Espírito de liderança, coração generoso, lutador incansável e sempre a procura da modernidade.
Ar sempre feliz. Assim era Siqueira Campos com o seu terno de linho branco, gravata clara, sapatos bem polidos e o seu automóvel estacionado em frente ao seu estabelecimento comercial.
Manoel Siqueira Campos, filho de Francisco Siqueira Campos e Clara Câmara Siqueira Campos, nasceu em 18 de Maio de 1874 na Vila de Porteiras, Estado do Ceara, logo depois foi levado junto com a sua família para o Estado do Pernambuco. No sopé da Baixa Verde, na localidade de Triunfo, inicia suas atividades comerciais. Com sua enorme capacidade de luta e perseverança, estimulava os agricultores daquela região financiando sementes para a plantação através de crédito próprio, enfrentando as adversidades do tempo. Improvisava serviços no período das secas para ajudar aos sofridos e chegava a distribuir alimentos do seu armazém para matar a fome da gente que vinha dos sertões para a Baixa Verde, tentando escapar da morte. Sempre sorridente, onde é até hoje lembrado por isso, com saudades e respeito pelos cidadões de Triunfo. Era um homem sensível a dor humana e usava da sua inteligencia criando trabalho aos mais carentes. Homem respeitado e elogiado com honrarias mas nunca aceitou cargos públicos. Resolveu expandir os seus negócios e investir na Região do Cariri. Abriu filiais em Crato, Juazeiro, Barbalha e Missão Velha, mas radicou-se em Crato e Triunfo, onde permanecia por temporadas. Chegou ao Crato em 1910 e aqui encantou-se pela linda filha do Coronel Granja, casou-se e constituiu família. O seu armazém era o maior da cidade e ficava na rua do Comércio, hoje conhecida por rua Dr João Pessoa. Podemos dizer que Siqueira Campos foi um dos homens mais progressistas que chegaram em nossa terra, contribuindo para o desenvolvimento local. Na antiga rua da Vala, no ano de 1912, instalou a nossa primeira fábrica de bebidas juntamente com um sócio, Manoel Gomes. Fabricavam vinhos de nome "Santos Loups", cujo químico responsável era Deodoro Gomes de Matos. Depois veio a fábrica de doces que servia a toda a Região do Cariri.
Na seca de 1915, foi um líder a amparar os sertanejos que chegavam, abrindo frente de serviços. Dirigiu as obras do primeiro calçamento na rua central do Crato, e pagou do seu próprio bolso grande parte do serviço com a intenção de ajudar aquelas pessoas e ao progresso. Trouxe pelas estradas do sertão em 1919, o primeiro automóvel para o Crato, comprado em Recife e que fez história com a sua chegada triunfante na Princesa do Cariri, atraindo muitos curiosos. Lhe serviu de companhia especial nesta travessia o Coronel Pessoa de Queiroz.
Siqueira Campos teve uma família numerosa e bem sucedida que soube administrar os bens materiais.
Ezequiel Siqueira Campos, seu filho, proprietário da Usina Porto Rico, em Alagoas; outros filhos vivem em Recife, ricos comerciantes; duas filhas residem em Portugal, trabalham com a gastronomia Europeia. Netos e bisnetos estão espalhados pelo mundo afora...
Leva o seu nome a nossa primeira praçinha central no Crato, com um busto em sua homenagem, local de encontros históricos e memórias populares ao longo de todos esses anos, mostrando assim a gratidão a esse filho adotivo que em vida deixou aqui a sua bondade e o seu espírito empreendedor.
Faleceu em Recife, Pernambuco, em 30 de Junho de 1928, vitimado por paratifo.
Ficamos gratificados em saber que o nome do nosso primeiro benfeitor não foi esquecido pelos Cratenses, pois deixar um marco na história através dos tempos é qualidade de poucos. E ele deixou o seu entusiasmo, alegria e modernidade até hoje presente nos visitantes que reinvidicam sempre por melhorias aquela pequena praça.
Edilma Rocha
Fonte - Google - J, Lindemberg de Aquino
Um comentário:
Edilma,
Eis algo que nos interessa. Coisas do Crato...
Talvez fosse bom copiar os comentário do Blog do Crato referentes a essa postagem. Ficou ótimo e de bom tom.
Abração, menina,
Claude
Postar um comentário