Criadores & Criaturas
"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata."
(Carlos Drummond de Andrade)
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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
Saudade e realidade - Por José de Arimatéa dos Santos
É isso! E janeiro é um mês bem diferente dos demais por ser o mês das férias e o início do ano e as perspectivas e anseios se renovam. A realidade é premente e devemos colocar nossos planos em primeiro lugar lutando dia a dia para que tudo planejado possa dar certo. E dessa maneira procurar fazer de cada momento a hora e a vez de atitudes positivas. Digo isto porque a cada momento que vemos o noticiário as notícias ruins se sobressaem, infelizmente. E não é para menos, pois as tragédias, principalmente naturais, a cada ano parecem aumentar. Todos nós somos sabedores do porquê de todos esses acontecimentos no planeta. Somos também responsáveis quando não damos o devido destino ao lixo e não respeitamos as leis da natureza. O homem se sente o soberano quando na verdade é só um dos entes dessa engrenagem tão perfeita e bela. E é tão importante sempre analisar de todas as maneiras nossos atos e procurar respeitar o ecossistema em que vivemos. Assim, cada vez mais agora e no futuro a vida na terra precisa ser mais respeitada. Analisar friamente como cada um de nós estamos a cuidar dessa nossa casa. Eu, você e todos os outros devemos agir no coletivo e pensando coletivamente para a sobrevivência nossa e dos nossos descendentes. Sustentabilidade é a palavra e o caminho.
Foto: José de Arimatéa dos Santos
Quem paga o pato ?
Salientamos de pronto que, neste artigo eminentemente de cunho jurídico propositalmente iremos deixar de lado o aspecto político da questão que envolve o problema previsível das enchentes no canal do Rio Granjeiro, por ser de todo impertinente e inoportuno, na espécie.
Para uma melhor compreensão da responsabilidade do Município do Crato pelos prejuízos acarretados aos particulares em conseqüência do transbordamento do canal do Rio Granjeiro não devemos olvidar que: primeiro, é público e notório que o canal alhures mencionado muito antes da quadra invernosa estava sofrendo um altaneiro processo de assoreamento por conta da sujeira acumulada no seu leito, bem como por restos da obra anteriormente executada na encosta do canal, destarte, tendo sua capacidade de escoamento bastante diminuída; segundo, nos albores de 2003/2004 o Poder Municipal Cratense, verificando a necessidade premente da realização de obras em boa parte da extensão do canal do Rio Granjeiro, bem como, nas encostas que lhe circundam, e prevendo a iminência de um acontecimento calamitoso, abriu processo de licitação para execução de obras, sem, contudo funcionar eficazmente o escoamento das águas, por déficit ou até mesmo por omissão na fiscalização da qualidade do serviço, já que em menos de um ano as obras vieram a se desfazer; terceiro, que as mazelas encontradas no canal do Rio Granjeiro se protraíram no tempo com isto agravando os problemas sem que os administradores públicos dessem a devida atenção e efetiva solução.
Sendo os danos sofridos oriundos de obra mau executada e omissão de fiscalização das obras de contenção e limpeza do canal do Rio Granjeiro, desta forma, consubstanciando-se em um fato administrativo, não faz sentido deixar de responsabilizar o Município pelos danos acarretado aos particulares.
Ademais, não se pode alegar que seja a enchente do canal do Rio Granjeiro conseqüência de fato da natureza, pois, esta alegação haveria que ter todos os elementos configuradores da absoluta inevitabilidade da eficácia lesivas a terceiros, porquanto na espécie haveria um quê de evitabilidade exsurgindo a insuficiência e deficiência do serviço, de modo a não ser dado cogitar do fortuito pré-excludente da responsabilidade civil por parte do Município.
No caso do transbordamento que ocorreu no canal do Rio Granjeiro, em Crato/CE, e, suas conseqüências danosas daí advindas eram evitáveis, inclusive porque previsíveis.
Tanto é verdade que o próprio Prefeito Municipal e o Secretário de Desenvolvimento do Crato, em inúmeras entrevistas concedidas, verbi gratia, ao Diário do Nordeste em data de 25 de março de 2005, deixou claro que eram previsíveis as enchentes e reconhece que o Município necessitava de obras e serviços de limpeza no leito do canal do Rio Granjeiro.
Fica claro cm as entrevistas por parte das autoridades municipais que a enchente ocorrida com seus consectários não se deve exclusivamente ao acréscimo pluviométrico, mesmo porque já foi registrado em anos anteriores até com morte e perda material.
Responde a administração pública, pela conduta culposa, ou seja, pela má escolha dos agentes para a realização de obras e/ou pela falta de fiscalização eficiente na realização de obras construídas fora dos melhores parâmetros técnicos, afastados das cautelas recomendáveis, em dimensões inconciliáveis com as circunstâncias do local e o volume de vazão, portanto, sendo imprudente incidindo na cuppa in eligendo, oriunda da má escolha.
