Criadores & Criaturas
"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata."
(Carlos Drummond de Andrade)
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sexta-feira, 17 de junho de 2011
música
cantam ou é barulho de água
nas pedras de um riacho
que passaria entre as mãos
não fosse tão grande
o lugar que fabrica solidão
pássaro ou gente
um canto onde
em cada canto se esconde
semente de solidão
a solidão se abre
maior do que a vista alcança
deserto que não sabe
quando começa e acaba
a música vai para perto
de quem acredita
na real possibilidade
de romper as arestas
desse deserto
cada vez mais perto
apertando por todos os lados
acabando com nossas conversas
qualquer um pode caminhar
nessas areias sem vê-las
tão duras, pode ouvir esse canto
sem saber de onde vem
para onde vai nem quando
voltará ondulando ondulando
num dizer om shanti shanti om
As mudanças de Generéia
As transformações apareceram de forma insidiosa, assim como o cupim destroçando pouco a pouco uma biblioteca. Quando Matozinho, muitos anos depois, olhou para trás é que percebeu a inexorável ação do tempo. Não só a vila havia pouco a pouco mudado seu leiaute – bastava ver as antigas fotos do lambe-lambe Zèzinho do Papouco – os costumes tinham ido junto. Certamente a chegada da televisão foi um dos propulsores daquela reviravolta. Depois da TV , Matozinho nunca mais foi a mesma. Travestiu-se de ares modernosos embora, no fundo, ainda permanecesse profundamente provinciana. As mocinhas já não mais aceitavam roupas de costureira, queriam as pré-fabricadas com os últimos modelitos das novelas. E os adereços seguiram a mesma tendência: nada mais de gigoletti, de travessa no cabelo e de cara sem maquiagem. Até as velhas já ousavam abandonar os véus, os califons, as combinações e as anáguas. Os rapazes já se espelhavam nas bandas de rock e comentava-se que até mesmo alguns baseados já muitos tinham experimentado. E de nada adiantava o sermão do padre, o esporro dos mais experientes: o mundo velho estava perdido no mato e sem cachorro. Os matozenses recobriram-se de um ar de fidalguia, como se a vida de todos houvesse saltado de uma novela: cada um passou a se achar mais importante que o outro e estabeleceu-se uma epidemia de pabulagem desenfreada.
E foi exatamente nesta época que D. Generéia , que morava no centro, resolveu mudar-se para uma outra casa, numa rua mais afastada. O marido havia perdido uma sinecurazinha que mantinha na prefeitura e a coisa apertara. Viu-se Generéia numa sinuca de bico. Primeiro não podia passar por baixo ( e isso lá era papel de atriz de novela!) e aceder que saía por pura liseira e , mais, que estava se mudando para uma casa mais pobre sita num cuvioco , próxima à famigerada Rua do Caneco Amassado. Uma notícia dessas não carregava nenhum glamour, nem era digna de um script de mini-série. Espalhou, de peito aberto, que havia sido recomendação de Janjão da Botica, uma tentativa, de mudando de clima, melhorar a asma feroz e o chiado de peito de que Generéia assumiu ser acometida. “É uma questão de tempo, vou mais prá veranear e quando voltar não venho morar perto dessa rafaméia aqui, não, já estamos pensando em fazer um palacete na nossa chácara no pé da serra da Jurumenha” , disse uma Generéia orgulhosa e cheia de si , com cara de Odete Roitman.
Após a enfática declaração de Generéia, pulou no meio do terreiro um outro problema: a mudança. É que não existe neste mundo de meu Deus uma coisa mais desmantelada que mudança de pobre. Imaginem uma carroça repleta de cacarecos velhos, soltando , como uma medusa, perna prá tudo quanto é lado. E mais: tendo que ser providenciada em várias viagens, durante o dia, já que no escuro não há nenhuma condição de se fazer o translado. É como se , de repente, a família expusesse suas entranhas à execração pública. A necessidade de uma mudança com essas características, certamente contradizia os atuais padrões globais da cidade de Matozinho. Se ao menos houvesse um caminhão baú, levando os teréns tudo entocado no breu da madrugada! Mas carroça!
Manhãzinha chega o carroceiro “Paçoca” com sua carrocinha, acompanhado de uns três moleques para assessorar no penoso mister. Os vizinhos observavam de longe, mantendo distância regulamentar, esperando de dentes e língua afiados, o momento de pinicar o oratório da pábula companheira de rua. Generéia postou-se na janela e começou a irradiar a mudança, em voz alta. Era uma desesperada tentativa de minorar um pouco a caótica visão dos cacarecos dependurados, utilizando alguns recursos da publicidade. Quando “Paçoca” pegou a Tevezinha preto-e-branco de umas quatorze polegadas, Generéia gritou para que todos ouvissem:
--- Meu povo ! Cuidado com a TV de Plasma !
