Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Amigos/as Cearenses a gente tem em toda parte...

Recebi hoje um e-mail de um amigo cearense, sobrinho de Seu Luiz Gonzaga e Dona Margarida (irmã de Alagoano). Ele reside em Porto Alegre há muito tempo, é médico e sempre muito ligado ao nosso Ceará e igualmente aos movimentos culturais da região - inclusive em Crato.
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Marcelo Mourão é, portanto, amigo de longa data. Eu havia investigado a possibilidade de ele colaborar com o Cariricaturas visto que ele tem um vasto conhecimento sobre a região e é ligado à terra por laços familiares, mas ele postergou esta possibilidade até voltar de férias no Canadá, onde seus filhos moram, e depois de dar uma "espichadinha" pela Europa, sempre passando pela França.
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Deixo aqui o e-mail dele quando de sua passagem pelo Cariricaturas:
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Claude,

Hoje eu "caminhei pelo blog Cariricaturas do início até o final.
Fiquei surpreso com a presença do Mario Quintana ... Velhinho adorável. Tive o imenso prazer de conhecer o Poeta. Figura tradicional no centro de Porto Alegre. Morava em um Hotel no centro, chamado Majestic, foi o melhor hotel da cidade na década de 30 e 40. Era lá que se hospedava Getulio Vargas quando vinha a Porto Alegre quando dirigiu o Brasil pela primeira vez. O Hotel ia ser demoliodo na década de oitenta, quando um decreto do Governo Estadual o desapropriou e o transformou em um monumento a cultura gaúcha, virou a Casa de Cultura Mario Quintana ou simplesmente CCMQ como é conhecida. Foi o maior reconhecimento que o povo gaúcho poderia fazer ao Poeta AINDA EM VIDA, diga-se de passagem.

A Feira do Livro de Porto Alegre, evento que ocorre anualmente no final de outubro início de novembro, são duas semanas de livro na praça, contava com a presença obrigatória do Poeta. A primeira sem ele foi muito triste, todos sentiam a falta daquela figura doce e solicita que caminhava entre as barracas de livros distribuindo autografos e simpatia.

Ainda hoje as suas re-edições sempre ficam entre os mais vendidos na Feira.

Falo tudo isso porque quando vi tanto poema do Quintana no Blog, eu ia escrever justamente sobre a CCMQ, mas tudo o que podia ser dito ou mostrado já está lá.

Aproveito para lhe mandar o poema que foi a razão segunda, de eu me apaixonar por Porto Alegre, chama-se O Mapa.

Veja a sensibilidade do poeta...

O Mapa

Olho o Mapa da cidade
Como quem examinasse
A anatomia de um corpo...

(É nem que fosse o meu corpo)

Sinto uma dor infinita
Das ruas de Porto Alegre
Onde jamais passarei...

Há tanta esquina esquisita,
Tanta nuança de paredes,
Há tanta moça bonita
Nas ruas que não andei
(E há uma rua encantada
Que nem em sonho sonhei...)

Quiando eu for, um dia desses,
Poeira ou folha levada
No vento da madrugada,
Serei um pouco do nada
Invisível, delicioso
Que faz com que o teu ar
Pareça mais um olhar,
Suave mistério amoroso,
Cidade do meu andar
(Deste já tão longo andar!)

E talvez de meu repouso...


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Um abraço,

Marcelo
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Um comentário:

socorro moreira disse...

Marcelo Mourão nos emocionou.


Abraços.