Basta um potó entrar nos olhos
para que os sonhos se turvem.
Ciscos o vento leva.
Mas mijada de potó
é carnificina.
Não há o que fazer
senão espremer os cílios
beliscar o braço
morder os ovinhos murchos
e chorar,
pedir por favor lágrimas
inundem as faces
façam poças no chão do quarto
lavem as paredes.
Vi um velho sentado
em uma cadeira de rodas
pensei com é triste viver distante.
Voltando ao potó,
ontem quase morri
com os olhos vermelhos
da urina do insetinho.
Ainda vejo coisas.
Minha visão não está boa.
domingos barroso
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