Que farei da poesia
no dia em que a felicidade
transformar-se em virtude
e a alegria corromper-me
a alma e o silêncio?
Que farei da poesia
na noite em que o meu quarto
não me espante e os objetos se calem
e fuja da minha vista
a exuberante vida do inanimado?
Que farei da poesia
quando não ouvir a voz do vazio
e o nada e coisa alguma
deixem de me ferir as têmporas?
Que farei da poesia
se não mais houver meus sussurros
ao ler e tentar encaixar um som
entre sílabas?
Que farei da poesia
quando os fantasmas ao meu redor
acordarem e me suplicarem o exílio?
O que serei?
Voltarei a ter um olhar
além da fascinação
e do distúrbio?
Beberei água sem pensar
na textura do copo
e na delicadeza da cozinha?
Minhas botas serão apenas botas
e a minha xícara (enfim) será salva
da minha loucura?
O que a poesia fará de mim
no dia em que eu acordar
um homem normal
preocupações normais
e sonhos corriqueiros?
O que a poesia fará de mim
na noite em que eu resolver
partir de vez deste mundo
sem a sua companhia?
Quem me perdoará
se apenas o seu cajado é mágico
e o seu amor verdadeiro?
Seja lá o que eu faça com ela
e ela faça comigo continuaremos
na dúvida e no laço apertado.
E não saberemos nunca
qual o fim da nossa fábula
e por que somos uno
e por que nos repartimos.
no dia em que a felicidade
transformar-se em virtude
e a alegria corromper-me
a alma e o silêncio?
Que farei da poesia
na noite em que o meu quarto
não me espante e os objetos se calem
e fuja da minha vista
a exuberante vida do inanimado?
Que farei da poesia
quando não ouvir a voz do vazio
e o nada e coisa alguma
deixem de me ferir as têmporas?
Que farei da poesia
se não mais houver meus sussurros
ao ler e tentar encaixar um som
entre sílabas?
Que farei da poesia
quando os fantasmas ao meu redor
acordarem e me suplicarem o exílio?
O que serei?
Voltarei a ter um olhar
além da fascinação
e do distúrbio?
Beberei água sem pensar
na textura do copo
e na delicadeza da cozinha?
Minhas botas serão apenas botas
e a minha xícara (enfim) será salva
da minha loucura?
O que a poesia fará de mim
no dia em que eu acordar
um homem normal
preocupações normais
e sonhos corriqueiros?
O que a poesia fará de mim
na noite em que eu resolver
partir de vez deste mundo
sem a sua companhia?
Quem me perdoará
se apenas o seu cajado é mágico
e o seu amor verdadeiro?
Seja lá o que eu faça com ela
e ela faça comigo continuaremos
na dúvida e no laço apertado.
E não saberemos nunca
qual o fim da nossa fábula
e por que somos uno
e por que nos repartimos.
Um comentário:
O fim da fábula é um encontro geral.
Todos sem defeitos. Luminosos, lindos !
É assim o céu que imagino.
Bichinho, cada poswtagem sua é um preswe4nte , enrolado em sentimentos.
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