Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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domingo, 1 de maio de 2011

Voltando pra casa
- Claude Bloc -


Retomei minha jornada. Nada me consome mais do que ficar parada. Claro, há momentos em que a gente precisa estar consigo mesmo/a, mas, depois, me deixo vencer pela ânsia de produzir, de ir adiante. A inércia me dá a sensação de estar doente, então transgrido essa lei e me mexo. Trabalho!

Neste final de semana fui novamente cumprir a missão que assumi. Pela segunda vez fui a Campos Sales e Potengi para dar aulas de Inglês. A jornada é dura, mas depois de cumpri-la vem aquela sensação gostosa de dever cumprido e a alma se renova.


A estrada em certos momentos é um colírio para os olhos. Neste período de chuvas (ou pós-chuva), o verde se espalhha por toda parte e a Chapada azula as emoções da gente. A natureza agradece e se enfeita.


A viagem é passageira. Embala os sonhos. De vez em quando, as curvas entortam o sono da gente e se espremem por entre uma cerca viva de folhagens e pendões. O acostamento estreita a estrada e a limita num retorcido trajeto. Pela janela o frescor afaga os rosto e os cabelos dos passageiros.


Nas imediações de Nova Olinda, quando se vai em direção ao Crato, começa a agonia. Um infindável zigue-zague leva as conduções a serpentearem pelas estradas esburacadas e quase intransitáveis. Os topiqueiros, peritos nessa estrada, conseguem livrar alguns sopapos, mas algumas vezes o tranco é inevitável. E o clima sonolento da serra desperta na gente.


E é tanta a vontade de chegar em casa que, de repente, já se alcança a descida. E lá se vêm as Guaribas e a Batateira... e logo a gente chega nas ladeiras... No centro. No Pimenta. Em casa.

Claude Bloc

DENÚNCIA - Governo CID GOMES sucateia o Crato, e leva os últimos órgãos do Crato para Juazeiro


EMATERCE, DER, Junta Comercial, SEFAZ, SEMACE, COGERH,UFC são alguns dos órgãos que irão para o novo Centro criado por Ciro Gomes em juazeiro do Norte.

Cid_gomes2Há tempos, temos denunciado o sucateamento do Crato pelo Governo do Estado do Ceará. Agora, o golpe de misericórdia foi dado pelo Governo Cid Gomes, com a construção de um centro mulfifuncional que sugará o restante de órgãos e serviços que ainda funcionavam em outras cidades do Cariri. Segundo um documento expedido pela própria Secretaria das Cidades do Estado, para o novo Centro Multifuncional deverão ser transferidos, além da Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (CIOPS) e o Museu de Arte Sacra Popular, as instituições e órgãos abaixo: 1. Companhia de Água e Esgoto do Ceará (CAGECE), 2. Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE), 3. Departamento de Edificações e Rodovias (DER), 4. Departamento Estadual de Trânsito (DETRAN), 5. Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (EMATERCE), 6. Instituto Centro de Ensino Tecnológico (CENTEC), 7. Junta Comercial do Estado do Ceará (JUCEC), 8. Secretaria de Ciência e Tecnologia (SECITECE), 9. Secretaria de Educação Ceará (SEDUC), 10. Secretaria da Fazenda (SEFAZ), 11. Secretaria da Saúde (SESA), 12. Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), 13. Superintendência Estadual do Meio Ambiente (SEMACE), 14. Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (COGERH), 15. Prefeitura Municipal de Juazeiro do Norte (PMJ), 16. Universidade Regional do Cariri (URCA), 17. Universidade Federal do Ceará (UFC).

Afinal, estamos falando de uma Região metropolitana do Cariri, ou de uma Região Metropolitana do Juazeiro ? Pelo acima exposto, vê-se um claro objetivo do Governo do Estado de pôr o Crato de joelhos, levando o que restava de órgãos que ainda funcionavam em cidades satélite. leia a seguir, uma crônica do prof.

