Nos meus tempos de Colégio Estadual aí no Crato, - esperem aí, a m.... deste blogspot está opondo um traço vermelho sob a palavra Crato como se não a conhecesse, pode? - havia uma disputa entre as turmas através de jornais murais.
Os jornais do científico debatiam posições e piadas. Naqueles jornais havia uma coluna que se tornara moda na cultura da terra. Eram coisa do tipo: do cabelo desgrenhado de fulana Deus me livre. Eram formas de criticar alguém, sob pontos pitorescos e que, acreditem, despertavam boas gargalhadas. Vínhamos de uma cultura cristã em que criticar o outro - pelo menos em público - era desaconselhado.
Aí, pelas desculpas que peço adiantadas, ainda não li o blog de hoje, mas Deus me livre de mais um post com alguém criticando a programação musical da ExpoCrato. Não pelo crítico, fique claro, mas pela repetição que não resultou em nenhuma autocrítica dos programadores. Ou estamos todos desvinculados do gosto popular e os programadores têm razão ou nós não estamos desvinculados, o povo está conosco mas é inerte e não faz nada.
Cá para os meus guardados, mas o povo gosta mesmo é disso. Que tal coisa não desanime a busca pela qualidade em arte. Pelo contrário só demonstra a necessidade que têm os artistas da região em aumentar o fogo da criação e da participação política junto ao povo. Como bem lembraram os mineiros: os artistas têm que está onde o povo está.
Um comentário:
Hoje à tarde, após o meu programa na Rádio Educadora do Cariri, recebi 3 telefonemas que literalmente apontaram o caminho para se enfrentar essa situação da EXPOCRATO ( que todo ano é a mesma M.... )
A Expocrato é um negócio particular, desvinculado de qualquer conotação cultural. É um grupo econômico que explora o local para vender para o povo.
Conforme já denunciei há muitos anos, existe um Cartel que comanda a coisa toda, em que diversas coisas estão relacionadas:
01 - Proprietários de Bandas de Forró de Plástico.
02 - Estações de Rádio pagas para veicular com exclusividade o material produzido por essas bandas ( Eles tem o monopólio e a Somzoomsat via satélite pra comprar espaços para venda dos produtos ). É mais ou menos como um cartel de Cocaína ou Crack.
03 - Proprietários de casas de shows.
Juntam-se essas 3 coisas aí no sentido de ganhar DINHEIRO. A questão toda é grana, eles não estão ligando para o que ninguém fala, nem pra crônica alguma. Não sendo uma medida judicial, a coisa continuará para sempre.
COmo todo negócio de Drogas a coisa funciona da mesma maneira:
Oferece-se ao povo um produto de fácil digestão ( baixa música, baixa qualidade ) - FAST FOOD. Algo que até um macaco entenderia, é assim que a mídia vende, porque o público alvo é justamente o que não entende de música, mas quer se divertir facilmente, e os marmanjos verem os traseiros das dançarinas. É um circo cuidadosamente elaborado na linguagem visual onde a música é secundária.
Feito isso, o resto está garantido, é só a mídia PAGA mandar isso 24 horas na cabeça do povão. Através de uma mídia toda ressonante, em que a central comanda as outras estações de rádio, eles conseguiram bloquear qualquer outro estilo musical. No Rádio do ceará nós temos o monopólio absoluto dos produtos do cartel, que vão estar em todas as festas do Estado.
Assim, ganham os donos de bandas de forró, ganham as estações de rádio e ganham os proprietários de casas de shows.
CULTURA NÃO TEM NADA A VER COM ISSO.
A minha idéia:
Nossa tática de reclamar não tem sequer arranhado a estrutura, nem sensibilizado um dos 3 pilares do cartel, mas tem por outro lado, produzido bocas indignadas, e foi por essas reclamações que descobrimos pessoas iguais a nós, que estão vendo a arte e a cultura desmoronarem. portanto, reclamar é bom, sempre foi bom e sempre será bom.
02 - A nossa estratégia de começar a ganhar os meios de comunicação está dando certo. Apesar do curto espaço de tempo, estamos reunindo, congregando as pessoas que gostam de outros estilos musicais, e posso dizer pelo que vejo e tenho ouvido, que a quantidade de pessoas que gostam de boa música é maior do que os que gostam de porcaria, só que eles não se manifestam tanto quanto aqueles. Os shows de bons artistas aqui no Cariri tem tido ultimamente casa lotada.
03 - Mesmo em Fortaleza, o reduto do Forró de Plástico, é unanimidade que lá a coisa já diminuiu e alguns apostam até que o movimento está morrendo.
MINHA IDÉIA:
Minha idéia é unir todo mundo que gosta de música de qualidade, ou pelo menos que não quer o monopólio do Forró de Plástico e do Cartel da Mídia.
Passamos os últimos anos dispersos. O inimigo se aproveitou da nossa dispersão e tomou conta dos meios de comunicação. Nosso movimento precisa ser no sentido de nos APOSSARMOS novamente dos meios de comunicação em escala Regional, Estadual e Nacional.
Estou iniciando uma FRENTE, um Movimento organizado, que une todas as mídias que temos acesso, que terá por fim a união de todas as pessoas numa imensa "Corrente do Bem", qu fará cada vez mais força no sentido de garantir espaços na mídia, e consequentemente, formar mais platéia. O nosso público é grande, só é disperso. É preciso reunir essas pessoas.
A nossa força estará na nossa união. Já estou providenciando tudo. Será um movimento lento, porém gradativo e irreversível.
Abraços,
Dihelson Mendonça
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