo que não é esclarecido (e também não importa para o leitor), mas que, concretamente, recebe pelo correio um convite para ir a uma recepção.

A partir daí, a história vai acontecendo, aparentemente dentro de um cotidiano “real”, se não fosse pela sucessão de fatos “estranhos” que vão surgindo no enredo
da narrativa, como por exemplo o fato de no convite não constar a data, hora e local da festa e ainda, tampouco sabe-se quem está promovendo o evento. Mesmo assim, percebe-se que o autor-narrador, procura dar certa "naturalidade" ao que está acontecendo e, nesses termos, improvisa algumas situações, como por exemplo o fato do motorista saber o local da festa, já que “costumava” levar personagens ilustres para divertimentos noturnos e até mesmo o fato do auto-convencimento de Alferes para ir à solenidade achando que o convite poderia ter partido de alguém que admirava e portanto, naquele momento - em que ele precisava sentir algo mais concreto para aceitar o imprevisto - a lembrança da colega era motivo suficiente para a sua ida.

No momento em que a incerteza começa a tomar conta de Alferes o leitor também hesita. Percebe-se que algo está sendo ocultado tanto de Alferes quanto do
leitor, que passa a ser seu cúmplice. A dúvida surge e permanece. Desafia-se a razão. O estar no mundo de Alferes é visto como uma experiência quase sem
solução.

Tal incerteza é típica das narrativas "fantásticas", nas quais o elemento “misterioso” intervém no curso normal dos fatos, provocando uma ruptura, um “suspense”. Daí, parte-se para o desvendamento do mistério, o que pode ou não ocorrer no final do conto. No caso das narrativas de Rubião, a ambigüidade costuma
permanecer até o final da história, deixando que o leitor faça a dedução dos fatos finais, geralmente implícitos.

O final sugere que aquela mulher misteriosa (Astérope), provavelmente é a tal convidada que se espera, no caso, a morte - que veio buscar Alferes, ao que parece - seu convidado. Isto é apenas uma sugestão, as pistas levam o leitor a pensar e extrair outros sentidos.

Percebe-se que o dado “sobrenatural” é um artifício da imaginação para remeter a conflitos originários da própria realidade, desvendando dramas da existência humana, no caso, a angústia que os eventos sociais provocam fica bem retratada, assim como o artificialismo e a ausência de sentido, para alguns, das cerimonias sociais.

Uma figura sutil e ao mesmo tempo dúbia nesse conto é Faetonte, motorista de táxi. Um personagem da mitologia grega de mesmo nome, filho do sol, que ao
conduzir o carro divino, inexperiente, passou muito próximo da terra e incendiou-a e Zeus fulminou-o com um raio. "Aqui jaz Faetonte, cocheiro do carro paterno; se não pode dirigi-lo, pelo menos morreu por ter tentado, corajosamente, um grande feito" (Públio Ovídeo Nasão, 1983, p. 35). Faetonte é relacionado a tudo que brilha, uma vez que o incêndio que provocou iluminou o mundo. No conto, é um chofer experiente, conhece o trajeto e o local a que deve levar o convidado. Não parece em nada com o cocheiro inexperiente que dirigiu o carro divino. Uma aura de mistério envolve Faetonte como se algo fosse acontecer. Nega-se a trazer Alferes de volta, a despeito dos insistentes pedidos que recebeu e nem tampouco se incomoda com a inquietação daquele passageiro. Mantém-se indiferente, apenas cumprindo o seu dever de motorista.

Trata-se de um "fantástico" moderno, uma vez que nenhuma explicação "convincente" é dada aos fatos estranhos e o final da história é inconcluso e ambígüo. Próximo ao mito, onde vive e sobrevive o insólito, tudo pode acontecer, mesmo as coisas mais absurdas, deixando sempre aquela interrogação: o “fantástico” ainda está aí ou já se desvanceu? O leitor, quando percebe, ainda está envolto pela nevasca que soprava da leitura.

