Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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segunda-feira, 31 de agosto de 2009

" AS PREZEPADAS DOS ZIZINHOS DE MONSENHOR" - Cap. V




...OU A VASSOURA INCANDESCENTE..



Uma aula vaga, ou a demora de entrada do professor na sala era sinal de perigo! Cinqüenta e duas mentes férteis trancafiadas numa sala, um “tititi” que só vendo! Em pequenos grupos que se dividiam ao sabor dos papos e interesses. Sentados em cima das carteiras um converseiro sem fim, piadas de todos os tipos! Eu mesmo nunca gostei de me sentar em cima da carteira do Colégio. Gostava do banco da Praça Siqueira Campos depois da Missa em São Vicente e normalmente na Praça da Sé esperando com a “turma” a descida das meninas do Santa Teresa e do Dom Bosco para matar as “bichinhas” de vergonha ao terem que passar pelo verdadeiro “corredor polonês” submetendo-as ao olhar de águias. Mas lá vou eu tangenciando, voltemos ao cerne da traquinagem de hoje. Nesse dia de aula branca, alguém esqueceu uma vassoura na sala. Não era uma vassoura qualquer! Como essas vassouras de hoje cheias de tecnologias do plástico e dos coloridos. Vassouras metida a besta! Era uma VASSOURA DE PALHA do Crato! Daquelas que nossos pais traziam da feira e faziam um barulho engraçado quando alguém varria o chão. Eu pelo menos achava engraçado aquele... chique..chique..chique. Pois bem, como dizia o Padre Murilo no Seminário: “o ócio leva ao pecado”. E já que estávamos no ócio...o pecado era eminente! Ele chegou da mente de Nacélio (o véim). Recebemos o aviso que AULA seguinte seria de nada menos que o chato do professor JIPÃO! Nacélio tirou a vassoura do cabo e arranjou um fósforo com alguém da turma que já havia adquirido o péssimo hábito de fumar e disse: vamos dar um susto no JIPÃO! Apoiou a vassoura em cima das duas bandas da porta entreabertas. Como já falei antes, era uma VASSOURA CRATENSE, da FEIRA DO CRATO! Uma vassoura elegante que queimava lentamente, palha boa do buriti! Soltava umas fagulhas dignas dos fogos de artifício espanhol. Risada geral! Mas meus amigos adivinhem quem entra na sala! O Jipão? Prof. José do Vale? Pe. David? O bedel? Alzir? Nenhum dos ilustres citados adentrou por aquela porta. Entra nada mais nada menos que Monsenhor Montenegro! Gente! Quando ele empurrou aquela porta a vassoura incandescente fez um giro magnífico no ar digno de um bailarino do Cirque du Soleil Fagulhas pra todo lado! Um espetáculo! Mas Monsenhor não gostou! Definitivamente ele não gostava de fogos de artifícios dentro do Colégio tivemos a certeza. Bom, de praxe entre o XV Sermão da Montanha. Dai, veio o fatídico: quem foi? Era ele ou todos nós! E, diga-se de passagem, “véim” foi de uma coragem de cavalariano Polonês enfrentando as hostes Alemãs. Para aplacar a “ira Divina” disse solenemente! “Fui eu Monsenhor”. Cabra da peste de coragem! Monsenhor sentenciou: Três dias de suspensão, de “férias” zizinho! E um bilhete pra Seu Oliveira comparecer para uma conversa! Mas que foi lindo foi! Só não viu quem faltou àquela aula e deve ficar com uma inveja da gota serena por ter faltado e ao ler estas mal traçadas linhas.

2 comentários:

socorro moreira disse...

Você sabe contar histórias ,Zizinho !
Tomara que o repertório seja longo. Depois, vá pensando noutra temática.

Um abraço .

Stela disse...

Mas que história gostosa de se ouvir pra dar risada. Olhe, "esse menino", tu é bom contador. Reúna todas essas histórias e ... (depois eu digo), mas acho que tu sabe o que fazer com elas. beijo querido.