Eu não quero o viver muito agitado
Da cidade que o gozo facilita;
Prefiro a calma plácida e bendita
Deste lugar risonho e sossegado.
Das ambições e intrigas afastado
Eu, infeliz joguete da desdita,
Busco os lugares onde a paz habita,
Considerando-me assim melhor fadado
Luanda, meu retiro predileto!
Dá-me o repouso no teu seio quieto,
Antes que a idade o meu vigor dissipe,
Quero morrer olhando estas colinas,
As policromas telas bizantinas
Da sinuosa linha do Araripe!
Criadores & Criaturas
"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata."
(Carlos Drummond de Andrade)
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4 comentários:
Lindo !!!
Maravilha, Magali!
Um soneto perfeito. Rima perfeita. Palavras usadas com elegância e ritmo.
Creio vislumbrar em você um bocado desse dom. Você herdou, ao seu modo, esse lidar com as palavras...
Socorro, foi você que me incentivou a postar os versos do meu avô. Lembra?
Abraços
Magali
Obrigada Claude. Como seria bom se eu tivesse herdado ao menos um pouquinho desse dom.
Abraços
Magali
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