Outrossim, não aleguem que por ter sido a obra de contenção do canal realizado na gestão de ex-prefeito o município não responde, pois, como é de comum sabença na administração pública vige o princípio da impessoalidade, onde, os atos administrativos representam o ente ou o órgão que o realizou, a eles devem sempre ser imputados, pouco importando a pessoa física que o realizou. Ademais, não devemos olvidar que a causa do transbordamento e enchente do canal do Rio Granjeiro foi uma seqüencia causas somado e agravado por omissões e imprudências, tanto, do ex-gestor como do atual prefeito que deixou se prolongar por dois mandados consecutivos os problemas do assaz citado canal, inclusive, dando prioridade a outros projetos como reforma de praças e asfaltamento de várias artérias da cidade, destarte, diminuindo a capacidade de infiltração das águas e aumentando o escoamento das águas para o canal do Rio Granjeiro, sem falar da omissão do serviço de limpeza e desassoreamento do canal.
Como muito bem resume o administrativista José Cretela Júnior, o Estado/Município caracteriza-se por seu dinamismo como o lendário príncipe de Argos, deve ter cem olhos, dos quais cinqüenta permanecerão sempre abertos, quando os outros cinqüenta se fecham, durante o sono. Por isso, entre as funções ativas do Município, que se dividem em espontâneas e provocadas, as primeiras são exercidas pela administração, sempre, continuamente, independentemente de solicitação de quem quer que seja, sob pena de faltar a seus deveres.
Não resta dúvida que por parte dos últimos administradores do Crato sobrou olhos para politicagem e projetos pessoais e faltou olhos para projetos e iniciativas que colocassem a população a salva das mazelas das constantes enchentes no canal do Rio Granjeiro.
Francisco Leopoldo Martins Filho
Pós-graduado em Responsabilidade Civil
Sobre as ondas - Emerson Monteiro
Rita Maria Lopes Guedes Santos nasceu em Crato, filha de José Guedes de Sena e Juracimira Lopes Guedes. Nesta cidade formalizou a sua educação, por intermédio do Ginásio São Pio X e do Colégio Santa Teresa de Jesus. Quando se graduou em Letras, especializou-se na Língua Inglesa e lecionaria em escolas públicas e particulares cratenses durante dez anos.
Casada com Felizardo Mendonça Santos, é mãe de três filhas, Osnyeide, Michele e Karenn, e avó de dois netos, Luanna e Thiago.
Em 1985, transferiu-se para Fortaleza, onde seguiu ensinando inglês e, também, português.
Escreve poesia e artigos, com publicações na imprensa da capital cearense, além de participações em revistas acadêmicas e literárias, como Letras em (Re)vista, da Faculdade de Filosofia do Crato, e Nordeste Salesiano, e nos livros Versos diversos e Antologia do Amor.
O desenho e a pintura são outras habilidades artísticas que Rita exercita, das quais utiliza no presente volume, cuja capa e páginas internas trazem ilustrações de sua autoria.
O argumento que conduz a história do livro, encetado com propriedade, revela vivências e pensamentos próprios da formação da autora, com que brinda seus conterrâneos e contemporâneos, familiares e amigos, predicados que perenizam frutos adquiridos e repassados nos protagonistas, espelhos da comunidade interiorana de tempos os quais tantos guardam na memória e nas saudades. Por meio desses retalhos de época rica, movidos em tramas leves e afetivas, testemunhas de perto deste seu primeiro romance, um êxito que lhe consagrar a geração, pelo poder da literatura folhetinista do sertão cearense.
Ensejamos, pois, boa repercussão ao carinho que transmite, ora lançado à apreciação dos leitores da região do Cariri, fonte original desta criação.
UM AVISO AO PESSOAL DA ASFAC
Hoje estava observando uma crônica do cratense amigo José do Vale Pinheiro Feitosa, intelectual residente no Rio de Janeiro, que fez elogios a minha pessoa, pelos quais expresso meus sinceros agradecimentos.
Quisera que houvesse outras pessoas de sua estirpe que viessem ajuntar-se a todos aqueles que desejam modificar o pensamento dos políticos desta cidade, para que tenham a capacidade de governar o Crato com objetividade e amor à terra comum.
Infelizmente, hoje aparecem um bando de aventureiros que só pensam neles mesmos, esquecem a cidade como um todo e procuram entregar-se a uma horda de desinteressados que por ora tomam conta da cidade, desviando do apoio do povo que lhe favoreceu na campanha eleitoral.
Ninguém pensa em solucionar os problemas que há em áreas de risco, como: as casas construídas nas encostas dos morros e das voçorocas, provocadas pelas águas pluviais que constantemente ocorrem nos períodos de chuvas torrenciais, ou seja, de fevereiro a março, que deixa todo mundo preocupado por medo do desabamento de suas residências.
Por isso, alertamos as autoridades com frequência para que cuidem com os poderes centrais a fim de sanar esse problema desta cidade.
Por esse momento, aguardo que hajam outros defensores do tipo José do Vale, Wellington Alves, Armando Rafael, Jurandir Temóteo e outros que deixamos de mencionar por não lembrar neste momento, mas com toda certeza aparecerão outros com muita confiança e arrojo para defender a terrinha esquecida e modificar o comportamento desses políticos junto à sociedade. Com o pensamento positivo elevem a cidade reconquistando todo patrimônio perdido por falta de orientação técnica e não tiveram o pensamento voltado para o futuro.
