Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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quinta-feira, 16 de junho de 2011

Reclamam da falta de eventos, e quando fazem eventos, eles não vão - Só sabem reclamar !



E Cadê aqueles Cratenses que reclamam tanto da falta de Cinema no Crato ?

Tem gente que só sabe mesmo é reclamar! Vejo aí pelo Blog do Crato, volta e meia aparece aquele velho jargão de que o Crato já teve 5 cinemas, e hoje não tem nenhum. Acontece que por esses dias, com um GRANDE, eu diria até monumental esforço dos Cineastas, Amantes da Sétima Arte, Governo Municipal, URCA e outras entidades, em sinergia, se conseguiu fazer pela primeira vez em muitos anos, uma Mostra de Cinema na cidade do Crato.

E Quem é o Público presente ?

Aqui eu pergunto: Quem é o público presente neste evento ? porventura, seriam aqueles que sempre se alvoroçam em reclamar da falta de cinemas na cidade ? Seriam aqueles que reclamam das desgraças que acontecem no Crato ? O público que lá está firme e forte conhecendo os trabalhos produzidos pelo Crato, seriam os eternos apostadores do "Quanto pior, melhor ?"

Um sonoro: NÃO !

O Público que lá está, são as pessoas que ainda acreditam e lutam para que o Crato dê certo. São os que pegam nas ferramentas e tentam mudar a realizade. São pessoas que jamais deixaram de lutar e acreditar que é possível se fazer grandes coisas aqui no Crato. E afinal, Cadê os eternos lamentadores de Plantão ? Porque não vão à mostra Crato de Cinema e Vídeo, conhecer os trabalhos, conversar, trocar idéias, e aproveitar para contribuir com sugestões ?

Por uma simples resposta: Esse pessoal só sabe reclamar. Quando acontecem shows na cidade, não comparecem. Quando acontecem eventos importantes, reuniões que decirá os destinos do povo, eles não vão. Não vão, e acham que do alto da sua ignorância, podem criticar as iniciativas daqueles que fazem alguma coisa pelo bem da cidade, apenas escrevendo besteiras, e falando outras besteiras pelos bares da cidade. fazer algo de concreto, NECAS! - Preferem ficar comodamente com a Bunda colada em suas cadeiras vendo TV, acessando a internet e escrevendo que no Crato não se fazem eventos e nem vai pra frente.

Vamos ser CRATENSES, e não CRETINOS !
Prestigiem os eventos da nossa cidade...
Compareçam à I Mostra Crato de Cinema e Vídeo.

Por: Dihelson Mendonça
O.B.S - Ainda não vi por lá os nossos vereadores ( salvo uns 2 ) também. Porquê razão ? Não gostam de cultura ?

VÍDEO - Dr. José Flávio Vieira fala sobre a I Mostra Crato de Cinema e Vídeo




Durante toda esta semana o Blog do Crato e sites associados estarão apresentando diversas entrevistas com participantes da I Mostra Crato de Cinema e Vídeo. Cineastas, organizadores, Autroridades e o próprio público estarão sendo entrevistadas por nossa equipe.

TV Chapada do Araripe
www.chapadadoararipe.com

SESC e Penaforte:As Fronteiras do Teatro Mambembe de Cacá Araujo-Wilson Bernardo.

A cidade de Penaforte recebeu o projeto do Sesc-Ce, teatro na rua, fato inédito para aconchegante cidade que faz limites de fronteiras com Salgueiro-Pe. As fronteiras são demarcadas pelos pés, o que nesse caso as fronteiras não tem limites e são inexistentes, quando se trata de teatro e diversão mambembe, o que seria na verdade uma linguagem universal e compreendida por todods os povos, independente de credos, raça, língua e comportamento. Nesta quinta-feira a trupe cratense de Cacá e sua guerrilha chega a Mauriti-ce, que por coincidência faz fronteira com a Paraiba. Em breve esses atores heróicos, cruzaram fronteiras além mares, em busca do velho mundo dos senhores Portugais, pois que sim, viver viverás além tejo.

