TROVAS
Era como um pé de valsa
Um ternário de cadência
Deslisando como a balsa
Serena de paciência
Um castelo de areia
Não é feito pra durar
A lua que hoje clareia
Clareia pr'eu te olhar
Não vou mais atrás do nexo
Do complexo que há em ti
Seu olhar é o reflexo
De uma imagem que eu já vi
A poesia sempre chama
Sem nenhuma explicação
O sujeito tece a trama
No drama da oração
De tanto ser magoado
Eu parei pra refletir
Que a sombra do passado
Nunca deixa de existir
Não digo tudo o que sei
Mas sei de tudo o qu'eu digo
O teu beijo eu já provei
E senti todo o perigo
Sempre quis o que era meu
Eu agora dou o troco
Para cada isulto seu
Eu devolvo com um coco
Nunca julgue pelo porte
Da aparência delirante
A formiga é bem mais forte
Que o tatu ou elefante
Ulisses Germano
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