Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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sábado, 29 de maio de 2010

A roda da memória
- Claude Bloc -


Imaginei-me de frente para a porta de saída de minha casa, na Irineu Pinheiro. Fechei os olhos. Da porta onde eu me encontrava naquele momento, já podia ouvir os gritos animados das outras crianças lá fora. Elas pareciam vibrantes.

Aos poucos fui chegando perto até juntar-me ao grupo. Minha chegada deixou toda aquela meninada empolgada. Afinal, eu seria mais uma para alegrar a brincadeira. Todos fizemos um círculo e apontamos os dedos para o centro. Nas mãos só tinha zero ou um. Estávamos decidindo quem ia contar para que os outros pudessem se esconder. A brincadeira pegava fogo. Era gente escondida pra todo lado. Enjoados de brincar de esconde-esconde, optávamos por uma brincadeira mais animada. Pega-pega, lembra? Era uma gritaria só. Meninos correndo atrás de outros tentando tocá-los para fazer “o pega” ser o outro. E assim, continuavam as infinitas brincadeiras. A meninada parecia nunca cansar. Bastava enjoar de alguma coisa, com um tempinho a brincadeira mudava.

Engraçado relembrar essas coisinhas, depois de tanto tempo, sobretudo de como a nossa turminha se envolvia nessas brincadeiras que enchiam a rua e as nossas casas de euforia e alegria. As principais brincadeiras eram: peteca, macaca (amarelinha), mata (queima), pular corda, pique, passa-anel, arraia (pipa), triângulo, bila ou búria, elástico, pião, bilro, boneca, bola, carrinhos de rolimã... tantas! Ou simplesmente subir nas árvores frutíferas para “roubar” a fruta no pé.
Quem não se lembra, de uma forma ou de outra, quando a turma toda se encontrava depois da escola para brincar na rua ou numa praça perto de casa? Aos poucos, porém, essas brincadeiras deliciosas foram sendo esquecidas pela meninada. Com a modificação da sociedade, esses espaços em que nos deleitávamos desapareceram e as crianças passaram a ficar, mais com os brinquedos do que com os amigos. Atualmente muitos de nós vivemos em prédios e nossos filhos ou netos não têm a mesma infância que tivemos. Mesmo tentando amenizar um pouco, sabemos que brincar na calçada da nossa rua, nem pensar - infelizmente não dá.

Sei que os tempos são outros. O computador agora também faz parte dessa brincadeira, assim como a televisão, o mp3, 4, etc. É como se o tempo presente tivesse se esquecido da infância. Hoje menino não corre, não sobe em árvore, não respira ar puro. As escolas são quase mini-presídios, com exíguas salas de aula, recreios limitadíssimos, sem árvores nem espaço para brincar. Mas não podemos mudar o tempo nem as coisas. Eu, por exemplo, ainda sou capaz de me lembrar dos sons das vozes da minha turma na hora das nossas brincadeiras. E você? Do que se lembra?

Convido a todos a entrar na roda da memória: que brincadeiras animaram sua infância?


Claude Bloc

Um comentário:

Daniel Boris (Jacques) disse...

Eu já escrevi também sobre esse assunto,não esta acabado,esta no pc do ateliê qualquer hora eu termino!Mas recordaremos então algumas brincadeiras,bixeira,bandeira,boca de forno,berlinda,cadê o grilo,cinturão queimado,o bafo com figurinhas,três três passarão, deradeiro ficarão,com pedras bila ou palmo valendo dinheiro de carteira de cigarro,xibiu com o caroço da macaúba,e uma das melhores de médico,KKKKKKKK beijos minha irmã te amo de montão.