Logo depois, os assessores recolheram os brinquedos dos filhos e colocaram numa caixa de sapato : uma peteca, duas bolas de gude, um triângulo, uma carrapeta e um pião. Quando traziam para a carroça, Generéia alarmou:
--- Epa ! Cuidado prá não quebrar o Videogame dos meninos, viu?
Quando “Paçoca” pegou a chaminé do fogão de lenha, repleta de pucumã e arrumou aquele cone preto retinto no meio da carga, Generéia saltou de lá e alarmou:
--- Preste atenção, seu Paçoca ! Vê se não arrebenta minha coifa, joviu?
Logo depois, os três moleques, com uma dificuldade imensa, pegaram a jarra de barro cheinha de água e, cambaleando pelo peso, começaram a levar até à carroça para colocar em cima da cantareira que lá já estava acomodada, com uns quatro canecos pendendo pelas beiras. De repente, o pote liso escorregou e lascou-se no chão. Foi água para tudo quanto é lado. Do outro lado da rua, Zé Fubuia que observava tudo: o fato e a versão bradou a todos pulmões:
--- Acode minha gente ! O Gelágua de Generéia partiu-se no meio !
J. Flávio Vieira
Sonhos de liberdade - Emerson Monteiro
Sob o signo de uma dessas reflexões que afloram o espaço misterioso entre a memória e o cotidiano, quando a gente pára o tempo e fica só visando o nada a nossa frente, qual quem quer fugir para lá do mais adiante, senti de perto esse intervalo gigantesco que nos espera, pois sentir a dor representa o que de diferente existe do eu atual ao Eu que, certo dia, perto ou distante, a ele chegará, ao Ser definitivo.
Com isso, viajei nas asas frondosas dos sonhos de liberdade. Esse desejo transcendental do ser feliz nos braços macios da leveza eterna, de que tanto falam sábios e místicos. Pisei suave a lã do coração pelos bastidores, buscando melhor o lugar de sonhar confortável. Viver comigo em paz, paz com o mundo. Persistir na imaginação das coisas boas habitando tetos longe da contradição que, por vezes, quer modificar o sabor de framboesa das saudades inesquecíveis.
Andei que andei, e olho as variantes do comboio de humanidade que transportamos em nós próprios, o tanto que somos cada um de nós. Nos compassos de música das inspirações momentâneas, essa vontade avassaladora de crescer para os céus fincou raízes impacientes, que fustigam as correntes escondidas do solo de carne onde ainda habitamos.
As histórias dos filmes falam disso, os filmes bons que tocam as cifras do lado interno, os livros deliciosos, as músicas... Flutuar nas doces avenidas das obras da ficção bem conduzida aos endereços agradáveis, para o destino de finais positivos. Jamais entregar o esforço dessas realizações a qualquer diretor, porquanto o custo das produções da vida reclama tremendas responsabilidades.
Andei que andei, que andei, e revejo lugares das grandes emoções, que testemunham as possibilidades infinitas para concretizar os tais sonhos. Alimentar acordes na harmonia dos fortes traços de autores geniais, sobreviver ao vasto continente da felicidade, sem abrir mão do direito natural de gerar seres andarilhos do amor pelos percursos das noites ricas de revelações, agentes da transformação construtiva e decente.
Deixo, pois, deslizar plumas de pensamentos na forma de imagens coerentes, lindos painéis de calma nas florestas do Paraíso. Acreditar no Si das notas musicais. Há luzes que clareiam conquanto marcas de relacionamentos ajustados, paridos nos pastos da mãe tranquilidade. Construções coordenadas em blocos justos, ao vigor das leis permanentes, no permanentemente.
Os velhos sonhos são aqueles que seguem transportando os humanos, mantendo-os nessa incansável jornada de retorno às estrelas, fulgor do carinho na força dos amores para sempre. E sonhar por isso com alegria de continuar.
De leve...
Marido, preocupado: -Tenho um problema no serviço.
Esposa, despachada: -Temos um problema, porque, voce sabe, pra o quer der e vier, os seus problemas são meus também. Marido : - Tá bem: nossa secretária vai ter um filho... nosso.
COISA RUIM
Dois amigos conversando:
- Zé, fala uma coisa ruim!
- Minha sogra!
- Não, cara! Coisa ruim, de comer!
- A filha dela
O TRAIDOR
Pedro flagra o amigo Ricardo no banheiro fazendo xixi, sentado no vaso.
