Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

ENVIE SUA FOTO E COLABORE COM O CARIRICATURAS



... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

Para participar, envie suas fotos para o e-mail:. e.
.....................
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sexta-feira, 21 de maio de 2010

SOU SOLITÁRIA, MAS SOU RESISTENTE !- Por Heládio Teles Duarte


Para que possa inspirar os que fazem parte do cariricaturas

Em especial para Socorro Moreira, constante guerreira das palavras...

A Mãe Celestial.- por João Marni

Ó MÃE DO FILHO ADORADO, DO IRMÃO PERFEITO, DO AMIGO DE TODOS OS MOMENTOS, JESUS;


Ó SENHORA CONSELHEIRA NOSSA, QUE SUBJUGAIS A DOR E A SERPENTE;

Ó SANTÍSSIMA E PIEDOSA, QUE EMANAIS A LUZ DIVINA;

Ó VIRGEM DO MANTO SAGRADO, RAINHA SOBERANA, O ROSÁRIO É

O SÍMBOLO DO VOSSO AMOR; VOSSOS PÉS DESCALÇOS E VOSSO

NOME, MARIA, DIZEM-NOS QUÃO SIMPLES E PRÓXIMA A NÓS SOIS

E VOSSAS CORES, O BRANCO E O AZUL, NOS FALAM DE VOSSA

PUREZA E NOS APONTAM PARA O ALTO.

INTERCEDEI JUNTO A DEUS, NOSSO SENHOR, PELOS HUMILDES E OPRIMIDOS, PELOS DESOLADOS, PECADORES E INJUSTIÇADOS,

PELOS DOENTES E FAMINTOS, PELOS QUE PERDERAM O SORRISO E

A ESPERANÇA E TAMBÉM PELOS QUE NADA DISSO PASSAM.

ROGAI POR NOSSA FAMÍLIA E FORTALECEI NOSSOS LAÇOS EM

TORNO DE VOSSA LUZ.

AMÉM!

Querida Fátima,
Este poema-oração surgiu por inspiração
ao observar as mães gestantes e as da pediatria
durante meu plantão noturno de hoje, nos
corredores da maternidade, tocando e
silenciando-se diante da imagem de N. Senhora.

Um presente para nós, especialmente para ti.
Fiel tão fervorosa.
Um beijo

REPÚBLICA DOS ACOMODADOS - Pedro Esmeraldo

Afirmamos que o nosso objetivo é lutar pelo desenvolvimento da cidade e nunca esmorecer quando encontramos qualquer obstáculo. Atualmente, vimos os políticos fracos, arredios não se unem em favor da terra e entregam os pontos facilmente aos inimigos. Queremos dizer que no Crato os políticos usam a oposição, para deturpar o bom andamento dos serviços prestados pela situação. A maioria deles não deixa a cidade progredir porque isto é serviço prestado por uma massa digna que facilmente, devido as dificuldades causadas pelos inimigos, entregam os pontos, sem esboçar nenhuma reação que satisfaçam aos anseios do povo.

Não têm objetividade, não reagem aos estímulos negativos, não se impulsionam em defesa da terra, simplesmente esperam que caiam manás do céu como no tempo de Moisés.

Vivem com a consciência perturbada, temendo não cumprir com o dever dignamente e não satisfazerem com o trabalho digno a fim de impulsionar o desenvolvimento firme e equilibrado.

Declaramos que com muita firmeza o que mais desejamos é vermos o Crato crescido economicamente e intelectualmente, caminhando no caminho reto e exercer a prática democrática sem cambalacho que surgem nas profundezas das voçorocas malignas que ora aparecem aqui, principalmente no bairro do seminário, agravando a situação do povo com ameaças de danificar as residências desse bairro, atemorizando a situação desse mesmo povo os políticos nada fazem a não ser em épocas eleitorais pondo em si as palavras insalubres, pois o seu objetivo é enganar o povo com banana e bolo.

Cratenses, agora aproximam as eleições "das esferas federal e estadual" e nós, os cratenses, deveremos tomar cuidado com os carcarás que vêem de fora buscar votos tirando a oportunidade de elegermos os nossos representantes. Tomamos isso como uma afronta, já que andam completamente fora do eixo e nada fazem por nós e ainda impedem que os filhos desta cidade de elegerem, porque eles são bem dotados de dinheiro vivo para a compra de votos, vivem enganando o povo incauto colocando-o completamente fora do eixo da terra, não fazem nada por nossa cidade. Constantemente ouvimos os filhos desta cidade dizerem: Ora essa, os filhos daqui não fazem nada por isso vamos dar oportunidade aos de fora pra ver se fazem alguma coisa.

