Criadores & Criaturas
"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata."
(Carlos Drummond de Andrade)
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sábado, 20 de fevereiro de 2010
A Elegância do Clássico - por Cláudia Garcia
A extrema elegância sempre foi a principal marca das criações clássicas de Hubert de Givenchy, um francês reconhecido mundialmente por seu trabalho coerente e requintado.
Givenchy se aposentou em 1995 e não mais participa do mundo da moda. O atual responsável pela criação da marca é o inglês Julien Macdonald, que veio substituir Alexander MacQueen, desde março de 2001.
"Para os que se preocupam com qualidade, o prestígio é a coisa mais importante. Acredito sempre na alta-costura e desejo que ela dure até o fim da minha carreira. Sempre a defendi, com a perfeição que ela implica. Não há duas maneiras de se exercer a profissão. Sucesso não é prestígio. O sucesso é passageiro, o prestígio é outro assunto. Ele persiste depois da gente. É preciso trabalhar para não ter trabalhado em vão."
Givenchy
Anaïs Nin
Não vemos as coisas como são: vemos as coisas como somos.
É monstruoso dizer-se que o artista não serve a humanidade. Ele foi os olhos, os ouvidos, a voz da humanidade. Sempre foi o transcendentalista que passava a raios X os nossos verdadeiros estados de alma.
A vida contrai-se e expande-se proporcionalmente à coragem do indivíduo.
A carne conta a carne produz perfume, mas o contato com as palavras apenas engendra sofrimento e divisão.
Penso que se escreve para um mundo onde se possa viver.
A origem da mentira está na imagem idealizada que temos de nós próprios e que desejamos impor aos outros.
O erotismo é uma das bases do conhecimento de nós próprios, tão indispensável como a poesia.
A única anormalidade é a incapacidade de amar.
A nossa vida em grande parte compõe-se de sonhos. É preciso ligá-los à ação.
O único transformador, o único alquimista que muda tudo em ouro, é o amor. O único antídoto contra a morte, a idade, a vida vulgar, é o amor.
"Um homem jamais pode entender o tipo de solidão que uma mulher experimenta. Um homem se deita sobre o útero da mulher apenas para se fortalecer, ele se nutre desta fusão, se ergue e vai ao mundo, a seu trabalho, a sua batalha, sua arte. Ele não é solitário. Ele é ocupado. A memória de nadar no líquido aminótico lhe dá energia, completude. A mulher pode ser ocupada também, mas ela se sente vazia. Sensualidade para ela não é apenas uma onda de prazer em que ela se banhou, uma carga elétrica de prazer no contato com outra. Quando o homem se deita sobre o útero dela, ela é preenchida, cada ato de amor, ter o homem dentro dela, um ato de nascer e renascer, carregar uma criança e carregar um homem. Toda vez que o homem deita em seu útero se renova no desejo de agir, de ser. Mas para uma mulher, o climax não é o nascimento, mas o momento em que o homem descansa dentro dela."
Anais Nin
Coelho Neto
Escritor maranhense
Coelho Netto
21/02/1864, Caxias (MA)
28/11/1934, Rio de Janeiro (RJ)
Coelho Neto foi criticado pelos modernistas devido a sua linguagem rebuscada
Henrique Maximiano Coelho Netto era filho do português Antônio da Fonseca Coelho e da índia Ana Silvestre. Aos seis anos foi, com a família, morar no Rio de Janeiro, onde estudou no Colégio Jordão.
Ainda jovem entrou na Faculdade de Medicina, mas não permaneceu por muito tempo, por não se adaptar à frieza da morte e da anatomia.
Então com 18 anos, matriculou-se na Faculdade de Direito de São Paulo, de onde saiu por se desentender com um professor, transferindo-se para a Faculdade de Direito do Recife, mas as lutas abolicionistas e republicanas não o deixaram concluir o ensino superior.
Ao lado de José do Patrocínio começou sua carreira de jornalista na Gazeta da Tarde, formando com este e mais alguns amigos o grupo da "boêmia literária" do Rio de Janeiro.
Também foi Diretor dos Negócios, da Justiça e Legislação do Estado do Rio de Janeiro (1891); professor de História das Artes, na Escola Nacional de Belas-Artes (1892); redator de debates do Senado (1893); professor de literatura no Ginásio de Campinas (1901) e no Colégio Pedro 2o (1907); deputado federal pelo Maranhão em três legislaturas (1909-1921); professor da Escola de Arte Dramática Municipal e também seu Diretor (1910) e um dos fundadores e Presidente da Academia Brasileira de Letras, em 1926.