Desejo oferecer esta crônica ao pessoal da ASFAC (Associação dos Filhos e Amigos do Crato) que não se movimenta com expressão de força de trabalho para defender o Crato com sentimento de afeto já que, nessa ocasião, a cidade precisa de uma reação singela a fim de manifestar-se juntos as pessoas que praticam reação isolada, mas possuem poucos adeptos que só se estacionam em barcos frágeis que mal segura em águas brandas e não atinge as expectativas de trabalho unido e o desejo de expansão econômica e cultural desde município.
Crato-CE, 27/01/2011.
domingo, 30 de janeiro de 2011
Uma Tarde maravilhosa ao lado do casal Almeidinha e Valdênia - Por: Dihelson Mendonça
Cobertura Fotográfica:
Num local abençoado por Deus, de uma beleza incrível, cercado por flores de todas as cores...
Ali mora o simpático Casal Almeidinha e Valdênia
Olha que turma boa estava lá ( na foto cabe apenas uma parte )
Eu quase apareci nessa foto... rs rs mas o Morais ficou bem...
Para quem aspira a PAZ, melhor lugar, impossível...
A Ninha aí fazendo pose ao lado do golfinho na piscina de hidromassagem...
D. Claude Bloc e o Casal...felicidade total, né Claude ? Tenho ainda muitas fotos...
Flores no jardim...
E flores no Jardim...
Olhaí a turma... eu estou por trás da câmera, Ah! um espelho...
Como é bom rever amigos de verdade, reunir...conversar depois de tantos anos...
Meu querido Almeida, meu Irmão, nossa conversa ontem foi maravilhosa. Temos tanto em comum, assuntos diversos, compartilhamos de tantos pensamentos, que uma vida é insuficiente para conversarmos. Você que já deve ter lido aí uns 400 livros, e sempre em busca do conhecimento. Quero beber muito nessa sua fonte aí. Muito obrigado a você e a Valdênia pelo convite e apareceremos mais vezes, finais de tarde para conversarmos e como você acertou em cheio, "sair um pouco dessa vida conturbada aqui do centro do Crato".
Um grande abraço a todos, Claude, Morais, e os demais amigos que lá estiveram.
Obrigado por tudo!
Dihelson Mendonça e Ninha
Um sábado com amigos...
O Plástico - Roberto Jamacaru
Bem que queríamos, mas voar na tua imaginação era privilégio dos Deuses da criação.
Tu que vivias um mundo à parte, num plano irreal, com certeza tinhas razão para rir da maneira que rias; para criar do jeito que criavas e imaginar com a riqueza que imaginavas.
Dizem que nos píncaros montanhosos é onde corre a melhor das brisas, mas alcançá-los e senti-las fica para os libertos de espírito que têm na essência artística a verdadeira visão da vida. Tu, no entanto, diferentemente de nós, vagavas costumeiramente no mais alto desses montes.
Quantas e quantas vezes olhamos para ti e vimos o teu corpo em movimento a sorrir marcando presença entre nós, mas, nessa mesma hora, quantas e quantas vezes foi impossível alcançar o vôo da tua imaginação. Estavas, como sempre, em outra dimensão, no além mar, no além céu, no além cosmo, no além espírito, mas sempre perto de Deus.
Era dessas esferas imaginárias que tuas atitudes carinhosas nos surpreendiam. Sempre fomos todos rasteiros em relação a ti, quando o assunto era criatividade e imaginação, enfim, quando o assunto era a arte.
Meu caro poeta das cores e formas, como nos impressionava ver teus pincéis bailarem na brancura de uma tela, definindo e redefinindo o concreto e o abstrato; o belo e o feio; o triste e o alegre com tanta harmonia.
Para “nosotros”, meros grafiteiros de mentes plebes, isso era mágica.
Nas tuas galerias havia olhos que falavam;
Vestes que desnudavam;
Silêncios que protestavam;
Mudez que gritava;
Passos que voavam
E choros que riam.
A tua arte falava mais que mil palavras;
Protestava mais que mil revoluções;
Coloria mais que mil arco-íris;
Embelezava mais que mil arranjos.
De tanto mexer na dramatologia do real com o imaginário, levando-nos ao delírio da contemplação, um dia resolveste fazer parte do sonho.
Assim, moldurado nos teus próprios quadros, nas paredes de nossas vidas, ficastes exposto para sempre, reluzente e colorido, a nos adornar na alegria de tuas fantasias.
Na tua última homenagem, o teu corpo, em cinzas, foi lançado sobre o solo dos antigos índios guerreiros, habitantes do misterioso vale do Quixará.
Eras um artista plástico.
Em telas plásticas pintavas a vida.
Um dia viraste tinta, na imagem te confundiste, e aí, na imortalidade da própria arte, renasceste para sempre.
Tributo ao Artista Plástico, natural de Farias Brito no CE.
- Normando Rodrigues –
DESCULPAS PARA BOI DORMIR...
