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Estão paralisados, mas não há desespero,
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"

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quinta-feira, 29 de julho de 2010

“PPP” – José Nilton Mariano Saraiva

Qual o significado da sigla PPP ??? O que representa essa “ruma” de uma mesma consoante, juntas e enfileiradas ??? Será alguma misteriosa fórmula miraculosa de rejuvenescimento ??? Ou o passaporte de aprovação no próximo vestibular ??? Você já leu algo a respeito, mas momentaneamente não está lembrado ??? Ou nunca ouviu mesmo falar do que se trata ??? Despreocupe-se, relaxe e goze; não estamos falando de nenhum indecifrável e revolucionário código secreto usado por terroristas árabes visando detonar o planeta Terra, tampouco a sonhada senha que lhe abrirá as portas do céu ou mesmo a temível chave para decifrar os insondáveis enigmas do inferno.
Na realidade, “PPP” é tão somente a abreviatura da expressão “Parceria Público-Privada”, um artifício de política econômica que visa juntar esforços e recursos público e privado, objetivando um determinado investimento produtivo, normalmente no longo prazo e em projetos de infra-estrutura.
Pois bem, ao terceirizar a programação e área destinada aos shows da Expocrato, o poder público municipal sub-repticiamente (ou não ???) acabou por firmar algo parecido com uma PPP, embora de forma um tanto quanto atabalhoada e deletéria, já que outorgando amplos e irrestritos poderes à abusada e sequiosa iniciativa privada para, desumanamente, explorar a população e enfiar-lhe goela abaixo certas xaropadas forrozeiras intragáveis, a preços aviltantes.
E aí acontece algo curioso: temos dois distintos eventos em um só local (na parte de “cima” e na de “baixo”), dois díspares mundos absolutamente conflitantes num espaço reduzido, cada um com o seu respectivo público, divorciados e alheios um a outro; de um lado, um exército peso-pesado de jovens, com a corda toda, com gás pra dar e vender, notívagos por natureza (já que viciados em “pegar o sol com a mão”) e que só aparecem no recinto da “Expocrato” na hora dos shows e já devidamente
“turbinados/calibrados” das badalações de final de tarde do Granjeiro e adjacências (tal qual morcegos sanguinolentos, durante o dia se recolhem, parecem ter verdadeiro pavor à luz solar); na outra ponta, um significativo e nada desprezível contingente de pessoas simples e peso-leve, que vai ao “parque” durante o dia pra passear, levar a criançada pra ver a bicharada (bois, cachorros, galinhas e por aí vai), rodar no carrossel, na roda-gigante e por aí vai, comer filhós, charutos e tais, tomar uma geladinha ou simplesmente rever os amigos chegantes de outras plagas e colocar o papo em dia.
Pois bem, no momento em que a “conversa-mole” (recorrente) volta à tona, no tocante à “relocalização” da Expocrato lá pras bandas daquela cidade vizinha (o Governo do Estado quer porque quer, por cima de pau e pedra, nos impingir tal castigo), numa clara tentativa de esvaziá-la, sepultando de vez a única festa que ainda nos rende mídia, prestígio e dividendos sócio-econômico-finaceiros, tomamos a liberdade de sugerir o desmembramento dos dois mundos, e que presumivelmente atenderia aos interesses de gregos e troianos, a saber: 1) a arena de shows, embora constando da programação-divulgação oficial da festa, continuaria terceirizada (já que a prefeitura não tem o mínimo interesse em assumir), seria desmembrada e transferida para um local preferencialmente fora da cidade (lá pras bandas do São José e entorno), previamente escolhido pela Prefeitura Municipal, que para tanto criaria uma estrutura mínimo-básica necessária (e não tão cara) para recepcionar artistas, público e barraqueiros; com clientela cativa e numerosa, sedenta de diversão, disposta a ir onde o barraco for armado e transpirando adrenalina por todos os poros, os riscos de insucesso serão mínimos e assim os promotores continuarão a ganhar rios de dinheiro (aqui em Fortaleza, por exemplo, algumas casas de shows se localizam literalmente dentro do mato e clientes não faltam, de segunda a domingo); 2) já a exposição de animais, carros, artesanato, parque de diversão infantil, stands de bancos, desfiles e por aí vai, freqüentada pelo mortal-comum (sem pressa e sem stress), ficaria no “velho parque”, para deleite daqueles “saudosistas” que se acostumaram a freqüentá-la num ambiente de paz e tranqüilidade, encontros e reencontros, furtivas paqueras e inolvidáveis recordações.
O reflexo imediato de tal providência se faria sentir de imediato: as reclamações dos moradores vizinhos em relação ao barulho acabariam, os doentes do Hospital São Francisco teriam o sossego que reclamam, o transito certamente fluiria dentro dos conformes (acabando com os terríveis congestionamentos e buzinaços) e, até, se acabaria de vez com a absurda exploração nos estacionamentos disponíveis no entorno do parque.
E o melhor: o nosso “parque de exposição” continuaria lá, imponente, firme e forte, como uma referencia positiva e orgulhosa de todos que amam o Crato.

Texto e postagem: José Nilton Mariano Saraiva

6 comentários:

Aloísio disse...

José Nilton,
Porque impigir tamanho castigo aos moradores "das bandas do São José e entorno"?
Eles aceitariam esse lixo que você quer transferi-lo pra lá?
Não seria o caso de rediscutir o formato da Expo? inclusive dessas atrações "artísticas"?
Ficam estas dúvidas.
Abraços.

jose nilton mariano saraiva disse...

Prezado Aloisio,
Realmente, seria um grande e terrível castigo para os moradores daquele aprazível recanto.
No entanto, não somos nós que queremos "transferí-lo pra lá", conforme você chega a sugerir.
O que se comenta nos bastidores (e ouvimos isso no recinto do próprio parque, dias atrás) é que se o Governo do Estado findar por impor sua obstinada vontade de
"transferir ou relocalizar" a exposição (por cima de pau e pedra, quer chova ou faça sol), a área a ser "privilegiada" seria
aquela, daí a menção que fizemos.
Quanto à "rediscussão do formato" da Expo, inclusive das atrações
"artísticas", fica difícil acreditar em mudanças de porte, se a coisa continuar em mãos de empresários descompromissados com a "qualidade" e que só visam o lucro.
Portanto, que desde já se ponham de prontidão os residentes da área.

Carlos Eduardo Esmeraldo disse...

Caro Zé Nilton

Como "habitante" de um paraíso chamado "São José" repudio tal proposta. Veja que o comentarista acima, o Aloísio é um baiano que conheceu o São José na últimaSemana Santa e está capaz de ir à briga em defesa do São José. A forrozada pode ir para os quintos dos infernos...

jose nilton mariano saraiva disse...

Carlos,
Assino sua manifestação sem pestanejar (agora, que o assunto foi ventilado na Expocrato, disso não tenha dúvida).

Marcos Barreto de Melo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Marcos Barreto de Melo disse...

Caro José Nilton,

A Expocrato, como manifeatação de cultura ou música, há muito tempo já é um lixo. Um pacote nada compromissado com nossas raizes ou nossa cultura, explorado por grupos inescrupulosos beneficiados pela prefeitura. Nasci e me criei no São José, onde até hoje residem minha mãe e irmãos. Os benefícios que aí chegaram, foram trazidos pela iniciativa privada e não pelo poder público. Aliás, a prefeitura pouco olha para este recanto. Além disso , o meu "São José" não é nem um lixão. Levem essa escória para outro lugar.

Marcos Barreto de Melo
SSA - Ba