Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

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quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Consolidar a ruptura na história política brasileira



Leonardo Boff(*)


Para mim o significado maior desta eleição é consolidar a ruptura que Lula e o PT instauraram na história política brasileira. Derrotaram as elites econômico-financeiras e seu braço ideológico, a grande imprensa comercial. Notoriamente, elas sempre mantiveram o povo à margem da cidadania, feito, na dura linguagem de nosso maior historiador mulato, Capistrano de Abreu, “capado e recapado, sangrado e ressangrado”. Elas estiveram montadas no poder por quase 500 anos. Organizaram o Estado de tal forma que seus privilégios ficassem sempre salvaguradados. Por isso, segundo dados do Banco Mundial, são aquelas que, proporcionalmente, mais acumulam no mundo e se contam, política e socialmente, entre as mais atrasadas e insensíveis. São vinte mil famílias que, mais ou menos, controlam 46% de toda a riqueza nacional, sendo que 1% delas possui 44% de todas as terras. Não admira que estejamos entre os países mais desiguais do mundo, o que equivale dizer, um dos mais injustos e perversos do planeta.Até a vitória de um filho da pobreza, Lula, a casa grande e a senzala constituíam os gonzos que sustentavam o mundo social das elites. A casa grande não permitia que a senzala descobrisse que a riqueza das elites fora construída com seu trabalho superexplorado, com seu sangue e suas vidas, feitas carvão no processo produtivo. Com alianças espertas, embaralhavam diferentemente as cartas para manter sempre o mesmo jogo e, gozadores, repetiam: “façamos nós a revolução antes que o povo a faça”. E a revolução consistia em mudar um pouco para ficar tudo como antes. Destarte, abortavam a emergência de outro sujeito histórico de poder, capaz de ocupar a cena e inaugurar um tempo moderno e menos excludente. Entretanto, contra sua vontade, irromperam redes de movimentos sociais de resistência e de autonomia. Esse poder social se canalizou em poder político até conquistar o poder de Estado.Escândalo dos escândalos para as mentes súcubas e alinhadas aos poderes mundiais: um operário, sobrevivente da grande tribulação, representante da cultura popular, um não educado academicamente na escola dos faraós, chegar ao poder central e devolver ao povo o sentimento de dignidade, de força histórica e de ser sujeito de uma democracia republicana, onde “a coisa pública”, o social, a vida lascada do povo ganhasse centralidade. Na linha de Gandhi, Lula anunciou: “não vim para administrar, vim para cuidar; empresa eu administro, um povo vivo e sofrido eu cuido”. Linguagem inaudita e instauradora de um novo tempo na política brasileira. O “Fome Zero”, depois o “Bolsa Família”, o “Crédito Consignado”, o “Luz para Todos”, o “Minha Casa, minha Vida, o “Agricultura familiar, o “Prouni”, as “Escolas Profissionais”, entre outras iniciativas sociais permitiram que a sociedade dos lascados conhecesse o que nunca as elites econômico-financeiras lhes permitiram: um salto de qualidade. Milhões passaram da miséria sofrida à pobreza digna e laboriosa e da pobreza para a classe média. Toda sociedade se mobilizou para melhor.Mas essa derrota infligida às elites excludentes e antipovo, deve ser consolidada nesta eleição por uma vitória convincente para que se configure um “não retorno definitivo” e elas percam a vergonha de se sentirem povo brasileiro assim como é e não como gostariam que fosse. Terminou o longo amanhecer.Houve três olhares sobre o Brasil. Primeiro, foi visto a partir da praia: os índios assistindo à invasão de suas terras. Segundo, foi visto a partir das caravelas: os portugueses “descobrindo/encobrindo” o Brasil. O terceiro, o Brasil ousou ver-se a si mesmo e aí começou a invenção de uma república mestiça étnica e culturalmente que hoje somos. O Brasil enfrentou ainda quatro duras invasões: a colonização que dizimou os indígenas e introduziu a escravidão; a vinda dos povos novos, os emigrantes europeus que substituíram índios e escravos; a industrialização conservadora de substituição dos anos 30 do século passado mas que criou um vigoroso mercado interno e, por fim, a globalização econômico-financeira, inserindo-nos como sócios menores.Face a esta história tortuosa, o Brasil se mostrou resiliente, quer dizer, enfrentou estas visões e intromissões, conseguindo dar a volta por cima e aprender de suas desgraças. Agora está colhendo os frutos.Urge derrotar aquelas forças reacionárias que se escondem atrás do candidato da oposição. Não julgo a pessoa, coisa de Deus, mas o que representa como ator social. Celso Furtado, nosso melhor pensador em economia, morreu deixando uma advertência, título de seu livro A construção interrompida (1993): “Trata-se de saber se temos um futuro como nação que conta no devir humano. Ou se prevalecerão as forças que se empenham em interromper o nosso processo histórico de formação de um Estado-Nação” (p.35). Estas não podem prevalecer. Temos condições de completar a construção do Brasil, derrotando-as com Lula e as forças que realizarão o sonho de Celso Furtado e o nosso.


