"O autoajuda é uma grande indústria que trabalha com falsas promessas e tem como pressuposto a vulnerabilidade e a fragilidade humana. Todo ser humano quer ser feliz. E a autoajuda oferece uma fórmula rápida e fácil. ISSO É ALIENAÇÃO. A felicidade vem de dentro e é uma conquista que o ser humano realiza partindo da condição humana. Somos seres que têm a dimensão de luz e de sombra. Somos diabólicos,que dividem, odeiam e somos seres simbólicos, que unem, amam, são solidários. Essa é a condição humana. Não é um defeito, é a nossa marca. A felicidade vem do equilíbrio dessas duas dimensões, na medida em que faço uma opção pela dimensão luminosa e não deixo que a dimensão tenebrosa tenha a hegemonia da minha vida. Se parto dessa condição humana, diminuo as expectativas, a felicidade é mais alcançável, mais serena. Não significa que não tenhamos momentos especiais de felicidade. É a dimensão vertical. Um encontro com a pessoa amada, o irmão que estava no exílio volta... Aquele momento é supremo. Agora, tem aquele momento de estar serenamente, feliz, que é o cotidiano da vida. O fenômeno do casamento é uma bela figura. Quando a pessoa se enamora, sente uma enorme felicidade. Mas é fugaz. Casa, vem o dia a dia, se descobrem nos seus limites, um tem que tolerar o outro. Ele está feliz na medida em que consegue fazer uma síntese e conviver, apesar e com as diferenças. “Hoje vamos jantar fora...”. Romper aquele cotidiano que ameaça a felicidade. E ser criativo para manter aquele momento que é um pequeno êxtase, um pequeno encantamento. A felicidade vive dessas dimensões. E isso é sabedoria de vida, coisa que o mercado não dá. É uma conquista do coração.
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A felicidade se encontra na justa medida entre a luz e a sombra, entre o instinto de rejeição e o de congregação. O ser humano tem que exercer a sua liberdade no sentido de saber os limites da realidade. Aquilo que prejudica ou que integra. Isso é uma conquista difícil. É o preço que cada pessoa tem que pagar para poder ser feliz. E a sociedade não ajuda a buscar essa justa medida porque exaspera o desejo, solicita o consumo material. É o discurso mostrando a criminalidade, exaltando pelas mil formas a violência dos seres humanos. É uma cultura doente.É difícil encontrarmos o equilíbrio e realizarmos o projeto de felicidade".
Postagem: José Nilton Mariano Saraiva
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terça-feira, 3 de agosto de 2010
"Pérolas" de BOFF - Por: José Nilton Mariano Saraiva
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3 comentários:
Caro primo,
Quanta sabedoria nas palavras usadas no seu texto.
Assino em baixo, é issi aí...
Bravo!
Adorei o texto !
Abraços
José Nilton,
Adorei a desintoxicação.
Abraços: Liduina.
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