Enganam o povo sem sinceridade e dizem asneiras, observando portanto que o povo usa o pessimismo doentio, entregando a cidade aos carcarás e fiquem sabendo esses bichos, são os que não fazem nada mesmo, visto que não vão deixar de trabalhar pela sua terra em benefício da nossa. Por isso empregamos essa palavra popular: Mateus primeiros os teus e portando não vamos descuidar dos filhos da terra porque ruim com eles, pior sem eles.

Senhores é possível orientar o povo, mostrando o caminho verdadeiro que é o caminho da sinceridade, do amor a terra e queremos que seja tudo em torno de nós os cratenses, legítimos e adotivos e com certeza teremos amor a cidade.

A nossa opinião, é de falarmos que todos os cratenses não deverão dar apoio moral e eleitoral a esse pessoal que nos suga, levando o bom desta cidade para outras plagas.

Crato - Ce, 21 de maio de 2010

Relembrando Quintino Cunha – Por Carlos Eduardo Esmeraldo

Eu ainda sou daquele tempo em que andávamos nas velhas “Sopas do Anselmo” pela poeirenta estrada velha do Crato ao Juazeiro. Época em que os mais jovens, quando sentados nos ônibus ou lotações, se levantavam para oferecer o lugar aos mais velhos ou às mulheres. A não observância desse princípio de boa educação era tida como uma grande indelicadeza. Depois, estudando em Salvador, observei uma transição. Em vez de cederem o lugar para senhoras e idosos, os jovens pediam apenas para segurar os embrulhos dos mais velhos e senhoras. O que convenhamos, já era alguma coisa se comparada ao procedimento dos jovens de hoje.

Atualmente, quando estou em Crato, e me desloco de ônibus do São José ao centro da cidade, não vejo os jovens oferecerem seus lugares aos mais velhos, como eu fazia, então. Talvez seja porque meus cabelos teimam em permanecerem castanhos escuros. Graças a isso, conforto-me pensando ser ainda uma criança. Aliás, a cada visita ao Crato, sinto que retorno um pouquinho mais jovem.

Outro dia, numa calçada, vi duas senhoras conversando enquanto caminhavam. Uma delas aparentava mais de 70 anos. Como eu caminhava um pouquinho atrás, sem querer escutei a conversa. A mais velha mostrava-se indignada pelo fato dos jovens não respeitarem os mais velhos. E contava à amiga que, juntamente com o irmão que tem mais de 85 anos, estavam no terminal de ônibus da Praça da Estação, para seguirem até a Parangaba. Quando o ônibus chegou, um grupo de estudantes do Liceu furou a fila e tomou a frente dela e do seu irmão, ocupando todos os assentos do ônibus, sem nenhuma preocupação com o coitado do velhinho, que ia em pé se lastimando das dores nas pernas e na coluna. A essa altura, pedindo desculpas às duas idosas me intrometi na conversa delas:
– O seu irmão deveria ter feito como fez Quintino Cunha há mais de sessenta anos – Disse-lhe eu.
– E o que foi que ele fez? – Indagou a velhinha. Então eu respondi:
– Ele entrou num ônibus lotado e ninguém lhe ofereceu o lugar. Chegou perto de uma mocinha que estava despreocupadamente sentada no banco da frente e lhe disse:
– “Moça, eu vou me sentar no seu colo!”
– “Com essa carinha?” – Indagou a jovem.
– “Não, com a minha bundinha!” Completou o genial Quintino Cunha
As duas senhoras esboçaram um risinho tímido e antes que dissessem qualquer coisa comigo, apressei meu passo e segui em frente. De longe olhei para trás e elas sorriram para mim.

Por Carlos Eduardo Esmeraldo

Cariri Cangaço avisa...


Prezados Amigos,

A noite de ontem marcou a visita do Cariri Cangaço aos descendentes de uma das mais tradicionais matronas da história do Ceará: Marica Macedo, ou Marica do Tipi. O encontro aconteceu na residência de uma das netas de Marica Macedo, em Fortaleza; dona Zaira Macedo Pinto; filha de Antônio Landim de Macedo, por sua vez filho de Marica.