Dr. Nivaldo Soares, secretário de Meio Ambiente e Controle urbano do Crato denuncia a manobra, e fala sobre essa dura “machadada” contra a cidade do Crato, pelas mãos perversas do Governador Cid Gomes:

CENTRO MULTIFUNCIONAL DE SERVIÇOS DO CARIRI DE JUAZEIRO DO NORTE

Repetindo erros Por:
Nivaldo Soares de Almeida

Nivaldo_soares01Alegando reparar erros cometidos a mais de uma década atrás quando da concepção e construção do elefante branco denominado de Centro de Apoio aos Romeiros em Juazeiro do Norte, que se utilizou de uma montanha de recursos financeiros oriundo do Projeto de Desenvolvimento Urbano e Gestão de Recursos – PROURB, alem de outras fontes de recursos da União e do Estado, o governo Cid Gomes, através da Secretaria das Cidades que tem como titular o Caririense Camilo Santana resolveu transformar aquele enorme arcabouço estrutural que conta com uma área de 28.515,94 m², disposto por 05 (cinco) pavimentos, incluindo o térreo, em um Centro Multifuncional. Desta vez com recursos do Projeto Cidades do Ceará – Cariri Central. Melhor explicando, a decisão é tornar uma estrutura concebida para o atendimento às necessidades de hospedagem dos romeiros durante suas visitas a Juazeiro, em um espaço voltado à prestação diversificada de serviços a população regional, relativos à administração pública estadual e municipal, além do outras atividades. Sendo assim, o Centro Multifuncional poderá abrigar instituições públicas e/ou privadas da região do Cariri.
Como pré-requisito para a efetivação da obra e fator condicionante da efetividade dos investimentos, o Governo do Estado deverá garantir a sustentabilidade do empreendimento junto ao Banco Mundial. Para tanto, deverá apresentar ao Banco um elenco de órgãos, prioritariamente, prestadores de serviços relativos à administração pública estadual e municipal que passarão a funcionar no referido espaço. Ou seja, deslocar instituições e órgãos que atualmente funcionam, normalmente, na cidade de Juazeiro e nos municípios de Crato e Barbalha para ocupar a edificação referida.


Conforme documento expedido pela Secretaria das Cidades, para o Centro Multifuncional deverão ser transferidos, além da Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (CIOPS) e o Museu de Arte Sacra Popular, as instituições e órgãos abaixo: 1. Companhia de Água e Esgoto do Ceará (CAGECE), 2. Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE), 3. Departamento de Edificações e Rodovias (DER), 4. Departamento Estadual de Trânsito (DETRAN), 5. Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (EMATERCE), 6. Instituto Centro de Ensino Tecnológico (CENTEC), 7. Junta Comercial do Estado do Ceará (JUCEC), 8. Secretaria de Ciência e Tecnologia (SECITECE), 9. Secretaria de Educação Ceará (SEDUC), 10. Secretaria da Fazenda (SEFAZ), 11. Secretaria da Saúde (SESA), 12. Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), 13. Superintendência Estadual do Meio Ambiente (SEMACE), 14. Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (COGERH), 15. Prefeitura Municipal de Juazeiro do Norte (PMJ), 16. Universidade Regional do Cariri (URCA), 17. Universidade Federal do Ceará (UFC).

A principio, tudo parece interessante e justificável, mas por trás esconde, pelo menos, três graves equívocos, a saber: O primeiro é o arcaico modelo insustentável de concentrar, fortemente, serviços públicos e/ou privados em lugares distantes da população usuária, aumentando a dependência de veículos automotivos. E no caso especifico de Juazeiro do Norte, o quadro é mais grave ainda em função de sua disposição urbanística, com ruas estreitas e convergentes, aliada a um movimentado comercio e constantes eventos religiosos que, necessariamente, provocam fechamento de ruas e congestionamentos no transito. O segundo é penalizar ou reduzir a importância dos municípios vizinhos, Crato e Barbalha, subtraindo deles órgãos estaduais que a muito funcionam nestes municípios. É o caso do DER-Crato, SEMACE-Crato, COGERH-Crato, URCA-Crato, alem de DETRAN-Juazeiro, localizado na av. Pe. Cícero, e CAGECE-Juazeiro próximo a av. Pe. Cícero, portanto, órgãos de atuação regional que ficam mais próximos dos usuários dos três municípios (Juazeiro, Crato e Barbalha) e dos municípios circunvizinhos. O terceiro é a localização do Centro Multifuncional em área periférica úmida, com limitações ambientais e de acesso, próximo ao rio Salgadinho para onde converge toda a drenagem pluvial e boa parte dos esgotos domésticos e industrial das zonas urbanas de Crato e Juazeiro, alem das proximidades da estação de tratamentos de esgotos de onde, invariavelmente, exala odores desagradáveis para todo seu entorno. Se não bastasse.

