A MÚSICA
Para Isaac Duarte
Sem pedir licença,
insinua-se pelos cômodos,
invade os espelhos,
derrama suas jarras de luz.
Vejo-a
pelos canteiros da casa,
na nitidez dos bordados
de minha mãe,
no brilhar de tua íris
quando os deuses descem
para beber a insensatez
das águas.
Depois,
ela se transforma em seios,
goiabas,
espigas.
E nua, adormece,
enquanto a lua brinca
entre meus dedos
e lagartixas
passeiam pelas pedras do pátio...
Um comentário:
Everardo,
"Enquanto a lua brinca entre meus dedos e lagartixas passeiam pelas pedras do pátio"...
Parabéns poeta. Linda sua poesia.
Abraços; Liduina.
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