Azul,
Nem céu ou perturbado,
Firmamento e assustado.
Na origem,
Uma linda pedra chamada
Lápis-lázuli.
Nem era isso,
É que as nódoas da roupa,
Se vão com o anil.
E esta tosse obstrutiva,
Cianose por batom,
Cianamida com força vermicida.
Adversário,
Nas lutas amazônicas,
Desfilados bois rubros de sucesso.
Meus sonhos são azuis,
Um japonês hibridou uma rosa azul,
O Egeu é azul.
E este azul é só meu,
É crítico entre o verde e o violeta,
Fui eu quem descobriu este azul.
Feito Colombo,
As Américas,
O gringo no samba,
Um brasileiro no Louvre,
Um papa na África.
Este azul é só meu.
Esteta nos galhos da ibiraobi
Deste cinza no lombo do boi.
por José do Vale Pinheiro Feitosa
Criadores & Criaturas
"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata."
(Carlos Drummond de Andrade)
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