- Mas o que é isto? Homens fazem xixi em pé! O que houve contigo?
- É que segunda passada sai com uma loira, 1.80m, seios fartos e uma bunda inacreditável! Na hora H eu brochei! - Na terça sai com uma morena, 19 aninhos, uma delícia!!! Na hora H, brochei! - Na quarta foi com uma ruiva gostosona! Brochei! - Na quinta com uma coroa maravilhosa! Brochei também ! Na sexta, com um ninfetinha de 14 anos e... de novo brochei !
O amigo, intrigado, lhe pergunta:
- Tudo bem, brochar faz parte, mas por que mijar sentado?
- Depois de tudo isto, você acha que eu ainda vou estender a mão para este filho da puta, safado, traidor ???
FAZ SENTIDO
O bêbado passa em frente a um templo evangélico e escuta o maior barulho, gente chorando, gritando, desmaiando, berrando, estremecendo tudo.
Ele pergunta a alguém que está na porta: - O que é que está acontecendo ai dentro?
E o crente: - Jesus está operando, irmão!
O bêbado: - Pôrra, mas sem anestesia?
CRUELDADE Rita e seu namorado estavam no quarto enquanto a sua mãe terminava o almoço. Logo a mãe começa a chamar: - Rita, o almoço tá pronto! - Já vou mãinha, não demoro.
- Eu sei o que eles estão fazendo! - diz Joãozinho, o irmão mais novo.
- Deixa de ser intrometido e cala a boca, diz a mãe.
- Rita, anda! Vem prá mesa! - Já vou, mãe, só mais um minutinho!
- Há, há, ha, eu sei o que eles estão fazendo! - continua o pestinha (que leva um tabefe da mãe e cala a boca).
Passada quase meia hora, a mãe, novamente: - Ô, Rita, se apressa que a comida vai esfriar, filha! - Oh mãe, já vou... diz a filha, quase a chorar.
O Joãozinho então começa a rir e diz: - Eu sei o que eles estão fazendo, há, há, ha.
A mãe, perdendo a paciência: - Fala então, seu pestinha...
- A Rita me pediu o tubo da vaselina... eu dei o de SuperBonder!!!
A OAB de Crato convida todos os advogados(as) para o São João da OAB Crato!
Ajustes na Programação da I Mostra Crato de Cinema & Video
17/06/11 ( Hoje- Sexta -Feira)
19:00 H
- Curta "O Cinematógrafo Hereje" de Jefferson Albuquerque Jr.
18/06/11 ( Sábado)
17:00 H - Exibição de Longas
- Longa - "Sargento Getúlio" de Hermano Penna
-Longa- "Padre Cícero" de Hélder Martins
Pouco a pouco, tudo que era música se convertia em suspiros contidos. Tudo que era movimento, não mais podia ter razão de ser. Naquele momento, havia apenas um sentimento - o fato de reconhecer-se só e mesmo assim poder apanhar para si a mais simples verdade: era feliz!
Considerava que aquela respiração ofegante, ainda era respiração. Mas isso não era um privilégio! Bastava ser. Ser apenas. Humana! De sonhos e de vento, de sorriso, e de nostalgia. O todo que se torna igual, o pouco que se diferencia. O todo em sua essência, o pouco em sua superfície.
E como a vida, um dia o todo se mostra. Nunca tão simples, nunca tão doce, nunca tão concreto, mas buscando apenas ser. Ser humana!
Texto de Antoine de Saint-Exupéry...
Decênio de dom Fernando à frente da Diocese de Crato
Oração
Deus eterno e todo poderoso, que não cessais de guiar o vosso povo por meio de pastores que escolheis segundo o vosso coração: bendito sois pelo ministério do vosso servo Dom Fernando Panico, que há dez anos colocastes à frente da Igreja diocesana de Crato, para fortalecer, entre nós, a unidade do Espírito pelo vinculo da paz, do amor e da missão.
Nós vos agradecemos pelos tantos sinais da vossa graça que recebemos por meio do serviço pastoral do nosso Bispo, e vos pedimos: sustentai sua fidelidade e fortalecei o seu amor; santificai o seu pastoreio e tornai frutuosa sua dedicação a serviço do povo que lhe foi confiado.
Concedei-nos elevar cada vez mais os nossos corações ao alto, e, atentos à sua voz, nos unamos a ele na caridade e na missão; para chegarmos aos prados do Pastor Eterno, Jesus Cristo, Vosso Filho, que convosco vive e reina na unidade do Espírito Santo. Amém
(Oração alusiva aos 40 de sacerdócio de Dom Fernando, e 10 anos de ministério na Diocese de Crato).