Dois dias depois - Emerson Monteiro
No jornalismo, notícias são acontecimentos de interesse público divulgados pelos meios de comunicação de massa, e existem formas de avaliar a importância das notícias conforme a sua relevância. Uma dessas formas é a proximidade. Entre duas notícias, uma sempre melhor atende a esse requisito de tocar mais de perto a comunidade.
Enquanto avistávamos, no Cariri, as catástrofes climáticas ocorridas em cidades do Rio de Janeiro, as notícias guardavam proporção considerável, porém representavam marcas noutras populações afastadas geograficamente falando. Agora, contudo, diante da cheia desproporcional do Rio Grangeiro, a força das águas nos mostrou outras dimensões, em face da ligação imediata do acontecimento.
Esta madrugada, dois dias depois, circulando nalgumas avenidas que margeiam o Canal e ruas circunvizinhas ainda em fase de arrumação, avaliei de perto a dimensão do fenômeno meteorológico que confrangeu toda a cidade de Crato na madrugada do dia 28 de janeiro de 2011.
A imagem principal da cena deixa às claras o risco constante que representa, a curtos e longos prazos, viver exposto à imprevisibilidade natural de possibilidades antes anunciadas. Longe dos brados alarmistas ou lendários, domar rio de tamanha impetuosidade torna-se, de hoje adiante, o fator determinante das administrações, independente do que passou, perante as transformações causadas pela ação do homem nas encostas da serra nestes dois séculos de aproximação.
Olhar o assunto de frente, encontrar a solução de engenharia que ultrapasse apenas os sintomas e siga direto à base do problema, sem contemporizar, porquanto a tensão persistirá em graus adiantados durante as fases invernosas do futuro. Interessa, pois, a todos, superar os limites desta herança histórica da localização do núcleo urbano que tanto admiramos e queremos.
Somar a potencialidade dos cidadãos e reconstruir as esperanças da tranquilidade sob outros prismas, na vontade política de uma gente trabalhadora e pacífica, civilizada, respeitada na história e dotada de cultura, cheia de boa vontade e amor pela terra em que vivemos nossas vidas. Despertar as novas energias da autoestima para preservar a natureza em volta com equilíbrio e inteligência.
Existirá, com certeza, solução adequada e coerente, desde que se saiba encaminhar estudos e as providências certas.
sábado, 29 de janeiro de 2011
CRATO - ANATOMIA DA RECONSTRUÇÃO
Uma frota de tratores e caminhões totalizando mais de 30 máquinas pesadas, em que contaram com a ajuda de empresários locais que num gesto de solidariedade, disponibilizando maquinário pesado, seguiram imediatamente para as áreas afetadas do município, a fim de remover o entulho. O Demutran agiu rápido e bloqueou as ladeiras da Vilalta e do Bairro do Seminário nas primeiras horas da manhã, a fim de que as máquinas pudessem desobstruir e garantir a segurança das pontes e ruas. Ao mesmo tempo, foram formadas 10 equipes multidisciplinares distribuídas por todo o município a fim de coletar dados da destruição para que se avaliem a profundidade dos estragos e se pudesse tomar providências.
Já nas primeiras horas da manhã, foram distribuídas pela Secretaria de Ação Social, cerca de 250 cestas básicas para as famílias atingidas, e reunidos 4 caminhões-pipas para levar água potável às comunidades. Equipes formadas por assistentes sociais uniram-se para atender a população, levando atendimento médico, psicológico e humanitário para as vítimas da enchente.
Secretário de Administração Christiano Siebra fala ao Blog do Crato sobre as providências imediatas
Um dos objetivos primordiais da administração é primeiro atender às famílias que estavam em situação de risco. Dar condições de que elas tenham atendimento médico, atendimento social, psicológico, para isso a secretaria de ação social colocou todo o seu corpo técnico para atender a essas famílias, inclusive alojando em casas apropriadas, para poder fazer com que minimizem os danos causados por essa chuva.
Outro ponto importante a se destacar são as ações de infraestrutura que a gente vem desenvolvendo dentro do município com intuito de retirar toda a terra, a lama, e recuperar o canal do Rio Grangeiro. Temos recebido apoio dos empresários locais que colocaram todos os seus equipamentos, maquinários, à disposição do município, solidarizando com essa ação de humanização e levar conforto e condições para estas famílias que estão desabrigadas.
O Prefeito Samuel Araripe em 2005, ao assumir a prefeitura do Crato trouxe o plano de requalificação urbana do município, em que um dos principais projetos contempla a construção de pequenos açudes urbanos que tem a finalidade de conter toda essa água que vem escoando pelo rio, chapada e termina nas ruas do município. Dr. Procópio esteve na semana passada em Brasília batalhando recursos para por em prática esse e outros projetos para o canal do Rio grangeiro previstas no Plano de Requalificação urbana.
A SAAEC, através de Dr. Procópio da Silveira, colocou à disposição do município 3 caminhões pipas para levar água potável para as famílias, e o corpo de bombeiros tem ajudado nesse sentido. A secretaria de infraestrutura adicionou outro caminhão pipa, e temos hoje 4 caminhões pipas levando água potável. Segundo informações já recebidas, Dr. Procópio afirmou que em pouco mais de 4 horas, nós estaríamos com o sistema de abastecimento d´agua regularizado na cidade.