Ao encontro estiveram presentes além de dona Zaira, seu esposo, senhor Moacir Pinto, suas irmãs: dona Ivone Macedo, dona Ione Macedo e ainda o escritor Vicente Landim de Macedo, além de outros familiares. O encontro para a apresentação do Cariri Cangaço à honrosa família, foi promovido por uma das organizadoras do Cariri Cangaço em Aurora; Jussara Macedo, e contou com a presença do Curador do evento, Manoel Severo, do presidente da SBEC - Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço, escritor Ângelo Osmiro e do Diretor da Laser Vídeo, Aderbal Nigueira

Na oportunidade do encontro, os organizadores do Cariri Cangaço puderam conhecer mais de perto a fenomenal história da vida desta que sem dúvidas marcou época como uma das mais poderosas "coronelas" de saias, de toda a história do Ceará; Marica Macedo, ou Marica do Tipi.

Depoimentos marcantes de suas netas, Ivone e Zaira como também do escritor Vicente Landim de Macedo, sobre as várias passagens da vida da avó Marica, prepoderantemente os episódios do Coxá; onde pontuaram as figuras de Padre Cícero e Floro Bartolomeu; do fogo do Taveira, onde veio a morrer o primeiro filho de Marica e a posterior tomada de Aurora pelos partidários da Brava Sertaneja, comandados pelo Major Zé Inácio do Barro, Coronel Santana, Joca do Brejão, dentre outros potentados da época, que em represália ao cerco e fogo do Taveira, contra Marica; reuniram um pequeno exercito de 600 cabras e invadiram e tomara a intendência de Auroa. A partir dali , dezembro de 1908, Marica e seus correligionários iriam mandar na política até sua morte em 1924.

Foi confirmada a Conferência do escritor Vicente Landim de Macedo, neto de Marica; durante o Cariri Cangaço 2010, no dia 21 de agosto, no distrito berço da tradicional família, Tipi, no município de Aurora.

NOTA CARIRI CANGAÇO: O município de Aurora acolhe o Cariri Cangaço no dia 21 de agosto de 2010, quando teremos um conjunto de visitas aos principais pontos históricos da cidade, em seguida Conferência com o prefessor José Cícero sobre 0s 80 anos da Passagem de Lampião por Aurora, e logo após o almoço teremos a visita ao distrito do Tipi, onde teremos a Conferência de Vicente Landim de Macedo, sobre Marica do Tipi. O Cariri Cangaço tem o apoio da Prefeitura Municipal de Aurora.

Registro Fotográfico da visita e mais novidades sobre o Cariri Cangaço, você encontra acessando:

www.cariricangaco.blogspot.com

Manoel Severo

Dialogando com Elmano Rodrigues Pinheiro - por José do Vale Pinheiro Feitosa

Ontem andei passeando pelo Blog do Crato e vi uma postagem do Elmano Rodrigues Pinheiro, intitulada “A beleza do Crato, é maior que a idiotice política”. Conheço o Elmano suficiente para saber que, embora o título deixe alguma dúvida, ele não chamou a política de idiotice. É mais provável que tenha alertado para a idiotice quando na política. O problema estaria na idiotice e não na política. Aliás, com uma exuberância de fotos bastante sugestivas sobre o bem comum da cidade, fazia, certamente, contraponto a certas fotos da “idiotice” na política.

Também é interessante o próprio uso do substantivo idiotice que é a qualidade de quem é idiota. Mas certamente o Elmano não falava do substantivo idiota como está dicionarizado, aquele do pouco discernimento. O mais provável é que falasse do oportunismo, do puxa-saquismo, da palhaçada de atos e manifestações. Claro que na política.

Por conta da postagem foi muito interessante o grande número de comentários. O Armando Rafael politizou a discussão de fato e acho que não caiu na bobagem de achar a política idiotice. O Carlos Rafael acusou o problema de transformar política em apenas briga de vizinhos, tipo aquela que se mata até por um problema de lixo na calçada. Já a Alessandra Bandeira, demonstrando o quanto os blogs são ricos para desvendar as diferentes visões, se mostrou cansada com a política.