Casou-se com Maria Gabriela Brandão, logo após a Proclamação da República, tendo como padrinho o próprio Presidente, Deodoro da Fonseca. O casal teve treze filhos, dos quais só sete sobreviveram.
Seu livro de estréia foi Rapsódias, de 1891, quando passou a desenvolver uma intensa carreira literária. Escritor fértil, sua obra consta de 130 livros, entre os quais estão romances, contos, crônicas, fábulas, teatro e memórias. Algumas mais representativas: "A Capital Federal" (1893); "Rei Negro" (1914); "Mano" (1924); "Fogo-Fátuo" (1929).
Para seu filho, Paulo Coelho Netto, ele possuía "o mais rico vocabulário da língua, calculado em 20 mil palavras". Já Antonio Candido diz que ele tinha a "imaginação relativamente escassa e a capacidade de observação um tanto apressada ou superficial".
Sua linguagem rebuscada, estilo opulento e luxuriante (Brito Broca), causou repulsa, especialmente nos modernistas, que dele debochavam: "O mal foi eu ter medido o meu avanço sobre o cabresto metrificado e nacionalista de duas remotas alimárias - Bilac e Coelho Neto...", diz Oswald de Andrade, no prefácio de Serafim Ponte Grande.
Andrés Segovia
Andrés Segovia (Linares, Espanha, 21 de fevereiro de 1893 — Madri, 3 de junho de 1987) foi um grande guitarrista espanhol. Considerado o pai do violão erudito moderno pela maioria dos estudiosos de música, Segovia dizia que ele "resgatou o violão das mãos dos ciganos flamencos" e construiu um repertório clássico para dar lugar ao instrumento em salas de concerto. Muitos compositores fizeram obras especificamente para ele como Turina, Villa-Lobos, Castelnuovo-Tedesco e Pedrell. Pablo Casals foi um grande admirador e apoiador de Segovia.
A introdução de Segovia à guitarra foi aos quatro anos de idade. Quando era pequenino, o seu tio entoava-lhe canções enquanto ele tocava uma guitarra imaginária. Isso incitou Segovia a elevar a guitarra para o status do piano e do violino. Em particular, ele queria que a guitarra fosse tocada e estudada em todos os países e universidades do mundo, e passar o seu amor por ela para as gerações futuras.
A primeira apresentação de Segovia foi em Espanha, quando tinha 16 anos. Poucos anos depois, fez o seu primeiro concerto profissional em Madrid, tocando transcrições de Francisco Tárrega e algumas obras de Bach, que ele próprio transcreveu e arranjou.
A sua primeira tourné foi pela América do Sul em 1916. Em 1924, apresentou-se em Paris e em Londres. Seguiu depois por várias outras cidades na Europa e na Rússia.
Embora não fosse aprovado pela família, ele prosseguiu os estudos em guitarra. A sua técnica diferencia-se das técnicas de Tárrega e dos seus sucessores, como Emilio Pujol. Como Miguel Llobet (que pode ter sido seu professor por um curto período), Segovia atacava as cordas com uma combinação da unha com a carne da ponta dos dedos, produzindo um som mais preciso do que os seus contemporâneos. Com esta técnica, foi possível criar uma paleta de timbres maior, em comparação com o uso da carne ou das unhas sozinhas.
Muitos músicos proeminentes acreditaram que a guitarra de Segovia não seria aceite pela comunidade da música erudita, porque nas suas mentes, a guitarra não poderia ser usada para música erudita. Apesar disso, a excelente técnica de Segovia e o seu toque único atordoaram plateias. Consequentemente, a guitarra não foi mais vista estritamente como um instrumento popular, mas sim como um instrumento apto para tocar música erudita.