Como dizia Castro Alves a praça é do povo e cena da peça a Comédia Maldita
Cacá, a cigana maravilhosa e Orleina Moura cangaceira de velhas lutas do teatro do Oprimido
festa e magia contagiam o povo
Idealizador de uma guerrilha além fronteiras,que destina teatro para todos e sua socialização
A cangaceira nos bastidores, nos fez lembrar metade dos anos oitenta em Orleina?
No bom sentido Orleina a mãe teatral da gurizada nos bastidores
Wilson Bernardo(Texto & Fotografia)

Esse instrumento a mais - Emerson Monteiro

Notícia divulgada pelo jornal Diário do Nordeste, edição de 13 de junho de 2011, dá conta de uma pesquisa realizada pelo instituto Detafolha, em parceria com a agência de publicidade Box, onde são avaliados estudos a propósito da utilização, pelos jovens brasileiros, da rede internacional de computadores, a Internet, qual dispositivo de mobilização social. Dos números apurados entre 1.200 entrevistados na idade de 18 a 24 anos, 71% afirmaram que é possível fazer política usando a rede sem intermediários, como os partidos, segundo a notícia.

Isto, segundo especialistas ouvidos, revela um esgotamento do modelo tradicional de mobilização e impõe um desafio aos que pretendem assumir a representação dos jovens.

Cremos, no entanto, que a validação institucional da participação do cidadão na organização política exige sua presença também junto às agremiações partidárias, sob pena de permanecer à margem dos resultados desse processo. A contradição que isto significa são os recentes acontecimentos mundiais do Oriente. No Egito, por exemplo, diante dos esforços da agitação de multidões, o governo do presidente Hosni Mubarak conheceu sua derrota e abandonou o país.

Contudo, os dividendos dessas atitudes sociais bem sucedidas escorrerão, sem sombra de dúvidas, para a classe política já estabelecida nos partidos de antigamente, os únicos donatários habilitados nas regras do jogo e nas tradições constitucionais do Estado, o que representa a sociedade politicamente organizada.

Com isso, todo empenho das lideranças românticas, expresso através dos movimentos das massas, de novo apenas bateram as esteiras, como diz o jargão das vaquejadas, para outros puxarem o rabo do boi e ganhar os prêmios, ou as aragens do poder instituído.

Mergulhar fundo na ordem estabelecida, participar dos métodos de corpo inteiro, ou facilitar o acesso de lideranças comprometidas com os velhos valores em decomposição. No Brasil de recentes décadas, vivemos situações idênticas, nas Diretas Já e no movimento dos Caras Pintadas. Recolhidas as fixas e as bandeiras, outro time entraria no campo a fim de arrecadar o saldo para suas próprias cotas de poder.

Nesse vai e vem, há avanços, porém apenas relativos, em vista do despreparo dos verdadeiros agentes do processo da mudança. Necessitaria de continuidade e condução objetiva das ações empreendidas, invés de largar a conquista nas mãos dos oportunistas de plantão.

Sim que a Internet dispõe de amplo potencial de mobilização social, desde que consolidado junto aos demais instrumentos desenvolvidos no decorrer da história. Em consequência, longe de entregar o ouro ao bandido, a racionalização desses novos meios irá proporcionar resultados vivos em termos de utilização da tecnologia nas transformações coletivas.