* Teólogo, filósofo e escritor - Autor de Depois de 500 anos: que Brasil queremos, Ed.Vozes (2000)

Palhaço por palhaço...



"Através do humor nós vemos
no que parece racional, o irracional;
no que parece importante, o insignificante.
Ele também desperta o nosso sentido de sobrevivência
e preserva a nossa saúde mental."
Chaplin


O que vem acontecendo, ultimamente, com os humoristas brasileiros, amigos, não tem nenhuma graça. Desde 1º. de Julho, com base na Lei Eleitoral, encontram-se proibidos "trucagem, montagem ou outro recurso de áudio ou vídeo" que ridicularize candidatos, partidos ou coligações. Pela lei, piadas e paródias ficaram vedadas desde então. Os humoristas desencadearam vários atos públicos de protesto, uma vez que tal determinação parece se consubstanciar em Censura e ainda tramita no STF, já com parecer prévio do Relator, o Ministro Carlos Ayres de Britto, uma medida suspensiva desta parte específica e esdrúxula da Legislação Eleitoral. Não bastasse isto, esta semana, em entrevista, o atual Ministro da Cultura , Juca Ferreira taxou o Candidato a Deputado Federal por São Paulo, o comediante “Tiririca” de estar praticando um desserviço à Democracia, “um deboche”, por conta do seu slogan de campanha : “Vote no Tiririca, pior que tá num fica!”
Vamos conversar um pouco sobre estes dois episódios tão emblemáticos da vida deste país. Quem se detiver alguns minutos na Propaganda Eleitoral Gratuita, facilmente há de compreender as profundas razões da implicância dos homens públicos , para com os programas humorísticos e é sempre bom lembrar que são os políticos que legislam. No fundo, parece ser uma questão envolvendo fatia de mercado: os políticos temem a concorrência.É bonito ver a fluidez democrática nas mais variadas propostas: legalização/Não legalização das drogas; Liberação/proibição do Casamento Gay e tantas , tantas outras. As caras, porém, que se apresentam no vídeo, são, em sua maioria, hilárias, despreparadas para representarem uma minúscula Associação de Bairros. Os que posam, por outro lado, de bacanas, falantes, letrados, carregam muitos uma Ficha mais suja que poleiro de pato. Têm uma Folha Corrida que envergonharia o pior marginal recolhido ao IPPO. Proibir o trabalho dos humoristas não é apenas um ato que me parece francamente inconstitucional, degradante, homicida do livre pensamento; é este sim, caro Ministro, um desserviço supremo à Democracia. Os fichas sujas tentam , mais uma vez, jogar a sujeira pra debaixo do tapete.Existem poucas coisas neste mundo tão sérias como o humor. Com um agravante : a medida é totalmente inócua. A piada faz parte umbilical do folclore político, talvez até para ajudar a suportar as tragédias daí advindas, assim como o humor negro brota rapidamente de todos os velórios. Existe um humorista em cada esquina deste país, em cada mesa de bar, em cada rodinha de praia. Quem os vai fiscalizar? Ressuscitaremos os antigos fiscais do Sarney? Imagino que no próximo carnaval não sejam permitidas máscaras de Obama, de Lula e fantasias de Napoleão Bonaparte. Proibidas, as anedotas ficam muito mais contagiosas e adquirem um tempero todo especial. Os verdadeiros humoristas deste país, são vocês caros políticos, para a Lei ser efetiva, será necessário cancelar definitivamente o horário eleitoral gratuito, o melhor programa humorístico da televisão brasileira.
Acredito, também, que nosso Ministro da Cultura foi infeliz no seu pronunciamento. “Tiririca” , com a lucidez ingênua dos palhaços, transmite uma clara verdade no seu slogan. Primeiro, exerce um direito sagrado, o de se candidatar como qualquer outro brasileiro. Durante a propaganda eleitoral, ele pergunta se o eleitor sabe o que faz um deputado federal e conclui: “pois eu também não sei, me elejam que eu vou lá, descubro e conto depois para vocês” . Basta observar as propostas dos incontáveis candidatos para perceber que a maioria não tem a menor idéia das funções que irão exercer. Prometem coisas absurdas como : aumento do salário, construção de hospitais, casas populares... como se fossem assumir algum cargo executivo e não legislativo.A tiririca é uma planta daninha não muito diferente da maior parte dos integrantes do Congresso Nacional. Com o nosso Tiririca, tenho certeza que pior do que está não fica. E ainda temos a vantagem de colocar em Brasília um palhaço verdadeiro. Palhaço por palhaço, prefira o verdadeiro e não o falso!


J. Flávio Vieira

Por Norma Hauer

1° DE SETEMBRO DE 2010
O FIM DE UMA ERA

Onde está nosso "JORNAL DO BRASIL ?
Sim, onde ele está?
Aquele que em menina eu via sempre no Gabinete de meu pai.
Nasci “lendo” o Jornal do Brasil. E hoje não o tenho mais.
É o fim de uma era.