Como progredia na sua carreira e tocava para audiências cada vez maiores, Segovia constatou que as guitarras existentes não eram suficientes para tocar em grandes salas de concerto, porque não conseguiam produzir volume de som suficiente. Isso estimulou-o a procurar inovações tecnológicas que poderiam melhorar a amplificação natural da guitarra. Trabalhando a par com o luthier Hermann Hauser, ajudou na construção da que hoje é conhecida como guitarra clássica, de melhores madeiras e cordas de nylon. O formato da guitarra também foi mudado para melhorar a acústica. A nova guitarra podia produzir notas com maior volume sonoro do que os modelos anteriores, usados em Espanha e noutras partes do mundo, embora fosse ainda baseado no modelo básico desenvolvido por Antonio Torres quase 50 anos antes de Segovia nascer. Depois de uma viagem de Segovia pelos Estados Unidos em 1928, Heitor Villa-Lobos compôs e dedicou-lhe os "12 Estudos". Segovia também transcreveu muitas peças eruditas e reescreveu obras transcritas por outros (como Tárrega). Muitos guitarristas nas Américas, entretanto, já tinham tocado as mesmas obras antes de Segovia chegar.
Em 1935, fez a estreia da "Chaconne" de J. S. Bach, uma peça difícil para qualquer instrumento (original para violino solo). Mudou-se para Montevideo, fazendo muitos concertos na América do Sul nas décadas de 30 e 40. Depois da II Guerra, Segovia começou a gravar mais frequentemente e a fazer digressões regulares pela Europa e EUA, uma agenda que ele manteria pelos 30 anos seguintes da sua vida.
Segovia ganhou o prémio Grammy pela Melhor Performance Erudita - Instrumentista em 1958, pela sua gravação Segovia Golden Jubilee.
Em reconhecimento à sua enorme contribuição cultural, foi elevado para a nobreza espanhola em 1981, com o título de Marquês de Salobreña.
Andres Segovia continuou a apresentar-se já idoso e viveu uma semi-reforma durante os anos 70 e 80 na Costa del Sol. Dois filmes foram feitos sobre a sua vida e obra - um quando tinha 75 anos e outro 9 anos depois. Estão disponíveis no DVD Andres Segovia - in Portrait.
Segovia teve muitos alunos durante a sua carreira, incluindo alguns guitarristas hoje famosos como John Williams, Rouland Solarese, Eliot Fisk, Oscar Ghiglia, Charlie Byrd, Christopher Parkening, Michael Lorimer, Michael Chapdelaine, Virginia Luque e Alirio Diaz. Muitos outros guitarristas, como Lily Afshar, foram também influenciados pelas históricas master-classes. Estes alunos, entre muitos outros, carregam a tradição de Segovia de expandir a presença, o repertório e o reconhecimento da guitarra.
Morreu em Madrid, vítima de ataque cardíaco, aos 94 anos, tendo completado o desejo de transformar a guitarra (outrora um instrumento de dança cigana) num instrumento de concerto.
Obtido em "http://pt.wikipedia.org/wiki/Andr%C3%A9s_Segovia"
Roda do destino
- Claude Bloc -
. Em que momento as engrenagens do destino começaram a girar?
Só sei que o fluxo do tempo escorreu e, ainda assim, a cortina das horas se fechou em outro conto.
Posso apenas dizer que tudo o que resta nessas páginas sou eu, minhas memórias refletidas num tempo dividido, mergulhado na prata das águas.
E foi assim, quando a roda do destino girou, e desde então, que tenho esperado só por esse momento… talvez seja só um sonho, mas estou certa de que te acharei, quando a história tiver sido contada.
Texto e imagem por Claude Bloc
COMÉRCIO DE RAPADURAS - por Glória Pinheiro
Ivani Ribeiro
Durante a sua carreira, usou como pseudônimos Valéria Montenegro em A Moça que Veio de longe (1964) e Arthur Amorim com O Leopardo (1972), exibida pela TV Record, já que era contrada da TV Tupi; esta novela não obteve grande repercussão.
A carreira teve início aos dezesseis anos, paralelamente aos trabalhos como compositora de sambas, radioatriz, cantora e criadora de programas de variedades. Ivani foi a grande recordista entre todos os autores da telenovela brasileira, com mais de quarenta títulos de sucesso.
Formada na Escola Normal de Santos, Ivani mudou-se para São Paulo a fim de cursar a faculdade de Filosofia além da constante incursão pelo rádio, uma das principais metas de trabalho. Na Rádio Educadora, passou a fazer apresentações onde trouxe a público canções folclóricas e sambas, alcançando grande popularidade logo no rádio através dos programas criados, como Teatrinho da Dona Chiquinha e As mais belas cartas de amor; neste último, Ivani mostrou o lado de radioatriz e interpretou uma personagem feminina. Protagonizou também o programa Hora infantil, com músicas e poemas, que obteve grande sucesso e radiofonizou filmes e novelas famosas, onde também atuava como autora. Nesta mesma rádio, fez o programa Infantil, com músicas e poemas.