Nossos "meninos/as" do vôlei - José Nilton Mariano Saraiva

24 x 16, terceiro set, placar de 2 x 0, “match point”.
Um único, mísero e solitário pontinho separava a nossa seleção feminina de vôlei da sonhada final, em mais um desses concorridos torneios oficiais internacionais, realizado em plena Europa. Foi quando, de repente... “ele” entrou em quadra e a “lambança” se estabeleceu.
Adstrito e privilégio até então do “futebol masculino” (e tão bem retratado por Nelson Rodrigues em suas épicas crônicas, já que o “futebol feminino” ainda não começara sua escalada vitoriosa), o “complexo de vira-lata” pintou no pedaço, materializou-se ali, naquele momento, tomou de conta das nossas “meninas do vôlei” e propiciou uma das mais lamentáveis, tristes e incompreensíveis derrotas já ocorrida em um jogo da modalidade.
É que, por mais paradoxal, contrariando a lógica e o bom senso, “nossas meninas”, visivelmente “apavoradas” ante a perspectiva iminente da vitória e a conseqüente passagem para a final da competição, desequilibraram-se emocionalmente, tremeram nas bases (e expressavam isso através do choro contido, em pleno jogo) e aí, saque a saque, ponto a ponto, minuto a minuto, foram cedendo, caindo, desmoronando sofregamente e em câmara lenta, ao desperdiçarem continuamente cada recepção ao saque adversário; até que o que parecia impossível se concretizou e literalmente emudeceu o mundo esportivo: Cuba 26, Brasil 24 (ou seja, foram jogados fora, sequencialmente e de forma esdrúxula, nada menos que oito oportunidades de se atingir o 25º ponto, fechando o set e determinando o “match point”). Uma tragédia sem tamanho, algo inédito, um desfecho constrangedor e inaceitável. A partir daí, nos sets seguintes, “nossas meninas” como que se eclipsaram, não mais viram a “cor da bola”, entregaram-se de vez e Cuba estabeleceu-se, tomou de conta do jogo, a partida foi ao “tie brack” e... pegamos o avião de volta pra casa. O desastre consumara-se. Irremediavelmente.
Pelo inusitado, pela circunstância atípica de como aconteceu, pela proximidade que tivemos de “detonar” as cubanas, nunca uma derrota doeu tanto, marcou com tanta profundidade (se bem que, à época, não era nenhuma “novidade”, já que os nossos “meninos(as) do vôlei” tremiam de véspera quando tinham que bater de frente com russos, americanos e cubanos).
Mas, como após o vendaval sempre vem um período de calmaria (assim como não há mal que dure para sempre), lambidas as feridas e cauterizadas as cicatrizes, o impacto do sofrido e humilhante baque acabou por funcionar como uma espécie de divisor d’aguas.
Assim, após uma necessária pausa pra absorção e reflexão do acontecido, cartas na mesa e mudança de postura através da alocação de novas verbas e maior apoio ao esporte, da preparação meticulosamente revista e ajustada, da entrega do comando técnico a reconhecidos estudiosos do assunto, do estímulo às jogadoras(es) a atuarem no exterior (onde adquiririam a necessária experiência), além do fundamental incremento do intercâmbio com os então melhores do mundo; e foi dessa forma paulatina (por cerca de 15 a 20 anos, ou mais), que as coisas foram mudando, acontecendo, transfigurando-se, num aprendizado duro, penoso e paciente. Atravessamos gerações.
Mas mudou tanto (da água pro vinho) e a lição foi tão competentemente digerida, que, hoje, num esporte por demais competitivo e praticado por atletas do mais alto nível técnico, as “meninas e meninos” do vôlei brasileiro são vistos “de baixo pra cima”, com reverência, com extremado respeito, com uma espécie de louvação a “deuses” dignos de admiração e reconhecimento (e até com inveja, por alguns) em razão da excelência do jogo praticado em quadras de todo o mundo.
Se antes tremíamos quando nos defrontávamos com os grandalhões da Rússia, Cuba e Estados Unidos (e não há porque humildemente reconhecer isso), hoje são eles que nos estudam, que procuram novas estratégias na tentativa de nos barrar, que enveredam por novos caminhos que possam obstar nossa sede insaciável de títulos (como se quiséssemos “compensar” o longo interregno perdido lá atrás): assim, somos repetidamente, ano a ano e já há um certo tempo, campeões olímpicos, campeões da liga, campeões do mundo, campeões de tudo que é competição internacional. Definitivamente, o Brasil chegou lá. E em dose dupla: nas versões masculina e feminina.
Certamente que para que tal “revolução” acontecesse, uma das pilastras indutoras fundamentais foi a transmissão dos jogos “ao vivo” pela televisão, devido ao seu “efeito pedagógico” multiplicador e imediato: o vôlei passou a ser praticado ou revigorado nas escolas e universidades, nas ruas e praças, nas cidades e no meio rural, na periferia e em lugares seletos; enfim, onde houvesse um espaço disponível para se instalar uma quadra de vôlei (ou um campo de futebol), esses espaços eram ocupados e freqüentados por uma multidão de jovens sonhadores, visionários, sedentos e ávidos em se tornarem igualmente um ídolo esportivo.
Os jogadores-heróis (detentores daquela condição que, lá atrás, Nelson Rodrigues cognominara com propriedade de “saúde de vaca premiada”, em razão da incrível força física demonstrada) foram devidamente orientados (e não se furtaram, engajando-se com satisfação) a participar dessa nova realidade, através de visitas às comunidades carentes, de pacientes incursões a hospitais onde jovens padeciam de alguma enfermidade grave (confortando-os) e, principalmente, da transmissão (via telinha) de mensagens de estímulo aos mais jovens e carentes, orientando-os, incitando-os e estimulando-os a freqüentar a escola e à prática do esporte (qualquer esporte) e, consequentemente, abandonando as ruas e fugindo do perigo cada vez maior do contato com as drogas.
Fato é que as bases foram lançadas e suas ancoras firmemente fincadas.
Isto posto, animadoras e viáveis são as perspectivas de que surjam novos Gibas, Leilas, Murilos, Natálias, Vissotos e Jacquelines, nos mais diversos rincões do país, e o Brasil continue nesse estágio fulgurante (afinal, nunca é demais aprimorar) de potencia mundial. Em todos os esportes e tendo plena consciência de que se foi difícil chegar lá, se o caminho para alcançá-lo foi por demais extenuante e sofrido... muito mais difícil será manter-se no topo.