A secretaria de meio-ambiente e a defesa civil do município estão em campo ainda coletando os dados e algumas equipes já voltaram com algumas informações, então a gente vai reunir todas essas informações e será realizada uma coletiva de imprensa hoje ( 29 ) Sábado, às 10:00 no salão nobre da Prefeitura Municipal do Crato."
Na foto acima: Dr. Nivaldo Soares, Secretário de Controle Urbano recebe relatórios dos emissários para avaliar a extesão da tragédia.
Na foto acima: Assistentes Sociais atendem áreas afetadas pela enchente
Dr. Nivaldo Soares, Secretário de Meio-Ambiente e Controle Urbano fala ao Blog do Crato
"Pela primeira vez aqui no Crato que eu vejo uma coisa tão forte neste aspecto da colaboração de vários cidadãos do Crato para se minimizar os efeitos dessa catástrofe."
Nivaldo Soares
"Dihelson, a prefeitura logo cedo convidou os seus secretários e demais servidores para agirem, e foi montado todo uma estratégia de trabalho, então nós temos cerca de 10 equipes com profissionais de áreas diferentes pra agir em vários pontos do município, principalmente na cidade onde aconteceram os fatos mais graves, e a gente tá agora aguardando aqui o levantamento. Algumas equipes já trouxeram alguns dados pra gente ter um resultado final em números de quanto foi esse lamentável prejuízo que se abateu sobre toda uma população do município do Crato e também, para o setor público.
Um fato que a gente tem que registrar, aliás, são vários fatos, mas um deles é a rapidez com que o município está conseguindo tirar todo o material que foi arrastado por essa avalanche , que a gente assim pode chamar, que desceu do Rio grangeiro, e é uma limpeza que está acontecendo muito rápido, que são vários caminhões trabalhando, várias máquinas enchedeiras tirando, lavando, limpando as ruas do Crato e isso e esses equipamentos são equipamentos do município, mas também e acima de tudo, de empresários das mais diversas áreas daqui do município do Crato que dispõe desses equipamentos, que disponibilizaram máquinas, caminhões pra que essa limpeza acontecesse de forma rápida. Então, de várias formas, as pessoas se manifestaram, e instituições, apoiando as ações que estão sendo realizadas no sentido de primeiramente limpar a cidade. Evidente que as pessoas das áreas atingidas tem equipe trabalhando, levando para hospitais onde recebem todo o tratamentoi necessário, mas as pessoas até com a necessidade de ter um alimento, a prefeitura está disponibilizando em alguns casos, cestas básicas, mas enfim, a solidariedade é bastante forte e interessante, que pela primeira vez aqui no Crato que eu vejo uma coisa tão forte neste aspecto da colaboração de vários cidadãos do Crato para se minimizar os efeitos dessa catástrofe."
Prefeito do Crato, Samuel Araripe fala sobre as providências que estão sendo tomadas
Em entrevista ao Blog do Crato na tarde de ontem, o prefeito do Crato, Samuel Araripe, depois de receber a comitiva do governador em exercício, que veio constatar In Loco os principais pontos atingidos pela enchente do canal do Rio Grangeiro, falou sobre os procedimentos que estão sendo tomados num primeiro momento e a médio prazo:
"O próximo passo é redigir um documento expondo efetivamente quais são os prejuízos. Tem aqui 10 equipes percorrendo a cidade, inclusive na zona rural, para ver realmente qual o tamanho do prejuízo, que nós já sabemos que é imenso, mas não temos a precisão. Feito esse estudo, muito em breve nós vamos redigir um documento oficial e passar uma cópia ao governo do estado e ao governo federal ( Avadã ) e pedir que os governos a partir de um levantamento preciso de quantos imóveis caíram, qual é o prejuízo do canal, quais são as ruas afetadas, nós já sabemos que mais de 500 imóveis foram afetados ( particulares ). E graças a Deus, até o presente momento não temos notícias de óbitos, mas as equipes estão percorrendo... a coisa foi assim muito rápida, ontem estávamos em Fortaleza reunido com o Governo do Estado, Corpo de Bombeiros e Defesa Civil exatamente discutindo as forças-tarefa para enfrentar o inverno. Onte. A reunião foi ontem. Hoje acontece uma coisa dessas, mas a gente tem recebido uma solidariedade imensa. Tem mais de 30 máquinas pesadas trabalhando aqui no Crato da iniciativa privada, muitas delas. Espontaneamente, os construtores, o pessoal da cerâmica, e tem mais de 200 homens fazendo a limpeza da nossa cidade. O município não tem recursos para recuperar tudo isso, infelizmente. Então nós temos é que procurar o governo e de logo, já agradecer, porque estivemos de manhã com o governador, e agora nesse exato momento ele já se encontra aqui com o secretário Camilo Santana das cidades, o chefe de Gabinete Ivo, e eu tenho certeza que o governo do Estado e o governo Federal vão nos ajudar."