Mas continuo achando que o Elmano, literalmente pisando em ovos, pois traz uma mensagem de racionalidade, traduzida como paz, na verdade não interdita o debate político. Ao contrário dar ao debate uma dimensão real, tem rostos como aquele painel de gentes, que vai desde o Padre Ágio a Dom Nilton, de Humberto Cabral aos Vaqueiros Encourados.

A política é, na essência, o próprio discurso humano. E o discurso humano já é, de cara, a interação, no mínimo, entre duas pessoas. E quando duas pessoas interagem, começa a política. Quando normalmente se escuta alguém dizendo que não gosta de política que não a compreende, logo imagino que tem dificuldade é com debates públicos. Às vezes familiares e até mesmo entre colegas.

Política não apenas se faz nos entes públicos. As empresas privadas, as Organizações Sociais, os blocos de Carnaval ou as organizações das Quadrilhas de São João fazem política e decidem através da política. A outra coisa é o comportamento social e, portanto, político das pessoas.

A ética é o centro deste comportamento. A ética de qualquer natureza, especialmente aquela que sustenta o direito do outro em divergir e de receber melhores argumentos sobre aquilo de que discorda. Talvez o que o Elmano tenha dito é que a idiotice seja o desconhecimento da ética por parte de alguns discursos políticos ou de alguns “métodos” empobrecidos de argumentos e que visam apenas denegrir o adversário.

O Elmano, acho que de modo consciente e muito inteligente, abordou a pluralidade através das fotos. Uma pluralidade que segue na contramão da exclusão, da interdição, da hegemonia de certos discursos políticos. Enfim, o Elmano trata a rigor dos espaços plurais, onde a política deixe de ser compreendida como apenas o veículo para uma única idéia. Especialmente em se tratando de anos eleitorais.

Aliás, mais do que nunca em anos eleitorais é necessários o bom embate e a exposição das diferenças. Se tem uma coisa que é favorável à humanidade é que ela pode até ser errática em tentativas diferentes, mas esta multiplicidade de visões tem sido um eixo fundamental da sua sobrevivência na natureza deste planeta terra.

POR JOSÉ NEWTON ALVES DE SOUSA

IDE VER A ÁRVORE BRANCA

Vós que passais, detende-vos e olhai.
Vós da cidade, vós de longe, ide vê-la.
Agosto surpreendeu-a toda branca. Dizem chamar-se paineira, e ostenta-se à margem da estrada do Lameiro.
Contrasta com o verde escuro dos catolezeiros e dos ipês, com o verde gaio dos cajueiros e sirigüeleiras, com o penacho-esperança dos babaçus e com o verde-azul da chapada.
Cresce para o céu escampo como uma prece de criança ou como um sonho de noiva.
É prata sob o luar e abantesma ou Pierrot no claro-escuro das madrugadas.
Floriu primeiro o ipê roxo, quaresmeiro. Agora é a paineira, solitária, única, detentora de todos os feitiços.
Logo mais será o ipê amarelo, derramando-se em ouro-luz.
Ide ver a paineira. Vale bem o sacrifício da caminhada. O vale freme. As ondulações sucedem-se, nos meios tons das descontinuidades cromáticas. As cidades plantam-se, em aglomerados dinâmicos. Espalham-se, perdidos, os casebres. Os tropeiros fazem tremer as estradas. Mugidos curraleiros choram em alguma parte. Estudantes transitam de azul e branco, ou de branco e rubro. O ônibus, com esforço, vence a rampa. O vento levanta pó e folhas. Melodias cruzam o ar.
Mas olhai a paineira.
E não deixeis que a cortem, como a tantas árvores de nossa região. Antes, cercai-a de todas as proteções.
Sua presença é suavidade e amor.
E tão cruel e duro é o mundo além...

A Serra - por José Newton Alves de Sousa

A serra! Mãe geradora do vale.
De suas entranhas, mana a vida.
O flóreo revestimento, que a imprevidência, a desídia e a ignorância dilaceram, entremostra as manchas de arenito, sangrando ao sol.
Os cortes quase horizontais apontam rumos e guiam as almas para encontros sem calendário.
O teor da clorofila, nas roças dos sopés, assume todos os matizes.
Destaca-se um casarão de múltiplas janelas, numa insólita alvinitência.
Contêm-se as águas nas piscinas azuis.
A geometria monotoniza-se na linha da planura.
A serra, nestes sítios, não tem a inquietude das ascensões fascinantes, mas a providente disposição de um receptáculo.
Em seu largo e fundo seio, dormem as águas do céu.

