Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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segunda-feira, 6 de setembro de 2010

MEU JARDIM - Por Edilma Rocha

Na busca por borboletas
na busca por cogumelos
na busca por colibri,
encontro apenas as gotas de água dos regadores
que me inspiram para captar algumas fotos molhadas.
Clico as rosas, as folhas e os espinhos
todos cobertos com pequenas gotas que se
assemelham as lágrimas dos meus olhos.
Se a beleza é aparente
contrasta com o mundo que se esconde
dentro das portas de vidro.
Vidro que a tudo vê e a tudo cala
ficando a casa bonita carregada de sofrimento.
A cada objeto uma historia
um garimpo pelo meio do mundo
que se fez pagar por um preço muito alto
e permanece ali decorando o que seria um lar de verdade.
Será que existe por trás desse jardim uma rainha ?
Ou se esconde alguma gata borralheira
que se transforma a cada momento
numa dama solitária ?
Com delicadeza
- Claude Bloc -


Pode chegar com delicadeza,
Pode invadir mais este sonho.
Faça-me sentir saudades,
mas não sofra tanto com elas.
Acredite nas verdades que digo
e também nas mentiras, (elas serão raras)
Respeite meu choro,
esteja comigo quando eu chorar...
e não me deixe mais sozinha
quando eu precisar sonhar.
Volte sempre,
sempre que eu chamar
Seja mais forte do que eu
e não seja escravo da vida,
do trabalho,
nem escravo meu...
Escolha um papel para você na minha vida
invente muitas histórias,
mas não me conte seus segredos...
Não fume, não beba, não chore,
e um dia,
um dia qualquer,
rapte-me
e tente me amar!


Claude Bloc
                  "Honesty"                 

- Billy Joel -



Uma explicação para o dia 6 de maio - José do Vale Pinheiro Feitosa

Não pense que tudo é deste dia,
Uma enxurrada neurótica do entardecer,
Feito uma manada em fuga do curral.

Não é isso o que lerás no mural,
São apenas os arquivos guardados,
De inúmeros dias,
Horas infindas,
Respiros do tempo,
Encontro de espaço,
Consciência de luar,
Aceitação de lua nova.

Política de frivolidade – Por Pedro Esmeraldo

Crato sofre, seus filhos esperneiam porque não sabem conduzir o seu pensamento de equilíbrio mental, e os políticos acomodam-se, pois vivem totalmente isolados na zona de convergência governamental.

Não temos a mínima ideia de quando esses políticos vão resolver trabalhar e sair desse pensamento negativo. Permanecem impassíveis, sem lutar para conquistar o favorecimento de melhores obras. Não criam geração de emprego e de rendas.

Lembramos que o Crato do passado teve uma economia de peso regional, já que foi favorecido pelas culturas da cana-de-açúcar e de algodão, que deram grandes dotes da riqueza deste município.

Hoje, após a queda desses produtos, a cidade do Crato adormeceu, parou pelo caminho do desespero econômico, não soube aproveitar a modernidade com equilíbrio, com forças produtivas que pudessem acelerar o desenvolvimento cratense. O município não pode expandir-se devido o esfriamento econômico. A cidade caiu em profunda depressão financeira. Não esboçou reação, faltando coragem de seus filhos de enfrentar a luta pela movimentação de economia com o trabalho sincero e honesto.

Após a década de 1980, a cidade foi assaltado por um grupo de políticos sombrios, forçando abdicação da nobreza e da seriedade. Entregou os pontos, não estimulou a juventude, cedeu o município aos inimigos e que com certeza aproveitaram-se das fraquezas desses políticos, levando todos os seus patrimônios adquiridos ao longo dos anos.

Notamos que Crato é a cidade-mãe de todas as outras e, portanto, deviam respeitá-la e jamais virem com esperteza, mas com objetividade, respeitando a sua economia.

Com medidas equilibradas e austeras, o Crato seguirá caminho florescente e saberá aproveitar o contorno da modernidade e luta do desenvolvimento. Por esse motivo, os políticos cratenses devem evitar abusos dos vizinhos inimigos, que veem nos enganar com políticas embusteiras, que deixam os cratenses atoleimados.