Tínhamos “A Noite”, o “Diário da Noite”, “O Globo” (o único que ainda está conosco). Eram os chamados “vespertinos”.
Tínhamos o “Correio da Manhã”; o “Diário de Notícias”; “O Jornal”; o Diário Carioca; “O Radical”...Estes eram chamados de “matutinos”.
Outros vieram depois, alguns também já se foram como “Última Hora”; outros se encontram por aí, mas não representam aquela Imprensa de nossa infância, de nossa juventude, de nossa vida familiar, onde meu pai adquiria todos os jornais que então circulavam aqui no Rio de Janeiro para acompanhar várias opiniões.

Antes de o rádio ser o “primeiro a dar as últimas” e isso aconteceu durante a 2ª guerra, quando surgiu o Repórter Esso, eram através dos jornais que tínhamos notícias “frescas” do Brasil e do Mundo.
Depois veio a TV, mas o rádio continuou e os jornais se dedicaram mais aos editoriais e a marcar fatos mais relevantes, com dados minuciosos, tanto “na polícia e nas ruas “ (como se chamava, em épocas passadas, a seção policial do “Jornal do Brasil”) como na política.
Eram aqueles os jornais de nossa maturidade, quando me fixei em apenas dois: o "Jornal do Brasil" e “O Globo”.
Os outros partiram, deixaram saudade, mas não sei porque é a partida do “Jornal do Brasil” que mais sinto. E é essa partida que representa "O FIM DE UMA ERA".
Provavelmente por ser o único que nunca deixou de circular em minha casa. Meus pais se foram. Alguns irmãos também. A casa ficou quase vazia, mas outros vieram...minha filha, minha neta. Hoje elas são parte de minha vida, mas não daquela vida em nossa casa de Santa Teresa onde sempre se encontrava o “meu” “Jornal do Brasil”

Talvez o sentimento de perda seja maior porque ele foi “definhando” aos poucos...

Penso que a morte da Condessa Pereira Carneiro tenha dado início ao seu fim; a partir daí foi perdendo grandes colaboradores para a vida (outros jornais) ou para a morte. Como o inesquecível Barbosa Lima Sobrinho, que lá trabalhou até aos 102 anos.
Um jornalista que veio de longe (no tempo e no espaço) e se manteve firme no então já chamado JB. Este podia ser um nome carinhoso ou não. Mas o que importava: era o JORNAL DO BRASIL

Ah, mas ele continua “in line”, ele já vive o futuro, ele está ao lado de jornais internacionais ele deu um grande pulo para atingir as gerações que não conhecerão o jornal impresso.
E daí? Ele não é mais o "JORNAL DO BRASIL".

Lamento por essas gerações. Não estarei mais aqui, mas garanto que se elas souberem o que “foi” um jornal (ou um livro) impresso, apesar de “nascerem” com o mundo virtual, terão inveja de nossa geração e das que se foram antes de nós.
Nós somos felizes: conhecemos o “JORNAL DO BRASIL”.


Norma

Maria Cândido


Diário do Nordeste

Quinta 2/9/2010


Maria Cândido tinha 49 anos e era uma artista reconhecida nacionalmente
MIGUEL PORTELA

2/9/2010

A escultora foi atropelada ao ir pegar o certificado do prêmio que conquistou no Salão Nacional de Cerâmica

Juazeiro do Norte. A arte do Cariri está de luto, com o falecimento de uma de suas maiores escultoras, Maria Cândido, integrante de uma família que traz como tradição a atividade de esculpir no barro. A grande marca do seu trabalho ela mesmo traduzia, que era o amor que sentia de cada peça moldada, fruto da imaginação fértil e criativa da artista. Aos 49 anos, Maria Cândido morreu de forma repentina, vítima de atropelamento a um quarteirão da sua casa. Se dirigia à casa de sua mãe, na tarde do último dia 25 de agosto, para pegar a correspondência vinda de Curitiba. Era o certificado do prêmio que conquistou na sua participação no 4º Salão Nacional de Cerâmica, realizado no Paraná. Várias homenagens estão sendo prestadas a artista.

A artista foi um dos destaques das edições especiais do Caderno Eva, "Mãos que fazem história", que abordaram a vida e o trabalho de artesãs de todo o Estado.

Pela terceira vez consecutiva em que participou do concurso do Governo do Paraná, Maria Cândido arrancou a premiação de primeiro lugar pelo seu inconfundível trabalho. Quando saiu de casa, preparava mais um dos seus temas, a dança do sapo, ao retornar concluiria. Mas esse não pôde ser finalizado. Seu filho, José Cândido Rafael, como tantos outros descendentes da família, desde criança esculpe no barro. Herdou da mãe, os dotes que vêm desde a matriarca, Maria de Lourdes Cândido.