Fontes: Colégio Pró Campus Profª Ms. Terezinha de Jesus Lopes Ferreira Leite, Unicamp.

Parabéns, Rejane Gonçalves ! - Você é um presente para o Cariricaturas !


A singeleza e beleza da flor do pequi, lembrando-lhe que, você Tornou-se uma de nós, quando casou-se com um moço da Ponta da Serra.
Flores do Campo, na sua colorida alegria, e simplicidade de vida!


O Bolo está pronto. Velas acesas esperam o canto e a faca amolada da partilha.
Conte com os seus tantos amigos.
Amamos você, Rejane!





Feliz aniversário!
Abraços do Cariricaturas.

1 de Dezembro - aniversário do cineasta Wood Allen



"As pessoas boas dormem muito melhor à noite do que as pessoas más. Claro, durante o dia as pessoas más se divertem muito mais.

Eu era muito jovem para ter um carro, então transava com as moças no banco de trás de minha bicicleta.

Mais do que em qualquer outra época, a humanidade está numa encruzilhada. Um caminho leva ao desespero absoluto. O outro, à total extinção. Vamos rezar para que tenhamos a sabedoria de saber escolher.
Não despreze a masturbação - é fazer sexo com a pessoa que você mais ama.

Não é que eu tenha medo de morrer. É que eu não quero estar lá na hora que isso acontecer.

Não quero atingir a imortalidade com meu trabalho, mas sim não morrendo.
O cérebro é o meu segundo órgão favorito.

Quando eu era pequeno, meus pais descobriram que eu tinha tendências masoquistas. Aí me passaram a me bater todo dia, para ver se eu parava com aquilo.


O homem explora o homem e por vezes é o contrário.

Eu caminhava pela floresta pensando em Cristo. Se ele era carpinteiro, quanto será que cobrava pelas prateleiras?

A liberdade é o oxigênio da alma

O politico de carreira é aquele que faz de cada solução um problema.

É muito difícil fazer sua cabeça e
seu coração trabalharem juntos.
No meu caso, eles não são nem amigos.
(Crimes e Pecados)

Noventa por cento do sucesso se baseia simplesmente em insistir.

Tenho vontade de voltar pro útero. Qualquer útero. "

woody allen

PARA O POETA ASSIS LIMA

Uma homenagem de Stela, amiga que não é secreta, pois desde crianças amamos os milharais, os arrozais, as cheias do rio Carás.

MILHARAIS
Zila Mamede

Nos milharais plantados (minha infância),
recém-nascidas chuvas pelos rios
que rebentavam adubando várzeas
onde meus pés-meninos se afundavam
no cheiro fofo do paul novinho.
Terra multipartida, covas conchas,
das mãos de meu avô descendo o grão.
Pela manhã íamos ver as roças
à superfície fruto devolvendo
-folhinhas enroladas,verde calmo
se desfiando ao sol, em sol, de sol.
Quando escorriam outros aguaceiros
os dedinhos do milho iam subindo
em vertical, depois abrindo os braços
e já mais tarde o milharal surgia
os pendões leques leves abanando
o triunfal aceno da chegada.
E vinha logo a quebra das espigas,
eu chorava de pena, elas dobravam-se
por sobre o caule, tesas deslizando
no chão, nos aventais apanhadores,
sua palha entreaberta - riso triste
de quem, nascido, vê-se morto infante,
pois sendo espigas tenras, de repente
logo viravam massa, logo, pão.
Eu as tomava com temor doçura,
trançava seus cabelos, embalava-as:
eram espigas não, eram bonecas
que me aqueciam, eu as maternava
lavando-as, penteando-as, libertando-as
de gumes de moinhos e de fomes
dos animais domésticos, ancinhos
fogueiras de São João. Pelos terreiros
procuro em vão os milharais vermelhos
de vermelhas papoulas adornando
as vaidosas tranças das espigas -
bonecas brancas, minha meninice,
meu avô, habitando agora um campo
onde ele, em vez do milho, é uma semente,
meu avô minha avó, os milharais,
não tendo mais infância, tenho-a mais.