Reportagem: Dihelson Mendonça
CRATO, QUEM CHORA POR TI?
(Foto by Emerson Monteiro)
CRATO, QUEM CHORA POR TI?
Fui desperto do meu sono bem cedo na manhã de sexta feira (dia 28) por uma ligação telefônica de uma amiga do Crato que me deu a noticia da tragédia. Dizia com voz nervosa: Nilo, o Crato veio abaixo. Meu primeiro pensamento foi uma antiga fantasia/brincadeira sobre a “Pedra da Batateira”. Continuando relatou-me em poucas palavras o “desastre”. Corri para o note book e acessei os blogs e páginas de amigos. Fiquei paralisado a princípio pelas fortes imagens e indaguei se havia perdas humanas. Até o presente não! Menos mal. Faço um corte e retorno na dobra do tempo à Rua da Pedra Lavrada. A casa de minha vó Doninha, que ainda está no mesmo lugar, fica numa esquina e o fim da pequena rua descamba no Rio Grangeiro. O “espetáculo” proporcionado pela cheia do rio carregando tudo excitava a fantasia de meninos e e emninas daquela época e nos propiciava momentos de deleite. O rio corria solto, livre de amarras e obedecendo a sua sinuosidade. Arrastando tudo que encontrava no seu leito. Do fim da calçada, sentados, olhávamos a outra margem distante do lado do Seminário. Ríamos a beça....com tudo que o rio carregava...mas ia embora...
Nos invernos mais bravios chegava a água chegava até a casa de D. Almina.
Corto e retorno a “modernidade”. Sou fã de arquitetura e urbanismo, meu professor de Francês durante cinco anos na Alliance Française é arquiteto e Professor Doutror do Curso de Arquitetura e Urbanismo UFPE. Leio muito sobre o assunto e troco muitas idéias com ele e outros colegas. Isso não faz de mim um “expert”, mas me abre a mente para o exercício da crítica e reconhecer determinadas aberrações e inconseqüências, desleixos e falta de visão de planejamento urbano. Refiro-me aqui a minha cidade natal.
Ninguém é responsável por chuvas, e catástrofes da natureza. Nem o Prefeito, nem os Secretários, nem os Garis,e muito menos nós Cratenses, o povo! Uso, até sem licença do autor, mas como forma de ilustrar o que vou discorrer a seguir, um artigo recente de Pompeu de Toledo. Diz ele: “...( ) Duas hipóteses benignas, existentes desde que a mente humana tomou forma, conduzem a um enigma, sempre que ocorrem desastres naturais como o que assolou a Região Serrana do Rio de Janeiro. A primeira hipótese é de que Deus, Ser superior que é, dotado dos mesmos atributos de delicadeza, generosidade e correção que, somados, resultam naquilo que os homens entendem por “bondade”. Se Deus existe, e se é bom, como explicar castigo infligido a nova Friburgo, Teresópolis,, Petrópolis, São Paulo, Haiti e o CRATO? (Crato é introdução minha no texto).
O Filósofo VOLTAIRE no séc. XVIII, impressionado com a destruição de Lisboa, escreveu refutando a tese de VINGANÇA DIVINA: “Lisboa, que não existe mais, teria mais vícios/Que Londres, Paris, mergulhados nas delícias? / Lisboa está em ruínas, enquanto se dança em Paris”.
Parte do Crato está o caos enquanto se dança aqui em Petrolina, Fortaleza e Recife. Não são avisos do Céu, embora existam avisos. Li o artigo do Emerson Monteiro e de outros companheiros que só me fazem recordar que esses “avisos” da natureza já vinham sendo dados há anos, repetidos a intervalos. “Li o artigo de um arquiteto do Crato discorrendo sobre a “urbanização” do Canal do Rio Grangeiro”, obra pensada para “ordenar”, “domar” e construir vias de tráfego nas margens tomadas ao pequeno, mas indômito rio Cratense que diz: “Quero o meu leito de volta e levo tudo que encontrar a frente”! Quero minha sinuosidade natural e meu espaço para correr livremente, eu não sou uma reta! Eu sou um RIO!
Cratenses, meus amigos. Quando li e vi as fotos nos blogs e vejo essa gente que se desloca de Fortaleza e vem “sobrevoar” o desastre me dá ânsias de vômito!