Ainda sob o impacto da morte prematura da filha, Maria de Lourdes lembra com carinho dos brinquedos que fazia, quando começou em tempos muito difíceis da vida, a esculpir as peças, que projetaria mais tarde as artistas nacionalmente. Nesse período, Maria Cândido foi aprendendo com a mãe. "Ela ficava feliz com cada trabalho. Se pudesse não venderia nenhuma peça. Todas ficariam em sua casa", diz dona Lourdes.

São pelo menos uma 30 peças que ficaram em casa. As outras eram comercializadas, e levadas para exposições em várias partes do Brasil. Em Fortaleza, o último trabalho em exposição da artista teve a renda revertida para uma instituição voltada para crianças e adultos com Aids. "Ela sempre estava concorrendo, participando dos eventos", diz José.

Uma sala com os trabalhos que restaram de Maria Cândido será montada em casa, como forma de render homenagem à escultora. Os temas de quadrilhas, lapinhas, reisado, encantos inspirados na mais singela forma de viver, o retrato do cotidiano e a religiosidade estão entre os principais motivos temáticos para elaboração dos trabalhos da artista. A família numerosa das Cândido se especializou e hoje consegue chegar com o seu ofício em vários estados do Nordeste e Sul do Brasil.

B olo Romeu e Julieta - Colaboração de Fátima Esmeraldo

Ingredientes:
1 xícara (chá) de leite
1 ½ xícara (chá) de açúcar
1 xícara (chá) de óleo
3 ovos
2 xícaras (chá) de farinha de trigo
1 xícara (chá) de fubá
100g de goiabada cortada em cubos pequenos
100g de queijo tipo minas cortado em cubos pequenos
1 colher (sopa) de fermento em pó

Modo de Preparo:
Unte e enfarinhe uma fôrma de bolo média. Reserve. Pré-aqueça o forno em temperatura média (180ºC). Bata no liquidificador o leite, o açúcar, o óleo e os ovos. Coloque em uma tigela, junte a farinha, o fubá e misture bem. Acrescente os cubos de goiabada e de queijo, misturando delicadamente. Acrescente o fermento. Coloque na fôrma reservada e leve ao forno por cerca de 50 minutos. Deixe amornar e desenforme.


PÉROLA DOS BASTIDORES - POR ALOÍSIO


Sempre me lembrarei dessa casa pela generosidade e acolhimento que recebi de Dona Elza e toda sua família.
Fiz o texto abaixo, em maio deste ano, recordando a viagem que fiz ao Cariri, na Páscoa passada, quando tive o privilégio de ficar hospedado nessa casa:

"Sítio São José, Meu Shangri-lá
(Para Dona Elza)

Minha descoberta tardia
Meus amigos estou aqui
Passeando no paraíso
Que se chama Cariri

Marcos meu grande amigo
Teve a “culpa” inicial
De levar-me ao paraíso
Sem pecado original

As casas no São José
Que grande satisfação
Ficar por lá hospedado
E indo em qualquer direção

Dona Elza quanta doçura,
Com paciência e sorriso,
Satisfazendo a todos
Em tudo que fosse preciso

A sua prole que conheci
Incluindo os aderentes
Nos deixaram à vontade
Que parecíamos parentes

Estou querendo ficar
Mas isto eu não mereço
A passagem nesta terra
Esta nunca mais esqueço

Tudo isto que está dito
Foi dito com muita calma
Digo uma vez e afirmo
Saiu do fundo da alma

Abraços
Aloísio

Foto de Marcos Barreto

 (mais  uma vez)Teresina
- Claude Bloc -


Eis-me em outras terras. Entre suores e calores. Entre o Piauí e o universo "brasilis"...
Banho-me com o sol, ao sol e, assim, o sal transpira dos meus poros.
.
Plena luz. Sol brilhante dourando a alvura do dia, no mormaço da tarde. Na secura do tempo e do ar, que as águas (dos rios) não conseguem conter.
.
Lá fora o mundo. Os pássaros empinam seu canto caloroso. Enfunam  a vida em suas asas, no pouco vento. Acalentando-se na segunda tarde quente dos "B-R-O BRÓ". Setembro abre seu leque.
.
Teresina. Até quando serei essa passageira que a visita? Quantas vezes ainda me aquecerei nesse abraço abrasador?
.
Dois anos já se arrastam. E continuo vindo, pagando, lutando.
Um dia paro e vou pra Portugal.

Claude Bloc

Franco Barbosa e Myrlla Muniz no encerramento da primeira fase do projet...

Homenageando uma grande figura cearense : Cristiano Câmara

Cena do Filme "Meus Amores no Rio - Inesquecível !




“Cariricaturas em verso e prosa" - Por Audir de Araújo Paiva

(Emerson Monteiro Lacerda - Editora BSG - 1º edição 2010)

 A obra é escrita por 33 autores, entre estes os rotarianos Carlos Esmeraldo e Carlos Rafael Dias, ex-presidentes do Rotary Club do Crato. Tive a honra de receber do Carlos Rafael um exemplar autografado. A obra enriquece a cultura e com certeza será uma grande fonte de pesquisas. Eu li, gostei e recomendo.

