Criadores & Criaturas
"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata."
(Carlos Drummond de Andrade)
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sexta-feira, 1 de outubro de 2010
Don McLean
Santo Anjo da Guarda
Foto de Edilma Saraiva . A música de Dihelson Mendonça, na missa de sétimo dia de Dr. Eldon Gutemberg Cariri. |
NOTA 10???
Apesar de não ser uma solução muito interessante para (nós) as mulheres, achei inteligente a dedução...
Valeu o 10 ??? (risos)
Recebido por e-mail.
TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO ...UM ENIGMA?
TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO!
Esta semana recebi e aceitei convite de uma Universidade para participar de uma banca em um concurso para Docentes. Fiquei observando os jovens candidatos em sua movimentação na sala. Todos apresentando perceptível ansiedade e nervosismo compreensível. Mas um fato me chamou a atenção e me reportou a algumas leituras sobre Globalização, Tecnologia e Educação. Cada um dos candidatos trazia uma parafernália de equipamento modernos para sua exposição. Fiquei pensando: o que teria mudado do ponto de vista do Mestre? A resposta, obviamente não é tão simples. Por outro lado não devemos nos esquecer dos velhos mestres, que pouco sabem e pouco ligam para a globalização, ainda atuando com sucesso nas salas de aula.. O que levaria um velho professor, acostumado ao quadro e ao giz, a exercer tanta atração sobre jovens mentes? Que efeitos teriam causados a globalização na pedagogia dos velhos mestres? Provavelmente nenhum.
Analisemos agora a postura pedagógica do jovem mestre, recém formado em curso de pós-graduação, que entra na sala de aula pela primeira vez. Este possivelmente dará um espetáculo de luzes e slides computadorizados e trará aos alunos os últimos números da glabalização. A qualidade altíssima do material desperta até mesmo o mais sonolento dos estudantes noturnos. Concluída a apresentação, acendem-se as luzes e começam os problemas. Não que o uso de recurso eletrônico seja o problema. Os problemas básicos que o professor enfrenta em sala de aula geralmente não são os de alunos mal educados. Estes existem, é verdade, mas geralmente são logo intimidados pelos próprios colegas quando o mestre sabe levar a isso. Alunos sonolentos não é também problema para o professor. Quem dorme, dorme. A velha jogadinha de giz na cabeça do dorminhoco já não existe mais, pois os quadros modernos utilizam pincel. Restam os acordados que não levam o material solicitado. Estes cabe ao mestre despertá-los para o novo e aí reside o maior problema da pedagogia dos novos professores. O maior problema que o jovem docente enfrenta em sala de aula é o confronto consigo mesmo dos gestos humanos mais complexos e que, geralmente ele dispensa tecnologia enquanto expõe o docente. Longos ensaios de pensamento e preparação meticulosa de cada frase e cada gesto muitas vezes preenchem o pensamento diário do professor jovem em dia de aula. Com o tempo ele descobre que o espetáculo em cima do palco pode valer pouco se o todo não for coeso. Para sua miséria emocional, ele descobre que o espetáculo é o conteúdo, e não ele é quem tem de ser o centro das atrações. Os gestos premeditados, as piadas selecionadas e treinadas, os jargões de efeito, todos perdem o sentido. O jovem professor, então, às vezes arrasado, mas a cada dia mais sábio, descobre o lado humano da pedagogia: ensinar é confrontar-se consigo mesmo perante os outros. Não há esconderijos e nem espaço para ocultar-se. É a partir desse confronto consigo mesmo que o mestre começa a perceber o desabrochar de um novo fenômeno o sentir-se mestre. Sentir-se mestre, no resumo de suas complexidades e sentir-se condutor de pessoas a um ponto de luz. É descortinar novos mundos aos olhos perplexos daqueles que até então viviam quase que nas trevas do desconhecimento. É uma