No início dos anos 1960, foi contratada pela recém-inaugurada TV Excelsior, onde era uma das redatoras do Teatro Nove. A primeira telenovela diária de Ivani foi Corações em conflito (1963), com direção de Dionísio de Azevedo, que transpunha para o vídeo uma das histórias que o rádio havia consagrado e discutia os problemas que um viúvo tem ao realizar um segundo casamento, interpretado por Carlos Zara. Aliás esta foi a primeira novela diária nacional, já que as duas que a antecederam tiveram seus textos extraídos de originais argentinos.
O primeiro grande êxito foi a novela de época A Deusa Vencida (1965), ambientada no final do século XIX, mais precisamente em 1895. Entre os méritos, esta contava ser a novela que foi a primeira a ter uma trilha sonora própria, consagrou as atrizes Regina Duarte, trazida à TV pelo diretor Walter Avancini, e Ruth de Souza, então iniciantes.
Com a falência da TV Excelsior (15 de outubro de 1970), Ivani se transferiu para a TV Tupi, onde emplacou grandes sucessos no horário das vinte horas tradicional da concorrente Rede Globo, como Mulheres de Areia (1973), que foi baseada em uma antiga radionovela de sua autoria, As noivas morrem no ar (1965) e consagrou a atriz Eva Wilma e Os Inocentes (1974), inspirada na peça A visita da velha senhora de Durrenmatt e na radionovela de sua autoria A mulher de pedra, ambas protagonizadas por Cleide Yáconis, contando também com a participação de Cláudio Correia e Castro. Ao longo da novela, ela deixou o roteiro nas mãos do marido para trabalhar na novela A Barba Azul, para a qual também se transferiram Jussara Freire e Carminha Brandão. O tema central também rendeu outras novelas, como Cavalo de aço, Fera radical (ambas de Válter Negrão) e a trama inicial de Chocolate com Pimenta.
Prosseguiu com a espírita A Viagem (1975), inspirada nos livros E a vida continua… e Nosso lar, ambos ditados pelo espírito de André Luiz ao médium Chico Xavier contou com a colaboração do professor José Herculano Pires na última novela da qual Lúcia Lambertini participou pois viria a falecer pouco tempo depois, e O profeta (1977), protagonizada por Carlos Augusto Strazzer que ganhou o Troféu APCA por essa interpretação, que também abordou temas espíritas e místicos (como em Os estranhos, A viagem e O terceiro pecado); para escrevê-la, Ivani foi assessorada por um mentor espírita, um psiquiatra, um sacerdote católico e um orientador de candomblé, contando também com a participação especial da apresentadora Hebe Camargo, o médium Chico Xavier e do Arcebispo de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns; a novela ganhou uma adaptação em 2006 exibida pela Rede Globo, por Thelma Guedes e Duca Rachid sob supervisão de texto de Walcyr Carrasco, protagonizada por Thiago Fragoso e Paola Oliveira.
Em entrevista ao Jornal do Brasil (28 de janeiro de 1978), declarou: Focalizando a paranormalidade, que considero um assunto fascinante, armo um debate com a doutrina espírita, a Igreja Católica e a parapsicologia. Mas como sou leiga no assunto, sou assessorada por padres, médicos, médiuns e pais-de-santo. Com essa novela, pretendo despertar a consciência de que precisamos tentar uma maior aproximação do homem com Deus, ao mesmo tempo em que apresento, seriamente, uma ilustração do fenômeno.
Ivani foi a principal autora de novelas da TV Tupi na década de 70; por isso, nos últimos dois anos de existência da emissora, os três tradicionais horários de novela foram cancelados e substituídos por reprises de novelas de sua autoria: Gaivotas, de Jorge Andrade, foi substituída pela reprise de O Profeta, Aritana foi substituída por uma reprise compacta de sessenta capítulos de O Espantalho - entre maio e junho de 1979 (que ganharia uma segunda reprise pelo SBT em 1983) e Como salvar meu casamento, a última produção da emissora, que não teve um final exibido, foi substituída pela reprise compacta de A viagem, que não foi terminada devido à grave crise da emissora e da saída definitiva da mesma do ar em 18 de julho de 1980; na reprise, a novela ganhou um novo logotipo e abertura, contando também com outro tema musical.
