POEMA DE AMOR
Tomei o coração na mão
como uma maçã
e cravei os dentes vermelhos.
Estava em êxtase,
transverberado,
com toda a poesia do mundo
escorrendo
dos beiços, cantando na língua.
Eu a beijei com sofreguidão,
como uma bicicleta.
Ela floresceu dentro de mim,
com tanto perfume
quanto um jasmineiro à noite.
Mas era apenas
a poesia
como um cavalo domado sob os lençóis.
CAVALGADA
Os seus olhos são como pombas brancas
ou dois canários dourados
tomando banho à beira d’água.
Você voa em busca do ninho.
Depois, o seu peito pulsa e o meu peito pulsa,
e nós ofegamos, eu montado a cavalo
e você, a minha potranca.
Nós nos amamos.
Relinchamos felizes.
O NINHO
Agasalhei o meu corpo
como um ninho
com os ovos do desejo.
Um comentário:
José Carlos,
Paralelos perfeitos...
Abraço,
Claude
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