caminhada de doação. É nesse ponto em que a pedagogia e teologia quase se encontram, não fossem as necessidades terrenas de se comer e morar. É em função dessas necessidades, e talvez só por isso, que professor não veste batina, sobretudo no mundo moderno em que a venda de mão-de-obra constituí-se na única propriedade desse tipo de elite pensante. Ao longo dos anos o mestre descobre que a transmissão do conteúdo precisa de sua presença iluminadora. O poder da presença iluminadora do docente é o elemento humano de maior penetração no processo de aprendizagem. Esse poder é hoje o maior enigma e o mais espetacular obstáculo ao crescimento e à legitimação do ensino a distância (EAD), uma nova forma de pedagogia trazida pelas novas tecnologias, alguns diriam: pela gobalização. A globalização com seu véu tecnológico e seu manto universalista, é um fenômeno interessante e que deveria ser estudado sob a ótica das vidas humanas e dos seus sentimentos, percepções, ambições e contradições, e não apenas sob a miragem, muitas vezes inocente, do orgulho pelos avanços tecnológicos. Na verdade, felicidade e tecnologia formam um dueto falso. O século mais tecnológico da história humana foi também o mais violento. O mundo com tanta tecnologia avançada, nunca produziu tantos milhões de famintos. A tecnologia só é boa quando é socializada, mas não apenas entre as classes medias dominante. Quando falamos do impacto da globalização na educação, não devemos esquecer que o processo de aprendizagem requer interação humana. O uso de meios eletrônicos na sala de aula pode acelerar a coleta de dados, mas não avança em nada a capacidade humana na análise de informações ou o entendimento de inter-relações. É interessante observar que o mundo de hoje, mais automatizado e tecnológico, ainda se debruça no íntimo de suas relações, sobre os sentimentos milenares de ansiedade e medo, de orgulho e contradição, de busca do entendimento das complexidades da existência humana. Não é a globalização e nem os computadores que tornarão os seres humanos mais inteligentes e hábeis na análise da vida. É o debate franco e a busca permanente da verdade que darão ao mundo futuro o que ele será. Não devemos nunca esquecer que os grandes filósofos e sociólogos não precisaram mais do que lápis, papel e giz para dizer ao mundo o que ele era, porque o era ou como o poderia ser.
Nilo Sérgio
Alcides Gonçalves - por Norma Hauer
O Sax de John Coltrane
puro, angelical.
Sempre me referi às minhas asas
como de fogo.
Meu coração, sim, é um poço
de tanta candura que chega
a causar-me asco.
Mas é o meu coração.
Amo-o como amo os vizinhos,
os pássaros e sobretudo
as minhas formigas.
Não penses que não tenho
o diabo no couro, o tridente
segurado pela mão direita
e os olhos vis.
Trago comigo toda a loucura
(muitas vezes nada de santa)
que a maioria esconde
debaixo do tapete
ou dentro do guarda-roupa.
Sob meu tapete não há migalhas
de perdições, pois o meu tapete
(mesmo sem meu consentimento)
voa e voa rápido derrubando tudo
que encontra na sala: tem predileção
por fruteiras de cristal.
Já o meu guarda-roupa
quando me abre as portas
só vejo bailando minhas cuecas
(tenho à beça) .
Nunca te disse que sou coerente.
Meu coração (segredo) também
promove íntimas rebeliões:
passa dias sem doar sangue
aos músculos dos meus dedos.
Chegam a ficar roxas as unhas.
Então é o jeito eu roer e roendo
e roendo as unhas acabo pensando
nas tuas unhas e no último desenho.
Achei bela a pintura de estrelas
e cavalos-marinhos.
Não laves as mãos.
Nunca mais laves as mãos.
Para Domingos Barroso
Néctar
de antibiótico (líquido
e pastoso) na garganta
não resta outra coisa
senão lavar o rosto,
escovar os dentes
e fazer um baseado
de flores.
Dou um pulinho (saltitante
e peralta) até a varanda
e escolho criteriosamente
três pétalas: uma de lírio,
outra de crisântemo
e a última de rosa
(vermelha) .