Depois da falência da TV Tupi, transferiu-se com praticamente todos os colegas autores e de elenco da antiga emissora, para a Rede Bandeirantes, onde escreveu quatro sucessos: Cavalo amarelo (1980), protagonizada pela atriz e humorista Dercy Gonçalves. A novela ganhou uma continuação depois do término, Dulcinéa vai à guerra, que não obteve o mesmo êxito e foi escrita por Sérgio Jockyman pois Ivani se recusou a escrevê-la. No mesmo ano foram levados ao ar os remakes de A deusa vencida protagonizada por Elaine Cristina, e O meu pé de laranja lima; este último é baseado no romance homônimo de José Mauro de Vasconcelos e ganharia uma terceira versão em 1998 adaptada por Ana Maria Moretzsohn, além de uma adaptação para o cinema por Aurélio Teixeira.
Jardel Filho
Jardel Filho
(Ator brasileiro)
1928-1983
Jardel Filho, Frederico de Bôscoli, ator brasileiro. Estreou no teatro com a peça "Desejo", de O'Neil, recebendo o Prêmio de Revelação do Ano. Com a peça "Jezebel", ganhou medalha de ouro da ABCT. Trabalhou na Companhia Cinematográfica Vera Cruz, para a qual fez, entre outros, filmes como "Floradas na Serra" e "Uma Pulga na Balança". Versátil, trabalhou na televisão atuando em novelas de grande sucesso. Morreu durante as filmagens da novela "Sol de Verão", na TV Globo, fazendo o papel de Heitor, um personagem de muita expressão. Sua morte foi muito sentida pelos colegas e pelo público e fez com que o final da novela fosse antecipado.
sem fita no pescoço
ou ladainhas
cunhãs
de fugidias pirapanemas
a mais moça
sonha terra-sem-mal
escapulário e figa
dois enjeitados curumins
a sífilis por chegar
orgasmo a soar clarinete
choro estagnado feito água
no regaço das bacias
o sagrado mijo do chope
a fermentar esperas
bolhas
a arremedarem galáxias
glorinha
seiva e luz
congregação dos desamparos
lavados nas águas da nascente
que nenhum silêncio esconde
a buscar um lugar qualquer nas plêiades de safo
"A Grande Transformação" - por Edmar Cordeiro Lima
Este é o pomposo nome dado ao programa de governo do Partido dos Trabalhadores (PT), finamente forjado para servir de pilar num eventual mandato de Dilma Rousseff como presidente do Brasil. No documento, notam-se pitadas esquerdistas mais picantes até mesmo daquilo que se discutia antes de Lula ascender ao poder. O plano sugere maior participação do Estado na economia, principalmente com o fortalecimento das empresas estatais, e até mesmo a criação de novas. Será este o melhor caminho?
Lá atrás
A análise passa, obrigatoriamente, pela administração atual do País. Na campanha presidencial de 2002, toda vez que Luiz Inácio aparecia bem nas pesquisas o dólar subia, a inflação dava sinais concretos de retorno e a iniciativa privada ameaçava cortar investimentos. Por outro lado, boa parte da população mais pobre sonhava com mudanças.
Na prática
Nesta balança, passados quase oito anos, pode-se dizer que a esperança venceu o medo. As catástrofes econômicas previstas pelo empresariado não se confirmaram e houve avanço social, mesmo que tímido. Passamos com alguma saúde pela recente crise financeira mundial e as perspectivas de crescimento são razoáveis.
O próprio
Mas como isso aconteceu? Com a caneta nas mãos de um torneiro mecânico elevado à condição de líder por sua luta sindical, que criou um partido de trabalhadores, pilotando o Brasil cercado de militantes? Para entender basta ler declaração do presidente ao jornal O Estado de S. Paulo, publicada na edição de ontem: “Foi obra de Deus não permitir que eu ganhasse em 1989. Com a cabeça do jeito que eu pensava, ou eu tinha feito uma revolução no País ou tinha caído no dia seguinte.” Precisa dizer mais?
Exemplo
Ou seja: até mesmo o líder da classe trabalhadora precisou entender, e aprender, que governar uma nação é diferente de militar em prol de causas partidárias. É uma heresia entregar as rédeas da política econômica a um importante representante do mercado de capitais, como chefe do Banco Central? Ideologicamente pode até ser, mas funcionou, tanto que Henrique Meirelles (PMDB) é o preferido de Lula como vice de Dilma.
