Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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terça-feira, 7 de setembro de 2010

Deixar ou ser deixada, eis a questão ! - Por Socorro Moreira



Quando você me deixou, meu bem
Me disse pra ser feliz e passar bem
Quis morrer de ciúme, quase enlouqueci
Mas depois, como era de costume, obedeci (Chico Buarque)

Fazer o que , quando alguém , categoricamente, nos diz : nossa história terminou. Não quero mais a tua companhia ?
Vira obsessão , a lembrança , no passar dos dias. Nos primeiros , o dia é cheio e a cama vazia. Cheio de pensamentos , que lembram detalhes, que buscam explicações... Quando começou o desamor? Naquela tarde, naquela noite, naquela viagem...?
Onde os desencontros gritaram alto, e o tédio ocupou o lugar do prazer ?
E o tédio, no ficar das horas desgastou a ternura...
E o gesto de carinho, que no ar ficou ?

Quando você me quiser rever
Já vai me encontrar refeita, pode crer
Olhos nos olhos
Quero ver o que você faz
Ao sentir que sem você eu passo bem demais

Agora que o tempo passou, já refeita e esquecida  do meu novo ex-amor, 
Nada a fazer... Como nada foi feito. 
A distância de tanto acontecer, se instalou. 
E ficou longe  o nosso olhar. 
E ficou desprendido o nosso cheiro. 
Meu cabelo já cansou de balançar.
Anda preso, e foge do luar,

E que venho até remoçando
Me pego cantando, sem mais, nem por quê
Tantas águas rolaram
Quantos homens me amaram
Bem mais e melhor que você

 Não creio no rejuvenescimento natural. Creio no riso  que acaba de nascer, mas morre no instante seguinte, ou se esconde,  adormece.
Já não canto, nas horas do banheiro. Já esqueço a letra das canções, e me surpreendo, quando relembro uma daquelas canções. Dói no peito, uma dor antiga, já esquecida de mim. A canção se tranca, faz birra, e diz que já não me diz, as notas que desejo ouvir.
Foi pecado esquecer aquela música de Dorival Caymmi...!

Quando talvez precisar de mim
Cê sabe que a casa é sempre sua, venha sim
Olhos nos olhos
Quero ver o que você diz
Quero ver como suporta me ver tão feliz

 A casa ficou estranha. Ela  adoraria mudar de canto, a exemplo de tantas vezes, em que teve um jardim.
Um pé de flamboyand, ainda é semente, deslocou-se pelos caminhos, se fez amarelo, em todo setembro... Diz pra mim, ainda  lembra de mim ?
Sou feliz, na medida  em que o momento deixa. Sou feliz, quando adormeço, e acordo lembrando o colorido de um sonho. Adoro festas, no mundo onírico, quando posso comer  tortas, docinhos, e pudins... Acordo adocicada, como se tivesse sido beijada, mil vezes, sem fim !

Socorro Moreira

Um comentário:

Liduina Belchior disse...

Socorro,

Lindos comentários em cima da música de nosso Chico.
Quando se chega e diz: terminou! A gente pelo menos percebe a dignidade de quem o fêz.E sente que acabou.Ai se curte o fim de uma relação. Ruim é quando você fica vagando a espera da pessoa amada definir.Pois ás vezes simplesmente some sem dizer nada.
Ai temos que trabalhar com o adeus, a interrogação e o por que?òtima quarta-feira querida amiga.

Também estou saudosíssima.Bjos; Liduina.