Coisas nossas, por Zé Nilton

Algumas do Pe. Antonio Vieira que eu conheci.

Para o prof. José Teodoro Soares.

Acho que era 1988, reitorado do prof. José Teodoro Soares. Fui chamado ao gabinete, às pressas. Reencontrei o amigo Pe. Vieira, desde o Crato e no Rio de Janeiro, quando o servi como datilógrafo, “batendo” seus trabalhos por ocasião do curso de convalidação em grego, na Universidade Santa Úrsula. Um detalhe: Vieira começou o curso como aluno e terminou como professor.

Depois da felicidade do reencontro, esboçada por ele sob mil palavrões ao me desvelar, disse o magnífico:

- O Vieira quer lançar um livro, resultado do seu curso de Direito, veja como será.

Saiu o reitor; ficamos nós dois muito ocupados entre lembranças dos tempos do Rio, e as estratégias de lançamento de sua obra. Adiantou, de pronto:

- Olha, Zé, o livro é uma desgraça. Vamos bolar algo que chame a atenção sob pena de não vender um só exemplar...

- Vieira, que tal a gente pensar num júri simulado, joguei.

- Como assim, bicho “malamanhado”?

- Olha, só. A gente faz uma espécie de drama, no Salão de Atos. Você vai responder as acusações de sete jurados e a sentença final será você condenado a conferir os autógrafos. Me olhou firme e quis mais:

- E aí?

- Você será preso na cidade e trazido para a Urca, a pé. Topa? Esboçou um sorriso de alegria, e detonou:

- Bicho, tu é doido que nem eu.