Houve época em que Crato possuía uma economia agrícola promissora e não soube aproveitar o seu trabalho dentro de uma produção moderna. O cratense não soube acompanhar a modernidade, afastou-se do trabalho tecnológico, continuou com métodos antigos, sem melhoria de produtividade.

Povo acostumado ao antigo regime agrícola ficou aparvalhado e não soube separar o joio do trigo, aproximou-se dos penetras, estimulando uma política corrupta que não soube enxergar o avanço da tecnologia.

Enfim, esses políticos corruptos, aproximaram-se do Crato, ludibriando-o a fim de conquistar o nosso patrimônio.

Daí por diante, o homem de bem se afastou da política, entregando o barco aos acomodados que assumiram com frivolidade e inexperiência, contaminados por homens de mau caráter que entregam o Crato aos malditos inimigos.


Crato-CE, 03 de setembro de 2010.


P.S. Recado a Dielson Mendonça: Não perdemos nosso sonho, mas fazemos nossa parte na luta pela nossa terra, coisa que todo cratense deve fazer, para depois colhermos bons frutos.

Filmografia de Audrey Hepburn

Filmografia
* 1953 - A princesa e o plebeu
* 1954 - Sabrina
* 1956 - Guerra e paz
* 1957 - Cinderela em Paris
* 1957 - Amor na Tarde
* 1959 - A flor que não morreu
* 1959 - Uma cruz à beira do abismo
* 1960 - O passado não perdoa
* 1961 - Breakfast at Tiffany's (Bonequinha de luxo no Brasil, Boneca de luxo em Portugal)
* 1961 - Infâmia
* 1963 - Charada
* 1964 - Quando Paris alucina
* 1964 - My Fair Lady
* 1966 - Como roubar um milhão de dólares
* 1967 - Um caminho para dois
* 1967 - Um clarão nas trevas
* 1976 - Robin e Marian
* 1979 - A herdeira
* 1981 - Muito riso e muita alegria
* 1989 - Além da eternidade

Audrey Hepburn se tornou um dos poucos artistas a conseguir ganhar as maiores honras de cada arte hollywoodiana: Tony (teatro), Oscar (cinema), Grammy (música) e Emmy (televisão).

Crepúsculo- Por Domingos Barroso


Minha vida inteira
de sobressaltos
e silêncio.
Alma saltitante
sobre brasas
e cascas de ovo.
Cicatrizes,
joelhos ralados,
olhos por destino
sempre lacrimosos.
Os objetos comovem-se
com meus espasmos,
com minha baba mediúnica.
O ventilador corcunda
tenta arrancar suas hélices quebradas
em oferenda à minha solidão.
A escrivaninha curva-se aos meus pés
e puxa as cutículas das minhas unhas tortas.
Louvo a mente ínfima,
sujeito-me ao espanto do cotidiano:
ó ventilador corcunda,
ó submissa escrivaninha.

