Outro dia escrevi um poema sobre uma certa ceia
em que nenhuma formiguinha estava presente.
No dia seguinte fui atacado
(dedos dos pés ao pescoço) .
Passei talco entre os dedos
e lavanda na nuca.
Deixaram-me marcado
com uma inscrição:
"ingrato"
Só depois entendi o motivo de tanta ira:
eram as minhas formiguinhas vermelhas
(de ódio) por eu não tê-las convidado
à lúdica ceia.
Até hoje (agora mesmo)
tento me desculpar lhes oferecendo
torrões de açucar, panetone, gotas de vinho
(um banquete na toalha) mas elas
nem as formiguinhas da cozinha
nem as do quarto sucumbem às iguarias.
Pela primeira vez na vida sinto-me triste
(penso seriamente em cortar os pulsos) .
As minhas formiguinhas me dão as costas
enrugam as antenas e me mostram os dentes.
Mas como sou poeta
(não sou um rato)
tentarei um bilhetinho
com florezinhas pintadas
orvalho do meu perfume
meus últimos cílios negros.
Espero provocar-lhes ternura
ou mesmo tesão.
Caso eu não consiga,
cortarei os pulsos
(e não pensem
que morri por
alguma mulher) .
em que nenhuma formiguinha estava presente.
No dia seguinte fui atacado
(dedos dos pés ao pescoço) .
Passei talco entre os dedos
e lavanda na nuca.
Deixaram-me marcado
com uma inscrição:
"ingrato"
Só depois entendi o motivo de tanta ira:
eram as minhas formiguinhas vermelhas
(de ódio) por eu não tê-las convidado
à lúdica ceia.
Até hoje (agora mesmo)
tento me desculpar lhes oferecendo
torrões de açucar, panetone, gotas de vinho
(um banquete na toalha) mas elas
nem as formiguinhas da cozinha
nem as do quarto sucumbem às iguarias.
Pela primeira vez na vida sinto-me triste
(penso seriamente em cortar os pulsos) .
As minhas formiguinhas me dão as costas
enrugam as antenas e me mostram os dentes.
Mas como sou poeta
(não sou um rato)
tentarei um bilhetinho
com florezinhas pintadas
orvalho do meu perfume
meus últimos cílios negros.
Espero provocar-lhes ternura
ou mesmo tesão.
Caso eu não consiga,
cortarei os pulsos
(e não pensem
que morri por
alguma mulher) .
Um comentário:
Cristão ou búdico?
Quase a mesma coisa em se tratando da harmonização dos sentimentos humanos.
Feliz 2011, poeta !
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