O Escritor Emerson Monteiro, no texto de sua autoria, abaixo transcrito, inserido na capa do livro, traduz com muita clareza o conteúdo da obra.

Assim, escreveu Emerson Monteiro:

“A evolução tecnológica integra os meios de comunicação e gera prodígios de ampliação das consciências, no tempo e no espaço. Nos dias atuais, mediante a penetração massiva da comunicação através da rede internacional de computadores, a possibilidade de reunir tantos meios em novos fenômenos propicia reencontro de pessoas e culturas, numa perspectiva de resultados múltiplos antes jamais avaliados.

Este livro nasceu, sobretudo, de um desses reencontros. Pessoas vinculadas ao universo de uma cidade, Crato, situada na região do Cariri, no Sul do Ceará, resolvem outra vez interagir, agora através de um blog denominado Cariricaturas.

Crato se caracteriza por sedimentar história rica de expressões intelectuais, artísticas, desde sua origem revolucionária, nos idos de 3 de maio de 1817, quando proclamava a república no Brasil, a destacado papel na colonização cearense e nas lutas da Independência, auxiliando a pacificar o Piauí e o Maranhão.

São, pois, 33 autores, poetas, contistas, ensaístas, cronistas, gravuristas, valores do lugar espalhados pelo Brasil, porém de pés firmados nas origens caririenses, ou ligados aos seus padrões pela identificação e vivências, somados em livro único, forte de sentimentos e beleza, a concretizar décadas místicas de gerações da cidade que pareciam perdidas nas voragens do Infinito.

Publicado no blog do Rotary Club do Crato - rotaryclubcrato.blogspot.com/

Walter Foster


Walter Forster (Campinas, 23 de março de 1917 — São Paulo, 3 de setembro de 1996) foi ator de rádio, cinema, teatro e pioneiro da televisão brasileira.

Em 1937 muda-se para a cidade de São Paulo, sendo contratado pela Rádio Bandeirantes, como locutor e depois como redator. Contratado pela Rádio Difusora, de São Paulo e com o mesmo contrato em 1947, pela Rádio Tupi, como era diretor artístico do elenco de radio-novelas, ajudou a formar o elenco para a telenovela da TV Tupi-PRF3. Também trabalhou nas rádios Excelsior, que atende hoje por CBN, e Nacional, como diretor de rádio-teatro (1952-1968).

Na inauguração da TV Tupi em 1950, trabalhou em todas as fases de discussões e de decisões de elenco para a nova emissora. Já estava casado e com dois filhos.

Escreveu, dirigiu e participou como ator principal da telenovela Sua vida me pertence, em 1951 na TV Tupi. Tinha apenas 25 capítulos. As coisas eram difíceis, os atores falavam muito alto no estúdio, esqueciam os microfones, pois vinham da rádio. Os cameramen também ficavam desesperados, pois os atores não sabiam se posicionar frente às câmeras. O ator Lima Duarte era o vilão, a atriz Lia Borges de Aguiar, a rival, José Parisi, Dionísio Azevedo, a atriz principal, que amava o galã era interpretada pela atriz Vida Alves e o galã Walter Forster.

A cena ousada para a época, o beijo na boca, o primeiro beijo da televisão brasileira, não passou de um "selinho", como diria Hebe Camargo nos dias de hoje. O galã Walter Forster encostou os lábios nos da Vida Alves, enquanto acariciava o braço da amada, causando frisson durante a transmissão da TV Tupi. A cena ocorreu no último capítulo.

Como não há registros dessas cenas: elas foram feitas "ao vivo" e ainda não havia videotape. Várias histórias foram contadas ao longo do tempo.

Trabalhou ainda na TV Paulista (Canal 5), produziu e dirigiu Hebe Camargo em O mundo é das mulheres. Ele apresentou o programa Intimidade.

Participou da telenovela Beto Rockfeller, com Luís Gustavo, Maria Della Costa, Beth Mendes, Denis Carvalho e outros, que revolucionou a linguaguem das novelas 1968. Apresentou junto com a apresentadora Cidinha Campos, em show, as primeiras imagens em cores da TV Tupi.

Em 1983, participou da versão brasileira de Acredite se Quiser na TV Manchete. Ficando viúvo e com quatro netos, quando resolveu desacelerar o seu trabalho, se aposentando. Participando apenas de alguns papéis com contratos mais curtos. Seus colegas o apontavam como um profissional completo.

Em 1990 junto com seus colegas José Parisi e John Herbert deu sua última entrevista sobre a TV Tupi para o programa Insert Show na Tv Gazeta do radialísta e videomaker Eduardo Thadeu, matéria sobre os 40 anos da TV Brasileira alguns fragmentos dessa matéria estão em sites de Tv do mundo todo e podem ser vistos também no Youtube.

