Prometo então que te deixarei
tão vã quanto desconhecida
abstrata
sem nome.
Não te apartarei dos sentidos
da falta e da ausência
nem do pleno vazio.
Prometo então que te deixarei
andar com as próprias asas
e guardarei meus óculos
embaçados de gordura
e de lágrimas.
Dentro do banheiro
ao observar as formiguinhas
desesperadas com a minha voz
correndo entre cantos e fendas
levantarei os pés cauteloso
para que elas se cuidem
sob meus chinelos.
Sei o quanto é doloroso
quebrar costelas e contorcer-se
rodopiando pelo frio do piso.
Prometo então que te deixarei
oculta no meu depressivo silêncio
também nos meus particulares sussurros.
Não te forjarei outra vida
nem ousarei aflorar a sequidão
dos meus lábios.
Serás o de sempre:
névoa e pedreira
sobre ombros
colada nos cílios.
Prometo então que te deixarei
em paz, rica e perfumada
a zombar da minha angústia.
Não é bom nem vistoso
o sangue do meu nariz.
6 comentários:
Menino de Deus,
Domingaste no sábado lindamente.
Amei teu texto. Maravilha entalhada nos sentidos.
Abraço,
Claude
Prometo que não é mentira,(risos)Adoreiiiiii,muito bom mesmo,parabéns(abração)
Domingos,
Entre a névoa
e a rocha
se esconde
Os cílios molhados
encobertos
pelo vento da varanda
que sopra seus cabelos
E as plantinhas
se admiram da novidade
das formiguinhas
que se aproximam
pelo doce perfume
de mulher
Claude, sempre que te ouço
sei que ouço uma alma
sensível que tem a Poesia
uma companhia permanente.
Carinhoso abraço.
Daniel, meu camarada
sei que és um artista
e estás sempre a criar.
Acredito em ti (risos)
Outro grande abraço.
Edilma,
versos inspirados
por alguém que sabe
do vento da varanda
e dos tremores das plantinhas
quando a noite é de epifania.
Estou com saudades
da tua extasiante alegria.
Carinhoso abraço.
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