È primário entender que em intervenções urbanas desta magnitude há limites a serem considerados e interpretados numa lógica de pesquisa local e regional, desde as condicionantes naturais, socioeconômicas e culturais, passando pelos de segurança viária, transporte público entre outros. Assim sendo, a decisão da Secretaria das Cidades pode ser considerada desastrosa, e deixa claro que a mesma despreza os fundamentos básicos do planejamento urbano e de desenvolvimento equilibrado da região Metropolitana.

Se querem consertar equívocos, improvisar ou atender a conveniências de qualquer natureza sobre o malogrado Centro de Apoio aos Romeiros, que ocupem os espaços disponíveis com órgãos do Município de Juazeiro do Norte. Embora, da maneira que está posta, uma sala de órgãos e conseqüentemente de serviços diversos, é provável que a população usuária seja sacrificada. Diante do pernicioso fato, é preciso que a sociedade através de suas lideranças políticas e civil se manifeste no sentido de fazer os mentores do projeto raciocinarem sobre as conseqüência danosas a população regional.

DOCUMENTOS:

01 – Centro Multifuncional em PDF
02 – Diretrizes em PDF

Por: Nivaldo Soares
Secretário de Meio Ambiente e Controle Urbano do Crato

Com prefácio de Dihelson Mendonça

Foto: Wilson Bernardo e Dihelson Mendonça

Porque hoje é Domingo - Por Claude Bloc


Passageiros do destino
***

E se fez o silêncio. 
Domingo é dia de reflexão, de encontro com a própria paz interior. 
O caminho segue, o dia passa, a vontade de voltar pra casa se detém no olhar distante.


A vontade é longa, a viagem é breve.  O sonho voa.


O pensamento  reflui as mazelas da vida, a dureza dos anos, a incerteza do amanhã.


E o olhar se perde na paisagem. A vida passa pela janela. Pra onde vamos?


Nos olhos, a estrada, a espera ansiosa pelo destino. Não importa a demora.


Entre o sono e a vigília seguimos a viagem.
Espreitamos o movimento.
Logo mais, a chegada.


Clique nas fotos para vê-las em tamanho maior.
Fotos: Viagem Potengi - Crato (via TOPIC)

Tanto entulho na cabeleira de Anahi - José do Vale Pinheiro Feitosa

Anahi acordou com a longa e negra cabeleira carregada de britadeiras que arruínam as comunicações. São tantas as partes britadas que Anahi resolveu ir à beira do riacho de águas transparentes que corre no fundo do seu quintal. Baixou a cabeça em direção às águas e sua cabeleira flutuou dançando com a correnteza, soltando uma a uma as britas das comunicações.

Agarradas aos pés de junco que margeiam o riacho ficaram as britas das broas de vento das tardes silenciosas de sonhos vazios. De um romantismo de arrabalde do tempo, com uma flor dessecada a marcar suas páginas e um perfume que lembra o que foi, pois hoje foi tomado pelo centro dos odores bolorentos. Um príncipe encantado, uma plebéia desencantada, uma cena de telenovela com carruagem e tudo para um país falido que ninguém sabe quem é quem.

Junto à lama podre de uma margem usada pelos transeuntes para aliviar seus intestinos ficaram as britas dos assassinos encomendados. Mesmo que matem o filho e os netos de um ditador, são do mesmo modo, assassinos de aluguel. Pagos para atirar no vigia dos poços de Petróleo em que tanta cobiça é despertada pela Otan.