Caras falsamente compungidas, dedos apontados, bonés ridículos sobre a cabeça: “INDEFESA CIVIL” numa pantominia grotescaa. Depois vão se “reunir” para as medidas de EMERGÊNCIA. BALELA! Reunir pra traçar ações de emergência? A Defesa Civil já devia estar equipada, com voluntários em numero suficiente, treinados e capacitados. O Corpo de Bombeiros já sabe o que fazer, a Polícia também! Botar seus homens na rua para garantir a integridade patrimonial e evitando saques da malandragem local ou a atraída das cidades encostadas ao Crato. Ao Senhor representante do Governo do Estado, ao Senhor Prefeito e demais autoridades em “visita” ao Crato. Não queremos espetáculos, e fotos dos senhores com cara de quem está preocupado com alguma coisa que não seja as vossas reeleições. Nós queremos ações ESTRUTURANTES e ESTRUTORADORAS PERMANENTES, planos concretos de recuperação, verbas definidas e REQUALIFICAÃO DO CANAL E DAS ENCOSTAS dos morros, do trânsito urbano, reordenação e planejamento estratégico da indefectível invasão das motocicletas e moto taxis(fenômeno urbano recente mas que se deixado sem controle (como já está) produzirá mais e mais acidentes com mortes ou incapacitações onerando sobremaneira o sistema de saúde, sem falar nas perdas de vidas). Ou vai prevalecer a velha prática de só aparecer em época de eleições e catástrofes? Excelente exemplo nos deixou o Governo Federal passado com sua fanfarronice e mentiras, além de equívocos e blagues diplomáticos que hoje, pouco a pouco, cérebros com mais de dois neurônios começam a entender a triste peça mambembe encenada por Lula e seus acumpliciados.
Só para refrescar a memória, somos hoje o 73° País na última medição do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) atrás de Países como diz TOLEDO, “pobretões” da Europa e Latino América tipo: Romênia, Sérvia, Bulgária, muito atrás do Chile, Argentina, Uruguai, México, Costa Rica e até do Peru. Cito TOLEDO: “( )...sorte nossa que na apuração do IDH , além do PIB per capita, escolaridade e da expectativa de vida...não entra o índice das casas que desabam dos morros...e nem das cheias previsíveis e do completo abandono e descaso da administração da cidade do Crato. Senhor Prefeito e Secretários! Os senhores não fazem chover nem são responsáveis diretos pela catástrofe e o caos de nossa cidade. Mas são responsáveis por tudo o que não fizeram ou deixaram de fazer. Uma pergunta que não quer calar: Existe uma Câmara de Vereadores no Crato?
Cratense da gema. Nascido na Praça da Sé.
e ESTOU DE FRENTE PRA SERRA. Parti um dia, mas nunca saí do meu Crato amado.
Toda vez que eu dou um passo... Para Aloísio
Governador em exercício vê estragos no Crato
Fonte: Diário do Nordeste
UM POLÍTICO FANFARRÃO
Hoje pela manhã, em um dos cafezinhos da cidade, encontrei com um senhor fanfarrão pertencente à classe política local, gesticulava com muita loquacidade, elogiando a cidade de Campina Grande, porém esquecia de enaltecer a sua terra.
Confrontava aquela cidade, comparando-a aos grandes centros urbanos do mundo civilizado. Dizia que era uma cidade que se enquadrava aos grandes centros da civilização mundial.
Muito bem, retruquei: aceito sua idéia, porém não concordo totalmente com suas palavras porque, para igualá-la aos grandes centros do mundo desenvolvido, convém notar que há muito a desejar, pois aquela cidade está encravada na Região Nordeste e por isso está enquadrada numa região quase subdesenvolvida e que ainda não saiu do regime arcaico pertencente ao passado.
Muito exaltado e admirador do crescimento desinibido, pois ainda narrava que os empresários de lá eram ativos e não se acomodavam com pouca coisa, visto que quando apareceu a praga do bicudo que dizimou a produção algodoeira, eles, os empresários campinenses, não abandonaram a sua cidade e procuraram expandir com outras atividades, investindo principalmente na pecuária e outras “atividades correlatas”, procurando engrandecer sua terra sem abandonar.
Após sobressaírem-se com uma saraivada de protestos, elogiou os empresários e procurou enaltecer os políticos, pois assim afirmava que para se ter o desenvolvimento de uma cidade, não precisava de político, mas sim de trabalho de seus empresários.
Continuando com a conversa, dizia que a culpa do arrefecimento do Crato coube à falta de interesse dos filhos da terra, já que não valorizaram a sua cidade e foram investir em outras plagas mais desenvolvidas.
Desejando proteger os políticos da terra, afirmava que a culpa do esvaziamento do Crato não era dos políticos, mas sim dos empresários.
Afirmando com todas as forças das minhas cordas vocais, aviso pra esse senhor: todos os políticos tem que lutar fortemente com o povo e acelerar o engrandecimento, trazendo infra-estrutura diversa a fim de equilibrar o poder econômico com o crescimento favorável, a criação do emprego e renda.
Assim creio eu, para impulsionar o crescimento da cidade, precisa primeiramente o povo evoluir e juntar a sociedade com esforço e luta permanente, com união e evitando o mexerico, formando um grupo interessado que possa trabalhar pelo bem de sua comunidade.
Também quero lembrar que o povo ainda não está esquecido da falta de objetividade de um senhor que dirigia o Crato e que chegou a negar um terreno adequado para ser instalada aqui uma escola de nível superior. Esse senhor, pertencente a era trogloditiana, virou as costas para esse empresário com indiferença sem dizer porque razão negava esse benefício ao Crato.
E agora vejam senhores a razão da falta de interesse dos empresários em não acelerar o desenvolvimento desta cidade por que houve a falta de amor e também por falta de capacitação desse pessoal que quer ser político sem ter condição moral e intelectual para dirigir este município.