Todos os finais de tarde, Walter Forster se reunia com os amigos da antiga TV Tupi, num bar tipo bistrô - chamado Quartier, na rua Alfonso Bovero, próximo do prédio da antiga emissora, atual MTV, para tomarem o seu uísque e conversarem sobre os "velhos tempos da TV Brasileira". Até a sua partida.

wikipédia

Pérola dos bastidores - por Ana ( ballet de palavras)


Edilma,
A noite, de ontem, subitamente se elevou.

O céu de coloração azul ténue, a lua majestosa rainha e, suas estrelinhas guias foram requintadamente enlevadas pelo evento que na terra se celebrava.

Hoje, semelhantemente, alguém, algures no espaço distante, mas, contíguo de afecto se engrandeceu no entendimento do que ocorreu.

Assim, neste instante, um sobrescrito selado e, endereçado a um destinatário definido possuído por um singelo conteúdo é expedito: “Existem instantes perfeitos. Adereçados de belezas enternecedoras, gestos meticulosos e, acções enriquecedoras de pessoas encantadoras cujas palavras exteriorizam pedacinhos de corações que ritmadamente relevam suas emoções. Quando concomitantes “Caricaturas em Prosa e, Verso” se apelidam.

As minhas sinceras felicitações.”

Ana

Por que não gritamos? – por Pedro Esmeraldo

O Doutor Wellington Alves de Souza (Tonton), médico e intelectual cratense, residente em Fortaleza, é um dos defensores da cidade do Crato. Constantemente, diz palavras elogiosas enquadrando-nos como grandes lutadores dessa cidade. Fala com facilidade, dizendo que somos corajosos e somente nós, uma gleba de defensores do município, lutamos sozinhos sem a preocupação dos políticos. Diz que não devemos esmorecer nessa jornada e ficamos inquietos com a passividade dos políticos que não reagem aos insultos governamentais. Também, lembramos de outras figuras corajosas que sempre trabalham em praticar atos defensivos de sua terra: tratam-se dos jornalistas Armando Rafael, Antônio Vicelmo , Dielson Mendonça, Ermeson Monteiro, Carlos Rafael, José Nilton Mariano, Claude Bloc, Carlos Esmeraldo, Jurandir Temóteo e outros que deixamos de mencionar porque não estamos lembrando agora.

Por sua vez, enaltecemos as figuras dos ex-prefeitos, capitão Ariovaldo, doutor Humberto Macário e Pedro Felício Cavalcante que deixaram marcos indeléveis e contribuíram para o desenvolvimento da cidade como: a criação da URCA, a implantação do Colégio Agrícola e outros logradouros que servirão de medida desenvolvimentista do município. Além dessas pessoas, existem outros lutadores que vivem no anonimato, mas com muita convicção, protestam contra as arbitrariedades. Tudo isso é executado pela horda de malfeitores que desejam a cidade do Crato no ostracismo.

Outro dia, demonstramos revolta, diante de um político que permanece de crista baixa e que tem medo de falar, já que perguntamos a esse senhor porque não reage à discórdia e à calúnia e não vai em frente, combatendo os inimigos, a fim de afastar do nosso meio e empurrá-los para fora da cidade. Crato não precisa de penetras. Deixem o Crato para os cratenses. Agora estamos muito tristes e indignados com as atitudes deletérias de nossos políticos, que, até hoje, não dizem o que vêm fazer e assistem pacificamente a perda dos bens da cidade. Pedimos a esses indignos políticos do Crato que renunciem. Por que colocam os cratenses para escanteio?

Por que não cooperar com o povo, retribuindo com o trabalho digno em benefício do próprio povo? Por que não protestar contra as injustiças, através de passeatas, comícios e outros tipos de manifestações que façam jus ao desenvolvimento da cidade? Não, meus amigos, precisamos reagir, pois o povo tem necessidade de quem trabalha com amor e honestidade. É para isto que pagamos imposto e os queremos de volta com benefícios e grandes melhoramentos.

Não podemos dormir. Temos que enfrentar os inimigos e queremos que empurrem esses algozes para fora da cidade. Afinal, cooperamos para sermos beneficiados e não beneficiar a terceiros. Afinal, por que não reagimos? Onde andam os órgãos representativos do município? Pra que servem Lions, Rotary, CDL, sindicatos, Associação Comercial que, por hora, permanecem mudos e não reagem contra os insultos dos provocadores indigestos?

A Procissão da Padroeira do Crato

Mais de 50.000 fiéis acompanhando Nossa Senhora da Penha, nas ruas principais da nossa cidade.
Mais de 50.000 mil, e nenhum romeiro !
Um  grande evento. Um grande testemunho de fé !

Rosineide e o seu dia a dia, entre o as pessoas do mundo

Um arco-íris muda a paisagem e a vida !

Maria Alice, agora solista do Pequeno Coral

Com  Seu  Lunga- Figura folclórica !

Rosineide e filho : abraço amoroso !

Bianca

Às vezes eu esqueço que o meu colo é colo de vó!

