A chuva embala a minha dor
O gelo a faz adormecer
Trilax ...
Parece água do pote
Mata a sede
Não resolve !
É madrugada manhã
A cidade sonha
banhada de chuva.
Os pensamentos dispersos
não buscam soluções,
nem versos.
Entram e saem
de recantos diversos.
Canção da chuva
um arranjo dos céus
um maestro do tédio
uma toada encantada
no mistério dos véus.
Umedece o tempo
pede calma
cala o amor
agradece a passagem da dor.
O silêncio de todos
A surpresa vindoura
- um alô!
Vem de lá
Vai de cá ...
Nem sei quem
Nem sei mais ...
Tudo passa
Tudo cala
Tudo volta
Tudo traz
Num sol dourado
o azul imortal.
A manhã vai chegar
e os meus olhos estarão cerrados
no sonho que se aquietou
sem esperar happy hour.
Clareou
Apago a luz
me aconchego
nos muitos travesseiros
descarto o papel
mas antes,
rabisco outras palavras
que estão no bico da pena
pena dos amores
pena das dores,
e a esperança da alegria.
Como um dia
mais um dia...
de café, fruta e arroz
das descidas e subidas
de relógio e celular desligados
de TV ligada
na novela dos outros.
Poker !
Apostei mais uma vez
na paz do meu desejo !
por Socorro Moreira
4 comentários:
Dear Socorro,
Você escreve, viu menina/mulher?
Escreve com a alma ,com a Psique,
com a dor e o amor, com a sensibilidade de uma criança e com
o cantar dos pássaros.
Abração: Liduina.
Socorro,
Sinto suas dores. Tento suavizá-las. Torná-las suportáveis, mas infelizmente não tenho em minhas mãos o poder da cura ou as transferiria para o espaço deixando você livre.
Cuide-se, menina. Precisamos de você e de sua vitalidade e desse brilho nos olhos de menina danada... (risos)
Abração,
Claude
Eu escrevo
tu escreves
nós escrevemos !
nem sempre o amigo está por perto...
mas ele consegue nos ler... Sempre !
Abraço Liduína e Claude !
Lindíssimo poema Socorro.
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