MATURIDADE
Não compreendo muitas coisas, mas amo.
Não sei o que é o amor, mas amo.
Olho para mim mesmo no cristal
como quem olha para uma coisa alheia,
distante, concreta como uma pedra,
uma coisa só coisa, malgrado a vida.
Então posso amar desinteressadamente
todas as coisas, como se amasse a mim mesmo.
Atingi a maturidade de uma árvore na montanha,
ou da própria montanha, altiva no alto do céu.
Não preciso conhecer mais coisa nenhuma.
Não preciso saber para que servem as coisas.
Não preciso saber para que eu existo.
O mundo é o meu altar de sacrifício.
Eu próprio sou o sacrifício. Não sei como,
mas eu não preciso mais do sofrimento.
Um comentário:
José Carlos,
Esta é uma reflexão que nos chega como um desabafo, um suspiro de alívio com sabor de dever cumprido.
Acredito igualmente no que diz, quando sopra no final que não precisa mais de sofrimento. Quando nossa quota já chegou ao seu limite.
Identifiquei-me, é isso!
Abraço,
Claude
Postar um comentário