Por Artur Gomes

Mordida



esta noite em algum beco sem saída

alguém está mordendo a faca

e o dente dessa mordida

a minha língua devassa

lambendo cerveja na lata

e tua bunda na mata

ao som de samplers rock and roll

minha coleção de amores

das areias de ipanema

a atrix pornô do cinema

que jorge mautner não cantou

e rodrigo agora canta

metáfora na carne sintética

a soja do hot dog

na sinfônica mordida elétrica

canções que a dor não calou

nas flores do mal me quer

em algum destino traçado

pedras pérolas palavras leminski rimbaud

ou mesmo íris retina

nos olhos de baudelaire



Artur Gomes

http://carnavalhagumes.blogspot.com

Elisa Lucinda

Texto para uma separação


Olhe aqui, olhos de azeviche
Vamos acertar as contas
porque é no dia de hoje
que cê vai embora daqui...
Mas antes, por obséquio:
Quer me devolver o equilíbrio?
Quer me dizer por que cê sumiu?
Quer me devolver o sono meu doril?
Quer se tocar e botar meu marcapasso pra consertar?
Quer me deixar na minha?
Quer tirar a mão de dentro da minha calcinha?
Olhe aqui, olhos de azeviche:
Quer parar de torcer pro meu fim
dentro do meu próprio estádio?
Quer parar de saxdoer no meu próprio rádio?
Vem cá, não vai sair assim...
Antes, quer ter a delicadeza de colar meu espelho?
Assim: agora fica de joelhos
e comece a cuspir todos os meus beijos.
Isso. Agora recolhe!
Engole a farta coreografia destas línguas
Varre com a língua esses anseios
Não haverá mais filho
pulsações e instintos animais.
Hoje eu me suicido ingerindo
sete caixas de anticoncepcionais.
Trata-se de um despejo
Dedetize essa chateação que a gente chamou de desejo.
Pronto: última revista
Leve também essa bobagem
que você chamou
de amor à primeira vista.
Olhos de azeviche, vem cá:
Apague esse gosto de pescoço da minha boca!
E leve esses presentes que você me deu:
essa cara de pau, essa textura de verniz.
Tire também esse sentimento de penetração
esse modo com que você me quis
esses ensaios de idas e voltas
essa esfregação
esse bob wilson erotizado
que a gente chamou de tesão.
Pronto. Olhos de azeviche, pode partir!
Estou calma. Quero ficar sozinha
eu co'a minha alma. Agora pode ir.
Gente! Cadê minha alma que estava aqui?

Lya Luft



Já não procuro a palavra exata

que me pudesse explicar:

ando pelos contornos onde todos os significados

são sutís,são mortais.

Não busco prender o momento belo:

quero vivê-lo sempre mais com a intensidade que exige a vida,

com o desgarramento do salto e da fulguração.

E me corto ao meio e me soltod e mim,duplo coração:

a que vive,

a que narra,

a que se debate

e a que voa-

- na loucura que redimeda lucidez

(Lya Luft)

De Elisa Lucinda

Do Príncipe ao sim

O homem que eu amo
veio de tanto eu pedir
mas quando parei de esperá-lo
veio quando eu ao depená-lo
do meu sonho receio,
permiti que em vez de início ou fim
ele no meio de mim
fosse só o meio.
Não meio no sentido tático
de jeito ou de modo.
Meio no sentido de durante
de enquanto
de presente.
Quando abandonei o título futuro
definitivo da eternidade
o rótulo azarento de garantia
no departamento de intimidade,
quando abandonei o desejo
de ressarcir aqui
o que perdi na antigüidade,
meu homem chegou cheio de saudade
ocupando inteiro
seu lugar de meio
sua inteira metade.

Versos soltos- por Socorro Moreira



Eu me vi na menina
dos teus olhos
com as tranças desfeitas de prazer

você é minha teimosia amorosa,
e esta teimosia ficou dócil.

Tua luz brilhando
em mim
caindo em pingos
parece choro
de vela

tolice tentar acertar
o que nunca entortou
me perdi na zoada
do que  sou

Projeto inclui fósseis no patrimônio cultural brasileiro -- Por Alexandre Sales (*)


