Nas tuas águas
- Claude Bloc -
Tantas vezes me aqueço com as estrelas enquanto dormes.
E quando te olho de longe ficas cinzento, águas plácidas, (lembranças, lembranças minhas...) Será que também sofres,quando mudas de cor?
O sol nos seca nesse longo estio e seca também o brilho que derramas quando ficas sem viço, sem sossego. Prossegues em mim, pois és como uma janela que o tempo abriu, és imprescindível.
Assim, preciso de ti, da tua luminosidade, assim como preciso do sol, das estrelas, da lua, nessa distância que te esconde de mim quando me queres ninar...
Gosto de ti quando estás azul. Quando o dia chega e quando te transformas nos finais de tarde ...
Então, segues de mãos dadas com o sol, trocando beijos com a lua numa cumplicidade que me faz sonhar.
Hoje, só quero que guardes meus segredos e o mundo todo que espelhas nesse céu refletido... Só então, poderei chamar um exército de anjos para se banharem nas tuas águas aprisionando, a cada dia, a paz no teu reflexo.
Agora, apaga as estrelas e deixa-me dormir, enquanto a lua nos guarda, enquanto a vida se arruma.
Claude Bloc
7 comentários:
Olá Claude,
Esta árvore ai do lado direito, se não estou enganada é uma Cassia rosa ou Cassia grandis, ela é caducifolia, ou seja, em determinada época do ano derrama todas as suas folhas, é da família das leguminosas, veja o tamanho dos frutos em forma de vagem, mesma família do feijão, ele sendo herbáceo. Aqui no terminal de ônibus do bairro em que moro tem umas duas desta, agora só estão as folhas, pois a floração já se deu.
Gostei muito do poema é lindo!
Você é uma pessoa que escreve com alma e corpo em sintonia perfeita, parabéns.
Rosemary
Do outro lado desse canto, quantas vezes bem cedinho não fui para bem pertinho do fogão a lenha,para me esquentar do frio.Desse mesmo canto, da para sair um livro de contos e poesia.
Claude: uma janela para o outono. A tesoura do telhado, com madeira de tempo cozinhado, um lâmina de água que parece menor que no inverno, a árvore sem folhas, os galhos desnudos como secos, um muro ou um resto de parede de alguma construção do passado. E, no entanto, esta tua lembrança (saudade) não é uma lamúria, é broto germinando o futuro. É a modernidade na sua acepção completa: uma conciliação com o passado.
Rosemary,
Gostei da sua ilustração informativa sobre as plantas na foto. Gostei mais ainda que tivesse apreciado o conjunto: texto-foto. A intenção é mesmo esta de promover a integração e a harmonia entre uma coisa e outra.
Obrigada pela suavidade e gentileza.
Abraço,
Claude
Bacura
Para mim e para você cada milímetro dessa casa se chama lembrança...
Beijo
Claude
José do Vale,
Mais uma vez você consegue ler o texto por trás do pretexto e entende cada movimento em busca da essência.
Mais uma vez você desvenda a alma da palavra e do pensamento... Me entende...
Obrigada, Zé...
Abraço,
Claude
Claude,
Agora apaga as estrelas e deixa-me dormir,enquanto a lua nos guarda, enquanto a vida se arruma.
Adorei repetir isso...
Beijo !
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