Fiquem sabendo senhores que a causa da moralização da expansão progressiva do Crato é proveniente da falta de interesse desses políticos cafonas que não querem praticar mudanças com seriedade e que não aceitam a permanência da juventude e dos homens sérios comandando a política cratense.
Crato-CE, 27 de Janeiro de 2011.
Toda vez que eu dou um passo / O mundo sai do lugar - Siba
Toda vez que dou um passo
O mundo sai do lugar (4 vezes)
Eu vivo no mundo com medo,
Do mundo me atropelar
(Toda vez que dou um passo
O mundo sai do lugar)
E o mundo por ser redondo,
Tem por destino embolar
(Toda vez que dou um passo
O mundo sai do lugar)
Desde quando o mundo é mundo,
Nunca pensou de parar
(Toda vez que dou um passo
O mundo sai do lugar)
Tem hora que até me canso
De ver o mundo rodar
(Toda vez que dou um passo
O mundo sai do lugar)
Quando eu vou dormir eu rezo
Pro mundo me acalentar
(Toda vez que dou um passo
O mundo sai do lugar)
De manhã escuto o mundo
Gritando pra me acordar
(Toda vez que dou um passo
O mundo sai do lugar)
Ouço o mundo me dizendo
Corra pra me acompanhar!
(Toda vez que dou um passo
O mundo sai do lugar)
Se eu correr atrás do mundo
Vou gastar meu calcanhar
(Toda vez que dou um passo
O mundo sai do lugar)
(Toda vez que dou um passo
O mundo sai do lugar)
Procurei o fim do mundo
Porém não pude alcançar
(Toda vez que dou um passo
O mundo sai do lugar)
Também não vivo pensando
De ver o mundo acabar
(Toda vez que dou um passo
O mundo sai do lugar)
Nem vou gastar meu juízo
Querendo o mundo explicar
(Toda vez que dou um passo
O mundo sai do lugar)
Que quando um deixa o mundo
Tem trinta querendo entrar
(Toda vez que dou um passo
O mundo sai do lugar)
UM AMIGO DE SEMPRE...
Sobre as Ondas
sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
Tromba d´água em Crato - Emerson Monteiro
Após manhã e tarde de sol intenso, a noite de 27 de janeiro de 2011 também se mostrou de tempo aberto e estrelas no céu. É tanto que, às 20h15, estávamos, Igor e eu, nas arquibancadas do Estádio Mirandão assistindo à partida de futebol entre o Crato e o Ceará, pelo Campeonato Cearense. Durante o jogo, no entanto, abriam alguns relâmpagos baixos para os lados do Nascente e do Norte. Ao final, o time cratense saia derrotado pelo placar mínimo.
Recolhera-me às 22h20, observando a preparação de chuva nos sinais do vento e nos relâmpagos por cima da serra, para as bandas de Pernambuco, donde, conforme minhas experiências pessoais de poucos anos, vêm ao vale chuvas de mais intensidade.
Assim, durante a madrugada desse dia 28 de janeiro, acordaria por cinco vezes, considerando relâmpagos e trovões em larga quantidade, mantidos na pancada constante de fortes precipitações, qual ainda não se deu na presente quadra invernosa.
Choveu a madrugada inteira, chuva grossa e persistente. Algumas vezes cortou a corrente elétrica, o que de comum acontece nas situações de muitos raios.
Pela manhã, ao sair para levar as meninas ao colégio, apenas neblinava pouco, no entanto o chão encharcado transparecia o quanto chovera além da conta na madrugada.
Pelos estragos que encontraríamos no percurso da descida, imaginamos as consequências logo em seguida presenciadas às margens do canal do Rio Grangeiro, dentro da cidade.
De máquina em punho, sai fotografando desde a ponte da Integração, próxima à igreja de Nossa Senhora da Conceição, até o término do Canal, imediações do Presídio, num rastro de destruição que jamais verificara nesses 50 anos.
Postes arrancados pelo tronco, carros arrastados na correnteza e jogados contra muros e calçadas, casas invadidas, asfalto eliminado ou levantado, portões de ferro arrombados, prédios em ruínas, móveis encharcados, pontes de ferro destroçadas, pontes de cimento e ferro abaladas nas estruturas, ou com varandas zeradas e substituídas de entulhos, árvores inteiras trazidas na força das águas, e, à medida que desci com lama nos tornozelos, num exercício de equilíbrio e paciência, após a Prefeitura, entrei na Rua Monsenhor Esmeraldo, onde funcionam armazéns de estivas e cereais e outras casas de comércio, testemunhando sempre os danos provocados pela violenta enchente. Houve comércios que registraram por volta de um metro e meio d´água dentro dos estabelecimentos a dezenas de metros do rio. Devido aos riscos da cheia no interior do Presídio, os detentos foram deslocados para Juazeiro do Norte.
A intensidade das chuvas da madrugada chegou a 163mm no centro de Crato, porém escoaram pelo Rio Grangeiro inclusive as chuvas das encostas da Serra, onde estimam-se maiores as precipitações, acima de 200mm, isto para um curto tempo de quatro horas, na ação do fenômeno atípico.