Figurante - Por Rejane Gonçalves



Comecei a rejeitar Emanuel ao perceber que ele se dava bem com a solidão. Dividi a casa ao meio e cada um tomou um pedaço. A mim coube o menor, quis ser justa, erguer a parede fora uma idéia minha. Ele não reclamou, ficava parado, vendo a casa pouco a pouco transformar-se em duas.
Aos oito anos, para que eu me curasse do hábito de comer terra, obrigaram-me a mascar folhas de fumo. Desde sempre, fumo cachimbo e como barro; minha língua acostumou-se ao roçar dos grãos arenosos e, quando o barro é colhido depois de uma breve chuva, um sumo marrom me escorre pelos cantos da boca, igual me escapa dos lábios o sumo transparente da pêra aguacenta. Sou dessas pessoas de quem dificilmente se consegue tirar alguma coisa, antes acrescentam outras. Engordei muito, talvez devesse mesmo ter dividido a casa. Desse lado eu só, do outro, ela e Emanuel.
Sobre mim o vidro embaçado, o avesso da roupa, a camada de tinta, apenas a lembrança turva dessas coisas que acabo de contar, se bem que falei mais para dentro do que para fora, como se fosse um treinamento, um jogo de desesquecer. Desabituei-me das pessoas, só lhe atendi pela curiosidade de saber se, num corpo, continua tudo igual. Agora você pode ir, a casa de Emanuel é a outra, colada em mim. Não, é impossível que você tenha vindo à minha procura, queira me entrevistar, sim, você tem razão quando afirma que a escritora sou eu, era, faz tempo que houve uma inversão. O que posso lhe adiantar é que depois das muitas histórias, do fazer e refazer criaturas, das incontáveis camadas de tinta a encobrir o mundo real, a atenção tem que ser redobrada, um pequeno descuido e os papéis se invertem. Eu achei que estava no comando, até o dia em que me percebi capturada no início de uma história, presa num espaço exíguo, poucas linhas, todas retas, nenhuma possibilidade de curvas, de tropeções em uma pedra qualquer, parágrafos previamente estabelecidos, hora certa de acabar, justificativa frágil para o corte do argumento, a mesquinhez do ponto, ponto final; até que senti o pincel cobrir-me com uma tinta amarela, bem pálida; até que mal enxerguei Emanuel que se preparava para outra demão e desistiu, como se temesse me avivar as cores. Não teve o amor, a consideração que eu sempre dispensei a ele, nem passou dias e noites a escolher os tons certos, a morrer engasgado com a bolha de ar que, dependendo da posição do pincel, tende a formar-se na textura da tinta. Fez-me um personagem esmaecido, aqueles que nas histórias não têm importância alguma. Bata à porta de Emanuel, ele é quem me inventa, quem sabe tudo sobre mim, quem coloca as palavras na minha boca, quem tem medo de trocar a cor da tinta. Que eu me lembre, ele nunca chegou aos pés do que eu fui. Ele é cauteloso, ciente dos perigos, protetor feito um cão de guarda, não é que não nos deixe sair à rua, deixa, mas se debruça na janela e mantém a porta escancarada, para que possa sair rápido e alcançar num tempo bem curto a criatura que, em busca de um distanciamento, tome um gole maior de fôlego.
Se eu me arrependo? Não, não. Por quê? Ora, por quê? Escreva aí, Emanuel, embora seja capaz, não enxerga claridade na sombra, não teria, pois, a coragem de se permitir criar um Emanuel.


(obs. Enviei este conto para o 5º Prêmio Maximiano Campos de Literatura- em 28 de julho de 2009 – Postei no site às 2l.57. (pseudônimo: pão-ázimo)

Rejane Gonçalves