Foto de Rosineide Esmeraldo

Sofia , caras e bocas, diante do olhar maternal da nossa amiga Rosineide

A Casa de Dona Elza Barreto - Foto de Marcos Barreto

Linda e acolhedora. A vida continua, naquela vivenda de paz. Os filhos   no alpendre da casa, numa conversa  de lembranças ternas, vigiam o sono sereno de quem parece que apenas dormiu para sempre.
"Tal vida, tal morte ! "
E o jardim continuará a ser regado, e continuará a florir, para receber a tribo que permanece unida .

A Volta dos Mortos Muito "Vivos" - Por Joaquim Pinheiro

A VOLTA DOS MORTOS MUITO “VIVOS”
O próximo governo, seja qual for o eleito, pode ter que enfrentar herança maldita de bilhões de Reais logo no início. O rombo que se avizinha virá de decisão do Supremo Tribunal Federal. Se der ganho de causa aos antigos donos dos Bancos Nacional, Econômico, Banorte e Mercantil de Pernambuco, os brasileiros terão que pagar conta astronômica, que certamente fará falta no custeio da máquina pública, com reflexos no pagamento do funcionalismo público, na conta dos aposentados e no desempenho da máquina pública.
Tudo começou com a implantação do plano Real, em 1994. Com a queda da inflação, os bancos ficaram sem as receitas inflacionárias, aquelas decorrentes da aplicação dos depósitos sem remuneração. Basta dizer que somente as seis maiores instituições financeiras auferiram ganhos de R$ 5,1 bilhões em 1993.
Para compensar a queda nas suas receitas, os bancos liberaram empréstimos em larga escala, prática que muitos não estavam acostumados a fazer, pois aplicavam a maior parte na ciranda financeira. Muitos créditos não foram pagos e, como conseqüência, as agências bancárias ficaram a beira da insolvência. Para evitar quebradeira no sistema financeiro e impedir prejuízo aos correntistas, o governo, através do Banco Central, lançou o PROER – Programa de Estímulo à Recuperação Reestruturação do Sistema Financeiro Nacional. Apenas os quatro bancos citados no primeiro parágrafo, levaram R$ 55 bilhões na época. Com ele, as Instituições em crise sofreram intervenção, seus ativos foram transferidos para outros bancos e o passivo passou a ser administrado pelo BC.
Anos depois, os controladores destas Instituições se articularam, contrataram advogados famosos a peso de ouro e ingressaram na justiça pedindo reparação dos pseudos prejuízos. Para se ter noção do rombo armado contra o tesouro, basta dizer que apenas um dos bancos, que em 1995 absorveu R$ 543 milhões, hoje pleiteia mais de R$ 2 bilhões. A questão foi julgada em várias instâncias, com ganho de causa dada ora a um lado, ora ao outro. O Superior Tribunal de Justiça decidiu a favor do Banco Central, por 5 X 0. Os advogados dos ex-banqueiros recorreram ao Supremo, a quem cabe decidir em última instância.

Dados extraídos de artigo de Paulo Vasconcelos – publicado na Revista Por Sinal nº 31.

AlBênzio Perrone - por Norma Hauer

Ele era francês, filho de italianos, mas se dedicou à música brasileira, tendo vindo para aqui, com sua família, quando tinha apenas 6 anos.
Seu nome ALBÊNZIO PERRONE, nascido em 1º de setembro de 1900 em Marselha, sul da França, onde também nasceu a Marselhesa, hino oficial daquele país.
Há pesquisadores que afirmam que ele era de novembro e não de setembro. Isso muitas vezes é comum, ainda mais não tendo nascido no Brasil, mas eu sempre soube que ele era de setembro.

É um dos artistas que nasceram em outros países, mas ficaram conhecidos como cantores e compositores brasileiros, como Carmen Miranda, Georges Moran, Adelino Moreira, Albertinho Fortuna e...Carlos Galhardo.

Albênzio começou sua carreira de cantor e locutor na Rádio Clube do Brasil, em 1927, passando no ano seguinte para a Educadora.
Em 1929 gravou seu primeiro disco:"Paraguaíta"(um tango brasileiro, de Marcelo Tupinambá e "Pecado", de Joubert de Carvalho)
As músicas que mais marcaram sua presença em nosso meio artístico foram "A Vigília da Lâmpada", de Gastão Lamounier e Mário Castelar e "Se Esses Olhos Falassem", de Lamounier e Mário Róssi, os mesmos autores de "...E o Destino Desfolhou", música que ele só gravou em seu único LP, no início dos anos 70.
Sobre essa valsa, ele contou que Gastão Lamounier havia prometido que ele a gravaria...entretanto, deu-a para Carlos Galhardo fazê-lo,o que o deixou aborrecido.

Quem conseguiu que ele fizesse um único LP foi o radialista Raul Maramaldo, que foi buscá-lo no interior de Minas, para onde ele havia se mudado, abandonando tudo.
Nesse LP ele gravou a "Valsa do Meu Amor", que tem uma parte declamada exatamente por Raul Maramaldo.