O pensador
Este novo programa de governo está sendo coordenado pelo assessor de Assuntos Internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia, um fiel admirador do venezuelano Hugo Chávez e do ditador cubano Fidel Castro. Indiscutivelmente, dois maus exemplos. Pensar assim é voltar dois, três séculos no tempo.
Seguidor
Foi por isso que Roberto Requião se afundou politicamente. Como um retrógrado de carteirinha, teve o mesmo tempo que o companheiro Luiz Inácio para governar. E nada fez. Vociferou socialismo e portou-se como um capitalista de primeira linhagem, colocando interesses particulares e de aparentados sempre em primeiro lugar.
Regressiva
Sorte do povo paranaense que suas ideias não prosperaram. E melhor ainda que faltam apenas 40 dias para que o progresso volte à pauta dos paranaenses.
Edmar Cordeiro ( cratense residente em Paranavaí-Pr)
LEMBRANÇAS - Por Edilma Rocha
Pensamento para o Dia 20/02/2010
“Vidya é o processo de educação que ensina que o cosmos é a manifestação do Jogo do Senhor. O mundo inteiro é a residência do Senhor (“Ishaavaasyam Idam Jagath”)! Portanto, ninguém deve acolher o sentimento pessoal de posse ou mesmo um indício de egoísmo. Renuncie ao sentimento de apego, sinta a presença do Senhor em toda parte. Saúda a bem-aventurança que o Senhor confere a você e experimente-a com gratidão, sem estar preso aos desejos. Essa é a mensagem dos antigos sábios e videntes.”
Sathya Sai Baba
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“Enquanto labuta no caminho espiritual, você deve ter o próprio Senhor como seu protetor. Para incutir coragem no filho, a mãe o convence a andar alguns passos e retornar, mas ela não o deixará cair. Se ele vacila e está prestes a perder o equilíbrio, ela corre por trás dele e o segura antes que caia. Deus também tem os olhos fixos em você, Seu devoto. Ele tem em Suas mãos a linha com que Ele o segura como uma pipa. A linha é o laço de amor e graça. Ele pode dar-lhe um puxão e, às vezes, Ele pode afrouxar o aperto. Tudo o que Ele fizer, esteja confiante e despreocupado, pois é Ele que o sustenta e lhe dá a força.”
Sathya Sai Baba
Reflexões - por Socorro Moreira
QUEM SABE ISSO QUER DIZER AMOR - MILTON NASCIMENTO
Uma letra que é um poema!
Composição: Márcio Borges e Lô Borges
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Cheguei a tempo de te ver acordar
Eu vim correndo à frente do sol
Abri a porta e antes de entrar
Revi a vida inteira
Pensei em tudo que é possível falar
Que sirva apenas para nós dois
Sinais de bem, desejos vitais
Pequenos fragmentos de luz
Falar da cor dos temporais
Do céu azul, das flores de abril
Pensar além do bem e do mal
Lembrar de coisas que ninguém viu
O mundo lá sempre a rodar
E em cima dele tudo vale
Quem sabe isso quer dizer amor,
Estrada de fazer o sonho acontecer
Pensei no tempo e era tempo demais
Você olhou sorrindo pra mim
Me acenou um beijo de paz
Virou minha cabeça
Eu simplesmente não consigo parar
Lá fora o dia já clareou
Mas se você quiser transformar
O ribeirão em braço de mar
Você vai ter que encontrar
Aonde nasce a fonte do ser
E perceber meu coração
Bater mais forte só por você
O mundo lá sempre a rodar,
E em cima dele tudo vale
Quem sabe isso quer dizer amor,
Estrada de fazer o sonho acontecer
Chico Buarque - Olê Olá - (Rememorando...)