LENHADORES - POR JOSÉ NEWTON ALVES DE SOUSA

O perfil em curva projetou-se.
E, ferido e rangente, o tronco bipartiu-se.
Os golpes, à distância, percutiram.
Fez-se luto ao redor.
A fagulha esplendeu e, cúmplice, o vento prosperou.
Um clarão alongou-se para cima, volatizando-se,
esvaindo-se em fumo.
Animas, em fuga, piam, grasnam, estridulam.
A fumaça passa do negro ao cinza.
Depois, a um branco indeciso.
Depois, a uma opacidade morta.
Depois, a nada...

A Pedrosa, a amizade de sempre

Ao Bruno, meu amigo Pedrosa, meu abraço.
Tu te lembras das cocadas
Lá de Dona Leonor
Dos cascudos, petelecos
Dos pesqueiros, do ardor
Que era o "carinho" dela
Coisas que o tempo levou???
.
Pedrosa é meu amigo desde a dácada de 60, época em que morou na casa de sua tia Leonor, vizinha da direita de nossa casa, na Rua Irineu Pinheiro. Já nesse tempo, Pedrosa era um menino franzino, esguio e sempre gentil, preservando bem escondido, das nossas vistas, um ar moleque e brincalhão. Eu observava e apreciava sua tímidez mal disfarçada e sua silenciosa maneira de observar o mundo, com olhos sempre atentos, olhos com os quais já devassava a arte, o desenho, o traço.

Um fato pitoresco que ocorreu e que, tanto Pedrosa quanto eu nos lembramos, foi de trocarmos revistas em quadrinhos, que papai sempre comprava, por cocadas. Sim, porque Dona Leonor tinha uma bodeguinha na casa dela e dentre os produtos vendidos havia uma deliciosa cocada que eu adorava. Então, cada vez que Pedrosa queria ler uma revistinha, eu ganhava uma cocada. Todo esse arranjo era muito bem organizado e longe das vistas da tia do rapaz, pois ela era fogo!

Um dia Pedrosa recebeu de papai, como incentivo, um livro de nus artísticos. Ele paginou o tal livro, saboreou as cores, os riscos e creio que já sonhava naquele tempo em ser este artista que é hoje, mesmo sem imaginar que chegaria a galgar este estágio e/ou esta projeção no mundo inteiro, de que usufrui merecidamente.

Pois é, mas esse presente que papai lhe deu não foi muito apreciado por Dona Leonor que considerou o livro como coisa pornográfica, "imoral" e deu, no coitado de Pedrosa, uns bons petelecos. Certamente deve ter considerado papai um perversor de menores ou coisa que o valha. Mas o que importa é que isto não inibiu em Pedrosa a vontade nem o gosto pela arte. E hoje ei-lo transformado num artista internacional, mas sempre simples e amigo como outrora.

Lamento não poder levar a ele e à filhota o meu abraço. E não poder também lhe mostrar minha prole.

Mesmo assim fica aqui meu abraço sincero e amigo.

Claude

Texto por Claude Bloc

Foto: recorte de foto de Heládio Teles Duarte (aquarelada por Claude Bloc)

AQUARELA- POR SOCORRO MOREIRA


Todos os eus conscientes
se encaminham para o encontro
dos eus desconhecidos.
Um afim, em potencial,
é sempre um pedaço da gente,
que se descortina...
do nós conosco,
do vós convosco
dos eus
com nossos ( Z) EUS superiores


enquanto isso,
o caminho é construído
cheio de surpresas boas,
cheio de percalços,
que marcam,
nossa aprendizagem contínua.
E se não fosse
a paixão,
os bens inexplicáveis,
as emoções,
sinalizadas,
pela nossa sensibilidade...?
a vida seria uma desbotada
e vazia estrada...
sem terra, sem água,
sem sol, sem ar,
sem verdes folhagens...

e em tudo isso,
as cores primárias,
se movimentam,
pra compor uma aquarela sonora,
onde tudo vira instrumento,
pincel,
na mão da criatura,
que também é criador !

