Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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terça-feira, 3 de agosto de 2010

ALDEIA (um pequeno lugarejo proximo a Recife) por Teresa Peretti

Refúgio.
Simplicidade.
Convivência.
Espaço pequenino, aconchegante.
Ocupado por lembranças, costumes e gestos.
Entre as folhagens e flores,
os minúsculos beija flores cumprem o seu ritual.
Entre pequenos arvoredos, o saltitar dos sagüins alegram a natureza.
Entre o silêncio da noite, épocas de madrugadas frias, o canto irritante e constante dos grilos protege a escuridão.
Entre o amanhecer, os seus raios incandescentes despertam a passarada que, na sua inquietude, cantarola e pula entre os galhos verdes, festejando um novo dia.
Entre a tradição da festa junina, o São João é celebrado ao meio do borbulhar da água das chuvas freqüentes nesse período. A fogueira imponente, com suas chamas ardentes, vence os obstáculos da própria natureza, assegurando, ao santo homenageado, as tradicionais manifestações, embaladas pelas vibrações do som das poesias nordestinas, cantadas em versos, que partem da “Sala de Reboco”. Lá, uma foto grande do nosso rei do baião. Outro quadro em que, Marcos (meu companheiro irmão) retrata, através da música “Numa Sala de Reboco”, a cena de um matuto que, embalado pelos seus sentimentos, carrega, em seu alforje, o amor por aquela menina.
Uma casa.
Pequena, de coração grande, com portão, portas e janelas vermelhas – cor de sua preferência, exalta a coragem, a firmeza e a personalidade forte de um homem do campo que não se deixava vencer pelo cansaço. Embora carinhosamente chamada de Mocambo por algumas pessoas que fazem parte de seu cenário, sua legítima identificação é “RECANTO VOVÔ GERALDO”, nome esse que surgiu entre a ternura e os sentimentos ingênuos de uma criança que perdera o seu avô.
Nesse recanto, pela sua essência, não há hospedaria, mas, sim, abrigo.
Abrigo que se expressa com ternura, amor e prazer na acolhida de seus familiares, amigos e daqueles que ali chegam e entram no círculo da amizade.
É esse o meu recanto, de recordações, de paz, de amor, de vivência, de compartilhamento e de receptividade.
Nele, encontro a presença de meu pai, único e inconfundível pela sua sabedoria, pelas suas prosas, pela sua responsabilidade, dedicação, honestidade e solidariedade sem distinção.

Teresa Barreto de Melo Peretti (Tetê)

5 comentários:

socorro moreira disse...

Tetê,

Você não imagina como estou contente de tê-la entre a gente !

Grande abraço !

Aloísio disse...

Tetê
Descrição perfeita, só faltou acrescentar a imensa generosidade dos anfitriões do Recanto do Vovô Geraldo. Já estamos com saudades.
Abraços a todos
Aloísio e Silvia

Ana Cecília S. Bastos disse...

Tetê, aqui é como a gente se encontrar, de surpresa, ali numa esquina do Crato. Vou voltar sempre pra ver você!
Muito lindo o seu texto; me deu vontade de ir mesmo até o Recanto - próxima vez pego a caravana e vou!
beijos, Ana.

Marcos Barreto de Melo disse...

Tetê,

Gostei muito de sua presença e do seu texto. Seu recanto em Aldeia é tudo isto que você descreveu.
Quero lhe encontrar por aqui mais vezes.

Abraços.

João Marni disse...

Tetê, que recanto agradavel,vc descreveu da mesma forma que vi nas fotos.
breve iremos por la.
bjssss