ALBÊNZIO PERRONE faleceu aqui no Rio, no dia 7 de julho de 1974. aos 73 anos.

Cena africana? Não! esta foto foi feita aqui mesmo...


Heládio Teles Duarte está sempre captando cenas do nosso cotidiano...
Acima, (uma ocorrência comum na zona rural deste nosso subdesenvolvido Nordeste), feita na estrada Crato-Arajara. Este tipo de transporte já ocasionou -- e ainda vai, infelizmente, ocasionar consequências trágicas.
E todo mundo tem um pouco de culpa nisso!
O Demutran por não fazer uma fiscalização frequente nas estradas da zona rural. Os proprietários desses transportes pela irresponsabilidade e descaso para com a vida humana.
A quem apelar?
Por enquanto fica apenas a denúncia – com prova documental – feita pela foto (por sinal muito bonita) de Heládio Teles Duarte...

A importância dos museus de paleontologia no Cariri -- Por Lana Luiza Maia Nogueira (*)


Somente 04 museus de paleontologia existem em toda a região do Cariri que abrange 33 municípios cearenses, localizados ao longo da fronteira com Pernambuco até os limites do Piauí e da Paraíba, distribuídos em 5 microrregiões: Sertão do Salgado (Baixio, Cedro, Ipaumimim, Lavras da Mangabeira e Umari); Serra de Caririaçu (Altaneira, Antonina do Norte, Assaré, Caririaçu, Farias Brito, Granjeiro, Tarrafas e Várzea Alegre); Sertão do Cariri (Abaiara, Aurora, Barro, Brejo Santo, Jati, Mauriti, Milagres, Pena Forte e Porteiras); Chapada do Araripe (Araripe, Campos Sales, Nova Olinda, Potengi, Salitre e Santana do Cariri); Cariri (Barbalha, Crato, Jardim, Juazeiro do Norte e Missão Velha). Estes, no Sul do Estado do Ceará, perfazem uma área de 19.364 Km², representando 13,2% do território cearense.
Na região do Cariri encontra-se a Bacia do Araripe, que abrange uma área de aproximadamente 10.000 km², na porção de fronteira dos estados do Ceará, Pernambuco e Piauí, limitada por falhas tectônicas e com uma extensão de aproximadamente 230km de leste a oeste e 70 km de norte a sul. Esta bacia apresenta depósitos fossilíferos bem preservados, datados do período cretáceo inferior (aptiano-albiano), com rochas e concreções calcárias fossilíferas. Paleontologicamente, nos museus, encontram-se expostos uma biota fóssil muito variada com exemplares de peixes, plantas, répteis, insetos invertebrados e conchas, todos com uma preservação excelente chegando, em alguns casos, a conservar tecidos moles de alguns animais.
Desde o século 19 a região do cariri atrai curiosos e estudiosos interessados nesta fenomenal abundancia de fosseis. Infelizmente, parte desse patrimônio cientifico foi levado para outros estados do Brasil e também para o exterior, gerando pesquisa e desenvolvimento cientifico fora do local de origem. Por este motivo, os museus de paleontologia são necessários para a fixação de acervo paleontológico na região do Cariri.
Os quatro museus de paleontologia são: o museu de paleontologia de Santana do Cariri, o museu de fósseis do DNPM no Crato e os museus da Casa Lima Botelho e museu Municipal, ambos em Jardim. Esses museus ainda não possuem infra-estrutura apropriada e pessoal qualificado para funcionar de maneira otimizada e desenvolver pesquisas. Atualmente são locais de exposição de fósseis para a contemplação dos visitantes e curiosos.
O ideal seria que a região tivesse técnicos qualificados para gerenciarem os centros de pesquisas paleontológica. No Araripe, os museus apesar de não ter uma exposição museograficamente apropriada para bom entendimento da paleontologia (paleoambientes, paleoecologia, processo de formação dos fósseis), são continuamente visitados. (parafraseando Sales, 2010, no prelo).
O Museu de Santana do Cariri, por exemplo, recebe mais de vinte cinco mil visitantes por ano, os de Jardim, recebem mais de onze mil, anualmente. Isso representa um número expressivo de visitantes. Os visitantes são oriundos de regiões circunvizinhas, principalmente das cidades limítrofes ao sul da fronteira do Ceará. Todos curiosos para conhecer as riquezas paleontológicas do Cariri.
Essa visitação tem representado incentivos na: divulgação da paleontologia, no desenvolvimento do turismo, da educação patrimonial e em menor expressão na geração de renda nas localidades onde os museus existem e uma tímida, integração com a cultura local.
Pelo exposto, essas ações representam somente, uma pequena parcela da real importância e contribuição que, os museus de paleontologia podem prestar a comunidade científica e a sociedade em geral, na porção sul do Estado do Ceará, o Cariri.

(*) Lana Luiza Maia Nogueira é aluna do Curso de Especialização em Geologia Histórica e Paleontologia -UFC-URCA.