Não era tão dilacerante a dor.
O desgosto nem tão imenso.
O poeta não é um fingidor,
um sacana mesmo.
Adorna as palavras,
lambe as feridas,
entre suspiros,
soluços,
uis, ais
mas na verdade
sob atmosfera oculta
sorri cínica a alma
que ninguém olha
nem ao ato fúnebre
que ninguém assiste.
É uma temeridade
enfeitar a cauda
não importa de qual lagartixa
ou a própria se deixa cortar o rabo
ou então logo esquece os guizos
debaixo da escrivaninha.
Sabe aquele ossinho da galinha
graveto bifurcado cabo da baladeira?
Pois esta é a dor poeta,
até uma criança quebra
até um idoso mastiga.
3 comentários:
Com respeito à "Dor Poeta", hoje não tem "brincadeirinha."
Um terno abraço, Buñuel
Corujinha Baiana,
saiba que o seu lúdico olhar
em hipótese alguma maculou
nenhuma dor imaginada,
afinal o poeta
não é um fingidor:
é um sacana mesmo.
Abraço carinhoso,
e, por favor,
não se faça sisuda,
minha terna amiga.
Corujinha "sisuda", EU ?
Nem morta,estiradinha !
É que a brincadeirinha
dessa vez,
teimou em não aparecer.
Ficou escondida
e fez charme
por trás da cortina da sala.
Um terno abraço,Buñuel,e muito AXÉ pra você.
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