PERDAS - POR SOCORRO MOREIRA

Poucos sabem ser " deixados "
Cristo,Buda,e outros, conseguiram se libertar dos tesouros materiais,
dos egos centrismos ...

Um dia me encontrei
num canto,
ferida , sem poder voar,nem mesmo caminhar


Estava totalmente exposta aos elementos
Agora me sinto forte , muito mais forte, do que pude imaginar

Eu sou o meu projeto, objeto e objetivo
verbo e substantivo da minha oração

NOTÍCIAS DA JURITI




Muita gente foi conferir os resultado da interação audio visual Juriti que aconteceu nesta terça dia 19 de maio no Auditório Patativa do Assaré no SESC, com a presença dos educandos, familiares e amigos dos integrantes da experiência que culminou com a produçao de dois curtas metragens, uma ficção - A catadora de Pequi e um documentário - Os sonhadores.
Na abertura o cineasta Jefferson Albuquerque destacou a importância da bolsa recebida da FUNARTE para desenvolver uma experiência de formação em vídeo junto aos educandos do Instituto de Ecocidadania Juriti, e aberto também para a comunidade em geral. Em seguida a coordenadora Geral do Instituto de Ecocidadania Juriti, a socióloga Cristina Diôgo destacou a importância do protagonismo infanto juvenil na área de audio visual e lembrou que o espaço e os equipamentos do IEJ devem ser apropriados pelas crianças quebrando o paradigma de uma sociedade adultocêntrica.
Após a exibição dos filmes foi entregue os certicados aos participantes e uma cópia em dvd contendo os dois curta metragens.


por Bloguinho do Telecentrinho

Por Ana Cecília S.Bastos

Inaugural
Um quase desejo de estar grávida neste mês de maio.
De transformações que trespassem meu corpo,
sem piedade.
Rotações e movimento, e que sejam inexoráveis.
Mover-se em trânsito para o que seja novo.

Não me contenho mais em mim, presa de peles e moldes de lembranças que passaram e se vingam de mim.
Da estória que não foi narrada, da canção que se calou.

Quero largar essa pele e inventar outras novas,
palavras que me tomem e desesperem.

por Ana Cecília

ABISMOS- por Ana Cecília S.Bastos



Algo descama e desce, inevitável e incontrolável como uma menstruação.

Tenho imagens e palavras, poemas que se insinuam, enquanto o tempo escasseia.

Quero escrever, mas estou sem sentidos.

Minha emoção em desterro me abisma na ausência da cidade da Bahia.

Ladeiras, abismos, sinuosidades:
água terra, isso me alaga e me define, a Bahia,
em todos os seus tempos de ser e de não ser.

A dor se extingue, lenta, inexoravelmente, deixando-me tão deserta quanto antes.


por Ana Cecília

Foto de Mário Vítor

Gracindo Júnior



Epaminondas Xavier Gracindo, mais conhecido como Gracindo Júnior (Rio de Janeiro, 21 de maio de 1943), é um ator brasileiro, filho do também ator Paulo Gracindo (falecido em 1995) e pai dos também atores Gabriel Gracindo e Daniela Duarte.
Filho do veterano ator Paulo Gracindo, estreou profissionalmente em 1962, na montagem original de A Escada, de Jorge Andrade, com direção de Ivan de Albuquerque, pelo Teatro do Rio. Seguem-se participações no musical Os Fantástikos, de Tom Jones e Harvey Schmidt, e na inovadora montagem de Onde Canta o Sabiá, de Gastão Tojeiro, dirigido por Paulo Afonso Grisolli. Participa da montagem de dois clássicos: A Megera Domada, de William Shakespeare, encenado por Benedito Corsi; e O Burguês Fidalgo, de Molière, com direção de Ademar Guerra, ambos de 1968.

A carreira de Gracindo Júnior é ligada a autores brasileiros contemporâneos, notadamente Oduvaldo Vianna Filho, autor de peças em que atua, tais como: Dura Lex Sed Lex, com direção de Gianni Ratto, pelo Teatro Opinião; Alegro Desbum, texto em parceria com Armando Costa, dirigido por José Renato; Corpo a Corpo, monólogo inédito na direção de Aderbal Freire Filho; fazendo sua estréia como diretor também com texto de Vianinha, em A Longa Noite de Cristal. De Leilah Assumpção, atuou em Jorginho, o Machão; e dirigiu e produziu Roda Cor de Roda. De Millôr Fernandes, atuou em A Viúva Imortal, pelo Teatro Nacional de Comédia, em 1967, e dirigiu É..., na montagem que fez temporada em Lisboa, em 1978. No mesmo ano, atuou também em Arte Final, de Carlos Queiroz Telles, encenação de Cecil Thiré e, em 1979, em Sinal de Vida, de Lauro César Muniz.

