MULHER E FLOR
Romantismo é amor exuberante, exageros, sonhos e endeusamento da mulher amada.
Gonçalves Dias, além do indianismo, expressou, como todo poeta romântico, o sentimento amoroso na maior parte de sua obra.
(...) podia chamá-la -rosa
De musgo ou de Alexandria
Rosa de amor de poesia
Mais lhe não dava que o seu
Porque se essa flor mimosa
Já chegaste ao teu retrato,
Havias ver como a rosa
De repente esmoreceu!(...)
O eu-lírico, nesse caso rejeita a comparação da mulher amada à rosa. Continuando o poema, ele diz que é o amor que a musa sente por ele, que faz dela a mais bela
de todas as mulheres.
A comparação da mulher com a flor, talvez seja a mais utilizada pelos homens, graças ao perfume, beleza e delicadeza de ambas. Que mulher não gosta de ouvir tal galanteio?
Chamar mulher de flor virou lugar comum e caiu na banalidade. Evitando ser redundante, Drummond escreveu: "Minha prímula, meu pelargonio, meu gladiolo, meu botão de ouro. Minha peônia, Minha cinerária, minha calêndula, minha boca-de-leão. Minha gérbera, minha clívia..."
Quem não lembra de Cartola em " As rosas não falam, simplesmente as rosas exalam o perfume que roubam de ti"?
E você, minha amiga, já foi chamada de flor?
E você, meu amigo, estabelece essa comparação entre a mulher e a flor, ou, mais ousado, dá esse nome a uma pequena parte do corpo dela?
Maria José Zanini Tauil.
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