Tudo organizado. Uma noite, lá estava o Pe. Vieira, sentado, no Bar da Cinelândia, ladeado por alunos do curso de Direto da Urca e pelo médico Marcos Cunha, seu amigo. Nisso, vem um camburão subindo a Rua João Pessoa, com sirena, luzes e os soldados batendo na porta do veículo. Para em frente ao Cine Cassino. Os milicos, “furiosos”, dão uma batida pelo Café Yaytera, e perguntam a algumas pessoas que debulhavam o velho papo à beira da Praça Siqueira Campos, entre elas estava o político Walter Peixoto:

- Alguém viu o Pe. Vieira por aqui ?

Todos meio zonzos não querem se comprometer, mas alguém aponta para a calçada da Cinelândia e, titubeante, entrega o Vieira.

A polícia entorna a praça, e para em frente à velha Cinelândia. Encontra o Pe. Vieira em cima de um banco, fazendo um discurso, metendo o pau no presidente. A polícia nem reparou que ele falava do presidente do Botafogo
.
Gaidô Alencar havia preparado um cassetete de pano, a pedido de Viera, porque segundo ele, tinha o corpo costurado por uma cirurgia e merecia cuidados...

De cima da escada do antigo BEC o Dr. Edilberto Figueiredo filmava tudo. Mesa posta de cervejas e refrigerantes. Com violência, os soldados interrogam os presentes, e dão voz de prisão ao procurado.

Vieira se estrebucha e os militares-alunos metem-lhe o cassetete, do lado direito, indicado por ele, sem antes chamar uns nomes feios. A mesa se espatifa. Vidros se quebram pelo chão, e a turma parte para acudir o velho padre.

De repente, uma multidão se forma. Duas senhoras, vendedoras de cachorro quente, começam a chorar dizendo conhecer o Padre, quando vigário de S. Francisco. Por que fazem tamanha crueldade àquele santo?

Algemado, Vieira é conduzido, a pé, atrás da viatura, até a Urca,
seguido por uma multidão.

O novel radialista e comunicador Roberto Bulhões, aluno do curso de Geografia, passava na hora e me perguntou:

- Professor, de que se trata? Tentei fazê-lo compreender a encenação. Quanto disse tratar-se de um “júri simulado”, na confusão instaurada, me perguntou o assustado repórter:

- E o que é júri simulado?

Auditório superlotado. Vieira havia escrito previamente as peças de acusação, e entregues a sete alunos do curso de Direto. Às acusações de ladrão, pederasta, corrupto, e mais quatro que não me lembro, fazia sua defesa com graça e trejeitos. A platéia ia ao delírio, diante de um juiz carrancudo, gordo e brabo, o prof. José Teodoro .

No final, a corte pronuncia a sentença: sentar-se à mesa empilhada de livros e autografá-los para todos os presentes. Nenhum exemplar sobrou daquela famosa noite de autógrafo.

Duas coisas que jamais me esquecerei, aliás, duas gafes. Primeira, a de Huberto Cabral, quando entrevista o Vieira adentrando o Salão de Atos, o faz sorrindo; a segunda, a de Emerson Monteiro, membro do corpo de jurados, que não entendeu o espírito da coisa, e em vez de fazer as acusações como estavam previamente estabelecidas, puxou um calhamaço de papel e começou a perorar sobre a “importância do júri simulado para a formação acadêmica”.

No outro dia Antonio Vicelmo deixou a sociedade cratense em paz ao falar no seu noticiário tratar-se de uma encenação de lançamento do livro do inesquecível Pe. Antonio Vieira.

Todos os personagens citados estão vivos, fora o nosso querido amigo, e podem testemunhar e aparar ou amparar meu escrito.

Mudando de assunto. No programa Compositores do Brasil desta quinta, uma primeira abordagem sobre a obra musical de Erasmo Carlos nos seus setenta anos. Começa às 14 horas pela Rádio Educadora do Cariri. Escute também pela web: radioeducadora1020.com.br

Bom fim de semana.

Programação da I Mostra Crato de Cinema e Vídeo - Dia 16/06, Quinta-Feira

9h – Exibição de curtas da ONG “VERDE VIDA” – Mestres da Cultura, de Genivan Brasil e Paulo Fuiska. “Box de Vídeos”, dos alunos do Verde Vida.