Nos anos 80, trabalhou com menos frequência em teatro, e dedicou-se mais à televisão. Entre as suas realizações cênicas destacaram-se um show em homenagem a seu pai, Paulo Gracindo, Meu Pai, que ele escreveu, dirigiu e produziu em 1981, e a sua participação no elenco de Obrigado Pelo Amor de Vocês, de Edgard Neville, com direção de Antônio Mercado, 1987, que fez longa temporada no Rio de Janeiro e, posteriormente, em Lisboa.

Na década de 90, atuou em Black Out, de Frederick Knott, com direção de Eric Nielsen, em 1996, e, ao lado de Marília Pêra, em O Altar do Incenso, de Wilson Sayão, dirigido de Moacir Chaves, 1999.

Atualmente, comprou briga com o SBT junto com Maitê Proença e outros atores por causa da re-exibição da telenovela Dona Beija.
wikipédia

Por Norma Hauer

O HOMEM QUE SABIA DEMAIS
Em 20 de maio de 1908 nasceu, na Pensilvânia (EUA), um dos grandes ídolos da história do cinema:JAMES STEWART.
Em sua época o cinema ianque estava em grande forma, havendo artistas e diretores que marcaram para sempre sua história.
Era um tempo em que o ator trabalhava mesmo .Sendo bom, marcava, não sendo sumia .
Havia poucos efeitos especiais o que descaracteriza o astro. Hoje o cinema só tem: violência, efeitos especiais e sexo explícito. James Stewart foi um dos artistas que mais brilhou em Hollywood, sendo dirigido por diretores famosos como Frank Capra e, principalmente, Alfred Hitchcok, o gênio do suspense.
Em "Do Mundo Nada se Leva" e "A Felicidade Não se Compra", de Frank Capra, ele era muito jovem, em "Sétimo Céu", com Simone Simon era bem mais jovem. Mas já despontava como um grande artista.
Mais maduro foi "descoberto" por Hitchcok com quem filmou "Festim Diabólico", "O Homem que Sabia Demais" (segunda versão,a primeira Hitchock filmou na Inglaterra em preto e branco),"Janela Indiscreta" e "Um Corpo que Cai".
Por seu trabalho em "Núpcias de Escândalo" recebeu o Oscar de melhor ator (1940)
Outros filmes importantes em sua carreira foram "Aeroporto 77" e "O Homem que Matou o Facínora".Seu último trabalho foi "Um Conto Americano", em 1991.
Faleceu em 2 de julho de 1997, aos 89 anos.

Uma coisa estranha é que ele foi o primeiro artista a fazer parte da 2ª Guerra Mundial, havendo ingressado na Aeronáutica um ano antes do ataque dos japoneses a Pearl Harbor.
Que quer isso dizer?Apenas que os americanos não foram apanhados tão de surpresa naquele ataque (como gostam de afirmar) e que já estavam se preparando para entrar na guerra.
Mas o que importa é que James Stewart foi um dos maiores astros do cinema de Hollywood dos anos 30 e 40 e enquanto aquele cinema foi importante na cinematografia mundial.
Norma

POR HELÁDIO TELES DUARTE



Esta foto é dedicada a nossa amiga Claude, para relembrar seu grande amigo Bruno Pedrosa ( hoje radicado na Itália ) . O mesmo pergunta sobre as cocadas de Dona Leonor.

Para João Marni e Fátima

Ter o céu pertinho
e amar o Crato em sol maior
.
Ter as cores como dádiva
e ter a paz em tom, em som, em luz...
.
Ser tudo em tanta coisa
Ser sereno/a, em plácidas águas
Ser reflexo em plena harmonia
.
Tudo enfim faz parte do ser complexo
Do amor perplexo
e sempre
em dia
com a felicidade.
.
Por Claude Bloc