Não chore ainda não
Que eu tenho um violão
E nós vamos cantar
Felicidade aqui
Pode passar e ouvir
E se ela for de samba
Há de querer ficar
Seu padre, toca o sino
Que é pra todo mundo saber
Que a noite é criança
Que o samba é menino
Que a dor é tão velha
Que não pode morrer
Olé olé olé olá
Tem samba de sobra
Quem sabe sambar
Que entre na roda
Que mostre o gingado
Mas muito cuidado
Não vale chorar
Não chore ainda não
Que eu tenho uma razão
Pra você não chorar
Amiga me perdoa
Se eu insisto à toa
Mas a vida é boa
Para quem cantar
Meu pinho, toca forte
Que é pra todo mundo acordar
Não fale da vida
Nem fale da morte
Tem dó da menina
Não deixa chorar
Olé olé olé olá
Tem samba de sobra
Quem sabe sambar Que entre na roda
Que mostre o gingado
Mas muito cuidado
Não vale chorar
Não chore ainda não
Que eu tenho a impressão
Que o samba vem aí
E um samba tão imenso
Que eu às vezes penso
Que o próprio tempo
Vai parar pra ouvir
Luar, espere um pouco
Que é pro meu samba poder chegar
Eu sei que o violão
Está fraco, está rouco
Mas a minha voz
Não cansou de chamar
Olé olé olé olá
Tem samba de sobra
Ninguém quer sambar
Não há mais quem cante
Nem há mais lugar
O sol chegou antes
Do samba chegar
Quem passa nem liga
Já vai trabalhar
E você, minha amiga
Já pode chorar
Pensamentos.
"No fim tu hás de ver que as coisas mais leves são as únicas que o vento não conseguiu levar: um estribilho antigo, um carinho no momento preciso, o folhear de um livro de poemas, o cheiro que tinha um dia o próprio vento" (Mário Quintana)
"A poesia é a linguagem dos anjos". (Machado de Assis)
"É preciso muito pouco. A alegria está muito próxima. Mora no momento. Perdemos a alegria porque pensamos que ela virá no futuro, depois de algum evento portentoso que mudará a nossa vida" (Rubem Alves)
" Não basta ter razão, cumpre saber tê-la". (Machado de Assis)
"Como os poetas que já cantaram, e que já ninguém mais escuta, eu sou também a sombra vaga de alguma interminável música. Pára em meu coração deserto! Deixa que te ame, ó alheia, ó esquiva... Sobre a torrente do universo, nas pontes frágeis da poesia." (Cecília Meireles)
" Um bom poema é aquele que nos dá a impressão de que está lendo a gente e não a gente a ele!" (Mário Quintana).
"Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..." (Clarice Lispector)
"Ser feliz à vista de todos é repartir a felicidade". (Machado de Assis)
“o mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas – mas que elas vão sempre mudando”. (Guimarães Rosa)
"Diga minha poesia e esqueça-me se for capaz siga e depois me diga quem ganhou aquela briga entre o quanto e o tanto faz" (Paulo Leminski)
"Não morre aquele que deixou na terra a melodia de seu cântico na música de seus versos." (Cora Coralina)
"A poesia não é uma expressão do ser do poeta. É uma expressão do não-ser do poeta. O que escrevo não é o que tenho; é o que me falta. Escrevo porque tenho sede e não tenho água. Sou pote. A poesia é água". (Rubem Alves)
" A amizade é o melhor pretexto, até hoje inventado, para que um indivíduo pretenda tomar parte na felicidade do outro" (Machado de Assis)
"Mas o que vou dizer da Poesia? O que vou dizer destas nuvens, deste céu? Olhar, olhar, olhá-las, olhá-lo, e nada mais. Compreenderás que um poeta não pode dizer nada da poesia. Isso fica para os críticos e professores. Mas nem tu, nem eu, nem poeta algum sabemos o que é a poesia." (Federico García Lorca)
"Para fazer mudanças não é preciso buscar novas paisagens. Basta apenas olhar com novos olhos" (Marcel Proust)
"Aquilo que capto em mim tem, quando está sendo transposto em escrita, o desespero das palavras ocuparem mais instantes que um relance de olhar". (Clarice Lispector)
" Versos curam tudo" . (Machado de Assis)
"Quando nada é certo, tudo é possível". (Margaret Drabble)
"Quando penso em todos os livros que ainda posso ler, tenho a certeza de que sou feliz". (Jules Renard)
"O livro traz a vantagem de a gente poder estar só e ao mesmo tempo acompanhado". (Mário Quintana)
" Não é que a poesia seja necessária aos costumes, mas pode dar-lhes graça" . (Machado de Assis)
"Ama e faz o que quiseres. Se calares, calarás com amor; se gritares, gritarás com amor; se corrigires, corrigirás com amor; se perdoares,perdoarás com amor. Se tiveres o amor enraizado em ti, nenhuma coisa senão o amor serão os teus frutos."(Santo Agostinho)
"Perfeição é virtude e não ausência de defeitos" (Antoine de Saint- Exupéry)
"O poema é feito de palavras necessárias e insubstituíveis" (Octávio Paz)