10h – Exibição do curta “Assombrações do Cariri”, documentário de Jackson Bantim.

14h - Exibição dos curtas: “Matando a Fome”, de Franciolli Luciano; “Músicos Camponeses” e “Chapada do Araripe - Como foi, como será? (parte III)”, de Jefferson de Albuquerque Jr.

15h10 - Exibição do curta “Seu Mundô, O Guardião da Floresta”, de Laerto Xenofonte.

15h30 - Roda de Conversa: “Estórias de Cinema: colóquio com cineastas, produtores, atores e cinéfilos. Reativação do Cine-Clube Crato”.

19h - Exibição do média “Formação Romualdo, o Milagre Paleontológico”, documentário de Jackson Bantim e Álamo Feitosa.

19h30 - Exibição do longa “Corisco e Dadá”, de Rosemberg Cariry;

ENTRADA FRANCA

Realização: Governo Municipal do Crato – Secretaria de Cultura, Esporte e Juventude.

Apoio: Universidade Regional do Cariri (URCA), Instituto Cultural do Cariri (ICC), Officinas de Cultura e Artes & Produtos Derivados (OCA), Bantim Produções, Coletivo Camaradas, Blog do Crato e Revista Chapada do Araripe.

Uma juventude otimista e militante - José do Vale Pinheiro Feitosa

Uma empresa de pesquisa de opinião especializada na faixa etária de 18 a 24 anos, a Box1824 acaba de publicar o resultado de uma pesquisa bastante reveladora. A pesquisa se compôs de duas fases: uma qualitativa (São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Porto Alegre) e outra quantitativa numa amostra de 1784 jovens (em 173 cidades de 23 estados).

Qual a novidade revelada? Os jovens brasileiros desta faixa etária (que atingiram a adolescência nos últimos 10 anos) acreditam em transformações da sociedade e “que estas ocorram aos poucos e que a soma das pequenas ações do dia-a-dia pode mudar a sociedade, e resultar em macro-transformações”. Portanto não têm mais o ímpeto demolidor da juventude dos anos 60 e 70, mas não são aqueles alienados, acreditando que nada pode mudar como tantos imaginavam.

Mais ainda, os jovens mais ativos dentro do seu grupo, têm uma consciência coletiva bem formada, atuam em projetos comunitários, são otimistas por que enxergam os resultados da própria ação e disseminam as questões coletivas. Nada daquela visão de adolescentes de Shopping Center ao estilo mauricinho e patricinha.

Se a militância comunitária é verdadeira para os jovens mais ativos, também o é para o conjunto dos jovens. 70% afirmaram ter vontade de participar de projetos comunitários (ou de participar de mais algum, nos casos dos que já participam). Os interesses se deram principalmente em projetos voltados para cultura e arte, seguidos por programas pró-meio ambiente e da área da educação.

Surpreende outro dado por vezes em linha contrária à decepção de muita gente com os governos. Mais de 60% dos jovens acreditam que os governantes são responsáveis por mudanças na sociedade. Isso contrária a decepção sentida e propagandeada nos anos 90 da falência do Estado.

Não vou nem esticar a corda com ilações das origens políticas desta novidade. O importante disso tudo é que tal consciência da juventude renasce num momento otimista do ponto de vista da economia nacional e pelo aumento de oportunidades de crescimento inclusive entre os jovens mais pobres. A mais forte evidência que as políticas públicas estão na raiz deste comportamento é a referência ao poder de mudança na sociedade sob responsabilidade dos governos.

Outra coisa é para se compreender que a estrutura do pensamento social está sujeita a grandes mudanças e se espelha na realidade histórica de sua sociedade. Isso nos afasta das especulações fundamentadas num psicologismo desarticulado da base econômica e social ou em mitos como a maldade ou bondade metafísica.