A região do Araripe mundialmente famosa por sua riqueza paleontológica, atualmente completa 187 anos desde a primeira referência científica de seus fósseis, oriundos da região de Jardim, sul do Cariri cearense e publicado na Alemanha por Spix e Martius em 1831. Mas desde então tamanha riqueza paleontológica, infelizmente sofre com a perca de seus fósseis, fruto de um comércio ilegal.
No dia 27 de agosto de 2010 circulou a notícia de uma ação na Câmara Federal, onde está sendo analisado o Projeto de Lei 7420/10, do Senado, que inclui entre os bens da União todos os fósseis (registros de vida pré-histórica preservados em rochas, inclusive partes de organismos), que passam a integrar o patrimônio cultural e natural brasileiro.
Desde a publicação do Decreto-Lei numero 25 de 30.11.1937, que trata do patrimônio artístico e histórico (o qual considera que monumentos naturais de feição notável são sujeitos ao tombamento), existe amparo legal para a proteção dos jazigos fossilíferos brasileiros. Na constituição do Brasil de 1969 o artigo 180 determinava que estariam “sob proteção especial do poder público os documentos, as obras e os locais de valor histórico ou artístico, os monumentos e as paisagens naturais notáveis, bem como as jazidas arqueológicas”.
A atual legislação (Decreto-Lei 4.116 de 1942, constituição de 1988, Portaria número 55 de 14/03/1990 do ministério da ciência e tecnologia e Lei 8.176 de 08/02/91), é sistematicamente omissa ou propositalmente muda nas questões relativas à proteção dos sítios naturais e depósitos que contenham fósseis. Fica a impressão de inexistência de meios legais para fiscalização, apreensão dos fósseis, e punição dos responsáveis pela depredação do nosso patrimônio natural.
Segundo a proposta da Câmara Federal, que analisa o Projeto de Lei 7420/10, do Senado, a pesquisa e a coleta de material fóssil no Brasil deverão ser autorizadas pelos órgãos públicos. Além disso, a realização de obras que possam ter impacto nos sítios de fósseis, assim como a exploração de rochas nessas áreas, deverá ser autorizada e acompanhada pela autoridade competente. Se for prejudicial ao patrimônio fossilífero, a atividade poderá ser embargada. A proposta proíbe a transferência de fósseis para o exterior, exceto quando se destinarem a museus ou instituições de ensino superior e de pesquisa reconhecidos pelos respectivos governos nacionais. A idoneidade científica e ética dessas instituições deve ser atestada pelas entidades representativas da comunidade científica brasileira de Paleontologia ou Geologia.
A proposta estabelece que o comércio de fósseis seja punido com detenção de um a cinco anos, mais multa. A pena para aqueles que transferirem, oferecerem ou adquirirem fósseis, sem fins comerciais, é de três anos de detenção além da multa. A transferência de fósseis ao exterior, mesmo sem fins comerciais, sujeita o infrator a cinco anos de detenção e multa.
As penas poderão ser aumentadas se a operação tiver sido realizada mediante fraude, coação ou facilitada por servidor público, e em caso de reincidência. Segundo o texto do projeto, a multa não deverá ser inferior ao benefício econômico esperado pelo infrator com sua atividade ou conduta.
Além de aplicar multas cumulativas e proporcionais ao número de peças apreendidas, o Poder Público deverá, como sanção administrativa aos infratores, apreender o material coletado; cancelar a permissão ou licença para acesso a sítios onde há fósseis; e proibir a concessão de novas permissões ou licenças para acesso a esses lugares.
A proposta tem prioridade e será analisada pelas comissões de Educação e Cultura; e de Constituição e Justiça e de Cidadania, antes de ser votada pelo Plenário.
Mesmo quase na eminência de, na próxima década, o Araripe completar 200 anos de história e pesquisas de seus fósseis e, ainda com atuação da exploração e comércio ilegal de deu patrimônio fossilífero, torna-se evidente que, antes tarde do que nunca, o Governo Federal e nossos legisladores atentem para nossos bens culturais que contam a história de nosso planeta. Em diversas ciências, como as da Terra e da Vida, o Araripe pode responder a perguntas acerca de nossa ancestralidade e explicar a biodiversidade e geodiversidade atuais, presentes e tão belas na região da Chapada do Araripe.
Nossa região, o Araripe, que guarda importantes registros do passado da Terra em suas rochas e fósseis, tem um grande potencial para o turismo científico (realizado por cientistas e estudiosos) e geoturismo (realizado pela sociedade em geral) e a cada dia, as percas com o tráfico ilegal de fósseis vem dilapidando o nosso patrimônio cultural, além de amputar de nossos alunos, professores e pesquisadores oportunidades de aprimoramento científico e tecnológico.
(*) Alexandre Sales, geólogo, é professor Adjunto do Departamento de Ciências Biológicas da URCA

Para Magali e Carlos Eduardo

****Nat King Cole sings "When I Fall in Love"****



   ..........  Alone Again (naturally)  ............    

- Gilbert O'Sullivan -