Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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domingo, 5 de agosto de 2012

Relembrando dom Francisco Xavier Nierhoff -- por Armando Lopes Rafael


"À heroica memória de todos os outros servos de Deus cuja devoção não merecemos, de cujas orações não somos dignos, de cujo amor não somos merecedores e cujos trabalhos incessantes são conhecidos apenas por Deus".–Taylor Caldwell, na abertura do seu livro “Servos de Deus”.


   Por ocasião do início – nesta segunda feira, dia 6 de agosto –   do retiro do clero da Diocese de Floresta-Pernambuco, no Centro de Expansão Dom Vicente Matos, surge a oportunidade de prestarmos uma pequena homenagem a dom Francisco Xavier Nierhoff,  primeiro bispo daquela diocese, localizada no adusto sertão pernambucano.

    Na verdade, a diocese de Floresta foi criada, pela primeira vez, em 1910, mas, devido às secas que assolavam constantemente o semiárido nordestino – provocando êxodo e inviabilizando economicamente parte do sertão do Pajeú  –  a diocese foi extinta e anexada –  em 1918 – à  Diocese de Pesqueira. Em 15 de fevereiro de 1964, o Vaticano recriou a  Diocese de Floresta e nomeou como seu primeiro bispo – nesta nova fase – um sacerdote que residia em Crato desde 1943: o padre Francisco Xavier Nierhoff, à época diretor do Seminário Sagrada Família de Crato.

    Padre Xavier Nierhoff – que apesar do sobrenome não era parente de padre Frederico – exerceu profícuo sacerdócio em Crato durante 21 anos. Foi o primeiro vigário da Paróquia de São Vicente Ferrer de Crato tendo ali permanecido entre 1947 e 1948. Acompanhou, desde 1943 – quando aqui chegou –  a construção do Seminário da Sagrada Família de Crato. Naquele educandário  foi Professor, Prefeito de Disciplina e Reitor. Nesse posto recebeu em 1964 a designação para a  Diocese de Floresta, recriada pelo Papa Paulo VI, tendo assumido suas funções episcopais  em 05 de janeiro de  1965.

     Dom Xavier é reconhecido – dentre outras qualidades – como um bispo dinâmico e empreendedor.  Só para citar um exemplo: na cidade de Floresta ele construiu, dentre outras obras,  a nova e imponente  Catedral do Senhor Bom Jesus dos Aflitos; o Palácio Episcopal;  o Colégio Diocesano de Floresta e o Centro de Expansão daquela diocese.

    Em 1988, ele renunciou à condição de bispo – por limite  da idade –, e foi residir na cidade de Belém do São Francisco, localizada na mesma diocese que governou. Como bispo-emérito continuou a exercer seus deveres sacerdotais: celebrando, confessando, aconselhando e, sobretudo,   construindo novas obras sociais para ajudar os pobres.

     Em síntese, dom Francisco Xavier Nierhoff foi mais um dos abnegados e predestinados apóstolos de Cristo no Nordeste brasileiro. Para tanto, teve de deixar, em 1937,   o seu torrão natal – a cidade alemã de Frondenberg, conhecida por suas baixas temperaturas, e se fixou nestas paragens do semiárido nordestino, conhecido pelo desconforto da pobreza e por suas elevadas temperaturas. Entre nós,  ele deixou o registro de uma vida benemérita e nobre a serviço da causa da evangelização.