Sete mil pares
de orelhas de negros
troféu macabro e sangrento
multiplicadas sementes de novos quilombos
Sete mil vidas
de negros audazes
não destruíram a vontade
de para sempre ser quilombola
Sete mil negros
quiseram ser livres
fugir das senzalas estreitas
para onde o espaço é mais amplo
e a existência se perde de vista
Sete mil Zumbis
esperada colheita de espigas
maduras como madura na espera a luta
como na luta renasce e cresce a esperança
como a esperança se torna um dia certeza de festa.
Sete mil vida de negros
plantados no ventre fértil da América
milhões de espigas douradas agora colhidas
em terras da África livre.
Do livro "PARA AMIGOS DIVERSOS".
Pedro Antonio Lima Santos
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