Esmago (esmagar é errado)
afago-lhes a alma com a tampa
de bronze da minha caneta
e piso (pisar é desumano)
apalpo-lhes o espírito
com o cabo de marfim
do meu canivete.
Pronto,
feito meu elixir.
Desço (levitando)
até o porão mágico
e abro o velho baú
da minha vozinha.
Sei que lá tem
aquele tipo de papel
de carta apaixonada
nunca enviada
ao primeiro amor
(só serve dessa) .
É um papel
diáfana textura
uma hóstia imaculada
uma folha seca
que nunca o vento leva.
Encontrada a preciosidade,
lanço-a contra a réstia de luz
(trespassada pela telha de vidro)
à espera da bênção final.
Ao desmanchar-se
em gotas de orvalho
refaço a candura da folha
lendo em voz alta
as linhas e os espasmos
do que fora escrito
com tanto sonho
e paixão.
Enfim, agacho-me:
delicado, ponho
a folha (um fio
de brandura)
sobre o couro
do velho baú
e estico (esticar
é profano)
massageio-lhe
o coração.
Meus olhos brilham
enquanto meus olhos brilham
lembro-me de amar sempre
o cãozinho que morrera
a orquídea que não vingara
os versinhos rasgados
sob uma noite de fúria
e tolice.
Freud, além da alma
Julie Andrews
Edilma Saraiva X Salão de Outubro - Parcerias !
Com Madre Feitosa |
Com George Macário |
Com o Prefeito Samuel e George Macário |
Com Daniele Esmeraldo |
Impressões digitais- Foto de Edilma Rocha Saraiva
Eu, Você, Nós, Amamos Bém? Liduina Vilar.
O amor é uma caixa de Pandora confeccionado pelo nosso coração ao longo de algum tempo e,alimentado pelas nossas catexis. É comparado a um cristal muito delicado e ou diamante valioso que não podemos doá-lo a qualquer pessoa inferior. Quando me refiro a um ser não superior; não é em relação a credo, raça, religião, poder aquisitivo e preconceitos em geral. E sim no que concerne a idoneidade, dignidade...
caráter mesmo. O amor é meigo, delicado, frágil e forte ao mesmo tempo. É um tesouro para quem cultiva e uma mina para quem recebe.
O amor para Drummond é assim:"É grande e cabe nesta janela sobre o mar. O mar é grande e cabe na cama e no colchão de amar. O amor é grande e cabe no breve espaço de beijar".
Segundo Mário Quintana: "É tão bom morrer de amor e continuar vivendo"...
O amor não se entrelaça com a pessoa completa, aquela que idealizamos. Não existem príncipes e princesas, encaremos a pessoa amada de forma sincera e real, valorizando suas qualidades, mas reconhecendo seus defeitos. Pois o amor só é bom quando encontramos alguém que que nos transforme no melhor que possamos possamos ser. O amor é exigente!!!!!
Quando me refiro a este sentimento dos deuses, é ao amor homem/mulher, ao amor filial, ao amor maternal, entre amigos, entre os povos,à natureza, e entre as "galáxias".Rs rs...
Eu, acho que o amor é maior que o fogo em particular; é um incêndio. Explico; se for por um filho é o maior amor do mundo. Se for pelos pais e irmãos também. pelos amigos é o maior doador e se for por um homem amado é o grande incêndio que já se ouviu falar. Pois como mais uma vez, cito Drummond: "A paz dos deuses estendidos numa cama, qual estátuas vestidas de suor, agradecendo o que a um deus acrescenta o amor terrestre".
Mas o maior amor na minha opinião, deve ser a Deus e a si mesmo.
Por isso: ame-se, ame-se e ame-se!
Dedico este texto ás pessoas sensíveis como: Socorro, Claude,
Edilma, Jacques, Magali, Carlos Esmeraldo e Emerson Monteiro.