A cabeleira de Anahi foi lavada da sujeira do mistério, aquele que se desmaterializou em pleno ar. Afinal a caixa preta do avião da Air France foi achada. Sob o peso esmagador das águas do mar. Agora tudo se revelará. A aviação continuará fazendo vítimas e nem a indústria de aviação e nem a aeronáutica deixará de matar. O mistério é este: avião mata. Sem culpados.

Não se entendeu como. Despregou-se do couro cabeludo de Anahi uma grande mancha. Uma enorme mancha a turvar quase todo o riacho. Mas bastava tocar na mancha e a parte tocada desapareceria. Assim como as grandes lutas do primeiro de maio, a revolta dos operários contra a mais valia. Que mais vale ainda.

No final do banho piloso quase mais nada restava nos cabelos negros que agora brilhavam ao perderem o turvo mundo das comunicações. Foi aí que as caspas do tempo que da cabeça se despregam, se espalharam na água. Era toda a cultura do medo, aquela assombração permanente que deixam cada nervo das pessoas em frangalhos. Aquela mesma assombração que promete um doente metal a metralhar todas as crianças e, impune, suicidar-se.

Anahi: as harpas sentidas solução ardente que são para ti. Teus acordes lembram a imensa bravura da raça tupi. Índia flor agreste da voz tão suave como o Aguaí.

1º de Maio - Dia do Trabalhador


"Meu Maio"  -  de Vladimir Maiakovski

 A todos 
Que saíram às ruas 
De corpo-máquina cansado, 
A todos 
Que imploram feriado 
Às costas que a terra extenua – Primeiro de Maio! 
Meu mundo, em primaveras, 
Derrete a neve com sol gaio. 
Sou operário – Este é o meu maio! 
Sou camponês - Este é o meu mês. 
Sou ferro – Eis o maio que eu quero! 
Sou terra – O maio é minha era! 


Dia do Trabalho no Brasil

Até o início da Era Vargas (1930-1945) certos tipos de agremiação dos trabalhadores fabris eram bastante comuns, embora não constituísse um grupo político muito forte, dado a pouca industrialização do país. Esta movimentação operária tinha se caracterizado em um primeiro momento por possuir influências do anarquismo e mais tarde do comunismo, mas com a chegada de Getúlio Vargas ao poder, ela foi gradativamente dissolvida e os trabalhadores urbanos passaram a ser influenciados pelo que ficou conhecido como trabalhismo.
Até então, o Dia do Trabalhador era considerado por aqueles movimentos anteriores (anarquistas e comunistas) como um momento de protesto e crítica às estruturas sócio-econômicas do país. A propaganda trabalhista de Vargas, sutilmente, transforma um dia destinado a celebrar o trabalhador no Dia do Trabalhador. Tal mudança, aparentemente superficial, alterou profundamente as atividades realizadas pelos trabalhadores a cada ano, neste dia. Até então marcado por piquetes e passeatas, o Dia do Trabalhador passou a ser comemorado com festas populares, desfiles e celebrações similares. Atualmente, esta característica foi assimilada até mesmo pelo movimento sindical: tradicionalmente a Força Sindical (uma organização que congrega sindicatos de diversas áreas, ligada a partidos como o PDT) realiza grandes shows com nomes da música popular e sorteios de casa própria. Na maioria dos países industrializados, o 1º de maio é o Dia do Trabalho. Comemorada desde o final do século XIX, a data é uma homenagem aos oito líderes trabalhistas norte-americanos que morreram enforcados em Chicago (EUA), em 1886. Eles foram presos e julgados sumariamente por dirigirem manifestações que tiveram início justamente no dia 1º de maio daquele ano. No Brasil, a data é comemorada desde 1895 e virou feriado nacional em setembro de 1925 por um decreto do presidente Artur Bernardes.
Aponta-se que o caráter massificador do Dia do Trabalhador, no Brasil, se expressa especialmente pelo costume que os governos têm de anunciar neste dia o aumento anual do salário mínimo. Outro ponto muito importante atribuído ao dia do trabalhador foi a criação da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, em 01 de maio de 1943.
Fonte: wikipedia

Magnolia Fiuza Menezes - Blog do Sanharol - SP