1° DE SETEMBRO DE 2010
O FIM DE UMA ERA
Onde está nosso "JORNAL DO BRASIL ?
Sim, onde ele está?
Aquele que em menina eu via sempre no Gabinete de meu pai.
Nasci “lendo” o Jornal do Brasil. E hoje não o tenho mais.
É o fim de uma era.
Tínhamos “A Noite”, o “Diário da Noite”, “O Globo” (o único que ainda está conosco). Eram os chamados “vespertinos”.
Tínhamos o “Correio da Manhã”; o “Diário de Notícias”; “O Jornal”; o Diário Carioca; “O Radical”...Estes eram chamados de “matutinos”.
Outros vieram depois, alguns também já se foram como “Última Hora”; outros se encontram por aí, mas não representam aquela Imprensa de nossa infância, de nossa juventude, de nossa vida familiar, onde meu pai adquiria todos os jornais que então circulavam aqui no Rio de Janeiro para acompanhar várias opiniões.
Antes de o rádio ser o “primeiro a dar as últimas” e isso aconteceu durante a 2ª guerra, quando surgiu o Repórter Esso, eram através dos jornais que tínhamos notícias “frescas” do Brasil e do Mundo.
Depois veio a TV, mas o rádio continuou e os jornais se dedicaram mais aos editoriais e a marcar fatos mais relevantes, com dados minuciosos, tanto “na polícia e nas ruas “ (como se chamava, em épocas passadas, a seção policial do “Jornal do Brasil”) como na política.
Eram aqueles os jornais de nossa maturidade, quando me fixei em apenas dois: o "Jornal do Brasil" e “O Globo”.
Os outros partiram, deixaram saudade, mas não sei porque é a partida do “Jornal do Brasil” que mais sinto. E é essa partida que representa "O FIM DE UMA ERA".
Provavelmente por ser o único que nunca deixou de circular em minha casa. Meus pais se foram. Alguns irmãos também. A casa ficou quase vazia, mas outros vieram...minha filha, minha neta. Hoje elas são parte de minha vida, mas não daquela vida em nossa casa de Santa Teresa onde sempre se encontrava o “meu” “Jornal do Brasil”
Talvez o sentimento de perda seja maior porque ele foi “definhando” aos poucos...
Penso que a morte da Condessa Pereira Carneiro tenha dado início ao seu fim; a partir daí foi perdendo grandes colaboradores para a vida (outros jornais) ou para a morte. Como o inesquecível Barbosa Lima Sobrinho, que lá trabalhou até aos 102 anos.
Um jornalista que veio de longe (no tempo e no espaço) e se manteve firme no então já chamado JB. Este podia ser um nome carinhoso ou não. Mas o que importava: era o JORNAL DO BRASIL
Ah, mas ele continua “in line”, ele já vive o futuro, ele está ao lado de jornais internacionais ele deu um grande pulo para atingir as gerações que não conhecerão o jornal impresso.
E daí? Ele não é mais o "JORNAL DO BRASIL".
Lamento por essas gerações. Não estarei mais aqui, mas garanto que se elas souberem o que “foi” um jornal (ou um livro) impresso, apesar de “nascerem” com o mundo virtual, terão inveja de nossa geração e das que se foram antes de nós.
Nós somos felizes: conhecemos o “JORNAL DO BRASIL”.
Norma
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