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"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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Colaboração:Claude Bloc


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domingo, 15 de maio de 2011

Apenas um jogo de futebol - Por José de Arimatéa dos Santos

Ultimamente o futebol brasileiro anda muito violento. Não vou falar da violência dentro de campo e sim fora dele. Time nenhum pode ser desclassificado do campeonato que disputar e logo alguns torcedores picham os muros do clube. Quando não esperam os jogadores no aeroporto para xingar e às vezes querer agredir seus ídolos. Parece que os torcedores valentões ganharam esse jogo e o exemplo mais contundente é que a final do campeonato mineiro entre Cruzeiro e Atlético na cidade de Sete Lagoas só terá torcedores do Cruzeiro. Isso simplesmente desvirtua o sentido do esporte que é o congraçamento entre seres humanos, enfim uma festa.
Na europa os casos de violência foram praticamente banidos dos estádios por atitudes em coibir esses torcedores violentos. Brigou ou fez alguma baderna, simplesmente o indivíduo tem que se apresentar a uma delegacia de polícia na hora do jogo do seu time. A lei é cumprida na risca para quem vai a um estádio de futebol para arrumar encrenca. Está mais do que na hora de aplicar penas desse tipo aqui no Brasil e jogos como o clássico mineiro possa ter atleticanos e cruzeirenses em um mesmo espaço torcendo, vibrando e fazendo tudo que um torcedor faz em uma praça esportiva.
O brasileiro é o indivíduo que entende de futebol e a discussão e a paxão pelo seu clube não devem extrapolar e chegar a violência. Já chega a violência que está nas ruas de praticamente todas as cidades brasileiras e o jogo de futebol é apenas um jogo de futebol. Um esporte e que é normal a vitória ou a derrota. Meu time pode perder ou ganhar e minha vida segue sem problemas. Aliás, o problema é aguentar as brincadeiras dos colegas no outro dia quando o time que a gente torce perde. Mas isso é normal. Tudo bem.
Acredito que o ser humano tem que ver seu semelhante como um irmão que tem sua preferência e que pode pensar diferente. Esse é um direito inalienável de qualquer cidadão poder torcer em paz por seu clube, usar com orgulho a camisa do time ou ainda ir para as arquibancadas dos estádios para se divertir. A Constituição Federal assegura a liberdade do ir e vir. O amor entre os seres humanos deve ser o principal golaço que a torcida brasileira deve marcar e cenas de selvageria e violência nos estádios ou fora dele têm que acabar. Assim penso.

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